segunda-feira, 3 de março de 2014

CRÍTICA - CLUBE DE COMPRAS DALLAS


Matthew McConaughey sempre foi conhecido por seus papéis naquelas tipicas comédias românticas clichês, como "Como Perder Um Homem em 10 Dias" e "Armações do Amor". Mas em 2010, ele optou por tomar novos rumos em sua carreira e aceitou estrelar o suspense "O Poder e a Lei". Consequentemente, ele recebeu diversos elogios por sua atuação e a partir dai foi pegando um filme mais diferente do outro, como "Killer Joe", "Magic Mike", "O Lobo de Wall Street" (que apesar de aparecer pouco em cena, conseguiu realizar um improviso que acabou se tornando cult) e agora "Clube de Compras Dallas". Mas diferente dos outros projetos, ele não teve de tirar a roupa ou improvisar para conseguir uma ótima atuação, mas sim perder 19 kg para viver um homem com o vírus da Aids. Não foi só McConaughey que teve de perder quilos para o papel, seu companheiro de cena Jared Leto (de "O Senhor das Armas") também, só que ele viveu um travesti.


A película se passa na década de 80, quando o eletricista/"peão de boiadeiro" homofóbico Ron Woodroof (McConaughey) leva uma vida sem preocupações, se envolvendo sexualmente com diversas mulheres e usando todo tipo de drogas. Mas um dia, ele sofre uma recaída e acaba sendo diagnosticado com o vírus da Aids, e só lhe restam mais 30 dias de vida. Sem outra opção, ele começa a estudar sobre a sua doença e vai parar no México, onde descobre que existem alguns medicamentos mais eficazes que ainda não foram aprovados pelo departamento de saúde, e que o podem o ajudar a ter mais tempo de vida. É então que dentre as idas e vindas ao hospital, ele conhece o travesti Rayon (Leto) que se torna seu companheiro de luta. Logo, Woodroof propõe a este uma parceira para se unir a ele no comando de um "Clube de Fidelidade", onde ele adquire diversas unidades desses medicamentos não autorizados e propõe ao enfermo com HIV que o page 400 dólares mensais, e esta recebe os medicamentos necessários para se tratar por conta própria. Mas isso acaba chamando atenção dos médicos (Jennifer Garner, de "Juno" e Denis O'Hare de "A Proposta") que cuidam de Rayon e Woodroof, que não aprovam a atitude deles, só que eles não imaginavam que ele tinha uma noção da doença praticamente no mesmo nível deles.

Uma vez comentaram comigo, que para um filme realmente dar certo ele necessita de ter uma química entre os atores em cena. Em "Clube de Compras Dallas" isso acontece de uma forma tão grandiosa, que o entrosamento entre McConaughey e Leto chega a parecer veridico, assim como o fato dos dois estarem realmente doentes, devido a enorme quantidade de pesos que ambos atores perderam. A carga dramática que ambos realizam e carregam durante a película é impressionante, pois no final das contas, acabamos nos emocionando com o desfecho previsível de ambos. O que ajudou bastante na atuação de ambos, foi também o excelente trabalho de maquiagem, que ajudou a deixar Leto ainda mais irreconhecível
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Já McConaughey e Garner (foto acima), que atuaram juntos em "Minhas Adoráveis Ex-Namoradas" (mais uma tipica comédia romântica dele), tiveram uma química plausível antes e agora conseguem ter um ótimo e realista entrosamento entre paciente e médico, no qual esta não demonstra sentimento e interesse algum com a situação dos enfermos com HIV (coisas tipicas de médicos do "SUS"). No decorrer da película, a narrativa exercida pelo canadense Jean-Marc Vallée (diretor de "A Jovem Rainha Victória") nos apresenta uma abordagem de redenção entre os personagens. Vamos acompanhando a doença de Woodroof deste o primeiro dia, e a cada dia que vai passando, notamos o quanto ela vai fazendo ele se tornar uma pessoa completamente diferente.

No final das contas "Clube de Compras Dallas" é mais uma daquelas produções que são tipicas merecedoras de Oscars, pois afinal de contas, qual ator que não entrega o corpo e a alma no papel não merece o premio? Recomendo!

Indicações ao Oscar: Filme, Roteiro Original, Edição;
Ganhou: Ator (Metthew McConaughey), Ator Coadjuvante (Jared Leto) e Maquiagem.

Nota: 10,0/10,0

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