segunda-feira, 2 de julho de 2018

NADA A PERDER


Depois de tamanha polemica envolvendo a exibição deste longa nos cinemas, ao qual irei me abster de mencionar aqui, pois todos já estamos cientes da ausência de espectadores, mesmo com todos os ingressos vendidos para todas as sessões em que exibiam o longa "Nada A Perder". Devido a isso, ao saber que dentre alguns messes posteriores a sua estreia, este seria disponível no catalogo da Netflix, optei por esperar para conferir em casa. Eis que chegou o grande dia e devo assumir que a todo momento meu único pensamento era "estamos diante da maior perola do cinema nacional em anos!".


Baseado nos livros de Douglas Tavolaro, o longa tem inicio com a trajetória do bispo e empresário Edir Macedo (Petrônio Gontijo), que era de origem bastante pobre e sempre possuiu um lado apegado a religião. Eis que aos poucos ele vem recebendo "sinais de Deus", que ele deve abranger sua própria palavra de Deus e já adulto ele funda a Igreja Universal do Reino de Deus. Eis que ao passar alguns anos ele resolve se expandir ainda mais, comprando a Rede Record de Televisão.

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A direção de Alexandre Avancini (da novela "Os Dez Mandamentos") parece um notório trabalho amador, pois além de literalmente copiar diversos filmes estadunidenses como "Extraordinário" e "Missão Impossível" (SIM! ACHARAM CABIMENTO PRA ISSO!) a todo momento ele vê a necessidade de colocar alguma trilha sonora enaltecedora e fazer um maldito jogo de câmera em quaisquer situações vividas por Macedo, como uma forma de enaltecer as decisões do protagonista. Este vivido por Gontijo em uma atuação que beira a canastrice máxima (os mais cinéfilos, lembrarão e muito do grandioso Tommy Wiseau em "The Room"), pela qual parece que ele está literalmente lendo uma placa atrás da câmera com os diálogos, pois ele não possui expressão em sua atuação, muito menos desenvolve alguma forma de criar empatia com Macedo. Falando naqueles, eis que vamos ao roteiro (meme da mão na cara) que passou pelas mãos da dupla Emílio Boechat e Stephen P. Lindsey ("Sempre ao Seu Lado"), pelos quais escrevem os diálogos mais supérfluos as quais não só tentam enaltecer o tempo todo que tudo é "Uma Obra de Deus" (ta certo que o longa tem uma abordagem religiosa, mas não precisa ficar repetindo isso o tempo todo), como que sempre o protagonista está certo e nunca errado (mesmo quando se trata da vida com sua esposa). Fora que determinadas situações parecem se resolver de uma forma fácil demais, dentro de um contexto aos quais demorariam séculos e necessitariam de arcos mais amplos (vide o encontro com Silvio Santos, para a compra da Rede Record).

"Nada a Perder" é realmente uma bomba que o cinema nacional não possuía há anos, aos quais vemos que mesmo se tratando da "maior bilheteria da história" do nosso cinema, não significa que sua qualidade bate o nível do grandioso "Tropa de Elite 2".

Nota: 0,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

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