domingo, 29 de abril de 2018

TUDO QUE QUERO

Tudo que Quero : Poster

Ta ai um longa que foi lançado bem no dia errado (justamente junto a estreia de "Vingadores: Guerra Infinita"), e que provavelmente passará em branco nos cinemas brasileiros. Confesso que foi uma divertida surpresa que conferi este ano, onde é mais um mero exemplar mostrando que Dakota Fanning ("Guerra dos Mundos") continuará sendo por muitos anos um forte nome quando o assunto envolve a sétima arte.

Aqui ela vive a jovem Wendy, que sofre de autismo e segue uma rotina semelhante todos os dias, onde nunca abre mão de conferir os episódios da série "Star Trek" na televisão. Morando em uma casa de repouso aos cuidados da psiquiatra Scottie (Tonnie Collette), ela recebe contantes visitas da irmã (Alive Eve, que estrelou justamente "Star Trek: Além da Escuridão") pelo qual não acredita que ela ainda esteja apta a enfrentar o mundo a fora. Eis que um dia ela se depara com um anuncio, onde a Paramount Pictures revela que está realizando um concurso, onde pagará um prêmio de 100 mil dólares por um roteiro de qualidade para um filme de "Star Trek". É então que Wendy resolve sair da toca e partir em direção de realizar esta conquista, junto a inesperada companhia de seu cachorro.

Resultado de imagem para Tudo que Quero

Por se tratar de uma produção bastante pequena, vemos que todo o peso do desenvolvimento da trama decai nos ombros de Fanning. Felizmente sua atuação convence tanto, que o espectador já consegue gostar da personagem logo nos seus primeiros minutos em cena. A forma pelo qual o diretor Ben Lewin ("As Sessões") aborda a questão do autismo é notório pelo constante jogo de câmera que ele faz diante as expressões de Fanning, seja em momentos de preconceito (que ela não denota) e de felicidade. Tudo sempre acaba levando as expressões faciais da atriz, ou a algum personagem que divide a cena com ela.

A todo momento torcemos para que ela consiga chegar até a Paramount, ao mesmo tempo em que a atriz transpõe toda a inocência dificuldades que uma pessoa com autismo possui (alguns arcos são bastante dramáticos, mas nada exagerado ou genérico).  Quanto ao restante do elenco digamos que não tem nada de muito marcante e todos estão dentro do que o contexto é proposto, e não existe nenhum grande momento (muito menos da personagem de Alice Eve, que poderia ter gerado algum momento interessante, só que tanto o roteiro, quanto a atriz não refletem sobre isso notoriamente). 

"Tudo que Quero" é uma divertida e breve homenagem aos fãs de "Star Trek", pelos quais possuem as mais diversas personalidades e deficiências, aos quais as fazem ir mais além do que acham. RECOMENDO!

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

quinta-feira, 26 de abril de 2018

VINGADORES: GUERRA INFINITA

Resultado de imagem para vingadores guerra infinita

Se existe um filme onde a espera para seu lançamento era enorme, este é "Vingadores Guerra Infinita". Desde o lançamento de "Homem de Ferro" em 2008, a Marvel começou a plantar algumas pistas sobre o futuro desafio que os seus heróis iriam enfrentar com o vilão Thanos (Josh Brolin), em todos os seus próximos 17 filmes. Logo após sair da sessão de pré-estreia, confesso que há anos um Blockbuster não mexia tanto comigo como este, pois graças a sua excelente campanha de marketing onde esconderam o máximo de informações possíveis, as surpresas foram mesmo a melhor coisa aqui e o resultado acabou sendo uma enorme mescla de emoções durante suas 2h30 de projeção (inclusive na cena pós créditos).

