quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

BLACK MIRROR: BANDERSNATCH

Fionn Whitehead in Black Mirror: Bandersnatch (2018)

Confesso que demorei pra fazer essa crítica, pois além de ficar vários dias envolto as N possibilidades que a interatividade do longa de David Slade ("30 Dias de Noite") propôs, tentei refletir uma forma pelo o qual seria viável fazer essa analise, por se tratar de um longa interativo e não com uma estrutura habitual. 

Pra quem não sabe vou fazer um breve balanço da premissa, realizada pelo seriado inglês "Black Mirror", que aborda as consequências da influencia tecnológica em várias épocas, onde cada episódio é independente do outro, porém muita das vezes há diversos easter-eggs que os interligam. Comprado pela Netflix em meados de 2015, o mesmo procurou inovar sua premissa lançando um "filme interativo", pelo qual o espectador toma as ações do protagonista  durante na narrativa, abrindo possibilidades para diversos andamentos e finais diferentes.

Fionn Whitehead in Black Mirror: Bandersnatch (2018)

Aqui nós controlamos o jovem Stefan (Fionn Whitehead), que desenvolve um jogo chamado "Bandersnatch", cuja premissa envolve N possibilidades dentro do enredo. Porém a medida que ele vai se adentrando na programação do mesmo, a sua mente começa literalmente a entrar em um enorme colapso existencial. 

O principal fator do longa de Slade ter dado tão certo, é a tamanha imersividade pelo qual ele trabalhou em cima do roteiro de Charlie Brooker (roteirista original da série). A cada decisão que tomamos, por mais pífia que seja, acabamos adentrando a mente de Stefan e as vezes acabamos optando pelas escolhas mais loucas, só para assistir as consequências. Whitehead sabe muito bem trabalhar com isso, pois a desconstrução de seu personagem e a indireta "quebra da quarta parede", fazem com que o público compre a ideia logo em seus primeiros minutos assistindo ao longa. 

Will Poulter in Black Mirror: Bandersnatch (2018)

Como seu contraponto e "interlocutor" da sua trajetória, Will Poutier faz bem a função no papel do "gamer misterioso", pelo qual a todo momento acabamos desconfiando se ele está ou não ajudando o protagonista na conclusão do game. O mesmo pode-se dizer da psicologa vivida por Alice Lowe, que tem o momento mais divertido em uma das escolhas. 

O único erro de "Black Mirror: Bandersnatch" é o fato de fazer o espectador escolher determinada ação que o sistema quer, ou seja, se você optou por um caminho, determinada hora ele retorna a uma antiga escolha, pra você escolher aquela que "deveria ser a certa". Mas fora isso, pra quem curte cinema e a série eu recomendo esse longa, sem hipótese de duvidas.

Nota: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

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