Damien Chazelle é conhecido por ter levado o Oscar de direção pelo ótimo "La La Land: Cantando Estações" e ter comandado "Whiplash: Em Busca da Perfeição", dentre outras palavras, o cara entende de longas musicais. Mas em "O Primeiro Homem" ele teve um desafio em tanto, ao contradizer esse rótulo, ao narrar a história de Neil Armstrong, desde quando ele era um piloto comum, até se tornar o primeiro ser humano a pisar na lua, em 1969. Para viver este, ele optou por repetir a sucessiva dobradinha do primeiro, com Ryan Gosling.
Aqui vemos Armstrong no inicio dos anos 60, como um comum Pai de família, que acabará de perder a filha, e está tentando reerguer a vida com a esposa (Claire Foy) aos poucos. Eis que um dia ele se depara com um anuncio de vagas para um enorme projeto na Nasa, e ele vê ali a grande chance de conseguir uma enorme empreitada. É então que acompanhamos toda sua trajetória na agencia, até ele se tornar o primeiro homem a pisar na Lua.
Gosling não só está mais uma vez excelente no papel de protagonista, como também ele transpõe todo aquele sentimento que Armstrong possuía em relação a sua família e aos riscos que sua carreira levava. Ele opta por trabalhar mais as expressões faciais, do que os diálogos (tanto que os mesmos são somente ditos por ele, quanto necessários), fazendo-o de um personagem mais enigmático do que apenas humano. O restante do elenco está operante e bom nos papéis que lhe são impostos, mas a atriz que vive sua esposa (Claire Foy), também consegue ser outro destaque em dois momentos extremamente pesados na narrativa (precisava realmente ter alguém do porte dela, pois caso contrário realmente não funcionaria).
A direção de Chazelle me lembrou e muito o trabalho de Christopher Nolan em "Interestelar", pois ele opta por filmar constantes tomadas externas as naves no ar, para transpor a sensação de sentirmos o que os protagonistas daquela cena estão sentindo. O recurso realmente funciona, principalmente com relação ao espaço, que na sequencia na lua ele segue as leis da gravidade e deixa o silencio tomar conta da mesma. Com relação as tomadas que englobam os personagens, ele comete um erro bastante peculiar, que é dar constantes closes no rostos dos atores pra deixar seus sentimentos mais eminentes. É um recurso que eu entendo o motivo, mas que se torna muito cansativo em uma hora. Mas isso não consegue tirar o gás do longa, pois ele realmente acaba prendendo durante suas 2h20 de projeção (eu não senti o tempo passar).
"O Primeiro Homem" assim como "Nasce Uma Estrela" provavelmente figurará em diversas categorias no Oscar 2019 (Filme, Direção, Ator - Ryan Gosling, Mixagem de Som e Edição de Som, são certeiras), e dificilmente será esquecido na mente dos cinéfilos que curtem filmes sobre viagens espaciais. RECOMENDO!
Nota: 9,5/10,0.
Imagens: Reprodução da Internet.
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