segunda-feira, 19 de novembro de 2018

LIVRO - JACK REACHER: O INIMIGO

Em busca de inovar o conteúdo no blog, essa vai ser minha primeira analise (na verdade com toques de recomendação, pois ainda preciso estudar mais o tocante a crítica literária) de um livro. Como estreia nessa função, procurei abordar o décimo livro da série literária de Lee Child, sobre o militar Jack Reacher (que já foi adaptada duas vezes para o cinema com Tom Cruise, no papel deste), rotulada de "O Inimigo". Servindo ao exército dos Eua, sua personalidade misteriosa sempre o leva nas mais diversas desventuras por mera diversão (sim, o personagem é tipo um "Stallone Cobra", pois gosta de arrumar confusões pra se divertir). A cada capitulo de seus livros, ele acaba arrumando diversas confusões com os diversos figurantes que vão aparecendo, com o propósito de conseguir o que deseja, seja informações ou facilitações na sua jornada. 

Em "O Inimigo", ele acaba sendo encarregado a investigar um misterioso assassinato em um motel na Carolina do Norte, em plena época de ano novo. A medida em que ele avança as investigações, junto a sua companheira escalada para a função, a Tenente Sulivan, ambos descobrem que a missão pode ser mais pessoal do que imaginam.

A narrativa de Child na série é totalmente em primeira pessoa, sendo o seu interlocutor o próprio Reacher, que aborda seus pensamentos e atitudes (aos quais muitas das vezes são questionáveis). Diferente dos outros exemplares, neste temos uma mera passagem do protagonista convivendo com a sua família, que serve para vermos que ele possui um lado não apenas "operante". Claro, em momentos investigativos, os mais atentos a literatura denotarão homenagens simplórias ao detetive Sherlock Holmes (devido a enorme cautela e detalhes que ele leva em suas observações). Mas o principal quesito Child sabe fazer com mérito: não cansar o leitor, mas sim puxa-lo ainda mais adentro da sua narrativa. Sim se você curte livros com a temática investigação policial, esta leitura é ideal. 

sábado, 17 de novembro de 2018

OPERAÇÃO OVERLORD

Operação Overlord : Poster

Originalmente concebido como um longa da franquia "Cloverfield", mas após o desastroso resultado de "The Cloverfield Paradox", "Operação Overlord" acabou ganhando vida própria nas mãos do produtor J.J. Abrams. Enquanto nos outros exemplares ele realizou uma notória "homenagem" aos longas de monstros, suspenses e espaciais, o alvo agora decai em cima de produções de guerra. Pegue toda aquela essência de "O Resgate do Soldado Ryan" e "Bastardos Inglórios", e misture com doses homeopáticas da franquia "Resident Evil", e temos "Operação Overlord". 

Jovan Adepo and Mathilde Ollivier in Overlord (2018)

A história trata-se de um grupo de soldados durante a Segunda Guerra Mundial, durante o dia D, cuja
missão é destruir uma torre nazista em uma parte da França. Porém ao irem avançando na mesma, eles descobrem que o local possui vários experimentos maquiavélicos envolvendo seres humanos. 

Wyatt Russell, John Magaro, Dominic Applewhite, Jovan Adepo, and Mathilde Ollivier in Overlord (2018)

O diretor Julius Avery mostra-se competente em desenvolver arcos aos quais conseguem prender a atenção do espectador a todo momento, mesmo tendo um material já utilizado em vários filmes da temática. Seja através do jogo de câmeras, onde ele opta pelos cortes sigilosos acompanhando assim os passos dos personagens a todo momento, ou pelos scare jumps, que ele sabe quando joga-los. Claro, a violência durante a narrativa não é poupada e como se trata do prato principal ela se mostra extremamente necessária (uma cena em especial o auxilio desta se mostra muito útil, devido a imensa carga realista, graças ao ótimo trabalho da equipe dos efeitos visuais). 

Agora com relação as atuações, graças a maioria dos nomes serem desconhecidos (pode ser que você reconheça alguns pela aparência, de outros filmes, mas por nome é difícil), auxilia ao espectador se interessar mais pela personalidades deles individualmente. Os destaques vão para os personagens de Jovan Adepo e Mathilde Ollivier, pois enquanto o primeiro se mostra o verdadeiro interlocutor da trama, a segunda, mesmo tendo poucas palavras, demonstra seus sentimentos mais pelos seus gestos, e isso o espectador acaba comprando. Porém o pior personagem é o vivido por John Magaro, pois além de ter sido muito mal escrito, acaba se tornando um grande empecilho para narrativa, devido as diversas piadas foras de hora. 

"Operação Overlord" é uma divertida surpresa para quem sentia falta de conferir um longa de guerra e terror nos cinemas, em uma época onde ambos os gêneros estão basicamente extintos. RECOMENDO! 

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

HOTEL ARTEMIS

Jodie Foster, Jeff Goldblum, Charlie Day, Sofia Boutella, Dave Bautista, Sterling K. Brown, and Brian Tyree Henry in Hotel Artemis (2018)

Confesso que é sempre bom ver uma ator/atriz em um longa depois de um breve hiato da função. É o caso de Jodie Foster, que desde "Elysium" não era vista em frente as câmeras (ela só havia dirigido "Jogo do Dinheiro" em 2016 e um episódio da série "Black Mirror"), e retornou somente agora com este "Hotel Artemis". Com roteiro e direção de Drew Pearce (roteirista de "Homem de Ferro 3"), o longa é o mais controverso que conferi neste ano. Digo isso com total clareza, pois ele se passa 90%  em um único cenário (o mencionado Hotel), com diversas personalidades excêntricas, cujo mistério em torno deles rendem várias sucintas esquetes que se juntam em seu desfecho. 

Jodie Foster and Sofia Boutella in Hotel Artemis (2018)

A personagem central é a Enfermeira (Foster), que com o auxilio do brutamontes Everest (Dave Bautista), controla a ética e segurança do "Hotel Artemis", cujos hóspedes são assassinos e mafiosos. Porém há uma série de regras que devem ser executadas para poder se hospedar no local, e isso tudo é colocado a prova bem quando a cidade onde o mesmo se localiza entra a beira de um colapso.  

Jodie Foster, Jeff Goldblum, Evan Jones, and Zachary Quinto in Hotel Artemis (2018)

A principal arma na narrativa de Pearce é a violência gráfica, recheada com sucintas doses de humor negro. Por ventura isso acaba funcionando em partes, e alguns personagens são brindados com elas em suas apresentações. Neste quesito, me lembrou um pouco o recente "O Assassinato no Expresso Oriente", pois todos os coadjuvantes conseguem ter seu momento no filme.

Jodie Foster tem uma personagem interessante, aos quais vemos e denotamos os seus objetivos através de suas expressões, ao invés de ações. Isso é um ponto realmente alto no longa, principalmente sua química com Bautista, que faz o alivio cômico. Mas o verdadeiro grande nome é Sterling K. Brown ("Predador"), que consegue transpor os quesitos aos quais facilmente o público se assemelhe com suas atitudes, mesmo se tratando de ser um antagonista. 

"Hotel Artemis" é um enigmático e interessante longa original, que infelizmente calhou de passar em branco nos nossos cinemas, mas que por ventura, talvez fará um notório sucesso nos serviços streaming. 

Nota: 6,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

ANIMAIS FANTÁSTICOS: OS CRIMES DE GRINDEWALD

Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald : Poster

Depois de fazer um estrondoso sucesso em 2016, a nova cinessérie do universo mágico de Harry Potter, "Animais Fantásticos" chega a seu segundo capitulo. Com o subtitulo de "Os Crimes de Grindelwald", essa parte tem como principal propósito introduzir o colégio de Hogwarts e seu diretor Albus Dumbledore, agora em uma versão mais jovem (interpretada por Jude Law), além de um pouco mais do personalidade Gridewald (Johnny Depp), o novo grande antagonista da saga. 