Resultado de imagem para vingadores guerra infinita

A trama não tem muito do que se abordar, a não ser de que Thanos está na busca de todas as "Jóias do Infinito" pelo universo, causando um enorme caos e destruição por onde passa. Eis que todos os heróis do universo e da terra precisam juntar suas forças para impedi-lo. Sim o longa é basicamente isso, porém já vou avisando aos mais desatentos e chatos de plantão, que aqui nada é explicado ou nenhum personagem é moldado durante a narrativa, a não ser Thanos. O que justifica a Marvel claramente ter lançado anteriormente os 18 longas de heróis, pois neles nós pudemos criar um vinculo com cada um e se entregar as performances cada vez melhor realizadas. O que sucessivamente faz o espectador ficar apreensivo durante quase todo o longa e torcer pelo sucesso dos heróis.

Resultado de imagem para vingadores guerra infinita

E não exito em dizer que delas, apenas o grande destaque decai em cima do próprio Josh Brolin. O cara consegue interpretar o melhor vilão da Marvel, e do cinema em anos, pois sua performance representa o quão louco e insano ele é para conseguir o que deseja. É através dele que boa parte dos diversos arcos desenvolvidos giram, pois como se tratam de vários heróis os roteiristas/diretores Anthony e Joe Russo ("Capitão América: Guerra Civil") optaram por trabalhar as equipes de formas separadas, em distintos cenários que acabam tendo um encontro a Thanos. Mas por desvaneio, eles só irão funcionar pra quem já acompanha o universo Marvel há certo tempo, pois em nenhum momento há nada que nos faça começar a ter interesse por algum personagem aqui. Só que é notório que o estúdio ainda não aprendeu a controlar o excesso de piadas durante seus longas, pois aqui existem algumas em meio a arcos dramáticos que acabam mais prejudicando do que ajudando o momento. Por sorte existem estes momentos também em formas separadas, e que realmente acabam funcionando.

Agora caindo para as questões de efeitos visuais, tudo mais uma vez está muito bem realizado e incrível como nos longas antecessores do estúdio. Porém o recurso 3D se mostra mais uma vez de forma descartável, mas não tiro o mérito de conferi-lo na melhor qualidade possível.  

"Vingadores: Guerra Infinita" foi uma verdadeira aula de como se fazer um marketing e entregar um produto final onde realmente tenha uma enorme qualidade e que sem dúvidas é um forte candidato a ultrapassar "Avatar" nas bilheterias mundiais! RECOMENDO! 

Nota: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sábado, 21 de abril de 2018

7 DIAS EM ENTEBBE

7 Dias em Entebbe : Poster

José Padilha é um diretor que dispensa comentários. Comandou o verdadeiro melhor sucesso do cinema nacional ("Tropa de Elite 2") e realizou duas das maiores séries da Netflix ("Narcos" e "O Mecanismo"). Mas quando se trata de trabalhar na terra da "Calçada da Fama", ele vem dividindo opiniões. Não pelo fato de fazer um péssimo trabalho, muito pelo contrário, vemos que ele tenta transpor um pouco de polemicas envolvendo diversas questões politicas, mas que obviamente acabam sendo barradas pelos produtores com medo de represarias. Apesar de elas existirem, acabaram sendo reduzidas a formas homeopáticas como aconteceu com o remake de "Robocop" e agora com esse "7 Dias em Entebbe". 

Daniel Brühl and Rosamund Pike in Entebbe (2018)

Nesse último logo em seus primeiro minutos é deixado claro para o espectador que a trama é "inspirada em fatos reais, onde os nomes foram alterados, e semelhanças com a realidade são apenas meras coincidências" (exatamente como fora feito em "O Mecanismo" e não deu muito certo...). Logo somos apresentados a uma apresentação da peça musical de "Echad Mi Yodea" do grupo The Yong Emsemble, que funciona mais como uma metáfora de tudo pelo que vamos ver a seguir. Eis que finalmente vemos uma dupla de revolucionários alemães (Daniel Bruhl e Rosamund Pike) e outro grupo de palestinos, que sequestram um avião da Air France, cheio de passageiros de diversas religiões dentre elas judeus, com destino a Paris, no final de junho de 1976. Com seu grupo, eles obrigam os pilotos a desviarem a rota até Uganda e lhes avisam que seus motivos é a libertação de presos terroristas em palestinos em Israel, Alemanha e Suécia. 

Daniel Brühl and Rosamund Pike in Entebbe (2018)

Uma infelicidade escolhida pela narrativa de Padilha, é ter abordado a trama apenas em um contexto "histórico", onde nos interessamos apenas pela história e os personagens acabam sendo meramente desinteressantes e descartáveis. O que acaba prejudicando alguns momentos cruciais aos quais o roteiro tenta arrancar um ótimo momento da dupla central, vividos por Bruhl e Rosamund Pike ("Garota Exemplar"), em momentos distintos. Quando é cortado para as questões politicas envoltas ao sequestro, vemos que Padilha em certo ponto foi bastante favorável em estabelecer o quão loucos são os revolucionários políticos, assim como os seus lideres (onde o inglês Nonso Anozie, acaba roubando a cena com seu personagem que não tem pudor em causar o caos pra atender seus desejos). Dentre outro ele estabelece as questões onde os envolvidos no resgate dos reféns possuem personalidades humanas e militantes, e levanta a questão de forma sucessiva sobre "se vale apena agir com violência, ao invés de negociar?". 

"7 Dias em Entebbe" é o trabalho mais fraco de José Padilha, mas não isso não significa de que deixa de ser um notório e interessante longa sobre os conflitos que ocorreram em meados da década de 70, ao quais são citados até hoje em dia. 

Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

O PASSAGEIRO

O Passageiro : Poster

Jaume Collet-Serra e Liam Neeson já são velhos parceiros nos cinemas. Digo isso, pois "O Passageiro" é o quarto longa que fazem juntos depois de "Desconhecido", "Sem Escalas" e "Noite Sem Fim". Porém os mais atentos denotarão certa semelhança com o segundo, pois é basicamente a mesma coisa só que ao invés de ser em um avião é dentro de um trem. E sim, poderia muito bem ter sido uma sequencia do citado, ao invés de independente.

Aqui Neeson vive o vendedor de seguros Michael, onde todos os dias segue a mesma rotina de trabalho pegando sempre o mesmo trem. Até que um dia ele acaba sendo demitido de forma inesperada. Ao voltar para casa, se depara com uma mulher misteriosa (Vera Farmiga), que lhe faz uma proposta em que ele ganhará milhões de dólares se encontrar um assassino conhecido apenas como "Brenan", dentro do trem. 

Resultado de imagem para O Passageiro (2018)

Collet-Serra já deixou claro que sabe trabalhar com o suspense no desenvolvimento de seus protagonistas. Logo de inicio a sequencia de abertura ele realiza um trabalho pelo qual denotamos o quão constante é a rotina de Michael. Agora quando o longa já parte pro enredo principal, o diretor acaba prendendo o espectador até com um simples close adentro de uma mera conversa informal. Porém quando se trata em trabalhar os coadjuvantes, é ai que o roteiro do trio Byron Willinger, Philip de Blasi e Ryan Engle, escorrega um pouco. Absolutamente ninguém aquém do protagonista é aprofundado, o que faz como mero chamariz as escalações de nomes de peso como o de Farmiga, Patrick Wilson (sim os mesmos atores que viveram o casal Warren, de "Invocação do Mal") e Sam Neill, serem apenas um "ok".

Mas um erro absurdo é quando o filme chega no seu ato final, onde a narrativa começa a achar que o espectador é "burro", pois ele começa a explicar coisas que já acabamos de ver ou pelas quais já estávamos cientes (fora os clássicos personagens que ficam ilesos, depois de N cenas de ação).

Imagem relacionada

Tirando os meros erros e exageros de longas do gênero, "O Passageiro" é um bom e divertido longa de ação e suspense, pelo qual mostra que o Tiozão Liam Neeson ainda mantém a forma. 

Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

domingo, 15 de abril de 2018

COM AMOR, SIMON

Com Amor, Simon : Poster

Há menos de três meses, falei aqui a respeito de quanto "Me Chame Pelo Seu Nome" é importante para o cinema LGBT, assim como seu protagonista (Timothée Chalamaet) que foi um dos destaques em festivais e premiações por onde o filme foi mostrado. Não tendo o mesmo embalo ou carga dramática, "Com Amor, Simon", não só resgata o estilo "John Hughes" de sessão da tarde, como também mostra que é sim possível fazer um longa adolescente com um protagonista assumidamente gay.

