Nicolas Winding Refn é conhecido por grande parte dos cinéfilos por ter sido responsável pelo cult, com Ryan Gosling, "Drive". Com uma originalidade em seu roteiro e sua direção que lembrou bastante o visual do jogo GTA, Refn não só foi premiado como melhor diretor em Cannes por este, como também começou a chamar a atenção no cinema. Nas últimas semanas consegui um tempo para conferir seu último longa, "O Demônio de Neon".
A principio o enredo me lembrou bastante aquela novela da Globo, das 23hrs, "Verdades Secretas", onde aqui a protagonista é a jovem de 18 anos, Jesse (Elle Fanning). Ela decide largar tudo pra trás e seguir uma carreira no mundo da moda. Só que a medida que ela vai avançando nos testes, e sendo selecionada para diversos ensaios, ela vai criando diversas inimizades no seu ambiente de trabalho, em especial com a estranha maquiadora Ruby (Jena Malone).
A principio o roteiro de autoria do próprio Refn, em parceria com Mary Laws e Polly Stenham, fizeram um arco legal com a personagem Jesse. A critica aos excessos que o mundo da moda comete, a pressão daquela adolescente em virar uma adulta de imediato (bem como na novela citada no outro paragrafo), onde seus sentimentos de inocência, insegurança e ansiedade são bem abordados tanto pelo roteiro, quanto pela ótima atuação de Elle Fanning. Só que ela tem outros dois fortes nomes, que conseguem roubar a cena, que são Keanu Reeves (que faz um misterioso dono do Hotel, em que ela se hospeda) e a própria Malone (cuja as intenções de sua personagem nunca ficam claras, se ela é mocinha ou uma vilã). Porém seria tudo bacana, se os roteiristas não fizessem essa proeza incrível: nos 20 minutos finais parece que eles tacaram o foda-se pra tudo e a película literalmente decai.
SPOILER, LEIA POR SUA CONTA E RISCO: A sequencia de necrofilia cometida por Malone e em menos de 10 minutos depois, a sequencia de canibalismo, realmente não haviam necessidade alguma de estar dentre o enredo e quem tem sensibilidade alta pra sequencias neste estilo, evite ao máximo esse longa. FIM DO SPOILER.
Quanto a direção de Refn, ele soube comandar de forma competente, onde ele realiza uma mescla nas tonalidades azul e vermelho durante boa parte da produção, onde claramente representam os sentimentos de Jesse durante a situação toda. Por fim, vemos que "O Demônio de Neon" poderia ter sido uma película muito melhor, só que com os rumos que ela tomou, com certeza o interesse e a vontade em ver o desfecho desta história realmente decaíram.
Nota: 6,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet
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