sábado, 29 de setembro de 2018

UM PEQUENO FAVOR

Um Pequeno Favor : Poster

Há exatamente quatro anos, David Fincher lançou "Garota Exemplar", seu último longa até então. O clima de mistério e suspense envolto ao casal protagonista, junto a uma enorme crítica as reações da mídia perante o caso, foram o ápice crucial para o sucesso da produção, que rendeu uma indicação ao Oscar para a Atriz Rosamund Pike. Até então nenhum outra produção conseguiu alcançar o mesmo patamar de mistério, a não ser este "Um Pequeno Favor", cujo diretor Paul Feig ("Caça-Fantasmas") sequer possui uma familiaridade com longas do gênero, mas sim com comédias que englobam o universo feminino. 

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Baseado no livro de Darcey Bell, "Um Pequeno Favor" narra a história de Stephanie Smothers (Anna Kendrick) uma mãe solteira, que acaba fazendo amizade com Emily Nelson (Blake Lively), mãe de um amigo de seu filho. Admirada com tamanha luxuria que esta leva a vida, ela não consegue compreender a personalidade misteriosa que Emily consegue possuir. Eis que um dia após Stephanie ir buscar os seus filhos  na escola, esta acaba desaparecendo de forma misteriosa. Ela então começa uma investigação por conta própria pra descobrir o que aconteceu. 

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Feig demonstra que possui um exímio talento no fator "construir um arco de suspense". A começar que pra haver uma boa narrativa do gênero, o mistério e os ploat-twits tem de ser bem trabalhados pela mente do espectador, e é exatamente o que acontece. A todo momento ele tenta nos induzir para uma linha de pensamento, e em datado momento somos jogados de surpresa a uma bem bolada reviravolta. Porém ele só errou grotescamente nos últimos 20 minutos, pelos quais ele deixou se levar pelos talentos dos atores e esqueceu de executar aquela coesão que estava havendo durante boa parte do longa. 

No quesito de atuações, digamos que Kendrick é a grande estrela do filme. A personagem já combina com a atriz, devido a persona trapalhona e quando ela divide a cena com Lively, parece que as duas realmente são amigas. Essa, por outro lado, expõe todo aquele sarcasmo que seu marido Ryan Reynolds possui, ao constituir a personagem. Diferente de muitos longas do gênero, os atores que interpretam as crianças, conseguem exercer bem as atuações e possuir até boas tiradas em algumas sequencias.

Em quesito geral, "Um Pequeno Favor" apela para comédia durante boa parte do primeiro ato (para fazer com que o espectador se assemelhe com as protagonistas), e quando pula pro segundo o suspense já conquista o espectador e lhe faz embarcar na trama de vez. Pros amantes do gênero, eu RECOMENDO!

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

VERDADE OU DESAFIO

Verdade ou Desafio : Poster

Em meio a tantos longas de horror sucessivos, eis que vez ou outra surgem algumas bombas, como  "Slander Man" e este "Verdade ou Desafio". Vindo das mãos do produtor Jason Blum dos excelentes "Corra!" e "A Morte Te Dá Parabéns", digamos que é uma ofensa comparar esses trabalhos com este mais recente que vos falo. Pra se ter uma noção o trabalho dos roteiristas Jeff Wadlow (que também assina a produção e direção), Jillian Jacobs, Christopher Roach e Michael Reisz é tão pífio, que eles reciclam todos os clichês e idealizações que deram certo antes no cinema de horror para tentar tirar algum susto do espectador, ao invés dos óbvios risos.

Tyler Posey, Lucy Hale, Sophia Ali, Aurora Perrineau, Hayden Szeto, and Violett Beane in Truth or Dare (2018)

A começar que a trama procura mostrar logo nos primeiros 10 minutos um grupo de adolescentes indo para o México para farrear, e com o propósito falho de nos caracterizarmos com estes (sem sucesso, obviamente). No local eles são atraídos por um cara que conheceram lá, para brincarem do jogo "Verdade ou Desafio", em uma cabana no meio do nada. Por desvaneio os integrantes do grupo acabam obtendo uma maldição daquele, onde eles são chamados para jogar o citado em seu dia a dia, de forma repentina, no qual a medida que eles se recusam a participar ou o perdem, a morte deles se torna eminente.