Resultado de imagem para com amor simon

Logo nos primeiros minutos, protagonista Simon (Nick Robinson de "Jurassic World") narra sua vida e notamos que ele é um adolescente comum,  até que ele revela seu maior segredo é o fato dele ser gay. Tudo isso poderia ter beirado para o lado dramático, mas o diretor Greg Berlanti ("Juntos Pelo Acaso") trata de levar a temática com um modo sarcástico, que faz o espectador se sentir a vontade em acompanhar a jornada do protagonista em seu dia a dia na escola e com sua família e amigos. Mas tudo começa a virar de pernas pro ar, quando Simon começa se relacionar com outro jovem homossexual por email e acaba sendo descoberto por um colega de sala (Logan Miller), que o chantageia para esconder sua homossexualidade. 

Como citado nas primeiras linhas é difícil não entrar dentro da atuação de Robinson. A atuação dele não chega aos pés do mencionado Chalamet, mas consegue transpor os medos, anseios e  tristezas de Simon, perante o fato de ser gay no meio de várias pessoas heteras e o seu desejo de saber quem afinal é o outro garoto que está conversando com ele por email, e nós acabamos embarcando junto dele nessa busca. Provavelmente essa atuação renderá alguns prêmios pequenos (como da MTV) para Robinson. Partindo para o resto do elenco, todos eles estão bem de acordo com o que o roteiro lhes propõe, mas apenas o diretor do colégio vivido por Tony Hale ("Arrested Development") acaba roubando a cena quando aparece rendendo ótimas risadas. 

Imagem relacionada

Só que como nem tudo soa as mil maravilhas, a direção peca bastante em explorar no momento final alguns arcos que forçam um pouco a barra pra tirar algumas lagrimas do espectador (mesmo não sendo necessário, como no recente "Extraordinário"). Fora que conta com algumas músicas melosas bastante fora de hora, aos quais fazem o tópico mencionado no momento perder um pouco a emoção. Assim como o preconceito sofrido por gays terem deixado meio de lado, dando abertura mais pro amadurecimento de Simon em meio a um mundo onde tudo acaba "dando certo".  

"Com Amor, Simon" chegou aos cinemas na hora certa, e sem hipótese de duvidas é o primeiro grande filme LGBT lançado por um estúdio de grande porte (Fox) e que certamente o sucesso deste até o momento, ajudará nos futuros lançamentos de mais longas com a temática para um público diverso, independente da sexualidade.

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sábado, 14 de abril de 2018

RAMPAGE: DESTRUIÇÃO TOTAL

Rampage - Destruição Total : Poster

Poucas semanas depois da estreia de "Lara Corft: A Origem", a Warner lança mais uma adaptação de um famoso videogame dos anos 90: "Rampage". O jogo não possuía enredo algum, a não ser que você selecionava um monstro e destruía alguma cidade. Fazer um longa sobre isso, se mostra tão bizarro quanto fazer um com os Emojis (todos nós sabemos o resultado infame disso). É ai que os quatro roteiristas (já notamos que isso é um péssimo sinal) Ryan Engle, Carlton Cuse, Ryan J. Condal e Adam Sztykiel simplesmente pegaram o que funcionou de forma original em longas recentes como "Jurassic World", "A Múmia" (na roupagem de Tom Cruise), "Circulo de Fogo" inclusive de "Jumanji 2", bateram num liquidificador junto a essência do jogo mencionado e saiu "Rampage: Destruição Total". 

Resultado de imagem para Rampage: Destruição Total

A história é bem  simplória, onde depois de um acidente fatal em uma estação espacial, protótipos da pesquisa Rampage acabam caindo na terra. Alguns animais acabam tendo contato com o mesmo, dentre eles o Gorila, George (Jason Liles). É então que aos poucos estes começam a crescer descontroladamente e obterem uma super força, onde nada consegue detê-los. Eis que o cuidador e amigo de George, Davis (Dwayne Johnson), junto a pesquisadora Kate (Noami Harris) tentam encontrar uma forma de para-los, antes que os mesmos acabem destruindo toda Chicago.

Resultado de imagem para Rampage: Destruição Total

O primórdio erro em longas assim é o fato de que o roteiro não consegue trabalhar a mescla humanos/animais. Se vamos ver um filme onde o foco é animais destruindo tudo que veem pelo caminho, que a narrativa favoreça isso, ao invés de criar arcos genéricos e motivos bestas pra cortar para os humanos. Sim eu estou ciente que o game não possui história, mas quando se trata de "fazer um filme" tem de ter os fatores favoráveis pra sua execução ser sucessiva e não mais um mero caça-niqueis banal.

Mais uma vez vemos o Dwayne Johnson, sendo o Dwayne Johnson, e atores como Harris e Jeffrey Dean Morgan (que pelo visto revezou com as gravações de "The Walking Dead", pois seu personagem parece um "Negan de Gravata") sendo completamente desperdiçados. Isso sem mencionar a dupla de "vilões" vividos por Malin Akerman ("Watchmen") e Jake Lacy, onde a primeira parece estar em um desfile de moda e apenas repetindo falas que haviam no roteiro (que são as mais imbecis e genéricas o possível), enquanto o segundo força demais a barra como um alivio cômico que sequer funciona. Dentre outras palavras, eles não são vilões nem aqui, nem na Papuda.

Resultado de imagem para Malin Akerman rampage

Partindo pra direção de Brad Peyton, ele já havia mostrado que sabe trabalhar com arcos de ação em "Terremoto", e aqui ele se favorece bastante nesse quesito, pois as melhores coisas neste filme são as próprias. Muito bem coreografadas e auxiliadas pelos efeitos visuais (não posso mencionar sobre o 3D, pois vi a versão 2D, mas aparentemente ela funciona), elas conseguem prender e muito a atenção do espectador (sim, por mim teriam ficado muito mais tempo destruindo Chicago, pois tava ótimo!).

Se não fosse pelo último paragrafo citado, "Rampage: Destruição Total" era um forte candidato ao pior filme de 2018. Mas como ainda está cedo pra refletir sobre, vamos ver o que o cinema ainda nos aguarda nas próximas semanas.

Nota: 4,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

quarta-feira, 11 de abril de 2018

TOMB RAIDER: A ORIGEM

Resultado de imagem para Tomb Raider: A Origem

É inevitável de que alguém onde tenha crescido no final dos anos 90 e inicio dos anos 2000, não tenha jogado o game "Tomb Raider" para Playstation ou visto os dois filmes estrelados por Angelina Jolie, baseado no mesmo, que narra a história da a bilionária aventureira e caçadora de tesouros. Me recordo que na época em que vi os longas mencionados, eu havia os achados eles bastante divertidos. Só que revendo os mesmos nos últimos dias, vejo que o foco de ambos os longas era apenas o lado sexy e aventureiro de Lara, deixando completamente de lado a sua personalidade. A nova versão parte para outros aspectos, onde vemos a origem de como ela se tornou a aventureira (como o próprio sub-titulo sugere) e os aspectos que foram deixados de lado no primeiro. 

Resultado de imagem para Tomb Raider: A Origem

Essa nova adaptação é inspirada no jogo de 2013,  Lara (Alicia Vikander) é uma adulta que luta, corre a pé e de bicicleta e vive uma vida comum, não aceitando a fortuna de seu Pai (Dominic Cooper), que foi declarado morto há dois anos. Então depois de não ter mais escolha e começar a acumular inúmeras dividas, ela  parte em uma jornada em busca do mesmo.

