domingo, 29 de julho de 2018

VINGANÇA

Vingança : Poster

Ta ai um longa onde o marketing vende que enredo parece ser mais um desastre, mas que felizmente teve a ventura de cair em mãos certas e ter conseguido tirar sequencias de suspense em uma trama já conhecida e muito pelos amantes do gênero (devido a trilogia "Doce Vingança", cuja qualidade foi digredindo a cada volume).

Vingança : Foto Matilda Lutz

Ele tem inicio com a jovem Jen (Matilda Lutz) e seu amante Richard (Kevin Janssens) indo passar uns dias na casa deste no meio do deserto. Eis que dois amigos caçadores desse acabam chegando de surpresa no local, onde após um deles entrar em um incidente com aquela, Richard acaba lhe atirando de um penhasco. Por sorte ela acaba ficando viva e sai em busca de vingança contra o trio. Devo confessar que demora um pouco pro público se assemelhar com a protagonista, pois Lutz faz uma notória aparição no inicio as quais muitos vão se questionar se ela fez tudo por se merecer, mas dentro de alguns minutos depois do acidente, ela facilmente consegue induzir o espectador a ir do lado dela e acompanharmos sua jornada.

Vingança : Foto Kevin Janssens

Em seu primeiro longa a diretora e roteirista francesa Coralie Fargeat sabe como contar uma história já conhecida, em cima de uma tensão diferenciada. Ao invés de ela focar no gore gratuito nas sequencias, ela explora a tensão envolto a pequenos detalhes em suas sequencias, como por exemplo (sem spoilers), algum personagem está fazendo um curativo em um corte profundo e a câmera focaliza naquilo, causando uma sensação de tensão no espectador (tudo isso sempre acompanhado de sequencias de extrema violência). Isso sem mencionar que a fotografia de Robrecht Heyvaert procura deixar tudo com uma tonalidade bronzeada, transpondo assim o clima desértico que os personagens estão. 

"Vingança" é um filme complicado devido a seu excessivo teor gore, mas que funciona tendo em prol o que a diretora queria ter promovido em seus arcos de suspense.

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sábado, 28 de julho de 2018

EXTINÇÃO

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De uns tempos pra cá a Netflix vem lançado filmes novos em seu catalogo basicamente todos os dias, pois segundo o próprio proprietário da plataforma "a mesma esta investindo em conteúdo original, para se estabelecer no mercado e oferecer um melhor conteúdo para seus usuários". Porém isso não significa que o estúdio tenha sempre produtos de ótima qualidade, mas sim de um tanto que do regular pro ruim. O que não é o caso de "Extinção", pelo qual provavelmente será mais um que passará em branco no serviço por se tratar de um longa que se enquadra nos quesitos de bons do seu catalogo original.

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O enredo é centrado no pacato cidadão Peter (Michael Peña), que já abre o longa em uma narração em off reclamando sobre a rotina pacata e constante na qual todos os seres humanos vivem no nosso planeta, onde basicamente todos acordamos, trabalhamos, comemos e vivemos para nossas família, que em seu caso é composta por sua esposa Alice (Lizzy Caplan) e suas duas filhas pequenas. Mas a rotina é derrubada quando em determinada época ele começa a ter ilusões sobre uma invasão alienígena devastadora no planeta, onde colocará em risco a vida de todos a seu redor. 

A direção de Ben Young explora os fatores necessários aos quais conseguem segurar o espectador adentro da ação: explosões, tiros e suspenses envolto aos breves encontros da família com os alienígenas. Mas o roteiro de Eric Heisserer ("A Chegada") tenta extrapolar um pouco mais além, tentando criar um universo em torno dos arcos que acontecem no longa, só que a "praticidade" em torno da narrativa acaba sendo um tanto prejudicial, no que poderia ter sido um roteiro "inovador". 

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Primeiro destacando as personagens que vivem as filhas do casal protagonista, que nada fazem a não ser burrices pra deixar estes mais encrencados e o espectador mais indignado com tamanhas resoluções. Segundo é a tamanha facilidade nas quais eles tem pros arcos "dramáticos", que envolvem a morte de alguns personagens, pois são rápidas, simples e "numa tacada". Terceiro se da mais para a fotografia de Pedro Luque ("O Homem das Trevas"), que opta por deixar as sequencias envoltas a invasão em uma escuridão tão enorme, que custa pro espectador ver o que realmente ta se passando (enrendo a perspectiva de suspense pensada por ele, mas em um longa do gênero isso não funciona se não for bem trabalhado no prefácio). Quarto e não mais do que óbvio, são as diversas frases de efeitos apresentadas pelos personagens, no decorrer de determinadas situações fatídicas (mas vou me abster de exemplifica-las aqui). Por ventura o longa apresentou um dos melhores ploat-twists que eu vi neste ano, e acabou ganhando mais pontos, pois de certa forma, ele teve uma narrativa compatível com isso. 

"Extinção" não é um filme cabeça, muito menos algo que se vende como inovador, mas sim como um mero entretenimento escapista para quem está procurando algo de bom pra ser visto na plataforma da Netflix, que ultimamente vem deixando a desejar em seu catalogo. 

Nota: 6,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

POLITICAMENTE INCORRETO

Politicamente Incorreto (2014)

Não é de hoje que quem me conhece sabe que um dos poucos programas que acompanho na televisão aberta é o "The Noite com Danilo Gentili". Porém muitos não curtem seu humor negro e politicamente incorreto, aos quais já se tornou alvo de diversas polemicas e contradições com a galera do "mimimi". Como comédia é algo se presa mais ao gosto pessoal, digamos que deveras é um dos poucos humoristas aos quais me agrada na televisão brasileira atual. Em uma recente pesquisa e breves menções do mesmo, procurei para assistir sua série de comédia "Politicamente Incorreto", pelo qual foi sua primeira parceria com o diretor Fabricío Bittar ("Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola").

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Aqui Gentili vive o politico Atílio Pereira, que é uma espécie de Jair Bolsonaro em uma Brasília fictícia (digo isso, pois não há menção sequer há algum politico existente, a não ser referencias indiretas), pois ele acaba sempre se envolvendo em polemicas com a mídia com discursos considerados machistas, de ódio e homofóbicos. Mas depois de crescer no indicie de adoração do povo brasileiro, por se mostrar um dos poucos políticos honestos, o Presidente do seu partido (José Dumont) o PDU, tem a convicção de que ele conseguirá ser o próximo Presidente da República. 

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O roteiro de autoria do próprio Gentili procura brincar exatamente com as questões que cercam os candidatos a república, que muita das vezes acabam manipulando resultados e indo a contradição com o próprio bem da nação. Mas claro, o principal foco da brincadeira se decai pelo fato de que muitos deles fazerem absolutamente nada com os dinheiros dos impostos públicos e investem apenas em luxurias próprias. Mas a narrativa escolhida por Bittar nos episódios, assim como proposta no script, lembra e muito, um pouco do melhor que séries de sucesso como "Parks and Recreations" e "The Office" ofereciam em seus episódios (o cara que era sempre zuado pelo escritório ou o casal platônico que nunca consegue se envolver por causa de distrações de um deles). Mas o excesso de repetições de algumas piadas, diante a curta temporada acabam tirando um pouco do vigor que havia sido criado anteriormente. Quanto ao elenco nessa salada mista, devo confessar que as vezes o próprio Danilo se mostra exausto em alguns arcos, o que acaba também sendo prejudicial diante alguns takes. 

Com oito episódios de em torno de 40 minutos cada, "Politicamente Incorreto" é uma ótima pedida pra aqueles que gostam de piadas envolvendo a politica nacional e admiram as obras do comediante Danilo Gentili. RECOMENDO!

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

quarta-feira, 25 de julho de 2018

SAMANTHA! - 1ª TEMPORADA

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Eu não imaginava, nem pensava em abordar essa série aqui, mas ao conferi-la e absorver os conteúdos que a mesma abrange mudei de ideia. Em uma geração onde constantemente sucessos dos anos 80 e 90 tentam "re-emplacar" o sucesso nas telinhas ("Fuller House" e "Will and Grace") e nas telonas ("Exterminador do Futuro" e "Helloween"), o roteirista Filipe Valerim Serra, resolveu criar para Netflix uma personagem que reflete basicamente isso, chamada Samantha (vivida por Emanuelle Araújo, que já viveu a ícone Gretchen em "Bingo - O Rei das Manhãs").

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A personagem remete um pouco a algumas personalidades recentes da televisão nacional, junto a uma mescla de programas clássicos dos anos mencionados no primeiro paragrafo. Sua história é focada nos dias atuais, onde depois de ter sido a criança mais famosa do Brasil há mais de 30 anos, hoje ela amargura o ostracismo e tenta tentar voltar ao holofotes e ao sucesso, em meio a uma sociedade envolta aos diversos meios de comunicação e com uma linha de pensamento completamente diferente do passado. Com dois filhos pequenos, e um ex-marido recém saído da prisão (Douglas Silva), ela tenta conciliar essas duas questões enquanto topa tudo para voltar ao seu sucesso no passado. 

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Um dos pontos favoráveis é o carisma de Araújo, que vive uma verdadeira antagonista, pois sabemos em muita das vezes que ela está errada, mas mesmo assim não deixamos de continuar torcendo para ela. Apesar de ter sido vendida como uma comédia, eu analisei a série na verdade como uma enorme crítica sobre os atuais valores da cultura pop, onde cada capitulo soube detalhar (mas não de forma exagerada) o que a sociedade vem valorizando. Vou pegar como exemplo dois momentos (não são spoilers), aos quais Samantha se vê envolta em um programa que vende a humilhação dos participantes como fator positivo aos índices de audiência, e em outro com uma blogueira que vive para publicar tudo nas redes sociais. Tudo isso é apresentado de uma maneira satírica, aos quais nosso bom senso sabe que tem um pouco de verdade ali, o mesmo se reflete nas próprias personalidades dos filhos desta (Sabrina Nonata e Cauã Gonçalves) que representam a atual "geração Iphone". 

Com sete episódios com em torno de 30 minutos cada, "Samantha!" consegue se tornar mais uma série brasileira no serviço streaming Netflix, que provavelmente irá ter um caminho duradouro no mesmo. RECOMENDO!

Nota: 8,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet 

sábado, 21 de julho de 2018

ARRANHA CÉU - CORAGEM SEM LIMITES

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Já havia deixado claro aqui que não havia gostado do último lançamento de Dwayne Johnson nos cinemas, "Rampage - Destruição Total". Mas nos últimos meses a massiva divulgação de "Arranha Céu - Coragem Sem Limites" só comprovou uma coisa que já era evidente: se ele tivesse alcançado a fama em meados dos anos 80 e 90, com certeza estaria junto ao time de veteranos de Sylvester Stallone e Chuck Norris há mais tempo. 

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Aqui ele vive o bombeiro Will Sawyer, que depois de falhar em uma missão acaba perdendo uma das pernas, mas conhece sua atual esposa (Neve Campbell). Alguns anos se passam, e ele é escalado para trabalhar em Hong Kong, como segurança nas dependências do maior e mais moderno prédio do mundo, onde passava a viver com aquela e seus filhos. Prestes a ser inaugurado oficialmente, o mesmo é invadido por uma série de terroristas, que começam a atear fogo no local. É então que Will tem de salvar sua família do alarmante incêndio.

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A primeira regra pra se assistir a este filme, é simplesmente deixar a mente e seu bom senso na bilheteria, pois este último é algo que você dificilmente vai encontrar nesse filme. Primeiro que em "filme do The Rock" os mais cinéfilos já sabem que ele faz "o cara que todos gostam e que sempre usufrui de suas condições físicas", para realizar proezas impossíveis. O roteiro e direção de Rawson Marshall Thurber (que já trabalhou com Johnson em "Um Espião e Meio"), deixa claro que o foco acaba sendo esse, mas o diferencial é que ele acaba explorando mais o lado humano do personagem de Johnson justamente nas cenas de ação, para assim conseguir fazer o público comprar a ideia e embarcar no que está rolando (e as mesmas são realmente muito bem realizadas, e impactantes dentro do possível). Para estabelecer um parâmetro da situação, a trama é intercalada com três arcos, onde os outros dois envolvem a personagem de Campbell com os filhos e do grupo de terroristas. Enquanto aquela consegue pegar uma sintonia complacente com a do personagem de Johnson, é notório que o roteiro não abre mais caminhos pra ela ter momentos mais marcantes ou significativos a não ser os propostos. Quanto aos outros, digamos que são apenas genéricos e sabemos que uma hora virarão saco de pancadas do The Rock.

"Arranha Céu - Coragem Sem Limites" é uma grata surpresa nessas férias de inverno, onde mesmo sendo bastante previsível e batido em alguns aspectos, consegue divertir quem procura duas horas de distração e nada muito aquém e intelectual. 

Nota: 7,5/10,0
Imagem: Reprodução da Internet

sexta-feira, 20 de julho de 2018

O FILME DA MINHA VIDA

Vincent Cassel, Selton Mello, Johnny Massaro, Bia Arantes, and Bruna Linzmeyer in O Filme da Minha Vida (2017)

O escritor chileno Antonio Skármeta é responsável por obras clássicas da literatura que foram aptadas para o cinema, como "O Carteiro e o Poeta" e o mais recente longa do diretor, ator, roteirista e produtor Selton Mello, "O Filme da Minha Vida". Confesso que exitei em conferir esta obra nos cinemas em um primeiro momento, por questões de falta de tempo hábil. Eis que finalmente em um intervalo tive a possibilidade de assisti-lo, e devo confessar que aquele realmente se demonstrou um ótimo diretor brasileiro.

O Filme da Minha Vida (2017)

A história acompanha o jovem Tony (Johnny Massaro), que de repente é abalado pela inesperada partida de seu Pai (Vicent Cassell) para sua terra natal na França. Eis que anos se passaram aquele continua confiante que este voltará para casa. Dando aulas de Frances em uma escola e nutrindo uma paixão por Luna (Bruna Linzmeyer), ele nunca deixou de expressar sua paixão pela sétima arte: o cinema.

O Filme da Minha Vida (2017)

A direção de Mello ganha pontos favoráveis logo nos primeiros minutos, pois ele exita em ficar explicando constantemente através de diálogos o que está acontecendo em cena. Tudo é visto regado as sequencias e enquadramentos realizados pelo próprio diretor. A fotografia com uma pastilha bronzeada remete a época dos anos 30, aos quais o longa se passa, e que nos transpõe uma sensação melhor de imersão. 

Agora partindo para as atuações, devo confessar que o protagonista vivido por Massaro realmente é o verdadeiro nome de peso. Sem muito diálogos em momentos chaves, as expressões do ator vendem o que realmente o personagem está sentindo, sem necessitar apelar para momentos novelescos (que vem ocorrendo e muito no gênero). O mesmo se deve dizer de Cassel, que consegue (mesmo que um pouco arranhado) falar um português, que lhe arranca mais uma ótima atuação em sua filmografia. Infelizmente não se pode dizer o mesmo de Mello e Linzmeyer, pois ambos possuem papeis chaves que são poucos explorados e executados em cena. Quanto ao alivio cômico vivido por João Prates, as vezes surge meio fora de contexto e acaba prejudicando um pouco o andamento da narrativa devido ao excesso de repetição da mesma piada. 

"O Filme da Minha Vida" é uma prova de que o cinema nacional finalmente está alcançando seu ápice, seja através dos roteiros ou da cinematografia executada pelos seus diretores. RECOMENDO!

Nota: 8,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

SICÁRIO: DIA DO SOLDADO

Josh Brolin and Benicio Del Toro in Sicario: Day of the Soldado (2018)

"Sicario - Terra de Ninguém" não se tornou o melhor filme de 2015, mas chamou a atenção pela temática envolvendo imigrantes ilegais em meio a uma era pré-Trump. As atuações de Josh Brolin e Benicio Del Toro no longa conseguiram ser uma das melhores coisas, roubando até a cena da protagonista vivida por Emily Blunt. Em seu desfecho, o enredo acabou deixando um universo que poderia ser explorado sobre aqueles personagens e é exatamente ai que "Sicario - Dia do Soldado" finca.

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Já deixarei claro que não é necessário assistir ao primeiro pra compreender esse, pois o enredo não tem nenhuma ligação com o seu antecessor a não ser os personagens na foto acima e o universo. Aqui o personagem de Brolin, o militar Matt é contratado pelo governo dos Eua pra investigar os responsáveis por uma série de atentados de homens bomba. Para isso ele chama o velho amigo Alejandro (Del Toro), e ambos tem a ideia de fincar uma verdadeira guerra dentre o governo e os chefes do trafico, através do sequestro da filha (Isabela Moner) de um poderoso chefe deste.

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Enquanto no primeiro longa tudo era visto pela perspectiva da protagonista vivida por Emily Blunt, pelos quais os protagonistas desse eram meio que visto como "antagonistas", em momento algum nos simpatizávamos com eles. Como esses são os focos da vez, vemos o lado mais humano de ambos nos fazendo destorcer por completo aquela imagem que criamos deles no primeiro longa. A atuação de Brolin e Del Toro são de fato o peso do longa, aos quais enquanto o primeiro não conseguirá sair tão cedo das figuras de Thanos/Cable, o segundo tem um arco que remete e muito ao clássico "O Profissional" junto a Moner.

Só que isso não é o que se pode dizer um fator favorável ao longa, pois ele exitou e muito a demonstrar aquela crítica acida ao tratamento da policia da fronteira com imigrantes, e aqui é basicamente essa é inexistente. Tudo acabou se transformando em um "filme de ação comum". Mas existem diversas cenas as quais conseguem prender a atenção do espectador (destaque para uma que se passa em uma estrada de areia), mas que infelizmente o diretor Stefano Sollima não tem uma genialidade como a de Denis Villeneuve (que rendeu três indicações ao Oscar pra sua equipe, naquele) pra guiar uma cena de ação complexa em um único take. Porém dentro do contexto aquele ainda conseguiu tirar algo satisfatório dentro do possível, pois o roteiro de Taylor Sheridan (responsável pelo primeiro) não deu portas para explorar tais momentos. 

"Sicário: Dia do Soldado" não é tão impactante quanto o primeiro, mas sim um divertido e violento filme de ação estrelado por dois dos melhores atores em atividade hoje nos cinemas. 

Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sábado, 7 de julho de 2018

UNSANE

Claire Foy in Unsane (2018)

Steven Soderbergh é um diretor que dispensa comentários, quando se trata de tramas divertidas com um enorme elenco de renome. Divergindo desses dois parâmetros, ele resolveu inovar em seu novo filme "Unsane". Além de se tratar de seu primeiro filme de horror na carreira com apenas duas atrizes conhecidas em seu elenco (Claire Foy e Juno Temple), ele foi inteiramente filmado com um Iphone 7, com resolução 4K (SIM! ELE FILMOU O FILME COM UM CELULAR!). Mas isso não é sinal de qualidade ao longa, pois apesar de ter sido bem filmado, existem diversos problemas em suas estrutura narrativa.

Claire Foy, Polly McKie, and Zach Cherry in Unsane (2018)

A história mostra a empresária Sawyer Valentini (Foy), que vive em condições onde não sabemos exatamente o que se passa com ela, a não ser que ela possui constantes ilusões com um misterioso homem. Eis que ao assinar um plano em uma seguradora, ela acaba sendo internada involuntariamente em uma clinica psiquiátrica, justamente onde aquele trabalha.