Morgan Lindholm in Truth or Dare (2018)

Dentro dos quase 100 minutos de projeção a trama nos leva as mais banais situações do gênero, que vão de um uma "mãe de santo pra quebrar a maldição" até as mortes mais bizarras e previsíveis que a franquia "Premonição" (onde mesmo assim o foco do filme não acaba sendo exatamente mostra-las). Mas o principal erro do roteiro decai em cima da protagonista vivida por Lucy Hale, pois além da atriz não possuir um carisma suficiente, ela sequer a faz uma protagonista digna do público se simpatizar para que ela sobreviva durante o longa. O mesmo se pode dizer dos outros seus colegas em cena, pois nenhum deles é interessante ou digno de atenção do público (algo que é valido para longas como "Jogos Mortais", mas não aqui).

"Verdade ou Desafio" é um mero filme de horror extremamente mal feito, esquecível e entrará fácil na minha lista dos piores que vi neste ano.

Nota: 2,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

BUSCANDO...

Buscando... : Poster

É praticamente uma rotina do ser humano, investir 60% do seu dia na frente de algum equipamento eletrônico, seja ele um computador ou até mesmo em um celular. Cerca de 40% deste, nós gastamos vendo piadinhas e outros afins que recebemos de amigos ou por intermédio de terceiros. Mas ninguém nunca parou pra pensar o que o cineasta Aneesh Chaganty pensou: que seria uma ótima ideia desenvolver um longa de suspense, com uma narrativa através dos aplicativos que movem a utilização desses. Mas antes que falem algo, parabenizo a Sony Pictures por ter tido cuidado em traduzir todas as páginas mostradas para o português, o que fez a técnica funcionar ainda mais e poupar a encheção de legendas na tela. 

John Cho in Searching (2018)

Com uma história bem simples, "Buscando..." mostra o desespero de um Pai (Jon Cho), tentando descobrir o que aconteceu com a sua filha (Michelle La), que sumiu de forma repentina. Para isso, acompanhamos sua busca através de vários sites, que vão do Facebook, Facetime e outros afins, onde os mesmos vão narrando, de forma indireta, o que está acontecendo no filme. Em muitos momentos vemos apenas o que o protagonista está escrevendo, e somente isso já vende o seu sentimento e sua degradação a medida que as investigações avançam. E isso faz o público comprar a ideia logo nos primeiros minutos (aos quais vemos indiretamente a evolução do sistema operacional Windows, e outros aplicativos do mesmo, a medida em que a história deles vai desenrolando), através de uma maneira bastante original.  

Buscando... : Foto Debra Messing, John Cho

Chaganty acertou em cheio em fazer uma sucinta crítica a tamanha hipocrisia que vem acontecendo nos sites de relacionamento. É uma sequencia bem breve que foca apenas nisso, mas que todos nós vamos parar pra analisar e sentir que a facada cada vez é mais adentro no ser humano. Mas claro, como não é exatamente o tempo todo em que o protagonista fica à frente do computador (isso não é spoiler, mas sim o óbvio), o enredo é intercalado com noticiários e videos no Youtube, para deixar o espectador mais adentro na perspectiva proposta e mesmo assim continua funcionando. 

Outro fator importante, é com relação as atuações. Não parece que nenhum dos atores estão realmente atuando, mas sim vivendo os personagens, devido a enorme naturalidade imposta por eles. E isso ajuda e muito principalmente com relação aos decorrentes ploat-twists que são apresentados, pois não conseguimos deduzir exatamente o que vai acontecer a seguir, graças a este quesito.

Confesso que não esperava absolutamente nada quando adentrei no cinema para conferir "Buscando...", mas quando sai só tive certeza que depois dele, muitos outros longas irão se aproveitar do estilo de diversas maneiras (apesar de "Amizade Desfeita" ter feito antes, e não ter funcionado) e que sem dúvidas ele adentrou fácil na lista dos melhores que vi nesta década e no ano!

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

domingo, 23 de setembro de 2018

22 MILHAS

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Virou quase que uma tradição anual, ver o nome do diretor Peter Berg, envolvido com o ator e produtor Mark Walhberg em algum longa de ação. "O Grande Herói", "Horizonte Profundo" (que rendeu algumas indicações ao Oscar, nas categorias técnicas) e "O Dia do Atentado", são só alguns exemplos da eximia qualidade em que tiveram com a questão de abordar histórias verídicas, com toques de suspense e ação. Mas o mesmo infelizmente não se pode dizer de "22 Milhas", que pega uma premissa padrão de "Filme de Domingo Maior" e que chega a lugar nenhum. 

Lauren Cohan and Ronda Rousey in Mile 22 (2018)

Aqui Walhberg vive o agente Silva, que é conhecido por seus métodos extremamente brutos e ignorantes com seus colegas na agencia da CIA, no setor de espionagem Overwatch. Até que um dia ele é encarregado de comandar a transação de um informante, que veio da Indonésia (Iko Uwais), até um aeroporto, que fica a 22 milhas da agencia onde eles estão. 

Mark Wahlberg in Mile 22 (2018)

A principio só pela breve sinopse, já da pra denotar que não ha de se esperar uma grande produção cabeça ou algum momento bastante revolucionário, vindo de técnicas de direção ou do próprio roteiro. Quem já conhece os trabalhos de Berg e Walhberg, sabe que a ação em si demora um pouco pra começar, pois os primeiros minutos se dão apenas em prol de meras abordagens pseudo-politicas, que dão para se considerarem por todo o mundo. Porém quando a ação se da inicio, vemos que nomes fortíssimos no gênero como os de John Malkovich e da lutadora Ronda Rousey são meramente mal aproveitados e não entendemos o porque deles estarem lá. 

Mas o fator prejudicial se da em prol ao roteiro da estrante Lea Carpenter, que praticamente parece possuir "medo" em contar uma história com ploat-twists. Demora um pouco pro espectador deslanchar na trama, e quando isso acontece ela não sabe abordar devidamente o personagem de Uwais (que apesar de parecer clara sua função, possui o arco mais confuso de todo o longa). Por sorte Berg sabe trabalhar com ação desenfreada, e as sequencias acabam entrando como um mérito sobre esses notórios descuidos de Carpenter. 

"22 Milhas" é um filme esquecível, mas que serve para distrair a mente durante seus 90 minutos de projeção, e nada mais aquém. 

Nota: 5,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

NEGÓCIO ARRISCADO - 1983

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Lançado em 1983, "Negócio Arriscado" foi o primeiro grande sucesso na carreira de Tom Cruise, onde além de correr, ele conseguiu revolucionar o gênero "Sessão da Tarde", e render a sua primeira indicação ao Globo de Ouro. Quem já não pensou nas diversas possibilidades do que se fazer, quando seus pais viajam por alguns dias e você tem total liberdade em casa? Bom, o jovem Joel (Cruise), decide fazer diversas coisas como dançar de cueca (numa cena que se tornou clássica), comer e beber diversas porcarias e contratar uma garota de programa (Rebecca De Mornay). Só que ingenuo, ele acaba entrando na conversa da mesma e transforma sua casa em um verdadeiro Bordel, e logo acaba entrando em diversas confusões com cafetões e garotas de programa.

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Esse é daqueles filmes que nas mãos erradas, viraria a maior pornochanchada. Só que o diretor e roteirista Paul Brickman procura ao máximo seguir o estilo John Hughes em sua narrativa, pois temos o amadurecimento do protagonista como o fator central neste longa. Pra se ter uma ideia, o status deste filme é tanto que dezenas de longas se inspiram neste (em uma lista que inclui clássicos como "Esqueceram de Mim" e até mesmo o desenho dos "Simpsons"), e consequentemente a música Old Time Rock'n Roll, do Bob Seger acabou sendo imortalizada pela sequencia de Cruise dançando a mesma em sua sala de camisa social rosa, cueca e meias. Pra uma geração que já se acostumou a ver o ator fazer coisas impossíveis em diversas sequencias de ação, é muito estranho vê-lo vivendo um adolescente rebelde, e a única coisa que ele ainda carrega com ele deste longa, é que a fato dele também correr, e que na vida real ele iniciou um breve namoro com a atriz Rebecca De Mornay. 

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"Negócio Arriscado" é um daqueles longas que sabemos da sua existência de alguma maneira, mas muita das vezes o deixamos passar batido, pelo simples fato de "desprezo com clássicos" (sim, eu ouço muito disso). Só que muitas pessoas sequer sabem o quão cult esse filme é, até assisti-lo pela primeira vez. 

Imagens: Reprodução da Internet.


sábado, 15 de setembro de 2018

JACK RYAN - 1ª TEMPORADA

John Krasinski in Jack Ryan (2018)

O personagem Jack Ryan pode-se dizer que é um dos que mais sofreram distintas interpretações ao longo dos anos. Baseado nos livros de Tom Clancy, ele já foi vivido no cinema por Harrison Ford, Alec Baldwin, Ben Affleck, Chris Pine e agora nos seriados (e a maior empreitada da Amazon Prime até o momento) o manto caiu sobre John Krasinski ("Um Lugar Silencioso"). Pra quem não conhece sua história, Ryan é um ex-militar, que após sofrer um fatídico acidente durante uma operação e passar por uma complicada recuperação, ele é contratado pela CIA para ser um dos contadores e agentes da mesma. Em cada história Ryan tenta conciliar sua vida pessoal com seu romance com Cathy e suas missões que cada vez se tornam mais complicadas e perigosas.

John Krasinski in Jack Ryan (2018)

Nesta série digamos que não se pode-se ser um reboot, pois ela já começa com Ryan trabalhando na CIA, mas apenas como um mero contador (a parte mencionada no primeiro paragrafo, aparece apenas em flashback, em um dos episódios). Até que após ele encontrar uma discrepância em um determinado depósito numa conta suspeita, ele tenta afirmar aos seus superiores que um atentado pior que o 11 de setembro esta por vir.

Seguindo o mesmo caminho que o seu último longa ("Operação Sombra") havia levado, as conspirações e conflitos na relação dos Eua com os países do Oriente Médio, continuam englobando o personagem, assim como o medo constante das agencias de espionagem em um próximo atentado de 11 de setembro ocorrer novamente é sempre mencionado pelos personagens. Essa enfase realista é um paradigma valido, perante a situação atual em que vivemos e tudo é bem trabalhado numa forma que não fica cansativo. Porém em determinados momentos, a narrativa beira a intercalar três subtramas simultaneamente, onde vemos a correria de Ryan atrás dos terroristas, o mesmo arquitetando o plano e sua família que tenta adquirir exílio nos Eua. Obviamente que essas peças irão se encaixar, mas digamos que o terceiro arco é meio que "cansativo", datado que os personagens são extremamente genéricos e a vontade de continuar vendo o protagonista da série em ação só cresce. Outro fator errôneo e meramente banal (onde só de saber que o nome de Michael Bay está envolvido, já da pra deduzir o que é) se trata dos diretores fazerem um constante enquadramento de destaque sobre a bandeira dos Eua, sempre quando ela aparece e algum dos personagens que estão na naquela cena, acabam soltando alguma frase de efeito banal tipica de longas de ação (isso ao meu ver, tira um pouco da força da série em alguns momentos).

Abbie Cornish and John Krasinski in Jack Ryan (2018)

Krasinski surpreende no papel, tanto que pra quem já o viu em seus últimos trabalhos, consegue ter uma noção que o cara não serve apenas para comédia, como também obtém sobriedade e talento pra esses papeis. As suas expressões de preocupação são constantes e isso o espectador consegue embarcar junto a ele nas façanhas. Seu parceiro de cena vivido por Wendell Pierce faz uma atuação pela qual não sabemos exatamente o que esperar dele durante a temporada, e isso acaba ajudando ainda mais no mistério. Quanto ao restante do elenco, não existem grandes méritos, a não ser "fazer o que tava sendo proposto pelo roteiro". 

Mesmo possuindo alguns clichês do gênero, essa primeira temporada de Jack Ryan foi realmente muito divertida, e como quem já conhece o personagem há certo tempo, digo que existe muito gás ainda para novas histórias virem com o decorrer dos anos. 

OBS: Essa série está disponível APENAS no serviço streaming da AMAZON PRIME.

Nota: 7,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

O PREDADOR

O Predador : Poster

Lançado em 1987, o primeiro "Predador" foi um dos maiores sucessos da carreira de um jovem Arnold Schwarzenegger. Três anos depois "Predador 2: A Caçada Continua" não contava mais com este como protagonista, mas sim com Danny Glover no papel. O mesmo não obteve tanto sucesso e o monstro foi ganhar um filme solo novamente 21 anos depois (sem mencionar os fiascos de "Alien vs Predador"), com "Predadores", onde o produtor Robert Rodriguez tentou trazer a essência do primeiro longa de volta. Devido a sua fraca recepção pelo público e crítica, a franquia acabou sendo muito discutida pelos bastidores da Fox (que agora é Disney) e somente agora foi lançado este novo, batizado apenas de "O Predador", que funciona como uma continuação do segundo longa (esquecendo basicamente todos os acontecimentos dos últimos três filmes lançados envolvendo o mutante). 

