sábado, 21 de abril de 2018

7 DIAS EM ENTEBBE

7 Dias em Entebbe : Poster

José Padilha é um diretor que dispensa comentários. Comandou o verdadeiro melhor sucesso do cinema nacional ("Tropa de Elite 2") e realizou duas das maiores séries da Netflix ("Narcos" e "O Mecanismo"). Mas quando se trata de trabalhar na terra da "Calçada da Fama", ele vem dividindo opiniões. Não pelo fato de fazer um péssimo trabalho, muito pelo contrário, vemos que ele tenta transpor um pouco de polemicas envolvendo diversas questões politicas, mas que obviamente acabam sendo barradas pelos produtores com medo de represarias. Apesar de elas existirem, acabaram sendo reduzidas a formas homeopáticas como aconteceu com o remake de "Robocop" e agora com esse "7 Dias em Entebbe". 

Daniel Brühl and Rosamund Pike in Entebbe (2018)

Nesse último logo em seus primeiro minutos é deixado claro para o espectador que a trama é "inspirada em fatos reais, onde os nomes foram alterados, e semelhanças com a realidade são apenas meras coincidências" (exatamente como fora feito em "O Mecanismo" e não deu muito certo...). Logo somos apresentados a uma apresentação da peça musical de "Echad Mi Yodea" do grupo The Yong Emsemble, que funciona mais como uma metáfora de tudo pelo que vamos ver a seguir. Eis que finalmente vemos uma dupla de revolucionários alemães (Daniel Bruhl e Rosamund Pike) e outro grupo de palestinos, que sequestram um avião da Air France, cheio de passageiros de diversas religiões dentre elas judeus, com destino a Paris, no final de junho de 1976. Com seu grupo, eles obrigam os pilotos a desviarem a rota até Uganda e lhes avisam que seus motivos é a libertação de presos terroristas em palestinos em Israel, Alemanha e Suécia. 

Daniel Brühl and Rosamund Pike in Entebbe (2018)

Uma infelicidade escolhida pela narrativa de Padilha, é ter abordado a trama apenas em um contexto "histórico", onde nos interessamos apenas pela história e os personagens acabam sendo meramente desinteressantes e descartáveis. O que acaba prejudicando alguns momentos cruciais aos quais o roteiro tenta arrancar um ótimo momento da dupla central, vividos por Bruhl e Rosamund Pike ("Garota Exemplar"), em momentos distintos. Quando é cortado para as questões politicas envoltas ao sequestro, vemos que Padilha em certo ponto foi bastante favorável em estabelecer o quão loucos são os revolucionários políticos, assim como os seus lideres (onde o inglês Nonso Anozie, acaba roubando a cena com seu personagem que não tem pudor em causar o caos pra atender seus desejos). Dentre outro ele estabelece as questões onde os envolvidos no resgate dos reféns possuem personalidades humanas e militantes, e levanta a questão de forma sucessiva sobre "se vale apena agir com violência, ao invés de negociar?". 

"7 Dias em Entebbe" é o trabalho mais fraco de José Padilha, mas não isso não significa de que deixa de ser um notório e interessante longa sobre os conflitos que ocorreram em meados da década de 70, ao quais são citados até hoje em dia. 

Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

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