domingo, 4 de outubro de 2015

PERDIDO EM MARTE


Há anos que Ridley Scott não realizava uma produção de ficção que agradasse grande parte do público e fizesse jus a um dos pais do gênero. Há quase 30 anos, ele dirigiu dois dos maiores clássicos do cinema  (que está para ganhar uma sequencias), que foram "Blade Runner", e "Alien - O Oitavo Passageiro". "Prometheus" passou perto, pois começou bem, mas pareceu que queriam dar um final para aquela história e aceleram a trama completamente nos últimos atos, para mesclarem o mesmo com a franquia "Alien". Foi então que depois de dirigir "Conselheiro do Crime" e "Exodos - Deuses e Reis", que foram dois filmes MUITO chatos, ele viu que era hora de voltar para o seu gênero que lhe marcou, com "Perdido em Marte". Antes de mais nada, deixarei claro que apesar de o filme contar com os atores Matt Damon e Jessica Chastain, ele não tem ligação alguma com "Interestelar", pois ambos estiveram no filme, como um astronauta perdido em um planeta (extrema coincidência) e filha do protagonista na fase adulta, respectivamente. Além do fato de que este filme fará bastante sucesso, pois ainda na última semana a Nasa acaba de divulgar que descobriram água na superfície de marte (o que poderá estender a possibilidade de vida dos seres humanos além da terra).


Não precisa de muitos detalhes pra explicar o que rola nessa trama; Damon vive o astronauta Mark Watney, que em uma expedição a marte junto com sua equipe composta pela capitã Melissa Lewis (Chastain), Rick Martinez (Michael Peña, o melhor amigo do "Homem-Formiga"), Beth Johanssen (Kate Mara, a mulher invisível no projeto de "Quarteto-Fantastico"), Chris Beck (Sebastian Stan, O Soldado Invernal, amigo do Capitão América) e Alex Vogel (Aksel Hennie, de "Hércules"), onde o grupo inesperadamente acaba enfrentando uma tempestade, na qual Watney é abatido por um objeto e some do alcance da tripulação. Então ele é simplesmente dado como morto por estes e pela Nasa. Mas o que ninguém imaginava é que ele sobreviveu e começa a criar diversos meios de sobrevivência e formas de comunicação com a Nasa, nas quais acabam surpreendendo o mundo cada vez mais.


Aqui a Nasa não é abordada como a organização de bonzinhos, mas sim como um grupo de pessoas poderosas e sem compaixão nenhuma com seus funcionários e astronautas. O diretor da corporação, vivido por Jeff Daniels, consegue ser o cara mais frio e sem compaixão de toda a película. A atuação do ator que há 11 meses viveu o Debi, em "Debi e Lóide 2", realmente surpreende no filme. Como seus braços direitos, temos os personagens de Sean Bean ("Destino de Jupiter") e da comediante Kristen Wiig ("Missão Madrinha de Casamento"), que também possuem ótimas atuações e entrosamento com aquele. Não podemos dizer o mesmo de Chiwetel Ejiofor, que faz um papel similar ao realizado em "2012", e Chastain, que mais uma vez pega o cargo da "ruiva durona". Mas quem realmente é que surpreende aqui é Matt Damon. O ator basicamente segura grande parte da produção sozinho e consegue criar um personagem que não sabemos muito sobre a sua vida na terra, mas que vamos criando simpatia por ele aos poucos. É basicamente o que Sandra Bullock fez há dois anos em "Gravidade" e resultou em uma indicação ao Oscar, o que certamente acontecerá com este. 


Quanto a direção de Ridley Scott, digamos que foi seu melhor trabalho em anos. Ele conseguiu criar um arco, no qual sentimos cada vez o que cada personagem transpõe em cena, além de diversos momentos de tensão (principalmente no arco da metade do filme, e no final), principalmente na cena onde Watney retira um pedaço de antena de seu próprio estomago sozinho. O recurso 3D utilizado por este, consegue trazer maior imersão em sua narrativa (mesmo fazendo claras referencias a "Avatar", quando Watney realiza seus videos-diários) e sua utilização faz muito sentido aqui.

Não poderia deixar de comentar aqui, a ótima "track list" "organizada" pela personagem de Chastain, na qual possui diversas musicas do Abba, David Bowie dentre outros clássicos das discotecas dos anos 70. A importância destas músicas na trama, são os diversos auxílios nos momentos de solidão de Watney, onde algumas dela resultam em alivio cômicos, como com "Turn The Beat Around", de Vicky Sue Robinson.

"Perdido em Marte" é sem dúvidas um filme que tem potência para se tornar cult futuramente, pois além de possuir momentos originais e uma brilhante execução, diverte e entretêm em suas 2h20 de projeção. E claro será indicado aos Oscars de Filme, Diretor - Ridley Scott, Ator - Matt Damon, Efeitos Visuais, Mixagem e Edição de Som. RECOMENDO!

Nota: 10,0
Imagens: Reprodução da Internet

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