Vencedor do Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, para Diane Kruger, e indicado ao Palma de Ouro, o longa alemão "Em Pedaços" não conseguiu obter um destaque muito grande nos cinemas, muito menos nas premiações principais como o Oscar, a não ser no Globo de Ouro, onde faturou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro. Em um primeiro momento, a trama de Fatih Akin parece ser mais um sobre a perda e vingança. Só que a forma pelo qual ele opta trabalhar o enredo, é o grande diferencial e o faz ser muito aquém disso.
Katja Sekerci (Diane Kruger), é uma mulher que se casou com o ex-presidiário Nuri (Numan Acar) e logo após a saida do mesmo da prisão, ambos tiveram uma vida de redenção e comum, junto ao filho destes. Só que um dia estes acabam falecendo em um atentado, fazendo Katja ficar devastada e sem rumo em sua vida.
Akin optou por separar o longa em três atos, em que são classificados por títulos (bem como os longas de Tarantino), onde cada um explora a depressão e devastação da protagonista mediante as situações datadas em cena. Não irei me aprofundar muito nisso, pois a graça na narrativa é ver algumas das surpresas que o roteiro do próprio Akin explora. Só digo que foi uma tremenda injustiça a atuação de Kruger não ser reconhecida em outras premiações, a não ser apenas em Cannes. A atriz consegue transpor tamanha tristeza e decadência de sua personagem, onde o público consegue sentir na pele todos seus sentimentos (não sendo necessário o recurso de narrativa lenta pelo diretor, que apenas procura focar constantemente no olhar da protagonista).
"Em Pedaços" é um filme difícil de se assistir pelos mais sensíveis, não digo pelas cenas, mas sim pelos diálogos, que são extremamente realistas e impactantes em alguns pontos. Quem gostou de "Três Anúncios de Um Crime", com certeza irá adorar este longa.
Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet
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