Não é de hoje que Hollywood tenta ressurgir produções bíblicas nas telonas. Tivemos nos últimos anos os reboots de "Noé", "Exodus" e "Ben Hur", que não renderam muito pros estúdios e dividiram opiniões do público e da crítica. O último nesta "retomada", "Maria Madalena", já chega aos cinemas envolto de algumas polemicas. A primeira é que o mesmo demorou um pouco pra sair, por conta de ser produzido pelo taradão do Harvey Weinstein, onde sua produtora logo tratou de vender os direitos para a Focus Features (removendo o nome do mesmo nos créditos de produtor), e segundo (e o mais óbvio), o enredo que aborda a mulher que por anos foi apontada como "a prostituta" pela igreja e foi marginalizada por muitos por conta disso, mas que no filme é tratada como uma apóstola de Jesus e influenciadora ao feminismo na época.
A história basicamente todos nós conhecemos, mas o roteiro da dupla Helen Edmundson e Philippa Goslett, procura tratar os últimos dias da vida de Jesus Cristo (Joaquim Pheonix), na perspectiva de Maria Madalena (Rooney Mara). Mas como se trata de um longa feito por Hollywood, obviamente que a própria trama em si contém diversos exageros em sua contextualização e no visual dos personagens. A começar que mesmo sendo uma ótima atriz, Mara não era a escolha ideal para o papel, pois nas condições climáticas e o local onde ela vivia e corria (não, ela não é ligada ao Tom Cruise), não favorecem o fato da personagem ser branca como a neve (confesso, que isso me incomodou durante boa parte). Fora isso ela tava bem no papel e obteve uma boa química com Pheonix (que já trabalharam juntos em "Ela", e hoje estão namorando). Quanto ao elenco de apoio, Chiwetel Ejiofor ("Dr. Estranho") ta bem como o apóstolo Pedro, já Tahar Rahim acaba roubando a cena em alguns momentos com o seu Judas, interpretado com um certo sarcasmo vilanesco.
Mas a atuação de Mara ganhou um notório chamariz, pelo fato do diretor Garth Davis (que já trabalhou com ela em "Lion - Uma Jornada Para Casa") sempre optar por captar as expressões dela em momentos chaves do filme. Seja quando ela é convocada por Jesus para dar palavras de apoio para um grupo de mulheres, ou até mesmo quando este está tendo uma intensa troca de olhares com ela. Porém ele acaba errando um pouco quando se trata de abordar os sermões daquele, pois tudo soa como banal, pois é sempre acompanhado por uma música tipica e umas expressões completamente forçadas saindo de Pheonix.
"Maria Madalena" com certeza chamará a atenção de muitos fieis aos cinemas, e sem duvidas foi lançado em uma época correta, pois além de a mesma ter sido reconhecida pelo Vaticano em 2016 como uma apóstola de Jesus Cristo, em datadas situações em que o mundo vive, é bom saber que agora até a Igreja tem mais um forte nome feminino.
Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.
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