Johnny Depp and Zoë Kravitz in Fantastic Beasts: The Crimes of Grindelwald (2018)

Pra ser exato o filme possui deveras quatro subtramas distintas, que aos poucos vão se ligando. A primeira foca no protagonista Newt (Eddie Redmayne) indo atrás de sua amiga Tina (Katherine Waterston), que "desapareceu", ao mesmo tempo que aguenta as injurias de seu irmão mais velho (Callum Turner), cuja noiva (Zoë Kravitz) é sua ex namorada. A segunda é o conflito da relação dentre Jacob (Dan Fogler) e Queenie (Alison Sudol). A terceira mostra Gridewald em busca mais seguidores na cidade de Paris, a intercalando com a misteriosa relação obsessiva dele por Albus. Já a quarta acompanha a busca de Credence (Ezra Miller), de saber quem é sua verdadeira mãe, na companhia de Nagini (Claudia Kim). 

Dan Fogler, Eddie Redmayne, Katherine Waterston, Claudia Kim, and Callum Turner in Fantastic Beasts: The Crimes of Grindelwald (2018)

Antes de mais nada, já deixarei bem claro aos desavisados de plantão, que esse filme funciona como uma espécie de "capitulo de uma série", pois ele acaba resolvendo várias situações plantadas no antecessor e seu andamento acaba deixando mais pontas soltas para os próximos longas. Dentre tantas as subtramas citadas, confesso que não é quaisquer diretores e roteiristas que conseguem uni-las e transpor através de um sentido valido ao espectador. E por ventura a parceria de anos de David Yates e J.K. Rowling, que vem já no universo original desde a "Harry Potter e a Ordem da Fenix", facilitou o trabalho. Tudo acaba salientando ainda mais a atenção do espectador, fazendo-o ficar vidrado diante de quaisquer situações narradas por eles. Seja através do recurso 3D (que funciona a todo momento, em uma forma de interação indireta com o espectador), as cenas de ação com ótimos efeitos visuais ou dos ploat-twists estabelecidos inesperadamente. Tudo aqui funciona, para aqueles que curtem o universo e para aqueles que são apenas espectadores de plantão da sétima arte. 

O longa já abre com uma sequencia muito bem realizada, utilizando exatamente todos os recursos citados com o vilão interpretado por Johnny Depp, cujo grau de maldade apresentado o faz ser um "vilão humano". O roteiro tenta estabelecer em cima dele, uma crítica a diversos lideres de regimes ditatoriais, seja com o nazismo ou comunismo.  E isso é muito bem transposto pelo ator, e é óbvio que sua persona irá mostrar suas camadas vilanescas a cada capitulo, ao invés de uma única vez. Já ao restante do elenco principal, todos eles estão bastante operantes e possuem seu momento de carga dramática, mesmo que de forma breve. Com exceção de Kravitz e Sudol, que possuem um arco mais marcante e interessante em meio a todo o longa, além das duas fazerem um ótimo trabalho em suas funções.

"Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindewald" consegue se estabelecer no mesmo nível de qualidade de seu antecessor, e pelo visto essa franquia ainda rendera mais uma leva de filmes do universo de Harry Potter. 

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

domingo, 11 de novembro de 2018

MILLENNIUM: A GAROTA NA TEIA DE ARANHA

Millennium: A Garota na Teia de Aranha : Poster

A saga literária "Millennium" é bastante famosa, e há anos podemos dizer que figura dentre os livros mais vendidos do mundo. Criada pelo finado Sueco Stieg Larsson, a mesma possui três longas feitos pelo país de origem, e uma refilmagem estadunidense do primeiro longa, "Os Homens Que Não Amavam As Mulheres", comandado por David Fincher, em 2011. Anos e anos se passaram e a Sony não havia conseguido realizar tal sequencia da saga nos Eua. Eis que devido a retomada da série literária, agora nas mãos do escritor David Lagercrantz, que lançou o quarto livro batizado de "A Garota na Teia da Aranha", o estúdio viu a oportunidade de dar um reboot para o universo "Millennium", começando com a adaptação do citado.

Sverrir Gudnason, Claire Foy, Lakeith Stanfield, and Cameron Britton in The Girl in the Spider's Web (2018)

No papel da hacker Lisbeth Salander, sai Rooney Mara (que foi indicada ao Oscar, pelo papel) e entra Claire Foy ("O Primeiro Homem"). Divergindo dos longas antecessores, esse procura focar na vida desta, ao invés de sua conturbada relação com o jornalista Mikael Blomkvist (Sverrir Gudnason). Voltando ao cenário habitual na Suécia, a trama tem inicio com Salander conhecida publicamente como uma justiceira das mulheres, que são vitimas de homens que as abusam sem perdão. Graças a suas enormes habilidades de hacker para fazer os trabalhos, ela é contratada por Frans Balder (Stephen Merchant), para conseguir recuperar um programa de computador, que ele havia feito para o governo dos Eua, onde daria acesso imediato a um imenso poder bélico. Eis que ao realizar a tarefa, ela percebe que o trabalho é muito mais pessoal do que ela imagina.

Sverrir Gudnason and Claire Foy in The Girl in the Spider's Web (2018)

O diretor Fede Alvarez não é nenhum David Fincher, porém ele possui sua marca no cinema do horror. Seja por conseguir criar arcos de extremo impacto, ou por saber trabalhar o suspense em cena. Aqui digamos que é o primeiro longa de ação em seu currículo, pois é exatamente como este longa é tratado, ao invés de um suspense como seus exemplares antecessores. Ele sabe guiar e muito bem as mencionadas, além de evitar usar o truque barato da câmera na mão nas cenas de luta. Você denota a preocupação que ele teve em sua abordagem.

No quesito das atuações, Foy se sai bem como a protagonista, porém não vou entrar em um comparativo, pois ela fez bem o estilo da Lisabeth que o roteiro propunha. Mas claramente ela não vai figurar dentre as indicadas ao Oscar, como sua antecessora.  Com o restante do elenco, digamos que Gudnason ta bem apagado nessa história, e sua participação sequer tinha um grande víeis, a não ser "esta lá, por estar". A vilã vivida por Sylvia Hoeks (que roubou a cena como a vilã de "Blade Runner 2049"), ta bem apagada, e não passa de mais uma personagem genérica na narrativa. Até o estreante no cinema, o jovem Christopher Convery (que faz o filho de Frans), consegue possuir uma performance mais plausível. 

"Millennium: A Garota Na Teia de Aranha" não resgata o estilo de seus antecessores, muito menos inova a ponto da saga entrar pra história do cinema. Em sua conclusão, fica apenas a sensação de que vimos um filme de ação e suspense comum, nada mais além disso. 

Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

sábado, 10 de novembro de 2018

O QUEBRA-NOZES E OS QUATRO REINOS

O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos : Poster

Eis que durante um hiato de longas da Marvel nesse final de ano, a Disney resolveu lançar mais uma de suas adaptações de contos, com "O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos".  Mas este não se trata de um conto de fadas pra ser exato, mas sim de uma apresentação de Ballet criada por Piotr Llitch Tchaikovsky, em meados de 1890. Desde então a apresentação tem sido um sucesso e sempre é representada em todo o mundo. Só que como ao adaptar um jogo de vídeo game, uma apresentação de Ballet claramente se torna algo bastante complexo. 

Keira Knightley and Mackenzie Foy in The Nutcracker and the Four Realms (2018)

O longa conta a história da adolescente Clara (Makenzie Foy), que vive reclusa no porão de sua casa, concentrada em suas mais variadas invenções para suprir a perda recente de sua mãe. Eis que quando ela e sua família vão celebrar a cerimonia de natal na casa de seu Padrinho (Morgan Freeman), ela descobre que o mesmo a lhe deu de presente um ovo misterioso, cuja a abertura necessita de uma chave. Eis que na busca por esta, ela acaba indo parar em um reino distante, onde ela descobre ser a sucessora de um reinado, deixado por sua finada mãe. 

Com toques de "Alice no País das Maravilhas", o longa dirigido pela dupla Lasse Hallström e Joe Johnston, começa em um patamar já conhecido das produções do gênero e até chega a agradar. Porém a dificuldade perante a tentar retratar a inclusão de vários personagens desnecessários e que acabam fazendo auxilio algum a narrativa, fica sendo o maior pecado do longa. Um mero exemplo é as participações de Eugenio Derbez e Richard E. Grant, que tão lá, por estar mesmo. O mesmo pode-se dizer das participações de Morgan Freeman e Helen Mirren, que apesar de serem personagens chave na narrativa, sequer são explorados de forma que necessitassem fortes nomes para assumirem seus papeis. A única que me chamou atenção foi Keira Knightley, pois ela possui um arco interessante no longa, e não vou abranger aqui pra não perder o pouco da graça que há.

Mackenzie Foy in The Nutcracker and the Four Realms (2018)

Já no tocante a protagonista, interpretada por Foy, ela se mostra um forte nome "desconhecido", pois ela aproveita os traços de sua personagem em "Interestelar" e constrói sua Clara com as mesmas personalidades (inteligente, batalhadora e curiosa), fazendo o público se interessar por ela nos primeiros minutos dela em cena. 

Com relação ao contexto geral, o longa possui um ótimo design de produção, um figurino e efeitos visuais bastante plausíveis (não exito em falar que possa figurar, e até levar um Oscar pelas categorias citadas). Mas uma cena em especial eu vejo como "chamando o espectador de desatento", pois não havia a menor necessidade de inserirem um espetáculo completo de Ballet, pra explicar algo que já sabíamos e indiretamente falar que "o longa foi baseado em tal apresentação". 

"O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos" é mais um mero longa "sessão da tarde" feito pela Disney, onde agradará muito mais as crianças e os adolescentes, por sua fantasia magistral e o espetáculo visual proposto pela dupla de diretores. Já para os adultos restará apenas os bostejos e o olhar para os relógios e ver quanto tempo falta para poder ir para a casa.

Obs: conferi a versão 3D, e apesar de haver alguns efeitos, a tecnologia pode causar um pouco de dor de cabeça neste longa. 

Nota: 5,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

JOHNNY ENGLISH 3.0

Johnny English 3.0 : Poster

Sumido das telonas desde 2011, quando lançou "O Retorno de Johnny English", Rowan Atkinson volta aos cinemas para fechar (aparentemente) sua primeira trilogia em "Johnny English 3.0". Conhecido por ser o interprete do Mr. Bean, ele também desenvolveu quase na mesma época essa sátira ao agente 007, onde através de pequenas esquetes encarnava o atrapalhado agente inglês Johnny English. O primeiro longa veio em 2003, e o segundo em 2011 e ambos fizeram um enorme sucesso pelo mundo. Só que essa terceira parte mostra que há vigor para Atkinson continuar encenando o personagem por mais anos.

Rowan Atkinson in Johnny English Strikes Again (2018)

A história tem inicio quando um ataque Hacker acaba revelando a identidade de todos os agentes do MI6, com exceção do próprio English e mais outros três. Então ele se ver obrigado a largar sua atual carreira como professor em Londres e assumir a tal missão, para descobrir o propósito desse ataque, antes que mais controversas aconteçam. Para isso, ele opta por deixar de lado quaisquer facilitações tecnológicas, ficando a merce de apenas equipamentos antigos (aos quais ele acredita que ainda funcionam perfeitamente).

Rowan Atkinson and Ben Miller in Johnny English Strikes Again (2018)

A direção de David Kerr procura seguir o mesmo padrão dos outros longas, com toques satíricos aos filmes mais recentes de espionagem, regadas sempre ao humor de Atkinson. Os mais atentos denotarão situações idênticas ao longa "007 Quantum of Solace" (estrelado justamente por Olga Kurylenko), como por exemplo uma perseguição de carros se passando no mesmo cenário que na abertura daquele. Mas não é só isso que o roteiro de William Davies (que também escreveu os dois antecessores) faz, como também recicla algumas piadas e subtramas que haviam sido mostradas no longa de 2003. Isso funciona aqui? Diria que graças ao carisma de Atkinson e Ben Miller (que vive seu parceiro, Bough), funciona e muito bem! Enquanto o primeiro decai sobre as melhores piadas e consegue sempre tirar gargalhadas do espectador, com seu estilo bastante semelhante ao finado, Leslie Nielsen (fazendo burradas, mas nunca perdendo a cara de sério), o segundo é o "cara que conserta as atrapalhadas e da andamento pra tudo". Outro acerto é o mistério envolto a personagem de Kurylenko, que rende um bom arco e ficamos boa parte do longa com um enorme "?" em relação a qual lado sua personagem está. 

Mas quando o quesito chega na abordagem do vilão, vivido por Jake Lacy, o roteiro começa a pecar muito. Com uma personalidade a lá Steve Jobs/Mark Zuckemberg, o arco seve para ser o ponta pé inicial para várias piadas englobando a evolução tecnológica, ao qual English acaba se negando a participar. Porém o desenvolvimento do de Lacy, além de ser fraco chega a ser confuso em determinados momentos, o transformando em mais um vilão genérico do gênero. Falando em tecnologias, as piadas de English envoltas a essa questões são as melhores do longa, pois o personagem se mostra completamente leigo e desconfiado de tudo, no tocante a tal.

"Johnny English 3.0" é um divertido retorno do Mr. Bean as telas de cinema, depois de um hiato de sete anos ausente. Que venham mais longas estrelados por um dos atores mais divertidos do cinema. RECOMENDO! 

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

domingo, 4 de novembro de 2018

BOHEMIAN RHAPSODY

Bohemian Rhapsody : Poster

É inevitável o sucesso que a banda inglesa Queen faz pelo mundo, desde meados dos anos 80. Suas músicas fazem parte da trilha sonora da maioria dos longas de sucesso, tocam repetidas vezes na radio e a cada dia conseguem atrair novos fãs. Mas tudo é mérito do fato de seus integrantes sempre estarem dispostos a inovar em cada música, seja através das letras ou dos acordes, que facilmente adentram a cabeça do ouvinte e nunca mais saem. Questões a parte, "Bohemian Rhapsody" é o primeiro longa a contar a trajetória da banda, desde o inicio de sua formação, até o famoso show no evento "Life Aid", em 13 de julho de 85, que lotou a arena de Wembley. 

Joseph Mazzello, Rami Malek, and Ben Hardy in Bohemian Rhapsody (2018)

O longa procura focar sua narrativa exatamente naquele que sempre foi o mais conhecido da banda, Freddie Mercury (Rami Malek), desde quando ele trabalhava como um simples carregador de malas em um aeroporto, e viu a chance de exercer uma carreira musical, quando esbarrou com uma pequena banda em um show independente numa universidade. Substituindo o vocalista da mesma, que havia pedido demissão, Freddie conseguiu junto aos membros da banda, levantar o nome da mesma e assim alcançar junto a eles o sucesso mundial. 

Rami Malek and Lucy Boynton in Bohemian Rhapsody (2018)

Eu diria que os fãs mais fanáticos pela banda facilmente conseguirão se adentrar na trama, e deixar se levar pelas músicas (pelas quais são as originais, e os atores somente as encenam). Principalmente pelo show da banda no "Live Aid" ter sido filmado por completo e ter sido inserido sem cortes no longa. Mas os que irão procurando algum longa inovador ou uma narrativa diferente das habituais biografias, vão se decepcionar. A começar que a trajetória da banda é apresentada seguindo exatamente o mesmo padrão da estrutura narrativa de qualquer longa metragem biográfico (era um ninguém, oportunidade surge, vangloria do sucesso, faz merda, se redime e viveu feliz), com direito a várias frases de efeito que tão sempre enaltecendo a banda (era impossível eles ficarem o tempo todo assim no inicio da trajetória, mesmo se tratando da banda "Queen"). Agora quando o assunto é abordar a sexualidade de Mercury, o longa ganha pontos favoráveis, pois em momento algum ele vem com discursos minimistas, pelo contrário, ele vem seguindo com seu legado de continuar exercendo o que ama, sem optar por se vitimizar.

No tocante as atuações, Malek consegue representar muito bem como eram os trajetos de Mercury, seja através de seus jeitos no palco ou na questão dele ser um verdadeiro politicamente incorreto em pessoa, ao desprezar a imprensa, sempre ser o mais detalhista da banda. Sua esposa vivida por Lucy Boynton consegue ter uma ótima química com este, e a todo momento ela não esconde que ele foi o grande amor da vida dele e vice versa. O grande "vilão" nessa história fica a cargo do empresário e namorado de Mercury, Paul Prenter (Allen Leech), que além de ser o grande álibi de ódio do espectador, o seu interprete consegue exercer bem a função. Quem também aparece brevemente no longa é Mike Myers (o eterno Austin Powers), como o empresário que recusou a banda Queen e por isso acaba sendo o caractere mais satirizado pelo roteiro.

Na parte de premiações, acho que Malek provavelmente figurará apenas como indicado a Ator Comédia/Musical no Globo de Ouro, e no Oscar provavelmente só leve na categoria de Maquiagem e Penteado (devido ao fato dos atores estarem muito semelhantes aos membros originais da banda), e talvez entre nas categorias de som, pois o playback não ficou notório.

"Bohemian Rhapsody" pode ser definida apenas como uma verdadeira carta de amor a banda "Queen" e mostra que mesmo anos se passando do falecimento de Mercury, a banda jamais morrerá devido a seu enorme legado deixado. RECOMENDO! 

Nota: 9,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

O DOUTRINADOR

O Doutrinador : Poster

Há certo tempo o cinema nacional tem sido um dos principais percussores da situação política atual para o mundo. O ponto crucial foi "Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro", que foi lançado um pouco antes das bombas sobre os presidenciáveis Lula, Dilma e afins, estourarem na mídia. O longa acabou se tornando a maior bilheteria do cinema nacional durante um bom tempo, e serviu para ser um dos pontapés iniciais para o povo começar a ver o que realmente importa no Brasil. Eis que dentre uma produção ou outra a qualidade e veracidade de José Padilha não havia conseguido ser batida ou referenciada da devida forma. Eis que chega agora aos cinemas a adaptação das histórias em quadrinhos de Luciano Cunha, "O Doutrinador", que é o primeiro "super-herói nacional" e chega ao mesmo patamar do citado, mas de outra forma.

O Doutrinador : Foto

A história mostra o policial Miguel (Kiko Pissolato), cuja filha acaba sendo vitima de bala perdida e vem a falecer devido a falta de atendimento decente no SUS. Eis que em meio a diversos protestos do povo contra vários escanda-los de corrupção, e principalmente ao governador Sandro Correa (Eduardo Moscovis), e a enorme sede de vingança daquele, ele acaba assumindo um traje de um verdadeiro justiceiro, que é batizado de "O Doutrinador", pelo qual tem como único víeis assassinar políticos corruptos. 

Resultado de imagem para o doutrinador filme

Graças a enorme crise que nós brasileiros vivemos, é quase inevitável não nos interessarmos pelo andamento da trama logo em seus primeiros cinco minutos de projeção. A direção de Gustavo Bonafé procura deixar tudo sempre bastante movimentado, onde temos Miguel sempre adentro de algum quadro crítico a nossa realidade (apesar da trama se passar em uma cidade fictícia), seja através das inocentações injustas dos corruptos, aos descasos realizados com o povo. No quesito as cenas de ação, elas realmente são muito bem realizadas e sequer parece que havia um orçamento reduzido na produção (o que infelizmente não se pode dizer no efeito de CGI na sequencia final), onde o recurso de slow motion é uma ótima arma ao retratar as sequencia de luta, aos quais a câmera sequer fica parada, mas sempre se movendo junto ao protagonista. Mas felizmente a todo o momento o longa não toma um lado partidário, ele retrata que o sistema é corrupto e apenas isso. 

Mas como nem tudo é as mil maravilhas, o principal problema decai em cima do trabalho de edição de Federico Brioni ("O Roubo da Taça"), que acaba deixando algumas soluções um tanto que "em branco", pois alguns arcos possuem soluções rápidas demais e personagens secundários simplesmente somem da narrativa, sem possuir uma justificativa (não sei se isso tudo será melhor detalhado na série que irá estrear ano que vem, ou não).

Nas atuações devo dizer que Kiko Pissolato é realmente um ator bastante competente em seu trabalho, pois todo o sentimento de amargura, tristeza e indignação é transposto o tempo todo em cena. Fora que ele se sai muito bem nas cenas em que veste o manto do "Doutrinador", e consegue lembrar e muito o personagem Frank Castle de "O Justiceiro". Já a hacker vivida por Tainá Medina faz um tipo de atuação na qual em um primeiro momento desconfiamos dela o tempo todo, e isso fortalece o interesse do público na personagem durante a projeção. 

"O Doutrinador" chegou na época certa aos cinemas e tem como principal propósito fazer repensarmos as questões aos quais realmente importam no quesito de politica nacional. Afinal de contas, de que adianta focar no M, N, O se o A, B, C, ainda não foi resolvido. RECOMENDO! 

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.