segunda-feira, 10 de agosto de 2015

JOGADA DE MESTRE


O cinema inglês sempre foi um tanto que peculiar na minha opinião. As fotografias depressivas, os visuais que mais exaltam tristeza do que outra coisa. Em "Jogada de Mestre", nada disso muda, pois temos tudo isso aqui e um pouco mais. A trama gira em torno do sequestro do dono da famosa companhia de cerveja "Heineken", Freddy Heineken, que aqui é vivido por um ótimo Anthony Hopkins. O fato ocorreu em 1983 e foi marcado pelo simples fato de que a vitima acabou lançando uma especie de jogo psicológico com os sequestradores, e os acabou fazendo literalmente pirarem com seu linguajar e calma o tempo todo durante o fato. Jim Sturgess e Sam Worthington vivem os mandantes e idealizadores do crime, Cor Van Hout e Willem Holleeder. Desde sempre eles se garantiam realizando típicos roubos a bancos, onde a policia jamais conseguiu os alcançar ou pensar em descobrir que eles eram os responsáveis por tais atos. Sempre eles contaram com as companhias dos amigos e parceiros de crimes, Jan Boelleard (Ryan Kwanten), Frans 'Spikes' Meijer (Mark van Eeuwen) e Martin 'Brakes' Erkamps (Thomas Cocquerel). Só que o extremo jogo psicológico do empresário sobre o grupo, faz a vida de todos ficar cada vez pior.


A trama tem uma premissa extremamente interessante, e renderia um ótimo filme se não fosse um detalhe: a péssima direção de Daniel Alfredson ("A Menina Que Brincava com Fogo"). Ele abordou os antagonistas de uma forma, na qual ficamos pouco familiarizados com eles e não nos transpõe sentimentos nenhum em relação a eles. O amadurecimento do personagem de Sturgess e ele ainda estar esperando um filho é um dos pontos altos da produção. Assim como sua relação familiar com o personagem de Worthigton. Mas algo que me chamou bastante atenção na película foi o fato de não haver em momento algum a marca da cerveja "Heineken", a não ser a garrafa verde (cujo modelo ainda não existia na época, e as mesmas eram colocadas em garrafas marrons tradicionais) em diversos momentos do filme (eles poderiam ter topado um patrocínio, assim faturariam uma grana extra). Nesse tópico a equipe de marketing e produção do filme falhou e muito feio. Mas mesmo o quarteto estando ótimo, eles acabam sendo vitimas, do sempre brilhante Hopkins, que rouba todas as cenas nas quais aparece (seu sarcasmo em cena, mais uma vez acaba se tornando um divertido alivio cômico).

Mas é uma pena o fato de que em sua conclusão final, "Jogada de Mestre" soa bem mais para um telefilme do que para uma produção cinematográfica (lembrando que foi filmada uma versão para tv já há alguns anos). Porque aqui tudo soa extremamente a independente e é um mero filme que se sustenta pelas atuações, ao invés da trama (que acaba se tornando um mero filme clichê de "domingo a noite"). É um bom filme, mas não assista com muitas expectativas.

NOTA:6,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

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