sexta-feira, 13 de junho de 2014

CRÍTICA - GODZILLA


Depois de exatos 60 anos desde sua primeira história, inúmeras produções japonesas e o "Clássico da Sessão da Tarde", de Roland Emmerich, chega agora as telonas a mais nova versão do monstro mais popular de todos os tempos: "Godzilla", dirigida aqui por Gareth Edwards (que curiosamente dirigiu antes desse uma produção indie chamada "Monstros"). Aqui vemos uma abordagem completamente diferente das outras produções realizadas. Só para se ter uma noção, a película possui uma fotografia completamente escura (inclusive nas sequencias diurnas), o que serve apenas de consolo para melhoria dos efeitos visuais dos monstros, que na mescla com os atores parecem serem completamente reais. Estes acabam sendo o verdadeiro problema aqui, pois em todas as outras produções o monstro Godzilla teve muito mais tempo e destaque em cena do que aqui. 


A história do filme, gira em torno do engenheiro Joe Brody (Brian Cranston, de "Argo"), que há 15 anos descobriu que havia a existência de seres desconhecidos embaixo da usina nuclear, onde ele e sua esposa (Juliette Binoche, de "Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada") trabalham no Japão. Investigando o mesmo, sua esposa acaba falecendo, o que faz com que ele se torne obsessivo pelo caso. Voltando aos dias atuais, vemos o seu afastado filho, Ford (Aaron Taylor-Johnson, o "Kick-Ass") casado com a enfermeira Elle (Elisabeth Olsen, de "Oldboy") e com um filho pequeno (Carson Bolde), agora vivendo nos Eua. Até que ele recebe um telefonema do Japão, avisando que seu Pai foi detido por ultrapassar uma zona em quarentena. Chegando lá, eles acabam percebendo que toda a teoria deste existe, e eles acabam se tornando figurantes no meio de uma briga entre monstros. Mas graças ao roteiro da dupla Max Borenstein e Dave Callaham (da série "Os Mercenários"), os únicos figurantes aqui são Godzilla e os outros monstros.


Apesar de ser bem clichê a história de "desculpa", ela acaba ganhando um espaço além do que devia, deixando as lutas de Godzilla contra as outros monstros em segundo plano. Pra ter uma noção, este acaba aparecendo somente no terceiro ato da película, ou seja, quase na metade da mesma. Mas mesmo assim, seu visual consegue superar o de muitas outras produções do gênero atual. Outro erro grotesco do roteiro, foi o fato da insistência de comparar o herói vivido por Johnson com o Godzilla. Este, que demonstra que continua preso ao papel que o consagrou no cinemas (o do pseudo-herói "Kick-Ass"), não consegue ter uma atuação mais convincente no meio de um elenco com grandes nomes como Cranston, a recém indicada ao Oscar Sally Hawkins (Blue Jasmine), Ken Watanabe ("Batman Begins") e David Strathairn ("Ultimato Bourne"). Ao menos sua química com Olsen da certo, apesar de no próximo ano eles entrarem no Universo Marvel como os Irmãos Mércurio e Feiticeira Escarlate, em "Os Vingadores: A Era de Ultron".


Infelizmente, notamos ao desfecho da película que o diretor Gareth Edwards tentou montar uma homenagem a todas as produções realizadas anteriormente. Só que pelo visto, ele não teve muita audácia em honrar o grande "Gojira" (expressão usada pelos japoneses que significa "Godzilla") e o acabou jogando ele pra escanteio no meio de tanto clichê que fora deixado em primeiro plano (afinal, é mais "interessante" vermos Olsen e outros humanos correndo da briga dele com outro monstro, do que a própria (que aparentava que poderia ser sido bem feita)). Sem duvidas, "Godzilla" podia ter ganho algo mais magistral no seu retorno as telonas. Mas pelo visto acabaremos vendo se formar a partir deste, mais uma franquia de enormes rendas para o bolso da Warner, onde o enredo ficará em completo segundo plano.

Obs: Infelizmente, por ser a única e última sessão deste filme no cinema no qual frequento, acabei tendo que assisti-lo na versão dublada. Desta vez, até que o trabalho esta bem feito e realizado, pois souberam escolher vozes que são bastante familiares com a dos atores na versão original. 

Nota: 5,5/10,0

Fotos: Google Imagens

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