Poucas semanas depois da estreia de "Lara Corft: A Origem", a Warner lança mais uma adaptação de um famoso videogame dos anos 90: "Rampage". O jogo não possuía enredo algum, a não ser que você selecionava um monstro e destruía alguma cidade. Fazer um longa sobre isso, se mostra tão bizarro quanto fazer um com os Emojis (todos nós sabemos o resultado infame disso). É ai que os quatro roteiristas (já notamos que isso é um péssimo sinal) Ryan Engle, Carlton Cuse, Ryan J. Condal e Adam Sztykiel simplesmente pegaram o que funcionou de forma original em longas recentes como "Jurassic World", "A Múmia" (na roupagem de Tom Cruise), "Circulo de Fogo" inclusive de "Jumanji 2", bateram num liquidificador junto a essência do jogo mencionado e saiu "Rampage: Destruição Total".
A história é bem simplória, onde depois de um acidente fatal em uma estação espacial, protótipos da pesquisa Rampage acabam caindo na terra. Alguns animais acabam tendo contato com o mesmo, dentre eles o Gorila, George (Jason Liles). É então que aos poucos estes começam a crescer descontroladamente e obterem uma super força, onde nada consegue detê-los. Eis que o cuidador e amigo de George, Davis (Dwayne Johnson), junto a pesquisadora Kate (Noami Harris) tentam encontrar uma forma de para-los, antes que os mesmos acabem destruindo toda Chicago.
O primórdio erro em longas assim é o fato de que o roteiro não consegue trabalhar a mescla humanos/animais. Se vamos ver um filme onde o foco é animais destruindo tudo que veem pelo caminho, que a narrativa favoreça isso, ao invés de criar arcos genéricos e motivos bestas pra cortar para os humanos. Sim eu estou ciente que o game não possui história, mas quando se trata de "fazer um filme" tem de ter os fatores favoráveis pra sua execução ser sucessiva e não mais um mero caça-niqueis banal.
Mais uma vez vemos o Dwayne Johnson, sendo o Dwayne Johnson, e atores como Harris e Jeffrey Dean Morgan (que pelo visto revezou com as gravações de "The Walking Dead", pois seu personagem parece um "Negan de Gravata") sendo completamente desperdiçados. Isso sem mencionar a dupla de "vilões" vividos por Malin Akerman ("Watchmen") e Jake Lacy, onde a primeira parece estar em um desfile de moda e apenas repetindo falas que haviam no roteiro (que são as mais imbecis e genéricas o possível), enquanto o segundo força demais a barra como um alivio cômico que sequer funciona. Dentre outras palavras, eles não são vilões nem aqui, nem na Papuda.
Partindo pra direção de Brad Peyton, ele já havia mostrado que sabe trabalhar com arcos de ação em "Terremoto", e aqui ele se favorece bastante nesse quesito, pois as melhores coisas neste filme são as próprias. Muito bem coreografadas e auxiliadas pelos efeitos visuais (não posso mencionar sobre o 3D, pois vi a versão 2D, mas aparentemente ela funciona), elas conseguem prender e muito a atenção do espectador (sim, por mim teriam ficado muito mais tempo destruindo Chicago, pois tava ótimo!).
Se não fosse pelo último paragrafo citado, "Rampage: Destruição Total" era um forte candidato ao pior filme de 2018. Mas como ainda está cedo pra refletir sobre, vamos ver o que o cinema ainda nos aguarda nas próximas semanas.
Nota: 4,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet
Nenhum comentário:
Postar um comentário