terça-feira, 30 de janeiro de 2018

O DESTINO DE UMA NAÇÃO

O Destino de uma Nação : Poster

Hoje em dia é fácil quaisquer pessoas conversarem e dizerem que amam o assunto "politica". Porém não são todas essas que sabem quem foi o Primeiro Ministro da Grã-Bretanha, Winston Churchill e sua importância durante meados dos anos 40/50. Muitos políticos influentes como o próprio Jair Bolsonaro, tem certa influencia no trabalho deste que teve coragem o suficiente para enfrentar a tirania da Alemanha de Hitler, e conseguir salvar milhões de soldados que estavam concentrados na praia de Dunquerque (fato mostrado no longa de Christopher Nolan, "Dunkirk").

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A trama de "O Destino de Uma Nação" tem como inicio a época pelo qual Churchill (Gary Oldman) foi eleito primeiro ministro no Reino Unido, em uma época onde a crise politica era eminente e nenhum partidário conseguia realizar absolutamente nada no meio da tirania de Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. Contrariando vários de seus colegas por ser conservador e ir contra diversas ideologias praticadas por eles, Churchill conseguia se destacar pelos seus discursos, coragem e carinho com a população em uma época difícil para a humanidade.

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A direção de Joe Wright ("Desejo e Reparação") procura trabalhar dois lados distintos em sua narrativa: uma voltada mais para o lado politico, que apresenta mais detalhadamente a personalidade de Churchill, e outra mais para o público leigo, que não conhece a importância deste e não entende muito sobre politica. Este último fica a cargo da secretaria deste (Lily James, de "Baby Driver"), que transmite não só a situação do povo daquela época (que não sabia basicamente de nada do que estava realmente ocorrendo) mas como as dos citados também. Para não ficar muito monótono, Wright intercala alguns breves momentos com algumas "patadas" que Churchill costumava dar quando caído em contradições (que acabaram virando alivio cômico do longa, em datadas situações). A atuação de Oldman consegue não só ter uma personalidade própria (distinguindo completamente das mostradas em outros longas sobre o assunto), como transpõe exatamente os traços do verdadeiro politico possuía (o que lhe auxilia ainda mais com a enorme maquiagem). Quando ele está junto dos outros políticos - comparações com o quadro nacional, virão de imediato - já são suficientes para vermos o quão ele entrou de cabeça no papel (principalmente quando ele entra em conflito com os liberais).

"O Destino de Uma Nação" não vai conseguir ganhar o Oscar de melhor filme (infelizmente), porém já é óbvio que Gary Oldman finalmente levará o prêmio como ator, e talvez o mesmo aconteça com a equipe de maquiagem (que ultimamente vem premiando e muito filmes com a temática na categoria).  Se você gosta de tramas politicas, e adorou "Dunkirk", só digo uma coisa: RECOMENDO!

Nota: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

ME CHAME PELO SEU NOME

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Lentamente a adaptação do livro de André Aciman, "Me Chame Pelo Seu Nome", vem ganhando uma notoriedade por onde passa. Começou em alguns festivais independentes, como o de Toronto, até vir as indicações nas categorias principais do Globo de Ouro e Oscar. Mas qual é o diferencial dele, além de abordar uma história de amor gay? Pois bem, a direção de Luca Guadagnino procura focar exatamente na personalidade do casal central, envolto a situações rotineiras de quaisquer casal que se apaixona, independente do sexo (sim não a uma trama exata aqui). 

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O enredo se passa em algum lugar na Itália, em meados dos anos 80, e mostra a história do jovem Ellio (Timothée Chalamet, de "Lady Bird"), que recebe a visita do amigo de seu Pai, Oliver (Armie Hammer, de "O Agente da Uncle") para passar o verão em sua casa e lhe auxiliar com alguns trabalhos. Aos poucos o primeiro vai começando a sentir sentimentos estranhos e começa a ter conflitos com relação a sua sexualidade, ao se mostrar apaixonado pelo segundo.

