Não me recordo ao certo de ver o ator Casey Affleck em algum papel que realmente me convencesse. Eis que chegou a hora do irmão caçula de Ben Affleck começar a chamar a atenção de todos (e que não fosse por escândalos sexuais, como ocorreu em 2011) com seu papel em "Manchester À Beira Mar", e possivelmente lhe renderá seu primeiro Oscar na carreira (sendo que ele já venceu o último Globo de Ouro, por este trabalho). Fiquei com um pé atrás se a sua performance tinha sido digna de tamanha consideração, pois sempre o achei sem expressão alguma em todos os seus filmes (incluindo "O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford", onde ele recebeu sua primeira indicação ao Oscar há uns 10 anos).
A trama mostra o eletricista Lee (Affleck), que leva uma vida regada a brigas e constantes crises depressivas. Até que ele é pego com a noticia, que seu irmão (Kyle Chandler) veio a óbito. Enquanto ele está resolvendo a burocracia por trás da fatalidade, ele descobre que o mesmo deixou em seu testamento que ele deverá assumir a guarda do seu filho. Renegando a situação, Lee começa a reavaliar sua vida e todas as coisas pelo qual já viveu, seja com o finado ou com sua ex-esposa Randi (Michelle Williams).
Kenneth Lonergan ("Conta Comigo"), sem dúvidas se mostrou aqui não só como um excelente diretor, como também um brilhante roteirista. Ele desenvolveu diversos arcos onde mostram Lee com extrema dificuldade em sua vida, com o propósito de lhe fazer pensar como nós ficamos reclamando da vida atoa. Dentre outras palavras, ele acabou fugindo do padrão hollywoodiano em sua construção. Ele ainda escolheu uma ótima fotografia acinzentada, que ajuda ainda mais na perspectiva do clima depressivo pelo o qual a película vai tomar no decorrer dos arcos.
Obviamente que os mais sensíveis com irão se emocionar em alguns momentos na narrativa, onde o principal destaque vai para o próprio Affleck. O cara não só conseguiu tirar uma enorme atuação como protagonista, como ele conseguiu ter ótimos momentos com quase todos os outros coadjuvantes do longa, seja com Lucas Hedges (que faz o papel de sobrinho) ou com Michelle (que aparece bem pouco, mas conseguiu roubar a cena em dois momentos cruciais na trama).
"Manchester Á Beira Mar" é sem duvidas uma das maiores surpresas que eu tive neste mês de janeiro, e um forte candidato aos Oscar de Ator para Casey Affleck e Melhor Roteiro Original para Kenneth Lonergan. Aos amantes de cinema, este longa com certeza é indispensável! RECOMENDO!
Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet
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