sábado, 29 de dezembro de 2018

BUMBLEBEE

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A franquia "Transformers" vem sido um verdadeiro "empecilho" para os amantes da sétima arte. Odiada por uns, amada por outros, a mesma já havia mostrado que sua fórmula havia se desgastado no último longa ("O Último Cavaleiro"), pelo qual se tornou um enorme fracasso de bilheteria e conseguiu se tornar um dos piores longas de 2017. Desde o primeiro filme, confesso que ao sair de todas as sessões tinha de tomar um remédio para dor de cabeça, pois as sequencias de ação eram tão "confusas e giratórias", que o cansaço era enorme depois das quase três horas de projeção, de cada um deles. Mas tudo mudou com o primeiro spin-off da franquia, "Bumblebee". 

Hailee Steinfeld in Bumblebee (2018)

A história gira em torno de como o personagem veio para o planeta terra, em meados dos anos 80, logo após uma batalha em Cybertron. Aqui ele acaba aderindo a forma de um fusca, e logo é achado pela jovem Charlie (Hailee Steinfeld), que ao saber de sua verdadeira identidade, acaba criando um vinculo de amizade com ele.

Hailee Steinfeld in Bumblebee (2018)

Retornando para a franquia apenas como produtor executivo, Michael Bay agora deixou a cadeira de direção aos cuidados de Travis Knight ("Kubo e as Cordas Mágicas"). Desde a sequencia de abertura (que se passa em Cybertron), é notado o cuidado que ele tem ao diferenciar os Autorobots e Decepticons (algo que Bay já não tinha, o que fazia a maioria das batalhas serem confusas). Não há tomadas aleatórias pra tentar forçar arcos desnecessários para a narrativa central e explosões sem sentido. Com relação ao arco envolvendo Charlie e Bumblebee, vemos a mão de Spielberg ser deixada para fazer a magia levemente. A todo momento parece que estamos vendo um clássico longa de John Hudges (cuja menção a "Clube dos Cinco" é presença constante) e dessa forma acaba fazendo o espectador se assemelhar melhor com a protagonista, assim como sua relação com Bee. Mas a referencia mais clara aqui é ao clássico "E.T.", onde o resgate do estilo é muito bem exercido por Knight. 

Porém o longa peca no quesito de humor, pois há diversas piadas que soam extremamente forçadas e sem graça alguma (mesmo o Bee sendo o alivio cômico da franquia, esse foi o tocante mais fraco). Outro quesito meio óbvio são os fracos vilões, que são dois robôs Decepticons, pelo qual vem até a terra atrás de Bumblebee. Eles são bastante clichês e pouco interessantes. Já nas atuações todos estão bem, inclusive o grande John Cena, que utiliza seu jeito canastrão na medida que seu personagem pede. 

"Bumblebee" não é o longa de ação do ano, mas um ótimo resgate da franquia "Transformers", que há anos havia morrido e que agora esta renascendo das cinzas, graças ao amadurecimento de seus produtores. 

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

DE REPENTE UMA FAMÍLIA

De Repente uma Família : Poster

O estilo "comédia familiar" vem sumindo cada vez mais dos cinemas, e dando espaço a produções com retorno financeiro mais certeiro as distribuidoras, como longas de heróis e sequencias de blockbusters rentáveis. Quando sai um novo titulo daquele gênero, dificilmente conseguem agradar ao público em geral e surpreender a todos, o que é o caso deste "De Repente Uma Família", cujo enredo é inspirado na vida do próprio diretor, produtor e roteirista deste, Sean Anders ("Pai em Dose Dupla"). O longa só não vem conseguindo fazer um sucesso financeiro, como também possui um enredo de extrema qualidade.

Mark Wahlberg and Rose Byrne in Instant Family (2018)

Ele foca na vida do pacato casal Pete (Mark Wahlberg) e Ellie (Rose Byrne), que resolvem criar um filho adotivo. Para isso eles procuram uma companhia que presta tais serviços, e ao encontra-la, por lá eles acabam se apegando com a adolescente Lizzy (Isabela Moner). Porém eles não imaginavam que ela possuía dois irmãos caçulas (Gustavo Quiroz e Julianna Gamiz), e pelo quais eles também terão de adotar. Logo a vida de todos começa a virar de cabeça para baixo.

Mark Wahlberg, Rose Byrne, Margo Martindale, Gustavo Quiroz, and Julianna Gamiz in Instant Family (2018)

É normal você já ter visto milhares de vezes essa história em diversos longas da "sessão da tarde", porém Anders procura focar o enredo mais na relação dramática das situações, e utilizando a comédia como um certo "alivio" dentre as situações difíceis aos quais a dupla protagonista vive. Só que esses "alívios" as vezes parecem terem tido como "conselheiro" ninguém menos que o próprio Adam Sandler (que já trabalhou com Anders, em "Esse é Meu Garoto"), pois existem algumas piadas que são encaixadas exatamente pós um momento dramático do longa, algumas vezes em intermédios dos próprios filhos caçulas ou da comediante Iliza Shlesinger (cuja mesma piada envolvendo o longa "Um Sonho Possível" é repetida exaustivamente durante todo o filme), o que acaba literalmente quebrando o efeito da cena anterior. 

Falando no quesito de atuações em geral, o Mark Walhberg ta mais uma vez muito bem no papel de protagonista, e sabe lidar com a dosagem dramática/cômica que seu personagem apresenta, e o mesmo pode-se dizer de Byrne, que também possui uma ótima química com ele. No quesito das crianças, digamos que enquanto as mais novas ficam literalmente "apagadas" no desenrolar da narrativa, a única que acaba sendo desenvolvida é a personagem de Moner (que mais uma vez interpreta uma adolescente rebelde nos cinemas).

"De Repente Uma Família" consegue entreter aqueles que procuram um longa relaxante nesse final de ano, e no final das contas acabará também arrancando lagrimas e risos de formas inesperadas. RECOMENDO! 

Nota: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

O RETORNO DE MARY POPPINS

O Retorno de Mary Poppins : Poster

É inevitável algum cinéfilo não ter dito que pelo menos uma vez na vida assistiu ao clássico "Mary Poppins" de 1964, estrelado por Julie Andrews (cujo papel lhe rendeu um Oscar de Melhor atriz, e se recusou a participar desse, para não ofuscar o brilho de sua sucessora), pelo qual marcou a história do cinema, e principalmente dos estúdios Disney. Referenciado exaustivamente por diversos meios da sétima arte desde então, e com sua sequencia tendo sido discutida durante anos pelos produtores da casa do Mickey, finalmente que ela acabou saindo do papel, em plena época onde muitas pessoas não conheciam a existência da personagem. 

Emily Blunt in Mary Poppins Returns (2018)

Agora interpretada por Emily Blunt, Poppins retorna a casa da família Banks, onde cuidará das crianças no filme antecessor. Agora já adultos, enquanto Michael (Ben Whishaw) se tornou um viúvo, com três crianças pequenas, sua irmã Jane (Emily Mortimer) passou a morar com eles para auxiliar nos cuidados. Porém eles acabam enfrentando um embargo financeiro, e agora passam a tentar não perderem a sua casa, que sempre fora de sua família, para o banco.

Emily Blunt in Mary Poppins Returns (2018)

Um fator que senti bastante falta com relação ao antecessor, é o motivo plausível de Poppins ter reaparecido. Tudo é muito rápido, e não há um motivo real que convença o espectador a não ser a superficialidade em sua execução. "Poppins não precisa de explicações", é uma frase repetida a gosto durante o longa, mas não chega a ser um fator contingente para não relativizar os erros do longa. Ta certo que nessa altura sabemos a importância do antecessor pro cinema, e o respeito que Hollywood carrega sob o longa, mas acrescentar nomes como de Meryl Streep no elenco, em personagens inúteis pro andamento da história, de nada adianta para o desenvolvimento da narrativa. O mesmo se diz sobre a personagem de Mortimer, que se tivesse sido mencionada apenas, não teria feito diferença.

Mas calma lá, isso não significa que a Disney lançou sua maior bomba em anos! O longa realmente tem muitos pontos positivos. A começar pela escalação de Blunt, que consegue se igualar ao nível de Andrews, pegando os trajetos da Poppins original, mas com sua própria personalidade e versão da personagem. Sua facilidade em executar os números musicais realmente também é muito boa, assim como seu parceiro de cena Lin-Manuel Miranda (que é responsável por canções de filmes da Disney, como "Moana"). Os efeitos visuais deles, englobados com animação 2D realmente são bastante convincentes (até mais que a remoção do bigode do Henry Cavill, em "Liga da Justiça"). Porém um fator prejudicial, foi o de não haver nenhum numero musical marcante, que não seguisse o estilo "Disney Musical" (com vários dançarinos repetindo o número, muitas cores, animais e efeitos em CGI envolvidos), pois todos aqui acabam soando superficiais. 

"O Retorno de Mary Poppins" não é a sequencia da história, mas ainda sim é mais um longa do selo Disney que agradará os menos exigentes e fãs das produções do estúdio.

Nota: 6,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

BIRD BOX

Caixa de Pássaros : Poster

Pegue elementos de "Fim dos Tempos" e "Um Lugar Silencioso" e temos "Bird Box", novo filme da Sandra Bullock (que esteve na última edição da CCXP, pelo qual estive presente e a vi por lá). Inspirado no livro de Josh Malerman, o longa narra a história de Malorie (Bullock), que está grávida do primeiro filho, quando uma inesperada epidemia chega aos Eua, pelo qual faz as pessoas se matarem repentinamente. Transmitida pelo olhar, ela acaba arrumando refugio de imediato na casa de Greg (BD Wong), e junto a outras pessoas, fica a merce da epidemia. 

Caixa de Pássaros : Foto Sandra Bullock

A direção de Susanne Bier ("Serena") não procura inovar, mas pegar elementos conhecidos no gênero de suspense, que vão de sustos previsíveis, até mesmo não procurar melhores soluções para os arcos desenvolvidos pelo roteiro de Eric Heisserer, pelo qual não fazem sentido algum para a narrativa além de "exterminar os personagens o mais rápido possível". Facilmente Bier poderia ter "brincado" com a questão do "não poder olhar" e ter desenvolvido diversos arcos lidando com esse porém, só que ela simplesmente descarta esse fator e opta pelo fator genérico. 

Claro existem dois momentos cruciais no longa, pelo quais as atitudes da protagonista nos pega de surpresa, porém o banal está na personalidade dos coadjuvantes a sua volta. Nenhum deles acaba criando uma afeição com o público, a não ser o interpretado por Trevante Rhodes ("O Predador"). Alguns chegam a irritar como os vividos por John Malkovich e Danielle Macdonald, e o roteiro acaba pecando um pouco nesta, pois o propósito não era esse realmente. 

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Felizmente Bullock consegue entender a missão pela qual sua personagem tem na trama, e nos entrega uma atuação melhor do que o resto do longa estava elaborando. A todo momento o olhar dela transpõe medo, insegurança, força e garra, que são os sentimentos suficientes para o espectador facilmente comprar a protagonista logo de cara e conseguir se prender durante quase as duas horas de filme. 

Mesmo tendo alguns erros habituais do gênero, "Bird Box" ainda consegue entreter os fãs de suspense e de Sandra Bullock, graças ao carisma da atriz, que mais uma vez é inigualável. 

Nota: 6,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

INFILTRADO NA KLAN

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Devo confessar que estava com saudades de assistir a um longa novo de Spike Lee, que seja realmente de sua autoria. Conhecido por suas ácidas criticas sociais em seus filmes como "O Plano Perfeito" e "Malcolm X". Baseado no livro de Ron Stallworth, "O Infiltrado na Klan" aborda a história verídica de dois policiais, um judeu (Adam Driver) e o outro negro (John David Washington), que resolvem se infiltrarem em um pequeno grupo da Klus Klus Klan, para assim chegarem ao seu líder David Duke (Topher Grace).

John David Washington and Adam Driver in BlacKkKlansman (2018)

Se tratando de um tema extremamente sério, o trabalho de Lee lembra e muito o estilo dos irmãos Cohen ("Queime Depois de Ler"), pelo qual ele faz caracteres e questões realmente sérias, se transformarem em chacota, devido a personalidade infame de seus personagens. A começar pelo grupo de caipiras que fazem parte da KKK. Todos eles são extremamente burros e ignorantes, porém quando eles veem a necessidade de agir a favor dos princípios da seita, eles mudam da água para o vinho. Quem melhor representa isso é Jasper Pääkkönen, cuja personalidade chega a realmente dar medo quando ele insiste em aplicar seus instintos em cena, devido ao fanatismo em pró da KKK. 

Topher Grace in BlacKkKlansman (2018)

"O Infiltrado na Klan" é um filme obrigatório em datada situações pelas quais vivemos, porém deve ser visto com uma enorme imparcialidade, pois caso contrário você não irá comprar a ideia do longa e o odiará. 

Nota: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

sábado, 15 de dezembro de 2018

ROBIN HOOD - A ORIGEM

Robin Hood - A Origem : Poster

Prefiro me abster em abordar a história deste longa, pois nessa altura do campeonato todos já conhecemos a história de Robin Hood. "Rouba dos ricos, e da para os pobres", é a principal definição da personalidade desse que foi um dos primeiros "justiceiros" da história. Nesses últimos oito anos, me recordo de ver duas adaptações deste, sendo a primeira em 2010 com Russel Crowe vivendo-o e agora neste "A Origem" com Taron Egerton assumindo o posto. 

Taron Egerton in Robin Hood (2018)

A começo de conversa, o enredo procura apelar para uma personalidade mais rebelde do personagem, pelo qual mesmo ele sendo um dos fortes nomes do estado, ele era contra as revogações e impostos que este aplicava sobre o povo. A história pode ser muito bem aplicada no tocante a ideia do que a direita politica é contra, facilmente, pelos mais atentos. Porém o diretor Otto Bathurst (de séries como "Black Mirror") não é eficaz no que se diz "guiar uma trama politica", então é optado a apresentar diversas cenas de ação (muito bem feitas) e com um embasamento em cima do questionável roteiro de David James Kelly e Ben Chandler. Mas porque a utilização desta palavra? Pois bem, digamos que para o fator "facilitação narrativa" envolto ao arco da "jornada do herói", temos os mais genéricos diálogos de efeito e situações que beiram ao previsível, em uma questão de minutos. 

Jamie Foxx and Taron Egerton in Robin Hood (2018)

Tanto Egerton, quanto Jamie Foxx estão bem em seus papéis. O que diferencia dos outros nomes do elenco como Jamie Dornan e Ben Mendelsohn, que não estão atuando, mas sim lendo suas falas (que são praticamente frases prontas). Já Eve Hewson possui um arco um tanto que "banal", tendo em vista que o roteiro tenta dar importância pra ela, mas no final das contas, não consegue. 

"Robin Hood - A Origem" pode não agradar a todos, mas se você curte histórias envolvendo a idade média, englobando um divertimento meramente escapista, em recomendo o longa sem duvidas. Agora se você vai atrás de algo inovador, sugiro que vá a sala ao lado e assista "As Viúvas".

Nota: 5,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

AQUAMAN

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Depois de inúmeros fracassos seguidos, sendo apenas "Mulher Maravilha" a única exceção, a Warner/DC tentam uma nova aposta com o longa solo do personagem Aquaman (Jason Momoa). A ansiedade em torno da qualidade do longa era realmente questionável até então, pois todos os filmes do universo nessa nova "época" não conseguiram entregar exatamente o que o trailer havia mostrado. Eis que após o prólogo com os personagens de Nicole Kidman e Temuera Morrison (Atlanna e Tom Curry, respectivamente os pais do Aquaman), englobado com um excelente plano sequencia feito pelo experiente James Wan (dos dois "Invocação do Mal"), em um momento chave, eis que vemos o quão o longa irá ser surpreendente nesses aspectos. E não é que é! 

Nicole Kidman, Temuera Morrison, Tamor Kirkwood, and Tainui Kirkwood in Aquaman (2018)

A história gira em torno de Arthur (Momoa, vulgo Aquaman), onde após o sumiço da mãe, não quer aceitar assumir o cargo do trono da realeza de Atlanta, pelo qual é herdeiro digno. O que não pensa seu meio irmão Orm (Patrick Wilson), que assumiu o posto e não só luta para ter o poder absoluto dos oceanos, como também não se conforma com o comportamento do ser humano diante do mar, o que acaba desencadeando uma verdadeira guerra dentre ele e Arthur. 

Jason Momoa in Aquaman (2018)

Pegando um pouco de carona no estilo exercido por Ryan Coogler em "Pantera Negra", o longa procura exercer um parâmetro embasado na personalidade dos seres daquele reino submarino retratado, com a realidade na qual vivemos. A fotografia utilizada nas sequencias nessas áreas, mesclada com os efeitos visuais, acabam causando um enorme deleite aos olhos do espectador. As sequencias de ação acabam realmente sendo muito bem realizadas, e mesmo sendo constantes durante toda a projeção, o espectador acaba adentrando cada vez mais dentro dela por conta da história bem estabelecida. 

Agora partindo para as questões que englobam as atuações e desenvolvimento dos personagens, devemos dizer que Momoa conseguiu estabelecer a tonalidade exata do personagem, sabendo quando exercer sua carga dramática e humorística (não consigo pensar em outro ator melhor que ele para tal função). Sua química com Amber Heard (Mera) é realmente boa e consegue arrancar momentos divertidos seja de ação (quase sempre) ou comédia (não espere um romance melancólico, porque não há). Mas quem acaba roubando a cena sempre quando aparece mesmo, é Kidman. Depois de andar "sumida" dos grandes papéis, a atriz reaparece em uma caractere forte e que acaba comprando a atenção do espectador logo nos seus primeiros minutos em cena. Já o vilão vivido por Wilson consegue ser o melhor até então elaborado pela DC nos cinemas, nessa nova safra. Aqui vemos o lado humano dele e conseguimos até entender seus motivos para tais atos (relembrando mais uma vez o longa "Pantera Negra").

"Aquaman" é o longa que a Warner/DC deveria ter lançado nos cinemas ano passado, pois logo após o sucesso arrebatador de "Mulher Maravilha", não exito em falar de que aquele chega ao mesmo patamar, no tocante a qualidade. RECOMENDO! 

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

AS VIÚVAS

As Viúvas : Poster

Nunca me esqueço a reação que tive na sessão pós "12 Anos de Escravidão", dirigido por Steve McQueen (que inclusive lhe rendeu o Oscar de Melhor Filme, em 2014). Com um misto de não acreditar no que acabava de assistir, e de tristeza por saber quão o ser humano era capaz de tamanhas maldades, o longa mexeu comigo de uma forma, que até então não consegui revê-lo. Porém tive uma sensação completamente reversa, ao sair da sessão de "As Viúvas", que é o novo longa de McQueen com grandes nomes do cinema em seu vasto elenco, ele elaborou uma trama recheada de críticas sociais, pelas quais acabam se encaixando perfeitamente em seu desfecho. 

Viola Davis, Michelle Rodriguez, and Elizabeth Debicki in Widows (2018)

Baseado no livro de Lynda La Plante, a história aborda um grupo de assaltantes, liderados por Harry (Liam Neeson), onde após um audacioso roubo ter dado errado e os levado a morte, suas esposas (Viola Davis, Michelle Rodriguez e Elizabeth Debicki), acabam ficando a merce. Até que alguns dias depois do ocorrido, a vitima daqueles resolve tirar satisfação com a viúva de Harry, fazendo-a recuperar o dinheiro no prazo de um mês. Sem outra escolha, ela resolve contatar as outras viúvas do assalto, para ajudarem na operação.  

Colin Farrell in Widows (2018)

Em uma primeira viagem, parece que estamos nos deparando com um longa no estilo do recente "8 Mulheres e Um Segredo". Mas o roteiro e direção de McQueen (em parceria com Gillian Flynn, autora dos livros "Objetos Cortantes" e "Garota Exemplar"), procura dar uma enfase em diversas questões polemicas. como porte de armas, sugar girls (mulheres que possuem "namorados" que as banquem com luxos) e o racismo que percorre o quadro politico no mundo. No lado das protagonistas, Davis representa esse quesito com muito vigor, e lança e muito o debate das questões raciais em casais com etnias diferentes (vide os contantes diálogos dela com Neeson). Já na subtrama, é ai que entra os personagens de Colin Farrell e Robert Durvall, cuja personalidade claramente racista do primeiro, utiliza deste fator para angariar votos dos seus eleitores. Apesar de ambos estarem bem em seu papel, assim como todo enorme elenco estelar, vou entrar em demérito em alguns nomes. No caso das viúvas a que se saiu melhor realmente, foi Debicki, pois a clara desconstrução de sua personagem a cada arco foi a mais notável das três. Já no arco envolvendo os políticos, devo dizer que a performance mais assustadora decaiu sobre Daniel Kaluuya. O cara realmente conseguia dar medo em cada cena em que aparecia, tanto nos personagens, quanto no espectador (não exito falar que o ator possa figurar dentre os indicados a ator coadjuvante no Oscar do próximo ano).

"As Viúvas" é um ótimo e interessante suspense, e mostra que é possível sim realizar um longa intrigante com um elenco bastante estrelar e um diretor vencedor do Oscar. 

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

domingo, 2 de dezembro de 2018

OS EXTERMINADORES DO ALÉM CONTRA A LOIRA DO BANHEIRO

Os Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro : Poster

Há cerca de um ano, enquanto assistia pessoalmente uma entrevista de Danilo Gentili sobre seu primeiro longa "Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola", ele havia dito que seu próximo longa para os cinemas adaptaria a lenda urbana da loira do banheiro. Um ano se passou dentre essa e cá estamos, com "Os Exterminadores do Além Contra A Loira do Banheiro". Assim como no seu longa antecessor, que foi uma divertida homenagem aos longas da "Sessão da Tarde" dos anos 80 e 90, esse procura pegar o humor se embasando no estilo terror gore, que foi muito famoso nos anos citados (com longas como "Evil Dead" e "Um Drink no Inferno), onde o único fator era fazer jorrar sangue adoidado na cara dos atores, nas mais divertidas mortes. 

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Escrito, produzido e estrelado pelo próprio Gentili, ele interpreta aqui o youtuber Jack, que na companhia de Fred (Léo Lins), Carolina (Dani Calabresa) e o câmera Túlio (Murilo Couto) possuem um canal que aborda a "caça" de seres sobrenaturais. Eis que após uma dupla de adolescentes fazerem um ritual numa escola e convocam a loira do banheiro (Pietra Quintela), eles são chamados pelo diretor desta (Sikêra Júnior), para convencer a todos de que a mesma não existe. Então ao resolverem passar uma noite no local, acabam descobrindo que ela é mais real do que eles imaginam.

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Não entrando no mérito do trabalho da atuação de Gentili (que realmente não é boa), ele como roteirista se sobressai muito bem novamente. Para quem cresceu vendo os longas do estilo gore, e acompanha o programa dele no SBT, se deparara com uma ótima comédia. As homenagens a longas como "Os Caça-Fantasmas" e "A Morte do Demônio", são clarividentes e muito bem elaboradas em diversos momentos. Seja através dos textos que brinca com o perfil dos envolvidos e com os estilos longas citados (como apresentar um arco envolvendo dois personagens aleatórios, brincando por estarem fazendo absolutamente nada de diferente para a narrativa), até em algumas situações apresentadas. Outro fator bastante divertido é quando ele resolve satirizar uma velha "inimiga" dos conservadores de direita (quem já viu, sabe de quem estou falando). 

Partindo para a questão das atuações em geral, nenhum dos personagens acabam comprando a compaixão do espectador (todos eles são descartáveis), porém seus interpretes acabam adentrando na brincadeira comandada pelo diretor Fabrício Bittar  (que realmente sabe comandar muito bem sequencias de suspense e horror, mesmo sendo satíricas). Pela primeira vez atuando nos cinemas, vemos que nomes como Léo Lins, Murilo Couto e até o próprio Sikera Jr. se saem muito bem e arrancam ótimas risadas. Outro que consegue roubar a cena (e coberto por uma ótima maquiagem) é o apresentador Ratinho, mesmo em um papel pequeno. 

"Os Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro" mesmo tendo esse nome beirando ao ridículo, é mais outra divertida comédia muito bem idealizada por Danilo Gentili. Que venham mais longas com a sua marca!

Nota: 7,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.