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Devo dizer que aqui nada é jogado pro público se acostumar, mas tudo é mostrado de forma sutil pelo diretor, onde ele induz sobre o que irá acontecer (nada é sancionado ao público, além do que é mostrado), seja através de uma escultura, um toque na música ou até mesmo uma simples cena de café da manhã. Fora que na retratação disso, a fotografia de Sayombhu Mukdeeprom remete o tempo todo ao estilo das produções oitentistas ao usufruir das belas paisagens italianas, enquanto estes arcos são retratados.  

Mas tudo isso ganha notoriedade graças a atuação da dupla central, vivida por Chalamet e Hammer. Enquanto o primeiro ainda na transição da fase de adolescente para adulto começa a sentir sérias duvidas diante de sua sexualidade, pois ao mesmo tempo em que começa a se relacionar com Marzia (Esther Garrel), segue com uma constante duvida e medo sobre sua paixão por Oliver. Esses sentimentos ficam notórios a todo o momento pro espectador, e realmente acabamos sentindo realmente o que o personagem sente (indicação ao Oscar merecida). Já o segundo mostra exatamente o oposto, onde em um primeiro momento vemos o mesmo completamente confiante de si e seguro de suas atitudes. Porém quando o longa começa a focar no mesmo, vemos que assim como aquele, ele também possui seus medos. Claro existem alguns outros personagens coadjuvantes que possuem seu momento durante a narrativa, só que não vou revelar quais pra não tirar a graça. 

"Me Chame Pelo Seu Nome" é uma obra que digamos me pegou de surpresa nesse final de janeiro, pois não esperava que o mesmo fosse mais superior e interessante do que o recém ganhador do Oscar, "Moonlight". Só digo que as indicações a este foram merecidas, porém infelizmente não irá conseguir ganhar nenhuma.

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

EXTRAORDINÁRIO

Extraordinário : Poster

Há certo tempo Hollywood tem apostado em realizar adaptações de best-sellers com temáticas infanto-juvenil para as telas. "A Culpa é das Estrelas" e "Como Eu Era Antes de Você" são dois meros exemplos que o sucesso foi estrondoso nas telonas, assim como foi nas livrarias. Escrito por R.J. Palacio, "Extraordinário" foi lançado em 2012 e gerou um enorme sucesso até então nas livrarias. Por sorte, a adaptação para as telonas caiu nas mãos de Stephen Chbosky, que já tinha feito um ótimo trabalho em "As Vantagens de Ser Invisível", e a qualidade não poderia ser inferior. 

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O enredo conta a história do menino Auggie Pullman (Jacob Trembley), que nasceu com a síndrome de Treacher Collins, uma condição genérica rara onde a área atingida é o rosto. Depois de 10 anos estudando em casa, seus Pais (Owen Wilson e Julia Roberts), veem que finalmente é a hora de Auggie entrar em uma escola e começar a se relacionar com as pessoas. Só que devido a sua deformação, ele acaba tendo de lidar com questões como o preconceito e bullyng.

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Se tem um filme feito pra chorar durante boa parte, esse é "Extraordinário". A atuação de Trembley transpõe todos os sentimentos do pequeno Auggie, como tristeza, medo, agonia e a vergonha de ser daquele jeito de certa forma, e é impossível não se emocionar. Coberto com uma enorme maquiagem (que provavelmente levará o Oscar neste ano), o ator mostra que ainda será um dos grandes nomes do cinema no futuro. Pra se ter uma noção, nós vemos o nível de talento dele principalmente quando ele pega algumas cenas "pesadas" com a veterana Julia Roberts. 

Pra não cair muito na tristeza e monotonia de longas do gênero, Chbosky resolveu dividir o longa em quatro partes, onde elas começam basicamente no primeiro dia de Auggie, só que do ponto de vista de cada um. A primeira obviamente é do próprio, depois acompanhamos o drama da sua irmã mais velha, Via (Izabela Vidovic) que sofre por ser deixada de lado pelos pais (lembrando que neste arco ainda temos uma pequena ponta da brasileira Sonia Braga, no papel da Avó desta), depois temos um arco de um dos amigos daquele (Noah Jupe) e da melhor amiga de Via, Miranda (Danielle Rose Russell), que servem mais como um balanço sobre tudo o que está ocorrendo do ponto de vista de fora da família. 