Vikander não poderia ter sido melhor escalada para o papel de Lara. Mesmo não tendo o mesmo corpo da Jolie, a atriz consegue enaltecer o verdadeiro sentido da expressão "mulher independente". Ela corre, luta e possui uma carga dramática, que nos faz se interessar pela personagem logo nos seus primeiros minutos em cena (até mesmo quem não é fã do game curtirá). Só que quando ela parte pra alguns embates, como o com o próprio vilão (vivido por Walton Goggins, que só interpreta papéis assim) o longa perde um pouco de força, devido ao fato deste ser bem genérico. O mesmo se pode dizer do restante do elenco, onde até mesmo o Pai de Lara decai pra um papel bastante "ok". 

Resultado de imagem para TOMB RAIDER: A ORIGEM

O diretor Roar Uthaug procura apenas neste longa mostrar pro público quem é "Lara Corft" e o quão ela é corajosa, inteligente e independente. E isso ele conseguiu fazer com sucesso, pois as sequencias acabam nos prendendo o tempo todo e a ação acaba se tornando constante na narrativa. Sim, elas estão bem realizadas sejam nos aspectos de som e efeitos visuais (pelo qual remetem ainda mais ao game).

"Tomb Raider: A Origem" pode não agradar os mais exigentes e os que esperavam um longa de ação bastante cabeça, mas ainda sim consegue divertir e entreter durante suas duas horas de duração do que muitos outros filmes em cartaz.

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

segunda-feira, 9 de abril de 2018

UM LUGAR SILENCIOSO

Resultado de imagem para um lugar silencioso

O cinema já criou todos os tipos de longas de horrores possíveis. Sempre com sustos previsíveis, tramas batidas, nada mudava, e quando algum fazia sucesso, milhares de sequencias sem sentido viriam nos anos posteriores (vide "Atividade Paranormal" e "Jogos Mortais") pra render dinheiro fácil pros estúdios. Eis que no ano passado, com os lançamentos de "Corra" (que venceu o último Oscar de Roteiro Original, inclusive) e "Fragmentado", o gênero acabou ganhando uma nova repaginada, onde os sustos acabaram retornando envoltos a ótimas tramas. O mais recente longa do ator e agora diretor e roteirista, John Krasinski (da série "The Office"), "Um Lugar Silencioso" entra fácil nessa lista.

Resultado de imagem para um lugar silencioso

O enredo é bem simplório, onde vemos a família Abott tentando sobreviver contra um ataque de monstros que aparecem ao ouvirem quaisquer tipos de som. Para isso, eles permanecem o tempo todo em silencio. Pronto o longa é basicamente isso, e é ai que entra o trabalho de Krasinski, pois o medo não se atrela aos monstros, mas sim pelos barulhos acidentais feitos por eles ou por objetos que lhes entrelaçam. Graças a uma excelente mixagem de som, tudo o que se move em cena é ouvido perfeitamente e até um ranho na escada pode causar sustos no espectador (mas claro, realmente tudo será aproveitado se na sua sessão ninguém ficar falando ou causando, pois ai a sensação de imersão será em vão). Só que por burrice, eles fazem o uso clichê das trilhas sonoras de horror em alguns breves momentos, onde vai tocando uma música e ela para bem quando o susto está para acontecer (e ninguém tem sentimento nenhum por isso). 

Imagem relacionada

Mas e ai, o longa tem como o foco o silencio, e ele tem falas? Bom, eles falam o minimo possível (o que não difere você optar pelas versões dublada ou legendada) e a comunicação se baseia apenas por linguagem de sinais durante quase todo o longa. Um fato interessante, é que a atriz Millicent Simmonds (que interpreta uma das filhas do casal) é realmente surda, o que acabou trazendo ainda mais vivacidade pro longa nesse aspecto, assim como Krasinski e Emily Blunt também serem um casal fora das telas. Esses fatores conseguem trazer mais vivacidade pra trama, o que faz nós espectadores nos importamos com eles.

"Um Lugar Silencioso" foi uma das surpresas mais interessantes pelo qual tive o prazer de conferir nas telonas, e que provavelmente não irei me surpreender se ver o mesmo figurado em algumas categorias no Oscar 2019 (como Roteiro Original, Mixagem de Som, Direção e Filme). Amantes de cinema como eu, lhes informo com toda clareza, que esse filme é OBRIGATÓRIO!

Nota: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet