domingo, 28 de outubro de 2018

CRIMES EM HAPPYTIME

Crimes em Happytime : Poster

É inevitável que quem tenha crescido nos anos 80 e 90, não ter sequer visto algum episódio da série de fantoches da "Vila Sésamo" ou dos "Muppets". Na nossa mente, os personagens representam aquilo que há de mais ingenuo no ser humano, e é uma imagem que nós sempre resguardamos deles. O que poucos sabem, é que existe uma linha dos mesmos voltada ao público adulto (mas não é porno, pros tarados de plantão, fica o aviso). Com conteúdo mais beirando ao linguajar vulgar, uso de drogas e violência, esse "lado negro" é administrado por Brian Henson, que é filho do criador original dos bonecos, Jim Henson. Com as constantes tentativas de emplacar os fantoches para a geração atual, eis que aquele também resolveu retornar a tona com sua linha, em "Crimes em Happytime". 

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A história gira em torno do policial fantoche Phil (Bill Barretta), que logo após um incidente, fica rebaixado em sua delegacia de policia e começa a trabalhar como detetive particular. Eis que durante uma investigação, ele acaba presenciando uma chacina com os bonecos. Então ele decide investigar o mesmo por conta própria, e para isso vê que terá de contar com a ajuda de sua antiga parceira, Connie (Melissa McCarthy).

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De inicio, o roteiro de Todd Berger tenta fazer uma sátira com a situação do preconceito dentre os negros e caucasianos nos Eua, através da representação do desprezo dos humanos terem de compartilhar seu dia a dia com os fantoches. Porém esse arco meramente se perde a medida que a narrativa avança, pois é dado espaço a piadas envoltas a palavrões e escatologias (algumas realmente funcionam, já outras não), e o longa acaba beirando ao caminho do previsível até então. 

Com relação as atuações McCarthy ta no automático, e não consegue ir mais aquém do que ela consegue fazer. Maya Rudolph (que interpreta a secretária humana de Phil), consegue ter as melhores sacadas do longa, assim como o personagem de Joel McHale. Já a personagem de Elizabeth Banks, além de aparecer pouco, foi muito mal escrita e a presença dela meio que não se justifica basicamente. 

"Crimes em Happytime" consegue ser o filme mais fraco dos Muppets em anos, e é mais um daqueles que acabamos esquecendo, devida a tamanha abstinência que o longa assume em sua conclusão. 

Nota: 5,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

sábado, 27 de outubro de 2018

HALLOWEEN - 2018

Halloween : Poster

Há alguns anos, Hollywood vem tendo uma enorme "crise criativa" e "existencial" de alguns atores, fazendo-os a renascerem algumas franquias de sucesso passado. Esse ano, o grande chamariz foi em cima do novo longa da franquia "Halloween", que trouxe a veterana Jamie Lee Curtis de volta ao papel que lhe abriu portas no cinema, a da babá Laurie Strode, que há exatos 40 anos enfrentou o psicopata mascarado Michael Myers. Pra quem não sabe, essa franquia iniciou os conhecidos "Slasher Movies", que são longas onde temos antagonistas que saem apenas matando qualquer um que passa em seu caminho, sem mostrar sua verdadeira face e nenhum motivo concreto, a não ser que eles são "psicopatas por serem". Meros exemplos são os personagens Jason e Freddy Krugger, que nasceram graças ao caractere citado. 

Jamie Lee Curtis in Halloween (2018)

Voltando ao tópico principal que é este novo "Halloween", a história ignora por completo os eventos dos outros longas, e se trata de uma sequencia direta do primeiro longa, e tem inicio nos dias atuais, onde Laurie vive completamente isolada da sociedade, apenas focada em deter o assassino Michael, em uma eventual fuga deste da prisão. Isto acaba ocorrendo, então ela começa a usar todas suas habilidades para encontra-lo, antes que ele ataque sua família e deixe um enorme rastro de mortes por onde passa. 

James Jude Courtney in Halloween (2018)

Resgatando algumas técnicas e arcos apresentados no longa original de John Carpenter (que também assina a música tema e auxiliou no desenvolvimento deste), o diretor David Gordon Green (tabmém responsável pelo roteiro com Danny McBride e Jeff Fradley), procura prestar uma homenagem de forma indireta ao clássico, através do arco que engloba a neta de Laurie, Allyson (Andi Matichak). Seja através das mortes das pessoas que a rondam, ou em algumas meras situações em que aquela viveu no passado. A atuação daquela está realmente boa e vemos em sua feição um notório desgaste em prol de todo o trauma que ela passou no passado, o que diverge da sua filha Karen (Judy Greer, que tem um dos melhores papeis na sua carreira), que junto a Allyson serve como um "contra tempo" na linha de pensamento (arco em que o roteiro leva muito em conta a questão das posse de armas, aos quais o assunto serve e muito em prol a essa questão).

Mas como todo longa desse gênero não é perfeito, existem alguns momentos pelos quais parecem que os roteiristas tiveram "preguiça" em elaborar soluções mais complacentes com que era proposto. Como por exemplo, com relação as atitudes em que a personagem Allyson toma quando está em "linha de fogo", ou a tamanha facilidade que Myers tem em conseguir o que quer. Ao meu ver, um pouco mais de dificuldade imposta na narrativa, prenderia mais o espectador.

"Halloween" consegue resgatar de forma satisfatória uma franquia que havia sido enterrada há algum tempo no cinema, e mesmo sem inovar o gênero, consegue divertir o público que sentia falta de uma franquia de slasher no cinema. 

Nota: 8,0 /10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

A JUSTICEIRA

A Justiceira : Poster

Só nesse ano já abordei pelo menos dois longas com a temática "Pai de família em busca de vingança" ("O Estrangeiro" e "Desejo de Matar"). Tendo a mesma pegada, vemos o retorno de Jennifer Garner ao gênero de ação, depois de um hiato de quase 12 anos. Tendo em mente sobre o tipo de longa que seria, deixarei bem claro desde já, que abstive minha mente crítica severa na bilheteria e assisti "A Justiceira", como um mero espectador de filmes de ação. 

Jennifer Garner in Peppermint (2018)

Aqui Garner vive a bancária Riley North, que durante um passeio comum com seu marido e filha, os mesmos são alvos de uma chacina. Enquanto ambos morrem na hora, ela consegue se salvar. Após uma série de investigações, os responsáveis são absolvidos pela justiça e sem outra alternativa, ela resolve acabar com estes por conta própria. 

Jennifer Garner, Jeff Hephner, and Cailey Fleming in Peppermint (2018)

O diretor Pierre Morel segue aqui em sua zona de conforto, pois após dirigir o primeiro "Busca Implacável", "Dupla Implacável" e "Franco Atirador" não podemos dizer que o cara não entende como se faz meros longas de ação pipoca. Claro ele possui alguns erros ainda, como com relação em trabalhar com cenas dramáticas, pois ele ainda opta por usar uma câmera lenta que mais atrapalha do que ajuda nessas horas. Mas o principal problema decai em cima do roteiro de Chad St. John, que ta cheio de furos do tipo "Onde ela aprendeu tantas habilidades militares?" e por ai vai. 

Já partindo para a questão humana, vemos que assim como os recentes "John Wick" e "Atômica", a protagonista vivida por Garner realmente se machuca, apanha e se quebra durante embates, e vemos nessas horas que ela não é uma maquina e sim uma humana. A atriz interpreta muito bem isso, assim como o lado dramático de Riley. Com relação aos outros nomes no elenco, eles são bastante genéricos e tão lá apenas para serem um mero "modus operanti" pra narrativa.

"A Justiceira" é mais um tipico filme de "Domingo Maior", que serve para passar o tempo numa tarde de final de semana, e nada mais além disso. 

Nota: 6,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

domingo, 21 de outubro de 2018

O PRIMEIRO HOMEM

O Primeiro Homem : Poster

Damien Chazelle é conhecido por ter levado o Oscar de direção pelo ótimo "La La Land: Cantando Estações" e ter comandado "Whiplash: Em Busca da Perfeição", dentre outras palavras, o cara entende de longas musicais. Mas em "O Primeiro Homem" ele teve um desafio em tanto, ao contradizer esse rótulo, ao narrar a história de Neil Armstrong, desde quando ele era um piloto comum, até se tornar o primeiro ser humano a pisar na lua, em 1969.  Para viver este, ele optou por repetir a sucessiva dobradinha do primeiro, com Ryan Gosling. 

Ethan Embry, Ryan Gosling, and Christopher Abbott in First Man (2018)

Aqui vemos Armstrong no inicio dos anos 60, como um comum Pai de família, que acabará de perder a filha, e está tentando reerguer a vida com a esposa (Claire Foy) aos poucos. Eis que um dia ele se depara com um anuncio de vagas para um enorme projeto na Nasa, e ele vê ali a grande chance de conseguir uma enorme empreitada. É então que acompanhamos toda sua trajetória na agencia, até ele  se tornar o primeiro homem a pisar na Lua. 

Lukas Haas, Ryan Gosling, and Corey Stoll in First Man (2018)

Gosling não só está mais uma vez excelente no papel de protagonista, como também ele transpõe todo aquele sentimento que Armstrong possuía em relação a sua família e aos riscos que sua carreira levava. Ele opta por trabalhar mais as expressões faciais, do que os diálogos (tanto que os mesmos são somente ditos por ele, quanto necessários), fazendo-o de um personagem mais enigmático do que apenas humano. O restante do elenco está operante e bom nos papéis que lhe são impostos, mas a atriz que vive sua esposa (Claire Foy), também consegue ser outro destaque em dois momentos extremamente pesados na narrativa (precisava realmente ter alguém do porte dela, pois caso contrário realmente não funcionaria). 

A direção de Chazelle me lembrou e muito o trabalho de Christopher Nolan em "Interestelar", pois ele opta por filmar constantes tomadas externas as naves no ar, para transpor a sensação de sentirmos o que os protagonistas daquela cena estão sentindo. O recurso realmente funciona, principalmente com relação ao espaço, que na sequencia na lua ele segue as leis da gravidade e deixa o silencio tomar conta da mesma. Com relação as tomadas que englobam os personagens, ele comete um erro bastante peculiar, que é dar constantes closes no rostos dos atores pra deixar seus sentimentos mais eminentes. É um recurso que eu entendo o motivo, mas que se torna muito cansativo em uma hora. Mas isso não consegue tirar o gás do longa, pois ele realmente acaba prendendo durante suas 2h20 de projeção (eu não senti o tempo passar). 

"O Primeiro Homem" assim como "Nasce Uma Estrela" provavelmente figurará em diversas categorias no Oscar 2019 (Filme, Direção, Ator - Ryan Gosling, Mixagem de Som e Edição de Som, são certeiras), e dificilmente será esquecido na mente dos cinéfilos que curtem filmes sobre viagens espaciais. RECOMENDO! 

Nota: 9,5/10,0.
Imagens: Reprodução da Internet.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

PERIGO PRÓXIMO

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Esse é um daqueles filmes que são relativamente bons e surpreendentes, aos quais sequer chegam a ter um conhecimento do público no Brasil. "Perigo Próximo" tem uma premissa batida, porém o um desenrolar completamente surpreendente, pelo qual não posso falar sobre, se não seria um enorme spoiler sobre o mesmo.

O longa se passa na época de natal, onde os pais do jovem Kule (Livi Miller) saem para jantar e os deixam a cuidados da babá Ashley (Olivia DeJonge). Porém durante o que parecia ser uma noite tranquila, eles tem de enfrentar a misteriosa invasão de bandidos em sua residencia.

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Dirigido por Chris Peckover, ele faz um notório trabalho de longas do gênero em seu primeiro ato, onde tudo possui o padrão dos longas sobre assalto a residencia. A todo momento nossa cuca sabe o que vai acontecer, até que o longa chega em meados dos seus 40 minutos. A partir dai vou abster comentar detalhadamente o que acontece, mas digo que o roteiro feito por ele, em parceria com Zack Kahn, foi extremamente genial. 

Claro, existem algumas picuinhas e extremas burrices do gênero, aos quais se você embarcou na história, fica difícil a denotação. Mas com relação ao sentimento que os personagens acabam nos provocando, devo dizer que uns deixam com raiva imensa, outros com preocupação, e outros acabam sendo meramente genéricos. 

Olivia DeJonge and Levi Miller in Better Watch Out (2016)

"Perigo Próximo é uma interessante surpresa, que deve ser conferida quando você estiver de bobeira navegando pela internet, a procura de algum longa diferente e bem elaborado.

Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

sábado, 13 de outubro de 2018

DESOBEDIÊNCIA

Desobediência : Poster

Longas com temática LGBT tem feito um certo alarde nos últimos anos, devido ao excesso de pós modernismo e a vitória de "Moonlight - Sob a Luz do Luar" como melhor filme no Oscar de 2017. Mas dentre essa nova leva, depois dos ótimos "Me Chame Pelo Seu Nome" e "Com Amor, Simon", chega agora a vez das mulheres com a adaptação do livro de Naomi Alderman, "Desobediência". 

Rachel Weisz and Rachel McAdams in Disobedience (2017)

A história tem inicio com o falecimento de um importante Rabino, fazendo com que sua filha Ronit Krushka (Rachel Weisz) volte a sua cidade natal. Lá ela reencontra Esti (Ranchel McAdams), uma amiga de infância. Aos poucos um sentimento que havia dentre as duas começa a renascer, enquanto elas tem de lidar com diversas questões conservadoras da sociedade judaica. 

Desobediência : Foto Alessandro Nivola, Rachel McAdams, Rachel Weisz

A direção de Sebastián Lelio (que também assina o roteiro com Rebecca Lenkiewicz) procura estabelecer uma narrativa didática sobre o judaísmo, aos quais por mais "doidas" o comportamento deles possa parecer (eles possuem horário e dia certo para sexo, para rezar, para realizar determinadas atividades comuns e etc), em momento algum ela é transformada como uma "vilã" em torno do comportamento das protagonistas (apesar de achar que isso deveria ter sido melhor explorado). Ambas possuem uma atuação ótima, sendo que o destaque decai em cima de McAdams, pois Lelio procura focar exatamente em suas expressões e seu medo e insegurança de viver naquela sociedade conservadora, através de enquadramentos em seu rosto que são intercalados dentre takes com o de Weisz. 

"Desobediência" não é um novo "Azul é a Cor Mais Quente", mas sim uma versão mais simplória sobre a temática LGBT, aos quais a intercalação sobre como funciona o judaísmo na prática acabam tornando a experiencia interessante.  

Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

NASCE UMA ESTRELA - 2018

Nasce uma Estrela : Poster

Se existe uma história mais referenciada e adaptada pro cinema, é a de "Nasce Uma Estrela". Como já havia mencionado na analise do primeiro longa, de 1937, o enredo sempre funciona em quaisquer contextos, pois é de fácil atualização, independente do tema geral. Enquanto as duas primeiras englobavam o cinema, as duas últimas versões já partem para o mundo da música. Devo dizer com total certeza, que estamos falando do provável grande vencedor do Oscar de 2019 nas principais categorias. 

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Nessa versão, a história continua sendo a mesma das outras, onde o músico Jack (Bradley Cooper) vive uma enorme crise existencial em sua rotina, pela qual ele a rega com drogas e álcool. Até que um dia ele conhece Ally (Lady Gaga), que aparenta ser um futuro enorme sucesso no mundo da música.

Aqui Cooper não só estrela o longa, como também é o responsável pela direção, roteiro (funções aos quais ele exerce pela primeira vez na carreira), produção e pelas canções. Sem hipótese de duvidas, ele provavelmente vai faturar diversas indicações ao Oscar por estes trabalhos. Com relação a atuação, a todo movimento ele deixa clarividente a degradação de Jack mediante a sua dependência química, a medida na qual vamos conhecendo o caractere melhor, mais convincente o ator fica. Quando ele abre a boca pra cantar, sem dúvidas ele possui notórios talentos pra tal habilidade, inclusive o próprio realmente toca a guitarra e teclado. Já na direção, ele procura sempre abordar tudo o que está acontecendo ao seu redor, seja ao acompanhar algum protagonista da sequencia em seus passos (sem o uso de cortes, com a câmera lhe seguindo de costas), ou ta sempre procurando abordar detalhes nítidos, para poupar o público de explicações. 

Voltando com relação as atuações, Gaga realmente mostra que possui talento para atuação, pois em momento algum lembramos do rótulo da cantora (a não ser por um arco, ao quão pelo visto foi feito para agradar os fãs, mas ao meu ver, não atrapalhou a narrativa). Sem dúvidas ela vai ser indicada para o Oscar por essa atuação, e abrira muitas portas para ela com relação a sétima arte. Dentre os coadjuvantes, não exito em dizer que teremos a grande surpresa com a indicação de Sam Elliott, pois aqui ele possui dois momentos com Cooper, que lhe tiram aquela atuação que foi reprendida dele durante anos. 

Sam Elliott, Bradley Cooper, and Lady Gaga in A Star Is Born (2018)

Com relação as canções, digamos que temos as melhores feitas para um longa neste ano. Todas são interpretadas pelo próprio Bradley Cooper e Lady Gaga, sendo que o destaque vai sem víeis de duvidas para "Shallow", que dificilmente consegue sair da cabeça de quem a ouve (e que com certeza também vai levar o Oscar). Pelo visto, a trilha sonora original irá ficar por dias no topo da lista do Spotify.

"Nasce Uma Estrela" é o melhor filme do ano até o momento, e com certeza já ficou dentre um dos melhores que assisti na vida. Se você gosta de cinema, peço que assista essa verdadeira obra prima, que ficou exilada por anos. RECOMENDO!

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

O MISTÉRIO DO RELÓGIO NA PAREDE

O Mistério do Relógio na Parede : Poster

Há certo tempo não havia uma produção voltada ao público infantil, tão bacana de se assistir. Digo isso, pois umas acabam sendo muito chatas ou com um humor adulto demais ("Pai em Dose Dupla"). Com direção do sádico Eli Roth (me refiro assim, porque desde "O Albergue", todos os longas dele possuem alguma cena de tortura exposta), com inspiração no livro de John Bellairs, ele tenta criar um cenário assustador, ao mesmo tempo que divertido pra criançada (motivo de sua inusitada escalação, pois é seu primeiro longa na carreira voltado para tal público). Então para analisar esse filme, voltei aos meus 10 anos e pensei exatamente como as crianças que estavam aos montes na sessão (porque não a maneira melhor de analisar um filme desses, com essa linha de pensamento em conjunto. Mesmo tendo visto a versão dublada). 

Cate Blanchett, Jack Black, and Owen Vaccaro in The House with a Clock in Its Walls (2018)

A história acompanha o pequeno Lewis (Owen Vaccaro), que logo após a inesperada morte de seus pais, ele é mandado para morar com seu misterioso Tio Jonathan (Jack Black). Ao chegar no local, ele descobre que este vive em uma enorme mansão, que possui diversas coisas misteriosas em seu interior. 

Lorenza Izzo and Owen Vaccaro in The House with a Clock in Its Walls (2018)

Em quesito geral, Roth meio que comete habituais gafes que todo diretor faz em longas infantis: tentar habituar um alivio cômico fraco em horas erradas. Aqui a maioria das piadas que ocorrem são bem pastelonas (englobadas a flatulências, torta na cara e afins), e ocorrem sempre durante alguma conversa dramática ou séria, e não acabam arrancado risos algum do espectador (com exceção de uma). Com relação as atuações, os Vaccaro possui uma personificação timbre de uma criança ingenua, ao qual nós acabamos comprando logo nos primeiros minutos em que ele contracena com outros coadjuvantes da mesma idade. Jack Black, faz papel dele mesmo, mais uma vez, então não há muito o que falar. Agora o grande "?" fica em torno da atriz Cate Blanchett, pois sua personagem parece que não ta ligada no mesmo filme que os outros, e em momento algum fazia sentido ela estar lá.

"O Mistério do Relógio na Parede" apesar de ser voltado para o público infantil, pode agradar também aos mais velhos, e aos que procuram uma mera diversão a lá "Sessão da Tarde", só para abster o tempo hábil. 

Nota: 6,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

domingo, 7 de outubro de 2018

VENOM

Tom Hardy, Michelle Williams, and Riz Ahmed in Venom (2018)

"Nós não matamos policiais!", essa frase é dita em certo momento do longa, pelo protagonista Eddie Brock (Tom Hardy), assumindo a personalidade do simbionte Venom. Pra quem não sabe, este é o maior e mais maléfico vilão do herói Homem-Aranha. Ele já havia sido apresentado em "Homem-Aranha 3", interpretado por Topher Grace. Mas o porque citei essa frase para abrir a analise? Pelo simples fato de que mais uma vez os produtores conseguiram estregar um excelente vilão, em prol de alguns milhões de dólares e para alegria da galera do politicamente correto, ou seja, não espere ver sequencias envoltas a violência e um protagonista extremamente vingativo ou maléfico. Aqui temos um verdadeiro anti-herói zoeiro (sim, parece que eles tentaram fazer um "Deadpool sombrio") e bonzinho. 

Tom Hardy and Michelle Williams in Venom (2018)

A história mostra o jornalista Eddie Brock, que possui um programa de jornalismo investigativo bastante popular (tenta pensar em um cara como "Maemãefalei" e temos nosso protagonista) tentando investigar o que há de tão misterioso com a corporação Vida, comandada por Carlton Drake (Riz Ahmed). Após não conseguir o que queria, ele acaba sendo demitido do noticiário onde trabalha, e dispensado pela namorada Anne (Michelle Williams). Eis que alguns meses depois, ele acaba esbarrando com uma cientista (Jenny Slate), que trabalha na Vida e lhe revela o plano maléfico de Drake. Ao chegar no local, ele acaba tendo contato com um misterioso simbionte, que lhe possui o corpo e age como sua outra personalidade.

Por essa breve sinopse, já deduzimos que o longa sequer acaba focando exatamente no Venom, mas sim nessa trama banal de "investigação extraterrestre". E pasmem, pois durante seus quase 100 minutos de projeção, 70% do enredo é focado apenas NISSO! Porém a direção de Ruben Fletischer ("Zumbilândia") não soube trabalhar esses e eles ficam e muito a beira de bocejos e piscadas rápidas dos olhos. Mas com relação aos outros 30% que são envoltos ao personagem central, ele soube trabalhar com quesito das cenas de ação (que ainda sim dispensam o uso da tecnologia 3D) e no visual do personagem. Mas quando ele abre a boca ou Hardy tenta driblar essa nova personalidade, ele parece e muito com o ator Jim Carrey, em "O Mentiroso" (devido ao excesso de caretas e banalidades dentre as sequencias, cometidas pelo personagem). Com relação aos outros atores, Ahmed se demonstra um péssimo ator desde o primeiro momento, pois além de seu personagem ser bem mal escrito e genérico, ele parece um robô transpondo sua carga dramática. Já Williams ta no automático e sua presença meio que não fazia diferença se fosse removida do filme.

Venom (2018)

"Venom" é sem duvidas o maior e mais inesperado fracasso de 2018, onde em plena época onde a maioria dos longas da Marvel fazem extremo sucesso dentre público e crítica, este mostra que se produtores inescrupulosos e engravatados quererem sismar que produzir qualquer coisa genérica, tratará lucro na certa por conta do nome da marca, eles podem pedir demissão dos seus cargos e ficarem comandando apenas longas de romance e dramas de Oscars. 

Obs: Existem duas cenas pós créditos, onde a primeira abre a porta para a sequencia do filme (que provavelmente não acontecerá) e a segunda é uma prévia de um dos próximos lançamentos da Marvel/Sony, que acaba divertindo muito mais do que muitos momentos do próprio "Venom".

Nota: 3,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

A PRIMEIRA NOITE DE CRIME

A Primeira Noite de Crime : Poster

Quando foi lançado o primeiro "Uma Noite de Crimes", o alto retorno financeiro que a produção havia trazido, era óbvio que a Universal Pictures e os produtores Jason Blum e Michael Bay, iriam iniciar uma franquia que dificilmente iria acabar cedo. Os dois capítulos posteriores conseguiram um sucesso considerável nos Eua, mas que não se refletiu no Brasil (pelo visto, o público já se acostumou em ver os noticiários e conviver que aqui não é "Uma Noite de Crimes", mas sim "Um Dia a Dia de Crimes").  

Marisa Tomei and Patch Darragh in The First Purge (2018)

Nesta quarta parte, "A Primeira Noite de Crimes", se trata de uma espécie de reboot da franquia, pois a trama se passa durante a primeira noite em que os Eua decidiram realizar a "Noite do Expurgo". Vindo de uma ideia da Cientista da companhia FFA, Dr. Updale (Marisa Tomei), a noite tem como propósito liberar todos os tipos de crimes, sem o controle de policiais e hospitais, para assim os cidadães exaltarem seus sentimentos mais profundos de raiva. A desculpa para isso é movimentar a economia no país e diminuir a taxa populacional. Como se trata de um experimento teste, quem decidir ficar na cidade, receberá uma grande quantia em dinheiro.

Joivan Wade and Lex Scott Davis in The First Purge (2018)

O principal problema com relação aos outros filmes da franquia, é que não há nenhum diferencial dos outros que foi aproveitado. Em seu primeiro arco, somos apresentados a companhia que teve a ideia do experimento e o medo dos cidadães com relação a noite, mesmo sabendo que se eles ficarem é melhor por conta do dinheiro. Só que depois que toca a sirene, parece que a mesma serviu para desligar a mente do roteirista James DeMonaco (responsável pela criação da franquia), pois tudo isso é completamente deixado de lado e tudo passa a ser um filme genérico sobre sobrevivência. 

Sim, nenhum dos personagens nos interessam e sequer nos preocupamos com suas vidas no final da noite, porque o roteiro se quer tenta criar algum arco central que nos faça se assemelhar com algum personagem. Outro grave descuido, vem da edição de Jim Page, que é completamente porca, pois os cortes são meramente notados em uma tomada de um único take, onde o diretor Gerard McMurray tentava "esconde-los" com truques, mas o trabalho da edição veio e estragou tudo.

"A Primeira Noite de Crimes" é mais um exemplar pobre da franquia, que agora virou série de Streaming, transmitida pelo serviço Amazon no Brasil. Só espero que pelo menos, o seriado consiga explorar melhor as questões críticas que esse longa falhou miseravelmente.   

Nota: 4,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.