"Extraordinário" é aquele filme belo e humano que o cinema necessitava há tempos, pois sem duvidas é um mero exemplo de que quando há um ótimo roteiro em mãos e liberdade criativa, o cinema sabe e muito investir em dramas de qualidade! RECOMENDO!

Nota: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

THE POST: A GUERRA SECRETA

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Ver o nome da dupla Steven Spielberg e Tom Hanks estampado em um poster, já chama atenção de qualquer cinéfilo. Agora quando junto a estes dois, vemos o nome de ninguém menos de Meryl Streep, uma coisa é mais certa (além de que ela vai ser indicada ao Oscar por isso): Vai ser um EXCELENTE FILME! Baseado em fatos reais, "The Post: A Guerra Secreta" junta exatamente esse trio dos sonhos, em uma trama que remete e muito ao recente vencedor do Oscar, "Spotlight: Segredos Revelados", e que realmente é um ótimo filme. 

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Porém divergindo completamente o alvo, a questão agora cerca os segredos da Casa Branca envolto a Guerra do Vietnã, onde um funcionário da mesma rouba os documentos secretos sobre o ocorrido e lhes entrega para o jornal "Times" para pública-los. Os mesmos abordavam que o fato só serviu para idolatrar a imagem dos Eua, pois a derrota era eminente desde o inicio. A medida que os conflitos aumentam entre ambos aumentam, o jornal "The Washington Post" consegue ter posse dos mesmos documentos, o que aumenta mais a tensão dentre o governo estadunidense e os jornalistas.

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Mas afinal de contas, onde entra Hanks e Streep? Digamos que fazia tempos que não via uma dupla de protagonistas fortes funcionar tão bem quanto esta, onde o primeiro vive o editor executivo Ben Bradlle e a segunda interpreta a herdeira do jornal Kay Graham, que lida com o preconceito diário por ser a única mulher dentre os executivos. O trabalho que Spielberg faz com aquela em dois momentos chaves, são quando ela confronta os seus colegas machistas e no clímax do filme, pelos quais já são suficientes para justificar a indicação dela pro Oscar mais uma vez (mas dificilmente ela levará o prêmio). E quando a vemos acompanhada de Hanks, parece que realmente vemos dois amigos de longa data se reunindo, de tamanha naturalidade que ambos apresentam. Quanto ao restante do elenco digamos que Bruce Greenwood ("Star Trek") e Bob Odenkirk (da série "Better Call Saul") são os únicos que tem um momento chave e de destaque, pelos quais dá pra vermos que os caras estavam bem. Porém quem acaba roubando a cena é Jesse Plemons ("Feito da América"), devido ao alivio cômico ficar a cargo dele.

Agora entrando em mérito ao longa em um contexto geral, digamos que são quase duas horas de diálogos interruptos. Então se você não gosta de filmes assim, evite ao máximo, pois aqui é apenas atenção aos mesmos e nada mais. A direção de Spielberg consegue deixar isso de uma forma bastante interessante e não acaba cansando o espectador, pois ele sempre acaba jogando algo chamativo pra espairecer brevemente  em meio a tantas conversas(destaque pra uma sequencia interessante, onde ele mostra como um jornal era feito antes da era tecnológica), e o restante dispensa comentários.

"The Post: A Guerra Secreta" digamos que é um "'Spotlight' versão Steven Spielberg", com direito a uma cena de abertura com mais tiros do que em todo o filme de "Dunkirk", e uma direção impecável e sem exageros. RECOMENDO!

Nota: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sábado, 20 de janeiro de 2018

ASSASSINATO NO EXPRESSO DO ORIENTE

Assassinato no Expresso do Oriente : Poster

A história de "Assassinato no Expresso do Oriente" é uma das mais conhecidas e adaptadas para o cinema da escritora Agatha Christie. A versão de 1973 ficou marcada pela enorme reunião de atores da época, com nomes como Sean Connery, Albert Finney e Lauren Bacall. Já esta nova versão dirigida por Kenneth Branagh, também não poupou em ter vários nomes de peso em seu elenco. Este assumiu o papel do protagonista, o detetive Hercule Poirot, e dividia a cena com nomes de peso como Johnny Depp, Michelle  Pfeiffer, Judi Dench, Willem Dafoe e Penélope Cruz.

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A trama tem inicio mostrando o detetive Pirot terminando de investigar um caso, onde logo após a solução ele decide tirar férias. Após esbarrar com um velho amigo de confiança, acaba aceitando o convite para ingressar no Expresso do Oriente, local pelo qual ele acaba conhecendo as mais diversas personalidades. Até que durante uma tempestade de gelo, um misterioso assassinato ocorre no local. É quando ele decide sair brevemente de suas férias, para descobrir o culpado pelo ato.

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Gostaria de começar pautando a adaptação realizada por Michael Green ("Blade Runner 2049"), pois ela realiza algo que é muito deixado pra escanteio em produções do gênero: explorar todos os coadjuvantes em distintos momentos, nos fazendo criar uma especie de vinculo com eles, e assim cabendo a nós sabermos quem seria o suposto suspeito pelo assassinato do titulo. Pra mim os destaques caíram sem duvidas para Daisy Ridley, Michelle Pfeiffer e o personagem de Josh Gad, que tem bons tempos em tela e conseguem roubar a atenção do espectador quase sempre quando aparecem. Porém se isso tudo é fiel ao livro? Obviamente que não, mas a essencia dos personagens estão aqui, mesmo que de forma milimetrada. 

Quem já ta acostumado com os trabalhos de Branagh, sabe que o diretor não poupa no visual detalhista e no excesso de diálogos. Mesmo com alguns efeitos visuais baratos (vide a cena do acidente na nevasca), ele soube como executar diversos enquadramentos e como trabalhar o fato "atuações/cenário" (em alguns takes, vemos um belíssimo cenário, que é intercalado com algum dialogo de Pirrot com algum personagem).

"O Assassinato no Expresso do Oriente" é aquele filme de investigação que estava em carência há uns anos no cinema, e que chegou na hora certa para alegria de fãs do gênero. Que venha a sequencia "A Morte no Nilo".

Nota: 7,5 / 10,0
Imagens: Reprodução da Internet

A GHOST STORY

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Ta ai um dos longas mais loucos que assisti em 2017, e que sem hipóteses merece ser abordado. "A Ghost Story" mostra a história de um casal (Rooney Mara e Casey Affleck), onde o segundo vem a falecer em um acidente automobilismo. Logo após a viúva vê-lo no necrotério, ele vaga pela casa onde viviam em forma de um fantasma coberto por um lençol que o cobria no leito.        

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Pros amantes de filmes de terror e afins, já vou logo deixando claro que o longa é um DRAMA, e pesado. Porque digo neste termo? Pois o diretor e roteirista David Lowery ("Meu Amigo Dragão") procura focar exatamente no lado triste da perda, que é o silencio e o desespero interno nas horas de solidão. Por isso espere por uma trama embasada apenas com gestos em 90% das cenas, e só entrelaçado com falas se necessário, ou seja, depende apenas das expressões de seus atores pra se segurar, e devo dizer que Mara realmente se sai muito bem (porque Affleck ta em 90% das suas cenas coberto por um lençol). Algumas sequencias ficam se segurando de forma natural durante um bom tempo (como por exemplo uma cena em que ta comendo uma torta), pra poder partir pra sua consequência (tudo acaba soando de forma muito natural, ao invés de genérica). Porém inesperadamente o filme acertou perfeitamente em não cair na mesmice, ou seja, tudo aqui tanta levar pro banal mas o desfecho acaba sendo original. Detre outras palavras: acontecem várias coisas durante a narrativa, pelas quais sequer imaginamos que iria acontecer (não vou mencionar, pra não entrar em spoilers). 

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Agora outro ponto que vale o destaque é o tipo de fotografia explorado por Andrew Droz Palermo, que remete a um tom bem acinzentado, englobado com um frame de 1:33, remetendo ao mesmo formato das fotografias antigas dos anos 60/70. Tudo isso entrelaçado remete bem a sensação de saudade que a protagonista sente por seu marido, de forma simbólica. 

"A Ghost Story" é obrigatório pra quem curte cinema, e gosta de acompanhar estilos diferenciados de narrativa em meio a crise do mais do mesmo que presenciamos constantemente no cinema.

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

O ESTRANGEIRO

O Estrangeiro : Poster

Faziam cerca de oito anos em que não ia aos cinemas para conferir algum filme do Jackie Chan (até onde me recordo, o último havia sido o mediano "Missão Quase Impossível"). Seu mais recente longa na terra do Tio Sam, "O Estrangeiro" quebrou esse jejum e ainda mostra que por mais previsível possa parecer, vemos que este ainda da pro gasto mesmo com 63 anos de idade. 

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A trama é basicamente o padrão que muitos longas de ação vem seguindo, onde o assassino profissional aposentado Quan (Chan) jura vingança pela morte da filha, nem que para isso seja necessário enfrentar um enorme conglomerado envolvendo um poderoso politico (Pierce Brosnan, o penúltimo 007) e terroristas do IRA. 

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O diretor Martin Campbell já se mostrou eficaz na franquia de James Bond, pois ele sabe filmar cenas de ação sem o recurso da câmera tremula, e tem certa preocupação em fazer enquadramentos e transpor ao espectador uma cena intensa da forma da forma correta (vide a sequencia de lepakour em "Cassino Royale"). Aqui ele sabe realizar muito bem as cenas de lutas de Chan, porém ele procurou intercalar a todo momento o ponto de vista da situação dentre os personagens deste e de Brosnan. Só que por mais que o primeiro produza e estrele o longa, o estilo não chega aos pés da sua habitual zona de conforto (porradas seguidas de piadinhas). Seu personagem é um dos mais sérios que ele já interpretou, e suas sequencias de lutas ocorrem apenas em doses homeopáticas e dentro do contexto. O roteiro de David Marconi ("Inimigo do Estado"), que foi inspirado no livro de Stephen Leather, remeter um pouco com o contraste de longas como "Busca Implacável" e "O Fim da Escuridão" (dirigido pelo próprio Campbell, com Mel Gibson no papel protagonista). Porém o erro principal se dá quando surgem subtramas dentro do contexto da trama principal, pois algumas delas ficam desnecessárias quando a conclusão é apresentada e desvia um pouco o foco do longa.

"O Estrangeiro" é não é um ótimo retorno para Jackie Chan nos cinemas nacionais, mas é um bom exemplar para vermos o quanto Chan ainda da pro gasto, ainda mesmo depois de ter recebido um Oscar honorário pela carreira ano passado.

Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet    

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

O ARTISTA DO DESASTRE

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James Franco já mostrou há mais de uma década que consegue ser um ótimo comediante, do que um ator sério. "É o Fim" e "Segurando as Pontas" mostram-se um exemplo notório. Só que de uns tempos pra cá, assim como outros colegas seus de Hollywood, ele tem se aventurado atrás das câmeras em alguns de seus filmes como protagonista. Os primeiros tiveram um resultado duvidoso e o prestigio veio somente recentemente com este "O Artista do Desastre", onde conta a história verídica do ator teatral Tommy Weseau, que com seu amigo Greg Sestero, em 2003 realizaram o longa "The Room" que é considerado o pior de todos os tempos.

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Mas não é porque "The Room" é considerado o pior filme de todos os tempos, que muitas pessoas não gostem dele. Logo de inicio vemos alguns grandes nomes do cinema estadunidense (incluindo J.J. Abrams e Kevin Smith), comentando a importância do mesmo para a história da sétima arte. "O Artista do Desastre" tem inicio em meados dos anos 90, quando Tommy e Greg (Dave Franco, irmão de James Franco) se conheceram e foram morar juntos em Los Angeles, em busca de conquistarem a fama em Hollywood. No meio de alguns desdéns, o primeiro tem a brilhante ideia de realizar um longa metragem para o seu roteiro rotulado de "The Room". Só que sem a menor noção de como fazer um filme, muito menos uma história que faça sentido, Tommy sempre levou a ideia a sério.

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Foi merecida a vitória de Franco no Globo de Ouro, pois ele encarnou completamente a personalidade de Tommy Westeau (quem já assistiu a "The Room", sabe do que estou falando) nas formas físicas e comportamentais. É inevitável alguns dos momentos dele não causarem crises de riso no espectador (ainda mais se você entender sobre cinema). Não seria injustiça se o nome dele figurar dentre os cinco indicados a melhor ator no Oscar deste ano. Partindo pros coadjuvantes, seu irmão Dave fica a cargo do lado dramático do longa, devido ao seu conflito na relação dentre Tommy e sua namorada Amber (Alison Brie, que é sua esposa na vida real), que certamente muitos atores na área refletem com os ocorridos. Quanto ao restante do elenco, é normal os mais cinéfilos caçarem algumas participações especiais durante o andamento da trama, com alguns atores que marcaram o cinema no passado e que hoje andam um pouco "sumidos" (não vou mencionar, pra não tirar a graça de alguns).

Tudo isso ganha um toque especial com a divertida trilha sonora que conta com músicas como "Rhythm of the Night", "Good Vibrations", dentre outros sucessos notórios dos anos 90 e que de certa forma batem com o contexto do que está sendo apresentado naquele momento. 

"O Artista do Desastre" é um filme sobre como se faz cinema, mesmo sendo de péssima qualidade. Reconhecimento merecido pelo Globo de Ouro, porém pra mim merecia o prêmio de melhor comédia de 2017 (sim, foi o filme deste ano em que mais ri). RECOMENDO!   

Nota: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

LADY BIRD: É HORA DE VOAR

Lady Bird - A Hora de Voar : Poster

Quase todo mundo conhece ou tem alguma amiga que em uma fase da vida se revoltou com os rótulos que a sociedade impôs ao comportamento dela, e resolveu reverter o mesmo por completo, onde ela acaba fazendo diversas besteiras e só se toca quando algo realmente grave acontece. É basicamente isso que é abordado no filme da atriz Greta Gerwing (que aqui assina a direção e o roteiro, pelo qual é inspirado na vida da própria), que ao meu ver, leva facilmente o Oscar de melhor roteiro original. Mas caramba, existem diversos longas que abordam a temática no cinema! Porém o diferencial em "Lady Bird: É Hora de Voar", é que tudo soa como verdadeiro e não artificial. 

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A história se inicia com a adolescente Christine (Saoirse Ronan), que está finalizando o ensino médio em uma escola religiosa e passa por uma crise existencial. Adotando apelido de "Lady Bird", ela alega que o seu nome de nascença não lhe agrada e que não nasceu pra seguir os padrões pelos quais os professores e os pais dela pregam. Ao mesmo tempo, ela tem de lidar com a pressão de passar em uma faculdade em que aqueles consigam pagar, suas primeiras paixões e seus conflitos com suas amigas e colegas de classe.

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Primeiramente gostaria de destacar a simplicidade na direção de Gerwing. Ela não peca pro dramalhão ou para arcos muito hollywodianos (que são nada mais do que uma série de momentos previsíveis e banais, onde grande maioria dos longas vem seguindo últimamente), pelo contrario, ela procurou explorar a humanidade de cada um dos personagens dentro do contexto da narrativa. Durante o andamento da trama, vemos os sentimento de Christine sendo retratados cuidadosamente em cena, que funcionou graças a excelente atuação de Ronan (ela já havia interpretado uma personagem similar em "Brooklyn", porém desta vez talvez ela acabe levando o Oscar). Ela tem dois excelentes momentos com Luarie Metcalf (sua mãe) e com Lucas Hedges (seu primeiro namorado), onde a primeira também provavelmente será indicada ao Oscar de atriz coadjuvante (acho cedo pra falar as chances dela), pois a vivacidade perante as atitudes de aborrecentes da filha, acabam sendo notórias de forma clara e natural. 

"Lady Bird: É Hora de Voar" é mais um excelente exemplar de que o Oscar deste ano possivelmente terá bons filmes dentre os indicados a principal categoria. Contudo, vemos que Greta Gerwing é mais uma atriz que por mais apagada que seja na frente das câmeras, consegue ser uma enorme profissional por trás delas. RECOMENDO!

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

JUMANJI: BEM-VINDO A SELVA

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Como todo adulto de hoje que nasceu nos anos 90, cresci vendo ao clássico "Jumanji". Me lembro que todo inicio de ano da primeira a quarta série, as professoras exibiam para nós o mesmo e sempre acabava prendendo a nossa atenção por mais que já soubéssemos o seu desfecho. Desde aquela época Robin Williams já era um dos meus atores favoritos (lembro que fiquei bastante chateado com o seu fatídico falecimento, em 2014), e quando anunciaram a sequencia daquele e com o Dwayne Johnson como protagonista, logo me veio a mente "lascou, vai virar mais uma comédia do The Rock!". Por sorte estava enganado, e "Jumanji: Bem Vindo a Selva" não é só uma excelente sequencia, como também mostra que o legado de Williams ainda está vivo.

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O filme começa exatamente do ponto onde o primeiro parou, com o jogo sendo encontrado na praia em meados de 1996. "Magicamente" ele acaba virando uma fita de Mega Drive e anos depois acaba sendo achada por um grupo de adolescentes, que estão em detenção no colégio (bem a lá "Clube dos Cinco") e ao iniciarem o jogo acabam sendo transportados para o mesmo. Lá eles assumem avatares que são bem diferentes do que os próprios na vida real. 

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A grande sacada inicial do filme já começa pelo fator nostalgia, onde eles reaproveitam exatamente a sequencia final do antecessor pra iniciar este. E a medida que a trama avança, vemos que o diretor Jake Kasdan ("Sex Tape - Perdido na Nuvem"), pegou o exato estilo de Joe Johnson realizou no original. O perfil abordado para os adolescentes são compatíveis com o que vemos em quaisquer grupo de amigos, e tudo é bem explorado de forma breve remetendo e muito ao clássico "Clube dos Cinco". Mas quando eles viram os avatares, o show fica sendo outro. Johnson, Jack Black, Karen Gillan e Kevin Hart tem seu momento de brilho e devo dizer que é mais de um, pois além de terem uma ótima química, é impossível ficar sem rir com os quatro. Porém quem acaba roubando e muito a cena é Black, que vive o avatar da patricinha Bethany (Madison Iseman), e que assume os comportamentos da garota de forma hilária. 

Agora quando eles partem pras sequencias de ação, as cenas de luta são bem feitas (como é um "filme do The Rock", obviamente que rola alguma cena do soco dele derrubando um exército), porém os efeitos visuais já nem tanto, pois os animais tão com um CGI bem mediano. Já o recurso 3D só acaba sendo bem explorado na sequencia final, mas durante o filme o recurso sequer é notado. 

"Jumanji: Bem Vindo a Selva" é uma ótima continuação de um clássico dos anos 90, que assim como "Blade Runner 2049" fez jus ao legado deixado pelo antecessor e sequer estragou o que havia sido deixado por Robin Williams. RECOMENDO!

Nota: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet


terça-feira, 2 de janeiro de 2018

O REI DO SHOW

O Rei do Show : Poster

Musicais hoje em dia não fazem tanto sucesso como em meados dos anos 60/70, época em que filmes como "Grease" estouraram nos cinemas. Em meio a sucessos de longas como "Os Miseráveis" e "La La Land - Cantando Estações", é inevitável que o estilo vem voltando de forma lenta a dominar as telas. Porém não é um sinal de qualidade, como é o caso deste "O Rei do Show", que joga todas as suas fichas nas excelentes músicas (cuja a canção "This is Me" provavelmente levará o Oscar em 2018) e no talento indomável de Hugh Jackman, pra esconder algumas falhas notórias em seu roteiro. 

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O enredo tem inicio na história de P.T. Barnaum (Jackman), que desde criança junto de sua eterna paixão Charity (Michelle Willians), sempre sonhou grande e depois de diversas dificuldades financeiras, decide fazer um espetáculo com as pessoas mais diferentes e excepcionais que existem. A medida que os mesmos vão se tornando um sucesso, Barnaum acaba criando um novo estilo de espetáculo que hoje conhecemos como "Circo".

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Sim é impossível não gostar das músicas que o filme apresenta, principalmente a primeira "The Greatest Showman" e a já citada "This is Me". Assim como vermos o épico encontro do eterno Troy Bolton (personagem de Zac Efron em "High School Musical") com o Wolverine pra cantar em plena mesa de bar. Tinha tudo pra ser "O MUSICAL", porém quando vamos pro roteiro de Bill Condon ("A Bela e a Fera") e Jenny Bicks ("Rio 2"), as situações sem as músicas soam como banais dentro do contexto hollywodiano (com os problemas que surgindo na trama de formas previsíveis, e sendo resolvidos em um estalo de dedos), e isso acaba estragando um pouco da dramaticidade que o enredo tenta transpor. Um claro exemplo, é a falta de dinamismo que poderia ter sido aproveitado no casal coadjuvante vividos por Zendaya ("Homem-Aranha de Volta ao Lar") e Efron, onde poderiam ter colocado fora dos padrões de beleza (conflito de classes sociais não é suficiente), pra fazer a mensagem de romance dos dois funcionar ainda mais (ficou muito "High School Musical" o romance deles). Nem vou entrar no mérito da personagem de Rebecca Ferguson ("A Garota do Trem"), que mais uma vez segue seu "padrão de personagem no cinema "(não vou dar spoilers, mas quem viu o filme e já assistiu a outros trabalhos da atriz, sabe do que estou falando). 

"O Rei do Show" é um bom musical, pois suas canções são belas e o carisma de Jackman ao interpreta-las só enaltece ainda mais a experiencia. Só que se eles tivessem dramatizado um pouco mais o enredo e colocado mais um toque de "realismo" dentro do contexto, certamente seria o musical do ano (sim, superaria facilmente "La La Land").

Nota: 6,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

EU, TONYA

Eu, Tonya : Poster

Margot Robie já chegou nos cinemas roubando a cena em "O Lobo de Wall Street", onde interpretou a esposa do personagem de Leonardo DiCaprio. Posteriormente fez o mesmo no terrível "Esquadrão Suícida", onde viveu a namorada do vilão Coringa, Arlequina. Era uma questão de tempo até finalmente ela conquistar um papel que lhe abrisse as portas para o seu primeiro Oscar. Eis que o feito chegou com "Eu, Tonya", onde ela interpreta a patinadora Tonya Harding, que sempre sonhou em conquistar o primeiro lugar nas Olimpíadas de 1994, mas sua personalidade possessiva jamais deixou que isso ocorre-se.

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O filme acompanha a vida de Tonya desde criança (onde sempre sonhou em alcançar o "Sonho Americano"), intercalando com vários relatos de pessoas envolvidas em sua construção como uma patinadora profissional, até sua decadência. Os mais cinéfilos logo notarão o "estilo Scorsese" na narrativa exercida por Craig Gillespie (do ramake de "A Hora do Espanto"), quando chega em seu clímax (que se resume em uma trilha sonora tensa, em meia por "algo que da errado" com uma narrativa em off do protagonista em questão). Dentre outros momentos, a trama é intercalada com intervalos mostrando entrevistas dos protagonistas da história sobre suas atitudes dentre os fatos (com a quebra da quarta parede ocorrendo homeopaticamente), como se fosse um documentário. 

Mas sem dúvidas o longa não seria o mesmo sem uma atriz como Margot Robbie pra interpretar a protagonista. Ela consegue não só transpor toda a loucura e desconstrução psicológica da personagem, como também faz o espectador se cativar por sua trajetória em questão de minutos. Só que o brilho da atriz é ofuscado quando ela contracena com Allison Janney (da série "Mom"), que interpreta sua opressora mãe. Sem dúvidas que a mesma provavelmente levará o Oscar de atriz coadjuvante pra casa em 2018, pois sua LaVona Golden transpõe ódio sempre que agride fisicamente e verbalmente a filha, como também em momento algum conseguimos gostar da personagem (mesmo ela achando que ela está certa). O que já não pode se dizer de Sebastian Stan (o Bucky do Universo Marvel), que possui dois momentos distintos durante o filme: um que você ama muito ele, e outro que você o odeia (TALVEZ ele acabe sendo uma surpresa dentre os indicados a ator coadjuvante no Oscar).

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"Eu, Tonya" foi uma grata surpresa que tive o prazer de ser o meu penúltimo filme de 2017, e que sem dúvidas faz minha torcida pela vitória da Margot Robbie no Globo de Ouro e no Oscar 2018, ser maior. Pra quem tava com saudades de conferir a mesma com seu estilo Arlequina, só digo uma coisa: ASSISTA!!

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet