Musicais hoje em dia não fazem tanto sucesso como em meados dos anos 60/70, época em que filmes como "Grease" estouraram nos cinemas. Em meio a sucessos de longas como "Os Miseráveis" e "La La Land - Cantando Estações", é inevitável que o estilo vem voltando de forma lenta a dominar as telas. Porém não é um sinal de qualidade, como é o caso deste "O Rei do Show", que joga todas as suas fichas nas excelentes músicas (cuja a canção "This is Me" provavelmente levará o Oscar em 2018) e no talento indomável de Hugh Jackman, pra esconder algumas falhas notórias em seu roteiro.
O enredo tem inicio na história de P.T. Barnaum (Jackman), que desde criança junto de sua eterna paixão Charity (Michelle Willians), sempre sonhou grande e depois de diversas dificuldades financeiras, decide fazer um espetáculo com as pessoas mais diferentes e excepcionais que existem. A medida que os mesmos vão se tornando um sucesso, Barnaum acaba criando um novo estilo de espetáculo que hoje conhecemos como "Circo".
Sim é impossível não gostar das músicas que o filme apresenta, principalmente a primeira "The Greatest Showman" e a já citada "This is Me". Assim como vermos o épico encontro do eterno Troy Bolton (personagem de Zac Efron em "High School Musical") com o Wolverine pra cantar em plena mesa de bar. Tinha tudo pra ser "O MUSICAL", porém quando vamos pro roteiro de Bill Condon ("A Bela e a Fera") e Jenny Bicks ("Rio 2"), as situações sem as músicas soam como banais dentro do contexto hollywodiano (com os problemas que surgindo na trama de formas previsíveis, e sendo resolvidos em um estalo de dedos), e isso acaba estragando um pouco da dramaticidade que o enredo tenta transpor. Um claro exemplo, é a falta de dinamismo que poderia ter sido aproveitado no casal coadjuvante vividos por Zendaya ("Homem-Aranha de Volta ao Lar") e Efron, onde poderiam ter colocado fora dos padrões de beleza (conflito de classes sociais não é suficiente), pra fazer a mensagem de romance dos dois funcionar ainda mais (ficou muito "High School Musical" o romance deles). Nem vou entrar no mérito da personagem de Rebecca Ferguson ("A Garota do Trem"), que mais uma vez segue seu "padrão de personagem no cinema "(não vou dar spoilers, mas quem viu o filme e já assistiu a outros trabalhos da atriz, sabe do que estou falando).
"O Rei do Show" é um bom musical, pois suas canções são belas e o carisma de Jackman ao interpreta-las só enaltece ainda mais a experiencia. Só que se eles tivessem dramatizado um pouco mais o enredo e colocado mais um toque de "realismo" dentro do contexto, certamente seria o musical do ano (sim, superaria facilmente "La La Land").
Nota: 6,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet
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