domingo, 2 de março de 2014

CRÍTICA - ELA


Desde 2007, quando foi lançado "A Garota Ideal", não existiu mais nenhum filme com uma abordagem diferenciada sobre as passagens de uma depressão amorosa. Passaram-se sete anos depois, e o diretor, roteirista e ator Spike Jonze, tendo em mente o que o mundo vem passado com as evoluções tecnológicas (que vem aumentando a cada dia), tratou de criar uma história um tanto que diferente, que num primeiro momento parece não ser original, mas no andar da película vemos que estamos enganados.

Somos apresentados logo de cara, ao pacato cidadão Theodore (Joaquim Phoenix, de "Sinais"), que vive em uma imensa depressão amorosa, devido ao seu recente divórcio com Catherine (Rooney Mara, de "Terapia de Risco"). Desde então, ele passa o dia inteiro divido entre o seu trabalho como escrivão de cartas. Mas um dia, Theodore repara no anuncio de uma marca nova de Software, que promete um ter uma completa e direta interação com seu consumidor. Ao ligar o aparelho, ele pergunta ao seu cliente para definir  o "sexo da voz" e "como é ou era a sua mãe?". Após isso, ele é executado e além de demonstrar que possui uma completa inteligencia artificial, no caso "Ela" se apresenta como Samantha (voz de Scarlett Johansson). Ao passar dos tempos, Theodore vai criando uma certa afinidade com ela, e de repente ele acaba se apaixonando por completo e inclusive assumindo um relacionamento sério com Samantha.


Ao longo da história, Jonze vai realizando uma crítica sobre o atual problema da sociedade: a obsessão de possuir bens tecnológicos ao invés de uma vida sem eles. O personagem de Phoenix pode parecer que não, mas ele representa muitas pessoas que vivem o dia todo grudadas nas telas dos computadores, celulares e outras coisas, idolatrando seus perfis no "Facebook", "Instagram", dentre outros. Sua atuação demonstra o quanto uma vida pode se tornar monótona a partir do momento que damos bola para as futilidades do dia a dia. O que ganhou um enorme reforço com o trabalho de Jonze, que a cada momento que se passava a pelicula, ela ia ficando cada vez mais monótona, parada e inclusive tediosa. Mas o engraçado, é que tudo isso foi proposital, para representar a chatice que estava a vida de Theodore com Samantha. De fato, Phoenix foi um dos maiores injustiçados do Oscar deste ano, pois ele segurou praticamente o filme todo sozinho, somente com os fones ou com o "celular" na mão (lembrando que nos sets, ele gravou o filme todo com a voz de outra dubladora, já que Johansson foi contratada durante o processo de pós-produção do filme, praticamente). 


Pra não falar que ele tava completamente sozinho, a produção contou com uma rápida ponta da bela Olivia Wilde ("Rush - No Limite da Emoção"), como um caso amoroso de Theodore. Além dela, "Ela" também conta com Amy Adams, que mais uma vez exerce o papel que a consagrou no cinema com "Encantada": o da bobona alegre, Chris Pratt que faz o papel do melhor amigo do protagonista, que aparentemente aceita o relacionamento dele com uma voz na boa. No final das contas, "Ela" demonstrou ser um filme diferente e ao mesmo tempo para nós pensarmos onde está indo a nossa sociedade atual, que sem duvidas, resultará no premio de melhor roteiro original.

Indicações ao Oscar 2014: Melhor Filme, Roteiro Original, Design de Produção, Trilha sonora e Canção Original ("The Moon Song").

Ganha: Melhor Roteiro Original.

Nota: 9,0/10,0

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