domingo, 8 de maio de 2016

A GAROTA DINAMARQUESA


Já deixarei bem claro no principio desta crítica que desde que assisti "O Discurso do Rei", há uns anos, não gostei do trabalho do diretor Tom Hooper. Estou ciente que ele é considerados por muitos especialistas da área, como um ótimo diretor e etc. Só que os closes que ele constantemente faz nos atores em cena, onde parece que o ator é uma "arte falante", parece que transpõe a atuação deles de uma forma sufocada. Claro, isso resultou os Oscar de direção pra ele e de atuações para Colin Firth neste, para minha amada Anne Hathaway em "Os Miseráveis" e agora para Alicia Vikander em "A Garota Dinamarquesa". Confesso que este filme demorei para assistir por questões de tempo mesmo, mas agora consegui pegar um tempo e honestamente lembrei de assisti-lo, devido a constante insistência de recomendação de vários amigos e leitores do blog.


Eddie Redmayne já havia chamado minha atenção em "A Teoria de Tudo", onde levou o Oscar de melhor ator, pela interpretação do físico Stephen Hawking. Enquanto Alicia Vikander só vi uns dois filmes com ela ("O Agente da Uncle" e "Ex-Machina"), que não eram suficientes para tirar uma conclusão da qualidade dela como atriz. Só que em menos de 15 minutos de "A Garota Dinamarquesa", devo confessar que ela já conseguiu ganhar meu respeito (e mereceu mesmo o Oscar). Aqui ela vive a pintora Gerda Wegener, que é casada com Einar Wegener (Redmayne). Ambos vivem uma verdadeira relação de amor e amizade, até o dia em que ao ajudar sua esposa em uma pose para uma pintura, Einar descobre que pode possui tendencias homossexuais. Logo vemos o quanto ele teve de enfrentar o preconceito na época, pois além de se assumir nesta posição, ele costumava a andar travestido como Lili. O que uma hora o leva a ser o primeiro homem na história a se submeter a uma cirurgia de mudança de sexo.

Hooper se preocupou exatamente com essa questão na narrativa, onde além de ele maneirar nesse estilo que mencionei no primeiro paragrafo (aqui ele poderia ter feito a festa, mas maneirou), não deixou nada extremamente explicito ou apelativo (como outras produções do estilo fazem). Ele procurou retratar o preconceito da população da época diante da situação e como as pessoas ao redor do casal Wegener reagiam a situação. E é o principal foco aqui, pelo qual ambos os atores que os interpretam conseguiram exercer tantos momentos ótimos, que chegam até a arrancar lagrimas. Redmayne passa quase grande parte da película travestido como Lili, e mais uma vez chega a surpreender, pois não é qualquer ator que convenceria viver um travesti.


"A Garota Dinamarquesa" é mais um exemplar de que o cinema inglês sabe construir dramas, que não soem de forma banal e como se fosse uma produção para televisão. Além de ser um filme que não tem efeitos visuais ou nada exagerado, mas sim uma história sobre a existência do amor verdadeiro. RECOMENDO!

Nota: 10,0/ 10,0
Imagens: Reprodução da Internet

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