Depois de gerar um enorme polêmica no Festival de Cinema de Cannes, onde pela primeira vez em seus 70 anos, apresentou dois longas do serviço streaming Netflix concorrendo ao Palma de Ouro. O ato foi criticado por uns, apoiados por outros, mas tretas a parte, o bafafa só ajudou e muito na divulgação dos respectivos longas da companhia, "The Meyerowitz Stories" (que provavelmente seja lançado até o final do ano, e vem sido vendido como a melhor atuação na carreira de Adam Sandler) e este "Okja". Já deixarei claro que esta é uma produção padrão e nada inovadora, do diretor Joon-ho Bong (que acertou com o ótimo "O Expresso do Amanhã"), onde pra quem cresceu vendo longas como "Free Willy" e "A Fuga das Galinhas" (desculpem a comparação, mas é verdade), vai notar e muito as referencias a estes dois longas (e a na relação da garota Seo-Hyun Ahn e seu porco gigante, batizado carinhosamente de Okja.
A trama é bem simples, e tem como ponto de partida a inescrupulosa empresária Lucy Mirando (Tilda Swinton, de "Dr. Estranho") revelando a criação de uma nova espécie de animal pela qual poderá acabar com a fome no mundo, onde todas as partes do corpo da mesma se revelam como comestíveis. Mas um desses porcos, vive com a jovem Mija (Ahn), que por falta de condições financeiras, seu Pai acaba vendendo a mesma para a companhia Mirando. Com nada a perder, a mesma embarca em uma jornada rumo a mesma para tentar a todo custo resgatar seu melhor amigo.
A trama parece bem batida a uma breve leitura desta sinopse, porém a dosagem critica que ele estabelece a partir do ato em que Mija chega ao prédio da Mirando, o longa começa a tomar outros rumos e fica mais interessante a medida em que ele vai avançando. Por mais que seja uma obra de ficção, vemos a preocupação de Bong no desenvolvimento de seus coadjuvantes, onde temos um grupo de ativistas (que em momento algum parecem são genéricos, mas sim humanos com relação a suas atitudes distintas) que ajudam a protagonista a resgatar Okja, enquanto os alegóricos ficam a cargo dos vilões vividos por Switon e Jake Gyllenhaal ("Vida"), onde além do visível esforço corporal que ambos passaram, conseguem transpor na medida certa o que o longa pede.
Fora que o enredo central procura focar e bastante na questão sobre o tratamento dos animais nos abatedouros, onde Bong fez brevemente um momento provocativo que nos faz se sentir na pele daqueles porcos gigantes (os mais sensíveis irão chorar, sem duvidas).
"Okja" é mais outra grande surpresa que o serviço streaming nos apresentou este ano, e espero que ainda nos traga com "The Meyerowitz Stories" outro longa digno de sua qualidade em produções dramáticas. RECOMENDO!!
Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet
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