É inevitável que quem tenha crescido nos anos 80 e 90, não ter sequer visto algum episódio da série de fantoches da "Vila Sésamo" ou dos "Muppets". Na nossa mente, os personagens representam aquilo que há de mais ingenuo no ser humano, e é uma imagem que nós sempre resguardamos deles. O que poucos sabem, é que existe uma linha dos mesmos voltada ao público adulto (mas não é porno, pros tarados de plantão, fica o aviso). Com conteúdo mais beirando ao linguajar vulgar, uso de drogas e violência, esse "lado negro" é administrado por Brian Henson, que é filho do criador original dos bonecos, Jim Henson. Com as constantes tentativas de emplacar os fantoches para a geração atual, eis que aquele também resolveu retornar a tona com sua linha, em "Crimes em Happytime".
A história gira em torno do policial fantoche Phil (Bill Barretta), que logo após um incidente, fica rebaixado em sua delegacia de policia e começa a trabalhar como detetive particular. Eis que durante uma investigação, ele acaba presenciando uma chacina com os bonecos. Então ele decide investigar o mesmo por conta própria, e para isso vê que terá de contar com a ajuda de sua antiga parceira, Connie (Melissa McCarthy).
De inicio, o roteiro de Todd Berger tenta fazer uma sátira com a situação do preconceito dentre os negros e caucasianos nos Eua, através da representação do desprezo dos humanos terem de compartilhar seu dia a dia com os fantoches. Porém esse arco meramente se perde a medida que a narrativa avança, pois é dado espaço a piadas envoltas a palavrões e escatologias (algumas realmente funcionam, já outras não), e o longa acaba beirando ao caminho do previsível até então.
Com relação as atuações McCarthy ta no automático, e não consegue ir mais aquém do que ela consegue fazer. Maya Rudolph (que interpreta a secretária humana de Phil), consegue ter as melhores sacadas do longa, assim como o personagem de Joel McHale. Já a personagem de Elizabeth Banks, além de aparecer pouco, foi muito mal escrita e a presença dela meio que não se justifica basicamente.
"Crimes em Happytime" consegue ser o filme mais fraco dos Muppets em anos, e é mais um daqueles que acabamos esquecendo, devida a tamanha abstinência que o longa assume em sua conclusão.
Nota: 5,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.