The Predator (2018)

O enredo começa com o militar Quinn McKenna (Boyd Holbrook, de "Logan"), que durante uma operação acaba presenciando a chegada do Predador no planeta terra, e ao enfrenta-lo com seu batalhão, se torna o único sobrevivente. Porém ao enviar partes da armadura daquele para seu filho Rory (Jacob Tremblay, de "Extraordinário"), este acaba acidentalmente ativando um sinal de sua localização para outros Predadores. Então junto a outros militares e a bióloga Casey (Olivia Munn, de "X-Men Apocalipse"), eles partem em busca de Rory.

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A direção e roteiro de Shane Black (que foi coadjuvante no primeiro "O Predador", e que divide o texto com Fred Dekker) leva a marca registrada do diretor, que são sequencia de ação repletas de  violência e piadas com humor negro. A estratégia funcionou em seus outros longas como "Beijos e Tiros" e "Dois Caras Legais", e por ventura acaba dando certo em "O Predador". A começar que o fator nos ajuda a embarcar facilmente na história e nos importarmos com os personagens, que alias todo o elenco está realmente convincente, com destaque para a dupla Baxley (Thomas Jane) e Coyle (Keegan-Michael Key), que possuem as melhores cenas cômicas do longa. A única caractere que em si ficou bastante estranha em sua abordagem, foi Casey, pois ela basicamente é uma "Furiosa do Mad Max"e o roteiro sequer explica como diabos ela consegue ser tão militar quanto o protagonista (lacração não seria um motivo "valido", eu aposto). 

Mas claro, em um contexto geral a comédia não acaba sendo um fator prejudicial como em alguns filmes da Marvel, mas sim uma dose homeopática no meio de toda ação que é apresentada enfreadamente e repleta de violência exposta (justificando a censura 18 anos em nossas terras). Agora com relação ao Predador em si, com relação aos outros filmes, ele está mais experto dessa vez e consegue realmente aparentar perigo cada vez que aparece. 

"O Predador" não é uma revolução pro gênero, mas sim um mero divertimento escapista, onde se você gostou do recente "Megatubarão" vai embarcar facilmente na trama e sair com uma cabeça completamente aliviada. 

Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

NASCE UMA ESTRELA - 1937

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Bem nos primórdios do cinema, em meados dos anos 30 e 40, existiam algumas leis pelas quais os jovens diretores deveriam seguir para estabelecer a qualidade legitima em um longa metragem, aos quais muitos deviam apelar para arcos do romantismo literário. Foi ai que surgiu o sucesso "Nasce uma Estrela", em 1937, que foi dirigido por William A. Wellman (responsável por "Asas", o primeiro longa da história a vencer o Oscar de Melhor Filme) e rendeu as indicações de Filme, Ator (Fredric March), Atriz (Janet Gaynor), Direção (Wellman), Roteiro e Co-Direção (sim existia essa categoria nas primeiras cerimonias, e você ainda se questionando de ter uma sobre "Filme Popular"), e levou apenas de Roteiro Original e uma Especial de fotografia para W. Howard Greene (cujo este marcou seu primeiro grande trabalho em um longa a possuir uma palheta de cores). 

"Star Is Born, A" Janet Gaynor, 1937, United Artists, **I.V.

Porém o que poucos sabem é que esse que vos falo se tratou de uma refilmagem do longa "Hollywood", lançado em 1932, e que ao longo dos anos sua trama foi bastante referenciado em diversos longas de romance, séries, tendo ganhado inclusive mais três refilmagens (onde a segunda rendeu o Oscar de Canção para Barbara Streisand) aquém da citada, sendo que a última será lançada agora em outubro, com direção, roteiro, produção e estrelado pelo próprio Bradley Cooper e pela cantora Lady Gaga, onde já um borborinho sobre ambos abocanharem muitos prêmios, inclusive Oscars é quase certo. 

A trama mostra uma Hollywood em pleno anos 30, sendo conhecida como a terra do glamour, e uma jovem aspirante a atriz Esther (Gaynor) quer conquistar uma carreira sólida nessa terra. Lá ela conhece o renomado ator Norman Maine (March), e ambos acabam se apaixonando e logo casam-se. Porém a medida em que o sucesso de Esther vai crescendo, Maine cada vez vai se perdendo no alcoolismo e vê sua carreira entrar em um enorme buraco. 

Janet Gaynor and Fredric March in A Star Is Born (1937)

O enredo procura focar exatamente em uma trama que simplesmente consegue se encaixar em quaisquer carreiras e épocas, onde para se alcançar o sucesso, existem algumas consequências e dificuldades. A começar que com relação ao cinema, a personagem Esther usa um pseudônimo para sua carreira, pois seu nome "não era atrativo" comercialmente (algo que muitos músicos e atores fazem). Outro parâmetro interessante, é "dividir" o longa em capítulos, aos quais sempre aparecia em tela uma página de roteiro narrando os acontecimentos que progrediam a cena em questão. 

"Nasce Uma Estrela" é uma obrigação ser conferido por quaisquer cinéfilos e amantes da sétima arte. Sem mais delongas.  

Imagens: Reprodução da Internet.

domingo, 9 de setembro de 2018

OBJETOS CORTANTES

Amy Adams, Patricia Clarkson, and Eliza Scanlen in Sharp Objects (2018)

Desde quando soube que iriam fazer a adaptação do livro de Gillian Flynn (a mesma responsável pelo livro de "Garota Exemplar") "Objetos Cortantes" como seriado, já idealizei muitas coisas, que iam da protagonista ser vivida pela Charlize Theron e que a HBO iria encher e muito a linguiça para a mesma ter o tempo válido de uma mini-série. Ao conferi-la por completo, devo confessar que os roteiristas tiveram cuidado e muito com relação ao "ser fiel ao livro", pois como eu já havia lido o mesmo (e reli recentemente, para fazer um parâmetro agora) vejo que 90% do mesmo estava presente lá, seja através dos diálogos ou gestos dos personagens. 

Amy Adams, Patricia Clarkson, and Eliza Scanlen in Sharp Objects (2018)

A história mostra a jornalista Camille Preaker (Amy Adams) que tem uma vida fadada a depressão e ao alcoolismo. Eis que seu chefe lhe manda voltar a sua cidade natal, para cobrir o sumiço de jovens garotas. Sem escolha, ela acaba tendo de voltar ao local e reascende os conflitos familiares que ela sempre teve com a mãe (Patricia Clarkson). 

Amy Adams and Chris Messina in Sharp Objects (2018)

A direção de Jean-Marc Vallée (que recentemente comanda também a série "Big Little Lies") procura focar exatamente no quesito que o livro aborda: os conflitos interiores de Preaker mediante seu retorno a sua cidade natal. Em diversos momentos a trama é intercalada com seu passado, onde vemos o que a levou ficar naquela condição meramente deplorável. Sem dúvidas que Adams acabará abocanhando alguns prêmios no próximo ano, por esse papel, pois tudo ta tão natural aqui que fica difícil detalhar ou especificar em palavras, pra ser exato. Principalmente quando ela contracena com Clarkson, cuja grande parte das cenas de ambas envolve uma série de discussões. Mas uma atriz que foi chamando atenção lentamente na série, foi a estreante Eliza Scanlen (na foto abaixo, e que vive a irmã caçula de Camille, Amma). Seu papel vai começando bem muxo e apagado, porém a medida em que a série vai progredindo, sua atuação consegue inclusive roubar a cena da própria Adams. Guardem esse nome, pois essa garota vai longe!.


Ao meu ver tanto na série, quanto no livro, o enredo não abre portas para uma nova temporada. Mas mesmo se abrir, todo essa trama que foi desenvolvida e suspense abordado perante as investigações, vão acabar se perdendo em suas continuações, pois simplesmente será mais uma serie de suspense. Enfim, se você ainda não assistiu essa série, eu recomendo. 

OBS: essa série está disponível APENAS no serviço NOW, HBO GO ou na grade de programação desta emissora. 

Nota: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

sábado, 8 de setembro de 2018

A FREIRA

A Freira : Poster

Definitivamente posso dizer que esse foi o filme de horror mais aguardado de 2018. "A Freira" é o terceiro spin-off da franquia "Invocação do Mal", onde após os dois Annabelle, o universo vem mostrado que o planejamento do diretor, produtor e roteirista James Wan, tem dado muito certo, com relação a ligação das histórias. Cada longa dessa série "paralela", procura focar nas histórias que englobavam as maldições antes do arco mostrando o casal Warren conseguirem detê-las nos principais longas. 

Bonnie Aarons and Taissa Farmiga in The Nun (2018)

A Freira havia sido a vilã do segundo filme, e aqui vemos a sua origem em meados dos anos 50, onde temos o Padre Burke (Demián Bichir) e a jovem noviça Irene (Tessa Farmiga, irmã caçula de Vera Famiga, que vive a protagonista Lorraine Warren, nos longas principais), indo investigar uma mansão antiga, onde uma freira acabou de cometer suicídio. Com o auxilio de Frenchie (Jonas Bloquet), a dupla chega ao local e aos poucos começa a notar atividades sobrenaturais no local.