O principal erro no enredo estabelecido pela dupla James Greer e Jonathan Bernstein ("Sorte no Amor"), é o excesso de erros e furos notórios mediante as situações apresentadas, as quais tentam seguir o padrão dos filmes de assassinos, só que a "burrice" acaba sendo frustrante (não é spoiler, mas vou dar o exemplo: um personagem é morto é um lugar x, com várias pessoas ao redor. Ninguém da a minima ou se toca que aquele ta morto). Por ventura, Foy é uma excelente atriz e consegue transpor o desespero e sensação claustrofóbica que a personagem sente dentro da clinica a todo momento (algo que Soderbergh soube transpor também) e o medo de se encontrar com seu Stalker, e se aquilo é realmente real. Esse é interpretado por Joshua Leonard, que transpõe mais que o caractere é um "louco cabaço", do que uma figura realmente assustadora.

Claire Foy in Unsane (2018)

"Unsane" é mais um longa de horror genérico, que literalmente se segurou e se vende apenas como o "O filme filmado com um Iphone" e nada mais aquém. Acho que se tivesse um roteiro mais bem trabalhado, sem duvidas teria realmente funcionado como "A Bruxa de Blair" em 2000.

Nota: 5,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sexta-feira, 6 de julho de 2018

HOMEM-FORMIGA E A VESPA

Michael Douglas, Michelle Pfeiffer, Laurence Fishburne, Walton Goggins, Michael Peña, Paul Rudd, Evangeline Lilly, and Hannah John-Kamen in Ant-Man and the Wasp (2018)

Não exito em falar que apesar de adorar o personagem Homem-Formiga, sua primeira empreitada nos cinema, que foi na verdade, um "passe do manto" de Hank Pym (Michael Douglas) para Scott Lang (Paul Rudd), onde apesar de ter sido satisfatório em sua narrativa, teve uma recepção morna, que remeteu e muito a entrada do Thor no Universo Marvel (um herói que veio apagado, e aos poucos foi mostrando sua marca). Já sua segunda foi bem breve, pois ocorreu no meio da confusão de "Capitão América: Guerra Civil". Nessa sua terceira o furor foi um tanto que mais alto pelo notório motivo em que o enredo acabaria englobando uma possível solução para o desfecho de "Vingadores: Guerra Infinita". 


A trama tem inicio com Scott vivendo em prisão domiciliar, após o ocorrido com Os Vingadores no Aeroporto da Alemanha, onde ele rompeu o Tratado de Sokovia. Eis que de repente ele tem uma visão repentina envolvendo o que aparenta ser a Jane Pym (Michele Pyffer). Mesmo estando brigado com Hank e Hope (Evangeline Lilly) que agora assumiu o manto da Vespa, Scott reencontra a dupla , e os avisa do ocorrido, o que os faz se unirem novamente, mas para tentar montar o equipamento de viagem quântica e tentar resgatar Jane. A media ao qual vão avançando no seu desenvolvimentismo, eles ainda tem de enfrentar a misteriosa Ava (Hannah John-Kamen), um grupo de mafiosos e a cola do FBI que não permitem as práticas deles de maneira alguma, muito menos que Scott saia de casa. 

Hannah John-Kamen in Ant-Man and the Wasp (2018)

Não entrando em um comparação constante ao longa antecessor, digo que este acerta em diversos tópicos sem deixar de apelar pro diferencial. Dentre eles contrariando de muitos outros filmes de heróise, não há um vilão pra ser exato, mas sim personagens que estão lutando de forma clara, por si próprios e os motivos realmente são convincentes e faz o público torcer mais pela cooperação dentre os personagens do que pela vitória da dupla central. Esses são vividos mais uma vez por maestria por Rudd e Lilly, que mesmo possuindo ótima química, demonstram um divertido timing cômico e postura diante das cenas de ação (estando juntos ou independentes). Mais uma vez Michael Douglas é a verdadeira "segurança" sobre tudo o que está acontecendo durante o filme, apesar de demonstrar uma persona mais ranzinza aqui, enquanto Pfeiffer aparece bem pouco, mesmo se tratando de ser a "motivação" da narrativa ela ta bem dentro do que lhe é proposto.  Mas quem acaba tendo a função de roubar a cena, é mais uma vez o Michael Peña, que tem a melhor e mais engraçada sequencia do longa. Quando este não está em cena a função de vez em quando fica a cargo do personagem do Randall Park, que tem algumas boas piadas quando contracena com Rudd.

Quanto a direção de Peyton Reed ("Sim Senhor"), vemos que ele conseguiu se sentir mais a vontade do que em relação ao primeiro, pois ele constantemente brinca isso e sempre procura deixar tudo sem se levar muito a sério, seja nas sequencias de ação (que estão bem mais elaboradas, valendo inclusive o ingresso 3D) e de suspense. Por ventura, ele fez certo de não ficar colocando piadinhas em meio de momentos dramáticos, pois era um enorme erro que a Marvel vinha cometendo em seus últimos filmes.

"Homem-Formiga e a Vespa" é mais um ótimo exemplar de que a Marvel cada vez mais vem procurado inovar em seus longas, nos entregando resultados finais que surpreendem pelo seu nível de diversão e importância dentro de seu universo. RECOMENDO!

Obs: Há duas cenas pós créditos, onde a primeira é importante e a segunda é meramente dispensável. 

Nota: 9,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

segunda-feira, 2 de julho de 2018

NADA A PERDER


Depois de tamanha polemica envolvendo a exibição deste longa nos cinemas, ao qual irei me abster de mencionar aqui, pois todos já estamos cientes da ausência de espectadores, mesmo com todos os ingressos vendidos para todas as sessões em que exibiam o longa "Nada A Perder". Devido a isso, ao saber que dentre alguns messes posteriores a sua estreia, este seria disponível no catalogo da Netflix, optei por esperar para conferir em casa. Eis que chegou o grande dia e devo assumir que a todo momento meu único pensamento era "estamos diante da maior perola do cinema nacional em anos!".


Baseado nos livros de Douglas Tavolaro, o longa tem inicio com a trajetória do bispo e empresário Edir Macedo (Petrônio Gontijo), que era de origem bastante pobre e sempre possuiu um lado apegado a religião. Eis que aos poucos ele vem recebendo "sinais de Deus", que ele deve abranger sua própria palavra de Deus e já adulto ele funda a Igreja Universal do Reino de Deus. Eis que ao passar alguns anos ele resolve se expandir ainda mais, comprando a Rede Record de Televisão.

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A direção de Alexandre Avancini (da novela "Os Dez Mandamentos") parece um notório trabalho amador, pois além de literalmente copiar diversos filmes estadunidenses como "Extraordinário" e "Missão Impossível" (SIM! ACHARAM CABIMENTO PRA ISSO!) a todo momento ele vê a necessidade de colocar alguma trilha sonora enaltecedora e fazer um maldito jogo de câmera em quaisquer situações vividas por Macedo, como uma forma de enaltecer as decisões do protagonista. Este vivido por Gontijo em uma atuação que beira a canastrice máxima (os mais cinéfilos, lembrarão e muito do grandioso Tommy Wiseau em "The Room"), pela qual parece que ele está literalmente lendo uma placa atrás da câmera com os diálogos, pois ele não possui expressão em sua atuação, muito menos desenvolve alguma forma de criar empatia com Macedo. Falando naqueles, eis que vamos ao roteiro (meme da mão na cara) que passou pelas mãos da dupla Emílio Boechat e Stephen P. Lindsey ("Sempre ao Seu Lado"), pelos quais escrevem os diálogos mais supérfluos as quais não só tentam enaltecer o tempo todo que tudo é "Uma Obra de Deus" (ta certo que o longa tem uma abordagem religiosa, mas não precisa ficar repetindo isso o tempo todo), como que sempre o protagonista está certo e nunca errado (mesmo quando se trata da vida com sua esposa). Fora que determinadas situações parecem se resolver de uma forma fácil demais, dentro de um contexto aos quais demorariam séculos e necessitariam de arcos mais amplos (vide o encontro com Silvio Santos, para a compra da Rede Record).

"Nada a Perder" é realmente uma bomba que o cinema nacional não possuía há anos, aos quais vemos que mesmo se tratando da "maior bilheteria da história" do nosso cinema, não significa que sua qualidade bate o nível do grandioso "Tropa de Elite 2".

Nota: 0,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet