quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

CRÍTICA - DJANGO LIVRE

     
Há cerca de 20 anos atrás, um cineasta chamado até então desconhecido Quentin Tarantino, nos brindou com um filme chamado "cães de aluguel". O filme foi um sucesso e até hoje é referenciado em diversas outras produções, mas seu reconhecimento surgiu a exatos dois anos depois com o lançamento de "Pulp Fiction - tempos de violência", no qual o filme além de ter um elenco estrelar(John Travolta, Uma Thurman, Bruce Willis...), revelou o famoso astro Samuel L. Jackson e ganhou o Oscar de melhor roteiro original. Depois veio "Jackie Brown", "Kill Bill” (a famosa "sátira" aos filmes orientais), "a prova de morte", "Bastardos Inglórios" e agora "Django Livre".
O filme aborda a história de Django(Jamie Foxx excelente no papel, que segundo Tarantino, era para ser de Will Smith, que o recusou para poder atuar em "After Earth"), um escravo que é "comprado" por um dentista/caçador de recompensas Dr. King Shultz (o sempre ótimo Christopher Waltz, repetindo sua parceria com Tarantino, que lhe rendeu seu Oscar de melhor ator, e neste ano também foi indicado por Django). Ele lhe promove a seguinte proposta: se ele ajudar a capturar os irmãos Brittle, ele não só terá sua liberdade, como também poderá salvar sua esposa (Kerry Washington de "destinos ligados") que está em algum lugar como escrava. No meio da jornada, Tarantino demonstra o que sabe de melhor: tiros e brigas com muito sangue jorrando, humor negro de primeira e referência aos filmes clássicos de faroeste.
   Ao decorrer do filme somos brindados com várias participações especiais como a de Don Johnson, Jonah Hill(o gordinho de "Superbad é hoje", rouba a cena com um alivio cômico). Mas quem brilha no filme e rouba a cena é Leonardo DiCaprio (novamente injustiçado no Oscar), na qual interpreta o primeiro vilão de sua carreira. Batizado como Calvin Candie é o dono da Candyland (lugar onde os escravos são postos para lutarem entre si, como "gladiadores"). Depois do fiasco de "J. Edgar", DiCaprio se recompõe e nos faz sentir ódio em determinados momentos do filme, junto com o seu "babá" interpretado por Samuel L.Jackson, fazem de tudo para acabarem com os planos de Django e Shultz.
  
Na parte de direção do filme, está excelente, como qualquer outro filme do Tarantino. Mas nós sentimos a diferença na parte da montagem do filme, pois sua grande amiga Sally Field, cujo este era seu serviço em todos os outros filmes dele, veio a falecer logo após o lançamento de "bastardos inglórios". Já na trilha sonora ouvimos uma grande homenagem ao rei do soul James Brown (na cena da revolta de Django, perto do desfecho do filme). Mas o filme tem seus pontos críticos também, pois ele aborda o quão os brancos eram racistas, seja no modo de tratar os escravos em suas atitudes e diálogos. Vale destaque e atenção para o jogo de câmera que é feito quando Candie nos é apresentado, pois a câmera da um close em seu rosto (apontando o sarcasmo do personagem em si), cena na qual se repete mais de uma vez.
   Dificilmente o filme conseguirá conquistar algum Oscar, pois o enredo não deve ter agradado o suficiente os votantes da academia, talvez Tarantino leve seu segundo Oscar de roteiro, mas acho difícil que consiga. Recomendo.

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