A direção de Corin Hardy começa bastante eficiente, pois ele cria uma atmosfera pro suspense, onde ele vai sempre realizando movimentos de 360º ao personagem, antes das cenas de susto. Porém a medida pelo qual o longa vai dando progresso, a estratégia acaba soando extremamente superficial e faz a narrativa perder aquele gás, pois o roteiro de Gary Dauberman já não era dos melhores. Cometendo as gafes habituais do gênero, este tenta apostar nos sustos tirados em sequencias da escuridão, onde apenas um scare jump acaba funcionando. Mas na maioria das vezes ele apela pra "burrice" dos personagens, com o propósito de criar situações "assustadoras", o que acaba deixando nós espectadores aos risos com tamanha indignação dos mesmos. 

Demián Bichir in The Nun (2018)

Com relação das atuações, o longa acaba se segurando mais pela atuação de Farmiga, pois ela consegue transpor todos os trejeitos de uma noviça meio que insegura com a situação que lhe é imposta. Já Bachir faz o papel do padre genérico, e Bloquet assume o alivio cômico do filme que realmente acaba funcionando, mesmo estando fora de hora algumas vezes. 

"A Freira" não é o longa de horror do ano, muito menos o melhor da franquia, mas dentre um contexto geral, diria que dos três spin-offs, ele ficaria fácil em segundo lugar depois do segundo Annabelle. 

Nota: 6,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

 

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

CANDIDATO HONESTO 2

O Candidato Honesto 2 (2018)

Confesso que em um primeiro momento exitei em assistir a comédia "Candidato Honesto". Com o passar dos anos, a politica foi se tornando o principal assunto dentre os brasileiros, e era óbvio que uma sequencia deste acabaria vindo aos cinemas. Assim como seu antecessor, "Candidato Honesto 2" procura satirizar alguns dos principais fatos ocorrentes na politica nacional nesses últimos quatro anos desde o lançamento do seu antecessor.

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A principio vemos o politico João Ernesto (Leandro Hassum) saindo da prisão, depois de ter cumprido apenas 4, dos 400 anos pelos quais fora condenado. Decido a se tornar um novo homem, com uma nova e diferente vida, ele é convocado por Ivan Pires (Cássio Pandolfi) para se tonar o novo candidato a Presidencia do Brasil, por seu partido, e tirar todo o glamour e a eminente vitória de seu maior concorrente Pedro Rebento (Anderson Muller).

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Dois arcos que são muito evidentes nesta sequencia são a enorme rivalidade dentre os políticos Jair Bolsonaro e Lula (cujo acabam rendendo as melhores piadas do longa), e o impeachment da presidenta Dilma Housseff (que é constantemente satirizada como forma de esquete). Apesar disso o diretor Roberto Santucci ("Até Que A Sorte Nos Separe"), parece não saber aproveitar da forma devida os dois primeiros acontecimentos citados, pois em um primeiro momento eles acabam rendendo piadas bastante divertidas, e em outro ele beira a se preocupar satirizar tudo o que aconteceu no Brasil, e para isso ele começa em alguns momentos a repetir as mesmas piadas pro público. Isso meramente acaba cansando e acaba se deteriorando ainda mais a qualidade do humor proposta pelo longa em seu principio. 

Se você curte piadas envoltos a políticos e o trabalho do humorista Leandro Hassum, "Candidato Honesto 2" é seu filme. Agora se você não se enquadra nos dois tópicos, ainda recomendo por se tratar de um mero divertimento escapista e genérico. 

Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

domingo, 2 de setembro de 2018

MEU EX É UM ESPIÃO

Meu Ex É um Espião : Poster

Em meio a tantas comédias românticas bobinhas, envolvendo vários assuntos, foi um mero descuido da distribuidora nacional traduzir "The Spy Who Dumped Me" ("O Espião Que Me Dispensou"), para "Meu Ex É Um Espião". E mais engano ainda é se você espera que este será mais um longa do gênero citado, muito pelo contrario, pois ele preza a ser um divertido longa de ação com comédia, mesmo que sendo extremamente previsível. 

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O enredo mostra a atendente Audrey (Mila Kunis), que está indignada com o término repentino de seu namorado (Justin Theroux). Eis que por um descuido, ela acaba descobrindo que na verdade ele trabalha como um espião, e logo assim que ele reaparece, lhe manda levar um artefato até a Viena. Sem outra escolha, ela parte para o local com sua melhor amiga Morgan (Kate McKinnon) e as duas acabam tendo de assumir o traje inesperado de espiãs.

Mila Kunis, Kate McKinnon, and Sam Heughan in The Spy Who Dumped Me (2018)

A diretora e roteirista Susanna Fogel conseguiu estabelecer um ótimo parâmetro dentre a ação e a comédia, aos quais ela abstrai diversas sequencias bem realizadas de ação e vemos o enorme cuidado em que ela tem ao exercer uma piada dentre ambos os contextos (tanto que o excesso de sangue visto nas cenas de assassinato, acabam sendo um pouco de sarcasmo, remetendo ao estilo Tarantino). Porém o principal problema do longa não é esse, mas sim o roteiro que ela escreveu com parceria com David Iserson (de séries como "Mad Men" e "Mr. Robot"), pois além de o tempo todo tudo soar como previsível, ambos não souberam desenvolver os ploat-twits de formas condicentes, pois quando eles acontecem não são mostradas explicações plausíveis para tais atos. 

Quanto ao quesito de atuações, devo dizer que apesar de Kunis estar bem no papel, quem rouba o longa pra si é McKinnon (que constantemente rouba a cena no programa "Saturday Night Live" e no último "Caça-Fantasmas"). Sua personagem é uma sátira as mulheres feministas, aos quais não conseguem expor a noção da realidade e veem defeito em quase tudo o que acontece. Sim, ela deveria ter sido a verdadeira protagonista do longa.

"Meu Ex É Um Espião" é uma divertida comédia de ação, onde mesmo sendo previsível, serve para passar duas horas descompromissadas em uma sessão de matine. 

Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sábado, 1 de setembro de 2018

SLENDER MAN: PESADELO SEM ROSTO

Slender Man - Pesadelo Sem Rosto : Poster

Existem várias pérolas no cinema, as quais umas são inesperadas e outras eminentes desde seu lançamento. O que é o caso deste "Slender Man: Pesadelo Sem Rosto", que tenta trazer a tona a lenda do Slander Man, que viralisou na internet há cerca de quatro anos. A história mostrava um homem alto, de terno e sem face, onde quem tinha contato com o mesmo acabam sumindo repentinamente. Devido aos contantes relatos de sua existência, a febre acabou inclusive rendendo um jogo de Playstation 4, que acabou sendo de enorme sucesso e dando mais atenção envolta da lenda. Era meio óbvio que iriam levar a trama para a tela grande, porém diversos problemas como a falta de entrosamento dentre os produtores, diretor e roteirista, acabou acarretando notoriamente em sérios problemas no filme. 

Joey King, Jaz Sinclair, and Julia Goldani Telles in Slender Man (2018)

O enredo mostra  quatro adolescentes, onde devido ao enorme tédio que as semeiam em uma noitada na casa de uma delas, resolvem invocar o tal Slender Man. Eis que ao verem o tal vídeo, elas começam a ver diversas coisas aleatórias e são alertadas que possuem mais alguns dias de vida (não estou falando de um Spin-off de "O Chamado", JURO). 

Joey King and Julia Goldani Telles in Slender Man (2018)

Já começarei deixando claro sobre por mais que o diretor Sylvain White saiba trabalhar com o contexto de suspense (existem alguns enquadramentos, aos quais ele soube encaixar as atrizes dentro de um clima ameaçador com a figura do Slender Man), o roteiro de David Birke parece uma verdadeira reciclagem de tudo que já foi muito utilizado em diversos outros longas do gênero. Aqui temos personagens burras, cujas atitudes acabam se contradizendo diversas vezes e algumas delas sequer fazem sentido. Alguns personagens são meramente esquecidos com o andar da narrativa, e o roteiro já acaba sobrescrevendo com outra situação sem nexo algum e que o espectador já sabe o que se trata.

Não irei entrar em mérito das atuações, pois fica difícil tirar alguma conclusão exata em cima de tal roteiro catastrófico, que sequer decide também qual é a verdadeira protagonista. Por mais que o diretor tente jogar a personagem de Joey King com o posto, o roteiro mostra que na verdade é Julia Goldani Telles possui a função. Nós como espectadores acabamos ficando com tanta raiva disso, que desejamos que as duas morram logo, pra acabar o filme. 

"Slender Man: Pesadelo Sem Rosto" consegue se mostrar como um forte candidato ao pior filme do ano, e mesmo assim ainda consegue tirar algumas boas risadas de tamanhas blasfêmias que são apresentadas. FUJA!

Nota: 1,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet