sexta-feira, 20 de junho de 2014

CRÍTICA - MALÉVOLA


Depois de conseguirem obter um sucesso meio que inesperado com "Alice No País das Maravilhas", em 2010, a Disney decidiu dar prioridade a uma nova série de produções: os outros lados dos contos de fadas que nós conhecemos. No último ano, já fomos brindados com o excelente "Oz: Mágico e Poderoso" (que trouxe uma inesperada homenagem a história do cinema). Mas a que alguns fãs estavam aguardando mesmo, era a outra versão da "Bela Adormecida", onde teria como protagonista a vilã Malévola, ao invés da princesa Aurora. A obra batizada de "Malévola", conta como sua interprete a bela Angelina Jolie, e mostra como ela se tornou a tão temida vilã. Só que pelo o que vemos nessa "Outra versão da história" (como é dito logo nos primeiros segundos de projeção), ela não é a verdadeira vilã.


Nos primeiros minutos de projeção, somos apresentados a uma jovem Malévola (Isobelle Molloy) que é uma verdadeira fada, pois possui asas e usa toda sua magia para o bem dos seres que habitam na mesma floresta que ela. Até o dia que ela conhece Steffan (Michael Higgins), um órfão que vagava por lá e demonstra ser o futuro herdeiro do trono. Passaram-se anos, e o mesmo acaba conseguindo o cargo (agora vivido por Sharlto Copley, de "Elysium"), mas para ele conseguir o posto ele teve que trair Malévola (agora vivida por Angelina Jolie). Como vingança, ela reaparece no dia do batismo da filha dele e joga a clássica maldição da "Bela Adormecida" nela (que no seu 16º aniversário, ela vai fazer um furo no dedo que a fará adormecer até ser beijada por seu amor verdadeiro). Como eu quero que vocês tenham a mesma sensação que tive ao assistir a essa produção, não irei contar mais nada da mesma. Mas já vou garantindo, que a história não é exatamente como a conhecida por todos nós.


A direção ficou a cargo do estreante na função Robert Stromberg, que já ganhou dois Oscars de direção de arte (por "Avatar" e "Alice no País das Maravilhas"). Sua marca é logo notada nos primeiros minutos de projeção, pois os cenários e animais mostrados ficaram belíssimos com a tecnologia 3D, que também nos faz entrar dentro da produção. Mas o que atrapalhou um pouco a narrativa, foi o roteiro cheio de buracos de Linda Woolverton (que já escreveu outros clássicos da Disney, como "A Bela e a Fera" e "O Rei Leão"). Vários arcos propostos por ela, não possuem mais explicações detalhadas, ou momentos mais marcantes do que devia e acabam transformando a mesma em uma tipica "Sessão da Tarde". Deixando claro também, que o diretor não conseguiu corrigir esses erros em cena.


Por sorte, o elenco contém os nomes das grandiosas Angelina Jolie e Elle Fanning, nos papeis de Malévola e da Princesa Aurora. Ambas conseguem ter uma divertida química e momentos hilários juntas (o primeiro encontro entre as duas é um exemplo), pois "Malévola" ainda brinca com o status de "Loira Burra" que a maioria das princesas do universo Disney vem ganhando com força total depois do sucesso "Encantada". Mas quem demonstra que cada vez mais cai na maldição da atuação marcante é o Africano, Copley. Sua caracterização do Rei, é muito similar a de outras produções recentes deste, como "Elysium" ou no remake de "Oldboy". Já as atrizes que interpretam as três fadas (Imelda Staunton, Juno Temple e Lesley Manville) que obtêm a guarda de Aurora no principio da película, não nada mais além de serem meio que um alivio cômico e um "tapa buraco" em alguns momentos. Mas de todos esses caracteres, o único que demonstra compreender a dor de Malévola, é seu súdito vivido por Sam Riley ("Na Estrada"). Seu personagem consegue ser bem mais interessante do que as três fadas mencionadas, e se torna mais um diferencial na narrativa.

"Malévola" acaba sendo mais uma produção Disney, que solta sempre uma lição de moral em seu desfecho e que os mais novos e menos exigentes a classificam "fantástica, maravilhosa", mas para os mais velhos e mais críticos é mais uma produção razoável, que poderia ter sido bem melhor e muito mais explorada.

NOTA: 6,5/10,0

Imagens: Reprodução da internet

Nenhum comentário:

Postar um comentário