sábado, 29 de dezembro de 2018

BUMBLEBEE

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A franquia "Transformers" vem sido um verdadeiro "empecilho" para os amantes da sétima arte. Odiada por uns, amada por outros, a mesma já havia mostrado que sua fórmula havia se desgastado no último longa ("O Último Cavaleiro"), pelo qual se tornou um enorme fracasso de bilheteria e conseguiu se tornar um dos piores longas de 2017. Desde o primeiro filme, confesso que ao sair de todas as sessões tinha de tomar um remédio para dor de cabeça, pois as sequencias de ação eram tão "confusas e giratórias", que o cansaço era enorme depois das quase três horas de projeção, de cada um deles. Mas tudo mudou com o primeiro spin-off da franquia, "Bumblebee". 

Hailee Steinfeld in Bumblebee (2018)

A história gira em torno de como o personagem veio para o planeta terra, em meados dos anos 80, logo após uma batalha em Cybertron. Aqui ele acaba aderindo a forma de um fusca, e logo é achado pela jovem Charlie (Hailee Steinfeld), que ao saber de sua verdadeira identidade, acaba criando um vinculo de amizade com ele.

Hailee Steinfeld in Bumblebee (2018)

Retornando para a franquia apenas como produtor executivo, Michael Bay agora deixou a cadeira de direção aos cuidados de Travis Knight ("Kubo e as Cordas Mágicas"). Desde a sequencia de abertura (que se passa em Cybertron), é notado o cuidado que ele tem ao diferenciar os Autorobots e Decepticons (algo que Bay já não tinha, o que fazia a maioria das batalhas serem confusas). Não há tomadas aleatórias pra tentar forçar arcos desnecessários para a narrativa central e explosões sem sentido. Com relação ao arco envolvendo Charlie e Bumblebee, vemos a mão de Spielberg ser deixada para fazer a magia levemente. A todo momento parece que estamos vendo um clássico longa de John Hudges (cuja menção a "Clube dos Cinco" é presença constante) e dessa forma acaba fazendo o espectador se assemelhar melhor com a protagonista, assim como sua relação com Bee. Mas a referencia mais clara aqui é ao clássico "E.T.", onde o resgate do estilo é muito bem exercido por Knight. 

Porém o longa peca no quesito de humor, pois há diversas piadas que soam extremamente forçadas e sem graça alguma (mesmo o Bee sendo o alivio cômico da franquia, esse foi o tocante mais fraco). Outro quesito meio óbvio são os fracos vilões, que são dois robôs Decepticons, pelo qual vem até a terra atrás de Bumblebee. Eles são bastante clichês e pouco interessantes. Já nas atuações todos estão bem, inclusive o grande John Cena, que utiliza seu jeito canastrão na medida que seu personagem pede. 

"Bumblebee" não é o longa de ação do ano, mas um ótimo resgate da franquia "Transformers", que há anos havia morrido e que agora esta renascendo das cinzas, graças ao amadurecimento de seus produtores. 

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

DE REPENTE UMA FAMÍLIA

De Repente uma Família : Poster

O estilo "comédia familiar" vem sumindo cada vez mais dos cinemas, e dando espaço a produções com retorno financeiro mais certeiro as distribuidoras, como longas de heróis e sequencias de blockbusters rentáveis. Quando sai um novo titulo daquele gênero, dificilmente conseguem agradar ao público em geral e surpreender a todos, o que é o caso deste "De Repente Uma Família", cujo enredo é inspirado na vida do próprio diretor, produtor e roteirista deste, Sean Anders ("Pai em Dose Dupla"). O longa só não vem conseguindo fazer um sucesso financeiro, como também possui um enredo de extrema qualidade.

Mark Wahlberg and Rose Byrne in Instant Family (2018)

Ele foca na vida do pacato casal Pete (Mark Wahlberg) e Ellie (Rose Byrne), que resolvem criar um filho adotivo. Para isso eles procuram uma companhia que presta tais serviços, e ao encontra-la, por lá eles acabam se apegando com a adolescente Lizzy (Isabela Moner). Porém eles não imaginavam que ela possuía dois irmãos caçulas (Gustavo Quiroz e Julianna Gamiz), e pelo quais eles também terão de adotar. Logo a vida de todos começa a virar de cabeça para baixo.

Mark Wahlberg, Rose Byrne, Margo Martindale, Gustavo Quiroz, and Julianna Gamiz in Instant Family (2018)

É normal você já ter visto milhares de vezes essa história em diversos longas da "sessão da tarde", porém Anders procura focar o enredo mais na relação dramática das situações, e utilizando a comédia como um certo "alivio" dentre as situações difíceis aos quais a dupla protagonista vive. Só que esses "alívios" as vezes parecem terem tido como "conselheiro" ninguém menos que o próprio Adam Sandler (que já trabalhou com Anders, em "Esse é Meu Garoto"), pois existem algumas piadas que são encaixadas exatamente pós um momento dramático do longa, algumas vezes em intermédios dos próprios filhos caçulas ou da comediante Iliza Shlesinger (cuja mesma piada envolvendo o longa "Um Sonho Possível" é repetida exaustivamente durante todo o filme), o que acaba literalmente quebrando o efeito da cena anterior. 

Falando no quesito de atuações em geral, o Mark Walhberg ta mais uma vez muito bem no papel de protagonista, e sabe lidar com a dosagem dramática/cômica que seu personagem apresenta, e o mesmo pode-se dizer de Byrne, que também possui uma ótima química com ele. No quesito das crianças, digamos que enquanto as mais novas ficam literalmente "apagadas" no desenrolar da narrativa, a única que acaba sendo desenvolvida é a personagem de Moner (que mais uma vez interpreta uma adolescente rebelde nos cinemas).

"De Repente Uma Família" consegue entreter aqueles que procuram um longa relaxante nesse final de ano, e no final das contas acabará também arrancando lagrimas e risos de formas inesperadas. RECOMENDO! 

Nota: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

O RETORNO DE MARY POPPINS

O Retorno de Mary Poppins : Poster

É inevitável algum cinéfilo não ter dito que pelo menos uma vez na vida assistiu ao clássico "Mary Poppins" de 1964, estrelado por Julie Andrews (cujo papel lhe rendeu um Oscar de Melhor atriz, e se recusou a participar desse, para não ofuscar o brilho de sua sucessora), pelo qual marcou a história do cinema, e principalmente dos estúdios Disney. Referenciado exaustivamente por diversos meios da sétima arte desde então, e com sua sequencia tendo sido discutida durante anos pelos produtores da casa do Mickey, finalmente que ela acabou saindo do papel, em plena época onde muitas pessoas não conheciam a existência da personagem. 

Emily Blunt in Mary Poppins Returns (2018)

Agora interpretada por Emily Blunt, Poppins retorna a casa da família Banks, onde cuidará das crianças no filme antecessor. Agora já adultos, enquanto Michael (Ben Whishaw) se tornou um viúvo, com três crianças pequenas, sua irmã Jane (Emily Mortimer) passou a morar com eles para auxiliar nos cuidados. Porém eles acabam enfrentando um embargo financeiro, e agora passam a tentar não perderem a sua casa, que sempre fora de sua família, para o banco.

Emily Blunt in Mary Poppins Returns (2018)

Um fator que senti bastante falta com relação ao antecessor, é o motivo plausível de Poppins ter reaparecido. Tudo é muito rápido, e não há um motivo real que convença o espectador a não ser a superficialidade em sua execução. "Poppins não precisa de explicações", é uma frase repetida a gosto durante o longa, mas não chega a ser um fator contingente para não relativizar os erros do longa. Ta certo que nessa altura sabemos a importância do antecessor pro cinema, e o respeito que Hollywood carrega sob o longa, mas acrescentar nomes como de Meryl Streep no elenco, em personagens inúteis pro andamento da história, de nada adianta para o desenvolvimento da narrativa. O mesmo se diz sobre a personagem de Mortimer, que se tivesse sido mencionada apenas, não teria feito diferença.

Mas calma lá, isso não significa que a Disney lançou sua maior bomba em anos! O longa realmente tem muitos pontos positivos. A começar pela escalação de Blunt, que consegue se igualar ao nível de Andrews, pegando os trajetos da Poppins original, mas com sua própria personalidade e versão da personagem. Sua facilidade em executar os números musicais realmente também é muito boa, assim como seu parceiro de cena Lin-Manuel Miranda (que é responsável por canções de filmes da Disney, como "Moana"). Os efeitos visuais deles, englobados com animação 2D realmente são bastante convincentes (até mais que a remoção do bigode do Henry Cavill, em "Liga da Justiça"). Porém um fator prejudicial, foi o de não haver nenhum numero musical marcante, que não seguisse o estilo "Disney Musical" (com vários dançarinos repetindo o número, muitas cores, animais e efeitos em CGI envolvidos), pois todos aqui acabam soando superficiais. 

"O Retorno de Mary Poppins" não é a sequencia da história, mas ainda sim é mais um longa do selo Disney que agradará os menos exigentes e fãs das produções do estúdio.

Nota: 6,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

BIRD BOX

Caixa de Pássaros : Poster

Pegue elementos de "Fim dos Tempos" e "Um Lugar Silencioso" e temos "Bird Box", novo filme da Sandra Bullock (que esteve na última edição da CCXP, pelo qual estive presente e a vi por lá). Inspirado no livro de Josh Malerman, o longa narra a história de Malorie (Bullock), que está grávida do primeiro filho, quando uma inesperada epidemia chega aos Eua, pelo qual faz as pessoas se matarem repentinamente. Transmitida pelo olhar, ela acaba arrumando refugio de imediato na casa de Greg (BD Wong), e junto a outras pessoas, fica a merce da epidemia. 

Caixa de Pássaros : Foto Sandra Bullock

A direção de Susanne Bier ("Serena") não procura inovar, mas pegar elementos conhecidos no gênero de suspense, que vão de sustos previsíveis, até mesmo não procurar melhores soluções para os arcos desenvolvidos pelo roteiro de Eric Heisserer, pelo qual não fazem sentido algum para a narrativa além de "exterminar os personagens o mais rápido possível". Facilmente Bier poderia ter "brincado" com a questão do "não poder olhar" e ter desenvolvido diversos arcos lidando com esse porém, só que ela simplesmente descarta esse fator e opta pelo fator genérico. 

Claro existem dois momentos cruciais no longa, pelo quais as atitudes da protagonista nos pega de surpresa, porém o banal está na personalidade dos coadjuvantes a sua volta. Nenhum deles acaba criando uma afeição com o público, a não ser o interpretado por Trevante Rhodes ("O Predador"). Alguns chegam a irritar como os vividos por John Malkovich e Danielle Macdonald, e o roteiro acaba pecando um pouco nesta, pois o propósito não era esse realmente. 

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Felizmente Bullock consegue entender a missão pela qual sua personagem tem na trama, e nos entrega uma atuação melhor do que o resto do longa estava elaborando. A todo momento o olhar dela transpõe medo, insegurança, força e garra, que são os sentimentos suficientes para o espectador facilmente comprar a protagonista logo de cara e conseguir se prender durante quase as duas horas de filme. 

Mesmo tendo alguns erros habituais do gênero, "Bird Box" ainda consegue entreter os fãs de suspense e de Sandra Bullock, graças ao carisma da atriz, que mais uma vez é inigualável. 

Nota: 6,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

INFILTRADO NA KLAN

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Devo confessar que estava com saudades de assistir a um longa novo de Spike Lee, que seja realmente de sua autoria. Conhecido por suas ácidas criticas sociais em seus filmes como "O Plano Perfeito" e "Malcolm X". Baseado no livro de Ron Stallworth, "O Infiltrado na Klan" aborda a história verídica de dois policiais, um judeu (Adam Driver) e o outro negro (John David Washington), que resolvem se infiltrarem em um pequeno grupo da Klus Klus Klan, para assim chegarem ao seu líder David Duke (Topher Grace).

John David Washington and Adam Driver in BlacKkKlansman (2018)

Se tratando de um tema extremamente sério, o trabalho de Lee lembra e muito o estilo dos irmãos Cohen ("Queime Depois de Ler"), pelo qual ele faz caracteres e questões realmente sérias, se transformarem em chacota, devido a personalidade infame de seus personagens. A começar pelo grupo de caipiras que fazem parte da KKK. Todos eles são extremamente burros e ignorantes, porém quando eles veem a necessidade de agir a favor dos princípios da seita, eles mudam da água para o vinho. Quem melhor representa isso é Jasper Pääkkönen, cuja personalidade chega a realmente dar medo quando ele insiste em aplicar seus instintos em cena, devido ao fanatismo em pró da KKK. 

Topher Grace in BlacKkKlansman (2018)

"O Infiltrado na Klan" é um filme obrigatório em datada situações pelas quais vivemos, porém deve ser visto com uma enorme imparcialidade, pois caso contrário você não irá comprar a ideia do longa e o odiará. 

Nota: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

sábado, 15 de dezembro de 2018

ROBIN HOOD - A ORIGEM

Robin Hood - A Origem : Poster

Prefiro me abster em abordar a história deste longa, pois nessa altura do campeonato todos já conhecemos a história de Robin Hood. "Rouba dos ricos, e da para os pobres", é a principal definição da personalidade desse que foi um dos primeiros "justiceiros" da história. Nesses últimos oito anos, me recordo de ver duas adaptações deste, sendo a primeira em 2010 com Russel Crowe vivendo-o e agora neste "A Origem" com Taron Egerton assumindo o posto. 

Taron Egerton in Robin Hood (2018)

A começo de conversa, o enredo procura apelar para uma personalidade mais rebelde do personagem, pelo qual mesmo ele sendo um dos fortes nomes do estado, ele era contra as revogações e impostos que este aplicava sobre o povo. A história pode ser muito bem aplicada no tocante a ideia do que a direita politica é contra, facilmente, pelos mais atentos. Porém o diretor Otto Bathurst (de séries como "Black Mirror") não é eficaz no que se diz "guiar uma trama politica", então é optado a apresentar diversas cenas de ação (muito bem feitas) e com um embasamento em cima do questionável roteiro de David James Kelly e Ben Chandler. Mas porque a utilização desta palavra? Pois bem, digamos que para o fator "facilitação narrativa" envolto ao arco da "jornada do herói", temos os mais genéricos diálogos de efeito e situações que beiram ao previsível, em uma questão de minutos. 

Jamie Foxx and Taron Egerton in Robin Hood (2018)

Tanto Egerton, quanto Jamie Foxx estão bem em seus papéis. O que diferencia dos outros nomes do elenco como Jamie Dornan e Ben Mendelsohn, que não estão atuando, mas sim lendo suas falas (que são praticamente frases prontas). Já Eve Hewson possui um arco um tanto que "banal", tendo em vista que o roteiro tenta dar importância pra ela, mas no final das contas, não consegue. 

"Robin Hood - A Origem" pode não agradar a todos, mas se você curte histórias envolvendo a idade média, englobando um divertimento meramente escapista, em recomendo o longa sem duvidas. Agora se você vai atrás de algo inovador, sugiro que vá a sala ao lado e assista "As Viúvas".

Nota: 5,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

AQUAMAN

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Depois de inúmeros fracassos seguidos, sendo apenas "Mulher Maravilha" a única exceção, a Warner/DC tentam uma nova aposta com o longa solo do personagem Aquaman (Jason Momoa). A ansiedade em torno da qualidade do longa era realmente questionável até então, pois todos os filmes do universo nessa nova "época" não conseguiram entregar exatamente o que o trailer havia mostrado. Eis que após o prólogo com os personagens de Nicole Kidman e Temuera Morrison (Atlanna e Tom Curry, respectivamente os pais do Aquaman), englobado com um excelente plano sequencia feito pelo experiente James Wan (dos dois "Invocação do Mal"), em um momento chave, eis que vemos o quão o longa irá ser surpreendente nesses aspectos. E não é que é! 

Nicole Kidman, Temuera Morrison, Tamor Kirkwood, and Tainui Kirkwood in Aquaman (2018)

A história gira em torno de Arthur (Momoa, vulgo Aquaman), onde após o sumiço da mãe, não quer aceitar assumir o cargo do trono da realeza de Atlanta, pelo qual é herdeiro digno. O que não pensa seu meio irmão Orm (Patrick Wilson), que assumiu o posto e não só luta para ter o poder absoluto dos oceanos, como também não se conforma com o comportamento do ser humano diante do mar, o que acaba desencadeando uma verdadeira guerra dentre ele e Arthur. 

Jason Momoa in Aquaman (2018)

Pegando um pouco de carona no estilo exercido por Ryan Coogler em "Pantera Negra", o longa procura exercer um parâmetro embasado na personalidade dos seres daquele reino submarino retratado, com a realidade na qual vivemos. A fotografia utilizada nas sequencias nessas áreas, mesclada com os efeitos visuais, acabam causando um enorme deleite aos olhos do espectador. As sequencias de ação acabam realmente sendo muito bem realizadas, e mesmo sendo constantes durante toda a projeção, o espectador acaba adentrando cada vez mais dentro dela por conta da história bem estabelecida. 

Agora partindo para as questões que englobam as atuações e desenvolvimento dos personagens, devemos dizer que Momoa conseguiu estabelecer a tonalidade exata do personagem, sabendo quando exercer sua carga dramática e humorística (não consigo pensar em outro ator melhor que ele para tal função). Sua química com Amber Heard (Mera) é realmente boa e consegue arrancar momentos divertidos seja de ação (quase sempre) ou comédia (não espere um romance melancólico, porque não há). Mas quem acaba roubando a cena sempre quando aparece mesmo, é Kidman. Depois de andar "sumida" dos grandes papéis, a atriz reaparece em uma caractere forte e que acaba comprando a atenção do espectador logo nos seus primeiros minutos em cena. Já o vilão vivido por Wilson consegue ser o melhor até então elaborado pela DC nos cinemas, nessa nova safra. Aqui vemos o lado humano dele e conseguimos até entender seus motivos para tais atos (relembrando mais uma vez o longa "Pantera Negra").

"Aquaman" é o longa que a Warner/DC deveria ter lançado nos cinemas ano passado, pois logo após o sucesso arrebatador de "Mulher Maravilha", não exito em falar de que aquele chega ao mesmo patamar, no tocante a qualidade. RECOMENDO! 

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

AS VIÚVAS

As Viúvas : Poster

Nunca me esqueço a reação que tive na sessão pós "12 Anos de Escravidão", dirigido por Steve McQueen (que inclusive lhe rendeu o Oscar de Melhor Filme, em 2014). Com um misto de não acreditar no que acabava de assistir, e de tristeza por saber quão o ser humano era capaz de tamanhas maldades, o longa mexeu comigo de uma forma, que até então não consegui revê-lo. Porém tive uma sensação completamente reversa, ao sair da sessão de "As Viúvas", que é o novo longa de McQueen com grandes nomes do cinema em seu vasto elenco, ele elaborou uma trama recheada de críticas sociais, pelas quais acabam se encaixando perfeitamente em seu desfecho. 

Viola Davis, Michelle Rodriguez, and Elizabeth Debicki in Widows (2018)

Baseado no livro de Lynda La Plante, a história aborda um grupo de assaltantes, liderados por Harry (Liam Neeson), onde após um audacioso roubo ter dado errado e os levado a morte, suas esposas (Viola Davis, Michelle Rodriguez e Elizabeth Debicki), acabam ficando a merce. Até que alguns dias depois do ocorrido, a vitima daqueles resolve tirar satisfação com a viúva de Harry, fazendo-a recuperar o dinheiro no prazo de um mês. Sem outra escolha, ela resolve contatar as outras viúvas do assalto, para ajudarem na operação.  

Colin Farrell in Widows (2018)

Em uma primeira viagem, parece que estamos nos deparando com um longa no estilo do recente "8 Mulheres e Um Segredo". Mas o roteiro e direção de McQueen (em parceria com Gillian Flynn, autora dos livros "Objetos Cortantes" e "Garota Exemplar"), procura dar uma enfase em diversas questões polemicas. como porte de armas, sugar girls (mulheres que possuem "namorados" que as banquem com luxos) e o racismo que percorre o quadro politico no mundo. No lado das protagonistas, Davis representa esse quesito com muito vigor, e lança e muito o debate das questões raciais em casais com etnias diferentes (vide os contantes diálogos dela com Neeson). Já na subtrama, é ai que entra os personagens de Colin Farrell e Robert Durvall, cuja personalidade claramente racista do primeiro, utiliza deste fator para angariar votos dos seus eleitores. Apesar de ambos estarem bem em seu papel, assim como todo enorme elenco estelar, vou entrar em demérito em alguns nomes. No caso das viúvas a que se saiu melhor realmente, foi Debicki, pois a clara desconstrução de sua personagem a cada arco foi a mais notável das três. Já no arco envolvendo os políticos, devo dizer que a performance mais assustadora decaiu sobre Daniel Kaluuya. O cara realmente conseguia dar medo em cada cena em que aparecia, tanto nos personagens, quanto no espectador (não exito falar que o ator possa figurar dentre os indicados a ator coadjuvante no Oscar do próximo ano).

"As Viúvas" é um ótimo e interessante suspense, e mostra que é possível sim realizar um longa intrigante com um elenco bastante estrelar e um diretor vencedor do Oscar. 

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

domingo, 2 de dezembro de 2018

OS EXTERMINADORES DO ALÉM CONTRA A LOIRA DO BANHEIRO

Os Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro : Poster

Há cerca de um ano, enquanto assistia pessoalmente uma entrevista de Danilo Gentili sobre seu primeiro longa "Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola", ele havia dito que seu próximo longa para os cinemas adaptaria a lenda urbana da loira do banheiro. Um ano se passou dentre essa e cá estamos, com "Os Exterminadores do Além Contra A Loira do Banheiro". Assim como no seu longa antecessor, que foi uma divertida homenagem aos longas da "Sessão da Tarde" dos anos 80 e 90, esse procura pegar o humor se embasando no estilo terror gore, que foi muito famoso nos anos citados (com longas como "Evil Dead" e "Um Drink no Inferno), onde o único fator era fazer jorrar sangue adoidado na cara dos atores, nas mais divertidas mortes. 

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Escrito, produzido e estrelado pelo próprio Gentili, ele interpreta aqui o youtuber Jack, que na companhia de Fred (Léo Lins), Carolina (Dani Calabresa) e o câmera Túlio (Murilo Couto) possuem um canal que aborda a "caça" de seres sobrenaturais. Eis que após uma dupla de adolescentes fazerem um ritual numa escola e convocam a loira do banheiro (Pietra Quintela), eles são chamados pelo diretor desta (Sikêra Júnior), para convencer a todos de que a mesma não existe. Então ao resolverem passar uma noite no local, acabam descobrindo que ela é mais real do que eles imaginam.

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Não entrando no mérito do trabalho da atuação de Gentili (que realmente não é boa), ele como roteirista se sobressai muito bem novamente. Para quem cresceu vendo os longas do estilo gore, e acompanha o programa dele no SBT, se deparara com uma ótima comédia. As homenagens a longas como "Os Caça-Fantasmas" e "A Morte do Demônio", são clarividentes e muito bem elaboradas em diversos momentos. Seja através dos textos que brinca com o perfil dos envolvidos e com os estilos longas citados (como apresentar um arco envolvendo dois personagens aleatórios, brincando por estarem fazendo absolutamente nada de diferente para a narrativa), até em algumas situações apresentadas. Outro fator bastante divertido é quando ele resolve satirizar uma velha "inimiga" dos conservadores de direita (quem já viu, sabe de quem estou falando). 

Partindo para a questão das atuações em geral, nenhum dos personagens acabam comprando a compaixão do espectador (todos eles são descartáveis), porém seus interpretes acabam adentrando na brincadeira comandada pelo diretor Fabrício Bittar  (que realmente sabe comandar muito bem sequencias de suspense e horror, mesmo sendo satíricas). Pela primeira vez atuando nos cinemas, vemos que nomes como Léo Lins, Murilo Couto e até o próprio Sikera Jr. se saem muito bem e arrancam ótimas risadas. Outro que consegue roubar a cena (e coberto por uma ótima maquiagem) é o apresentador Ratinho, mesmo em um papel pequeno. 

"Os Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro" mesmo tendo esse nome beirando ao ridículo, é mais outra divertida comédia muito bem idealizada por Danilo Gentili. Que venham mais longas com a sua marca!

Nota: 7,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

LIVRO - JACK REACHER: O INIMIGO

Em busca de inovar o conteúdo no blog, essa vai ser minha primeira analise (na verdade com toques de recomendação, pois ainda preciso estudar mais o tocante a crítica literária) de um livro. Como estreia nessa função, procurei abordar o décimo livro da série literária de Lee Child, sobre o militar Jack Reacher (que já foi adaptada duas vezes para o cinema com Tom Cruise, no papel deste), rotulada de "O Inimigo". Servindo ao exército dos Eua, sua personalidade misteriosa sempre o leva nas mais diversas desventuras por mera diversão (sim, o personagem é tipo um "Stallone Cobra", pois gosta de arrumar confusões pra se divertir). A cada capitulo de seus livros, ele acaba arrumando diversas confusões com os diversos figurantes que vão aparecendo, com o propósito de conseguir o que deseja, seja informações ou facilitações na sua jornada. 

Em "O Inimigo", ele acaba sendo encarregado a investigar um misterioso assassinato em um motel na Carolina do Norte, em plena época de ano novo. A medida em que ele avança as investigações, junto a sua companheira escalada para a função, a Tenente Sulivan, ambos descobrem que a missão pode ser mais pessoal do que imaginam.

A narrativa de Child na série é totalmente em primeira pessoa, sendo o seu interlocutor o próprio Reacher, que aborda seus pensamentos e atitudes (aos quais muitas das vezes são questionáveis). Diferente dos outros exemplares, neste temos uma mera passagem do protagonista convivendo com a sua família, que serve para vermos que ele possui um lado não apenas "operante". Claro, em momentos investigativos, os mais atentos a literatura denotarão homenagens simplórias ao detetive Sherlock Holmes (devido a enorme cautela e detalhes que ele leva em suas observações). Mas o principal quesito Child sabe fazer com mérito: não cansar o leitor, mas sim puxa-lo ainda mais adentro da sua narrativa. Sim se você curte livros com a temática investigação policial, esta leitura é ideal. 

sábado, 17 de novembro de 2018

OPERAÇÃO OVERLORD

Operação Overlord : Poster

Originalmente concebido como um longa da franquia "Cloverfield", mas após o desastroso resultado de "The Cloverfield Paradox", "Operação Overlord" acabou ganhando vida própria nas mãos do produtor J.J. Abrams. Enquanto nos outros exemplares ele realizou uma notória "homenagem" aos longas de monstros, suspenses e espaciais, o alvo agora decai em cima de produções de guerra. Pegue toda aquela essência de "O Resgate do Soldado Ryan" e "Bastardos Inglórios", e misture com doses homeopáticas da franquia "Resident Evil", e temos "Operação Overlord". 

Jovan Adepo and Mathilde Ollivier in Overlord (2018)

A história trata-se de um grupo de soldados durante a Segunda Guerra Mundial, durante o dia D, cuja
missão é destruir uma torre nazista em uma parte da França. Porém ao irem avançando na mesma, eles descobrem que o local possui vários experimentos maquiavélicos envolvendo seres humanos. 

Wyatt Russell, John Magaro, Dominic Applewhite, Jovan Adepo, and Mathilde Ollivier in Overlord (2018)

O diretor Julius Avery mostra-se competente em desenvolver arcos aos quais conseguem prender a atenção do espectador a todo momento, mesmo tendo um material já utilizado em vários filmes da temática. Seja através do jogo de câmeras, onde ele opta pelos cortes sigilosos acompanhando assim os passos dos personagens a todo momento, ou pelos scare jumps, que ele sabe quando joga-los. Claro, a violência durante a narrativa não é poupada e como se trata do prato principal ela se mostra extremamente necessária (uma cena em especial o auxilio desta se mostra muito útil, devido a imensa carga realista, graças ao ótimo trabalho da equipe dos efeitos visuais). 

Agora com relação as atuações, graças a maioria dos nomes serem desconhecidos (pode ser que você reconheça alguns pela aparência, de outros filmes, mas por nome é difícil), auxilia ao espectador se interessar mais pela personalidades deles individualmente. Os destaques vão para os personagens de Jovan Adepo e Mathilde Ollivier, pois enquanto o primeiro se mostra o verdadeiro interlocutor da trama, a segunda, mesmo tendo poucas palavras, demonstra seus sentimentos mais pelos seus gestos, e isso o espectador acaba comprando. Porém o pior personagem é o vivido por John Magaro, pois além de ter sido muito mal escrito, acaba se tornando um grande empecilho para narrativa, devido as diversas piadas foras de hora. 

"Operação Overlord" é uma divertida surpresa para quem sentia falta de conferir um longa de guerra e terror nos cinemas, em uma época onde ambos os gêneros estão basicamente extintos. RECOMENDO! 

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

HOTEL ARTEMIS

Jodie Foster, Jeff Goldblum, Charlie Day, Sofia Boutella, Dave Bautista, Sterling K. Brown, and Brian Tyree Henry in Hotel Artemis (2018)

Confesso que é sempre bom ver uma ator/atriz em um longa depois de um breve hiato da função. É o caso de Jodie Foster, que desde "Elysium" não era vista em frente as câmeras (ela só havia dirigido "Jogo do Dinheiro" em 2016 e um episódio da série "Black Mirror"), e retornou somente agora com este "Hotel Artemis". Com roteiro e direção de Drew Pearce (roteirista de "Homem de Ferro 3"), o longa é o mais controverso que conferi neste ano. Digo isso com total clareza, pois ele se passa 90%  em um único cenário (o mencionado Hotel), com diversas personalidades excêntricas, cujo mistério em torno deles rendem várias sucintas esquetes que se juntam em seu desfecho. 

Jodie Foster and Sofia Boutella in Hotel Artemis (2018)

A personagem central é a Enfermeira (Foster), que com o auxilio do brutamontes Everest (Dave Bautista), controla a ética e segurança do "Hotel Artemis", cujos hóspedes são assassinos e mafiosos. Porém há uma série de regras que devem ser executadas para poder se hospedar no local, e isso tudo é colocado a prova bem quando a cidade onde o mesmo se localiza entra a beira de um colapso.  

Jodie Foster, Jeff Goldblum, Evan Jones, and Zachary Quinto in Hotel Artemis (2018)

A principal arma na narrativa de Pearce é a violência gráfica, recheada com sucintas doses de humor negro. Por ventura isso acaba funcionando em partes, e alguns personagens são brindados com elas em suas apresentações. Neste quesito, me lembrou um pouco o recente "O Assassinato no Expresso Oriente", pois todos os coadjuvantes conseguem ter seu momento no filme.

Jodie Foster tem uma personagem interessante, aos quais vemos e denotamos os seus objetivos através de suas expressões, ao invés de ações. Isso é um ponto realmente alto no longa, principalmente sua química com Bautista, que faz o alivio cômico. Mas o verdadeiro grande nome é Sterling K. Brown ("Predador"), que consegue transpor os quesitos aos quais facilmente o público se assemelhe com suas atitudes, mesmo se tratando de ser um antagonista. 

"Hotel Artemis" é um enigmático e interessante longa original, que infelizmente calhou de passar em branco nos nossos cinemas, mas que por ventura, talvez fará um notório sucesso nos serviços streaming. 

Nota: 6,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

ANIMAIS FANTÁSTICOS: OS CRIMES DE GRINDEWALD

Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald : Poster

Depois de fazer um estrondoso sucesso em 2016, a nova cinessérie do universo mágico de Harry Potter, "Animais Fantásticos" chega a seu segundo capitulo. Com o subtitulo de "Os Crimes de Grindelwald", essa parte tem como principal propósito introduzir o colégio de Hogwarts e seu diretor Albus Dumbledore, agora em uma versão mais jovem (interpretada por Jude Law), além de um pouco mais do personalidade Gridewald (Johnny Depp), o novo grande antagonista da saga. 

Johnny Depp and Zoë Kravitz in Fantastic Beasts: The Crimes of Grindelwald (2018)

Pra ser exato o filme possui deveras quatro subtramas distintas, que aos poucos vão se ligando. A primeira foca no protagonista Newt (Eddie Redmayne) indo atrás de sua amiga Tina (Katherine Waterston), que "desapareceu", ao mesmo tempo que aguenta as injurias de seu irmão mais velho (Callum Turner), cuja noiva (Zoë Kravitz) é sua ex namorada. A segunda é o conflito da relação dentre Jacob (Dan Fogler) e Queenie (Alison Sudol). A terceira mostra Gridewald em busca mais seguidores na cidade de Paris, a intercalando com a misteriosa relação obsessiva dele por Albus. Já a quarta acompanha a busca de Credence (Ezra Miller), de saber quem é sua verdadeira mãe, na companhia de Nagini (Claudia Kim). 

Dan Fogler, Eddie Redmayne, Katherine Waterston, Claudia Kim, and Callum Turner in Fantastic Beasts: The Crimes of Grindelwald (2018)

Antes de mais nada, já deixarei bem claro aos desavisados de plantão, que esse filme funciona como uma espécie de "capitulo de uma série", pois ele acaba resolvendo várias situações plantadas no antecessor e seu andamento acaba deixando mais pontas soltas para os próximos longas. Dentre tantas as subtramas citadas, confesso que não é quaisquer diretores e roteiristas que conseguem uni-las e transpor através de um sentido valido ao espectador. E por ventura a parceria de anos de David Yates e J.K. Rowling, que vem já no universo original desde a "Harry Potter e a Ordem da Fenix", facilitou o trabalho. Tudo acaba salientando ainda mais a atenção do espectador, fazendo-o ficar vidrado diante de quaisquer situações narradas por eles. Seja através do recurso 3D (que funciona a todo momento, em uma forma de interação indireta com o espectador), as cenas de ação com ótimos efeitos visuais ou dos ploat-twists estabelecidos inesperadamente. Tudo aqui funciona, para aqueles que curtem o universo e para aqueles que são apenas espectadores de plantão da sétima arte. 

O longa já abre com uma sequencia muito bem realizada, utilizando exatamente todos os recursos citados com o vilão interpretado por Johnny Depp, cujo grau de maldade apresentado o faz ser um "vilão humano". O roteiro tenta estabelecer em cima dele, uma crítica a diversos lideres de regimes ditatoriais, seja com o nazismo ou comunismo.  E isso é muito bem transposto pelo ator, e é óbvio que sua persona irá mostrar suas camadas vilanescas a cada capitulo, ao invés de uma única vez. Já ao restante do elenco principal, todos eles estão bastante operantes e possuem seu momento de carga dramática, mesmo que de forma breve. Com exceção de Kravitz e Sudol, que possuem um arco mais marcante e interessante em meio a todo o longa, além das duas fazerem um ótimo trabalho em suas funções.

"Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindewald" consegue se estabelecer no mesmo nível de qualidade de seu antecessor, e pelo visto essa franquia ainda rendera mais uma leva de filmes do universo de Harry Potter. 

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

domingo, 11 de novembro de 2018

MILLENNIUM: A GAROTA NA TEIA DE ARANHA

Millennium: A Garota na Teia de Aranha : Poster

A saga literária "Millennium" é bastante famosa, e há anos podemos dizer que figura dentre os livros mais vendidos do mundo. Criada pelo finado Sueco Stieg Larsson, a mesma possui três longas feitos pelo país de origem, e uma refilmagem estadunidense do primeiro longa, "Os Homens Que Não Amavam As Mulheres", comandado por David Fincher, em 2011. Anos e anos se passaram e a Sony não havia conseguido realizar tal sequencia da saga nos Eua. Eis que devido a retomada da série literária, agora nas mãos do escritor David Lagercrantz, que lançou o quarto livro batizado de "A Garota na Teia da Aranha", o estúdio viu a oportunidade de dar um reboot para o universo "Millennium", começando com a adaptação do citado.

Sverrir Gudnason, Claire Foy, Lakeith Stanfield, and Cameron Britton in The Girl in the Spider's Web (2018)

No papel da hacker Lisbeth Salander, sai Rooney Mara (que foi indicada ao Oscar, pelo papel) e entra Claire Foy ("O Primeiro Homem"). Divergindo dos longas antecessores, esse procura focar na vida desta, ao invés de sua conturbada relação com o jornalista Mikael Blomkvist (Sverrir Gudnason). Voltando ao cenário habitual na Suécia, a trama tem inicio com Salander conhecida publicamente como uma justiceira das mulheres, que são vitimas de homens que as abusam sem perdão. Graças a suas enormes habilidades de hacker para fazer os trabalhos, ela é contratada por Frans Balder (Stephen Merchant), para conseguir recuperar um programa de computador, que ele havia feito para o governo dos Eua, onde daria acesso imediato a um imenso poder bélico. Eis que ao realizar a tarefa, ela percebe que o trabalho é muito mais pessoal do que ela imagina.

Sverrir Gudnason and Claire Foy in The Girl in the Spider's Web (2018)

O diretor Fede Alvarez não é nenhum David Fincher, porém ele possui sua marca no cinema do horror. Seja por conseguir criar arcos de extremo impacto, ou por saber trabalhar o suspense em cena. Aqui digamos que é o primeiro longa de ação em seu currículo, pois é exatamente como este longa é tratado, ao invés de um suspense como seus exemplares antecessores. Ele sabe guiar e muito bem as mencionadas, além de evitar usar o truque barato da câmera na mão nas cenas de luta. Você denota a preocupação que ele teve em sua abordagem.

No quesito das atuações, Foy se sai bem como a protagonista, porém não vou entrar em um comparativo, pois ela fez bem o estilo da Lisabeth que o roteiro propunha. Mas claramente ela não vai figurar dentre as indicadas ao Oscar, como sua antecessora.  Com o restante do elenco, digamos que Gudnason ta bem apagado nessa história, e sua participação sequer tinha um grande víeis, a não ser "esta lá, por estar". A vilã vivida por Sylvia Hoeks (que roubou a cena como a vilã de "Blade Runner 2049"), ta bem apagada, e não passa de mais uma personagem genérica na narrativa. Até o estreante no cinema, o jovem Christopher Convery (que faz o filho de Frans), consegue possuir uma performance mais plausível. 

"Millennium: A Garota Na Teia de Aranha" não resgata o estilo de seus antecessores, muito menos inova a ponto da saga entrar pra história do cinema. Em sua conclusão, fica apenas a sensação de que vimos um filme de ação e suspense comum, nada mais além disso. 

Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

sábado, 10 de novembro de 2018

O QUEBRA-NOZES E OS QUATRO REINOS

O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos : Poster

Eis que durante um hiato de longas da Marvel nesse final de ano, a Disney resolveu lançar mais uma de suas adaptações de contos, com "O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos".  Mas este não se trata de um conto de fadas pra ser exato, mas sim de uma apresentação de Ballet criada por Piotr Llitch Tchaikovsky, em meados de 1890. Desde então a apresentação tem sido um sucesso e sempre é representada em todo o mundo. Só que como ao adaptar um jogo de vídeo game, uma apresentação de Ballet claramente se torna algo bastante complexo. 

Keira Knightley and Mackenzie Foy in The Nutcracker and the Four Realms (2018)

O longa conta a história da adolescente Clara (Makenzie Foy), que vive reclusa no porão de sua casa, concentrada em suas mais variadas invenções para suprir a perda recente de sua mãe. Eis que quando ela e sua família vão celebrar a cerimonia de natal na casa de seu Padrinho (Morgan Freeman), ela descobre que o mesmo a lhe deu de presente um ovo misterioso, cuja a abertura necessita de uma chave. Eis que na busca por esta, ela acaba indo parar em um reino distante, onde ela descobre ser a sucessora de um reinado, deixado por sua finada mãe. 

Com toques de "Alice no País das Maravilhas", o longa dirigido pela dupla Lasse Hallström e Joe Johnston, começa em um patamar já conhecido das produções do gênero e até chega a agradar. Porém a dificuldade perante a tentar retratar a inclusão de vários personagens desnecessários e que acabam fazendo auxilio algum a narrativa, fica sendo o maior pecado do longa. Um mero exemplo é as participações de Eugenio Derbez e Richard E. Grant, que tão lá, por estar mesmo. O mesmo pode-se dizer das participações de Morgan Freeman e Helen Mirren, que apesar de serem personagens chave na narrativa, sequer são explorados de forma que necessitassem fortes nomes para assumirem seus papeis. A única que me chamou atenção foi Keira Knightley, pois ela possui um arco interessante no longa, e não vou abranger aqui pra não perder o pouco da graça que há.

Mackenzie Foy in The Nutcracker and the Four Realms (2018)

Já no tocante a protagonista, interpretada por Foy, ela se mostra um forte nome "desconhecido", pois ela aproveita os traços de sua personagem em "Interestelar" e constrói sua Clara com as mesmas personalidades (inteligente, batalhadora e curiosa), fazendo o público se interessar por ela nos primeiros minutos dela em cena. 

Com relação ao contexto geral, o longa possui um ótimo design de produção, um figurino e efeitos visuais bastante plausíveis (não exito em falar que possa figurar, e até levar um Oscar pelas categorias citadas). Mas uma cena em especial eu vejo como "chamando o espectador de desatento", pois não havia a menor necessidade de inserirem um espetáculo completo de Ballet, pra explicar algo que já sabíamos e indiretamente falar que "o longa foi baseado em tal apresentação". 

"O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos" é mais um mero longa "sessão da tarde" feito pela Disney, onde agradará muito mais as crianças e os adolescentes, por sua fantasia magistral e o espetáculo visual proposto pela dupla de diretores. Já para os adultos restará apenas os bostejos e o olhar para os relógios e ver quanto tempo falta para poder ir para a casa.

Obs: conferi a versão 3D, e apesar de haver alguns efeitos, a tecnologia pode causar um pouco de dor de cabeça neste longa. 

Nota: 5,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

JOHNNY ENGLISH 3.0

Johnny English 3.0 : Poster

Sumido das telonas desde 2011, quando lançou "O Retorno de Johnny English", Rowan Atkinson volta aos cinemas para fechar (aparentemente) sua primeira trilogia em "Johnny English 3.0". Conhecido por ser o interprete do Mr. Bean, ele também desenvolveu quase na mesma época essa sátira ao agente 007, onde através de pequenas esquetes encarnava o atrapalhado agente inglês Johnny English. O primeiro longa veio em 2003, e o segundo em 2011 e ambos fizeram um enorme sucesso pelo mundo. Só que essa terceira parte mostra que há vigor para Atkinson continuar encenando o personagem por mais anos.

Rowan Atkinson in Johnny English Strikes Again (2018)

A história tem inicio quando um ataque Hacker acaba revelando a identidade de todos os agentes do MI6, com exceção do próprio English e mais outros três. Então ele se ver obrigado a largar sua atual carreira como professor em Londres e assumir a tal missão, para descobrir o propósito desse ataque, antes que mais controversas aconteçam. Para isso, ele opta por deixar de lado quaisquer facilitações tecnológicas, ficando a merce de apenas equipamentos antigos (aos quais ele acredita que ainda funcionam perfeitamente).

Rowan Atkinson and Ben Miller in Johnny English Strikes Again (2018)

A direção de David Kerr procura seguir o mesmo padrão dos outros longas, com toques satíricos aos filmes mais recentes de espionagem, regadas sempre ao humor de Atkinson. Os mais atentos denotarão situações idênticas ao longa "007 Quantum of Solace" (estrelado justamente por Olga Kurylenko), como por exemplo uma perseguição de carros se passando no mesmo cenário que na abertura daquele. Mas não é só isso que o roteiro de William Davies (que também escreveu os dois antecessores) faz, como também recicla algumas piadas e subtramas que haviam sido mostradas no longa de 2003. Isso funciona aqui? Diria que graças ao carisma de Atkinson e Ben Miller (que vive seu parceiro, Bough), funciona e muito bem! Enquanto o primeiro decai sobre as melhores piadas e consegue sempre tirar gargalhadas do espectador, com seu estilo bastante semelhante ao finado, Leslie Nielsen (fazendo burradas, mas nunca perdendo a cara de sério), o segundo é o "cara que conserta as atrapalhadas e da andamento pra tudo". Outro acerto é o mistério envolto a personagem de Kurylenko, que rende um bom arco e ficamos boa parte do longa com um enorme "?" em relação a qual lado sua personagem está. 

Mas quando o quesito chega na abordagem do vilão, vivido por Jake Lacy, o roteiro começa a pecar muito. Com uma personalidade a lá Steve Jobs/Mark Zuckemberg, o arco seve para ser o ponta pé inicial para várias piadas englobando a evolução tecnológica, ao qual English acaba se negando a participar. Porém o desenvolvimento do de Lacy, além de ser fraco chega a ser confuso em determinados momentos, o transformando em mais um vilão genérico do gênero. Falando em tecnologias, as piadas de English envoltas a essa questões são as melhores do longa, pois o personagem se mostra completamente leigo e desconfiado de tudo, no tocante a tal.

"Johnny English 3.0" é um divertido retorno do Mr. Bean as telas de cinema, depois de um hiato de sete anos ausente. Que venham mais longas estrelados por um dos atores mais divertidos do cinema. RECOMENDO! 

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

domingo, 4 de novembro de 2018

BOHEMIAN RHAPSODY

Bohemian Rhapsody : Poster

É inevitável o sucesso que a banda inglesa Queen faz pelo mundo, desde meados dos anos 80. Suas músicas fazem parte da trilha sonora da maioria dos longas de sucesso, tocam repetidas vezes na radio e a cada dia conseguem atrair novos fãs. Mas tudo é mérito do fato de seus integrantes sempre estarem dispostos a inovar em cada música, seja através das letras ou dos acordes, que facilmente adentram a cabeça do ouvinte e nunca mais saem. Questões a parte, "Bohemian Rhapsody" é o primeiro longa a contar a trajetória da banda, desde o inicio de sua formação, até o famoso show no evento "Life Aid", em 13 de julho de 85, que lotou a arena de Wembley. 

Joseph Mazzello, Rami Malek, and Ben Hardy in Bohemian Rhapsody (2018)

O longa procura focar sua narrativa exatamente naquele que sempre foi o mais conhecido da banda, Freddie Mercury (Rami Malek), desde quando ele trabalhava como um simples carregador de malas em um aeroporto, e viu a chance de exercer uma carreira musical, quando esbarrou com uma pequena banda em um show independente numa universidade. Substituindo o vocalista da mesma, que havia pedido demissão, Freddie conseguiu junto aos membros da banda, levantar o nome da mesma e assim alcançar junto a eles o sucesso mundial. 

Rami Malek and Lucy Boynton in Bohemian Rhapsody (2018)

Eu diria que os fãs mais fanáticos pela banda facilmente conseguirão se adentrar na trama, e deixar se levar pelas músicas (pelas quais são as originais, e os atores somente as encenam). Principalmente pelo show da banda no "Live Aid" ter sido filmado por completo e ter sido inserido sem cortes no longa. Mas os que irão procurando algum longa inovador ou uma narrativa diferente das habituais biografias, vão se decepcionar. A começar que a trajetória da banda é apresentada seguindo exatamente o mesmo padrão da estrutura narrativa de qualquer longa metragem biográfico (era um ninguém, oportunidade surge, vangloria do sucesso, faz merda, se redime e viveu feliz), com direito a várias frases de efeito que tão sempre enaltecendo a banda (era impossível eles ficarem o tempo todo assim no inicio da trajetória, mesmo se tratando da banda "Queen"). Agora quando o assunto é abordar a sexualidade de Mercury, o longa ganha pontos favoráveis, pois em momento algum ele vem com discursos minimistas, pelo contrário, ele vem seguindo com seu legado de continuar exercendo o que ama, sem optar por se vitimizar.

No tocante as atuações, Malek consegue representar muito bem como eram os trajetos de Mercury, seja através de seus jeitos no palco ou na questão dele ser um verdadeiro politicamente incorreto em pessoa, ao desprezar a imprensa, sempre ser o mais detalhista da banda. Sua esposa vivida por Lucy Boynton consegue ter uma ótima química com este, e a todo momento ela não esconde que ele foi o grande amor da vida dele e vice versa. O grande "vilão" nessa história fica a cargo do empresário e namorado de Mercury, Paul Prenter (Allen Leech), que além de ser o grande álibi de ódio do espectador, o seu interprete consegue exercer bem a função. Quem também aparece brevemente no longa é Mike Myers (o eterno Austin Powers), como o empresário que recusou a banda Queen e por isso acaba sendo o caractere mais satirizado pelo roteiro.

Na parte de premiações, acho que Malek provavelmente figurará apenas como indicado a Ator Comédia/Musical no Globo de Ouro, e no Oscar provavelmente só leve na categoria de Maquiagem e Penteado (devido ao fato dos atores estarem muito semelhantes aos membros originais da banda), e talvez entre nas categorias de som, pois o playback não ficou notório.

"Bohemian Rhapsody" pode ser definida apenas como uma verdadeira carta de amor a banda "Queen" e mostra que mesmo anos se passando do falecimento de Mercury, a banda jamais morrerá devido a seu enorme legado deixado. RECOMENDO! 

Nota: 9,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

O DOUTRINADOR

O Doutrinador : Poster

Há certo tempo o cinema nacional tem sido um dos principais percussores da situação política atual para o mundo. O ponto crucial foi "Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro", que foi lançado um pouco antes das bombas sobre os presidenciáveis Lula, Dilma e afins, estourarem na mídia. O longa acabou se tornando a maior bilheteria do cinema nacional durante um bom tempo, e serviu para ser um dos pontapés iniciais para o povo começar a ver o que realmente importa no Brasil. Eis que dentre uma produção ou outra a qualidade e veracidade de José Padilha não havia conseguido ser batida ou referenciada da devida forma. Eis que chega agora aos cinemas a adaptação das histórias em quadrinhos de Luciano Cunha, "O Doutrinador", que é o primeiro "super-herói nacional" e chega ao mesmo patamar do citado, mas de outra forma.

O Doutrinador : Foto

A história mostra o policial Miguel (Kiko Pissolato), cuja filha acaba sendo vitima de bala perdida e vem a falecer devido a falta de atendimento decente no SUS. Eis que em meio a diversos protestos do povo contra vários escanda-los de corrupção, e principalmente ao governador Sandro Correa (Eduardo Moscovis), e a enorme sede de vingança daquele, ele acaba assumindo um traje de um verdadeiro justiceiro, que é batizado de "O Doutrinador", pelo qual tem como único víeis assassinar políticos corruptos. 

Resultado de imagem para o doutrinador filme

Graças a enorme crise que nós brasileiros vivemos, é quase inevitável não nos interessarmos pelo andamento da trama logo em seus primeiros cinco minutos de projeção. A direção de Gustavo Bonafé procura deixar tudo sempre bastante movimentado, onde temos Miguel sempre adentro de algum quadro crítico a nossa realidade (apesar da trama se passar em uma cidade fictícia), seja através das inocentações injustas dos corruptos, aos descasos realizados com o povo. No quesito as cenas de ação, elas realmente são muito bem realizadas e sequer parece que havia um orçamento reduzido na produção (o que infelizmente não se pode dizer no efeito de CGI na sequencia final), onde o recurso de slow motion é uma ótima arma ao retratar as sequencia de luta, aos quais a câmera sequer fica parada, mas sempre se movendo junto ao protagonista. Mas felizmente a todo o momento o longa não toma um lado partidário, ele retrata que o sistema é corrupto e apenas isso. 

Mas como nem tudo é as mil maravilhas, o principal problema decai em cima do trabalho de edição de Federico Brioni ("O Roubo da Taça"), que acaba deixando algumas soluções um tanto que "em branco", pois alguns arcos possuem soluções rápidas demais e personagens secundários simplesmente somem da narrativa, sem possuir uma justificativa (não sei se isso tudo será melhor detalhado na série que irá estrear ano que vem, ou não).

Nas atuações devo dizer que Kiko Pissolato é realmente um ator bastante competente em seu trabalho, pois todo o sentimento de amargura, tristeza e indignação é transposto o tempo todo em cena. Fora que ele se sai muito bem nas cenas em que veste o manto do "Doutrinador", e consegue lembrar e muito o personagem Frank Castle de "O Justiceiro". Já a hacker vivida por Tainá Medina faz um tipo de atuação na qual em um primeiro momento desconfiamos dela o tempo todo, e isso fortalece o interesse do público na personagem durante a projeção. 

"O Doutrinador" chegou na época certa aos cinemas e tem como principal propósito fazer repensarmos as questões aos quais realmente importam no quesito de politica nacional. Afinal de contas, de que adianta focar no M, N, O se o A, B, C, ainda não foi resolvido. RECOMENDO! 

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.