Pela primeira vez consegui pegar alguns longas no Festival de Cinema Varilux (que é uma mostra de longas franceses que ainda irão entrar no circuito nos próximos meses). O primeiro pelo qual tive o prazer de assistir foi o divertidíssimo "Uma Família de Dois", que trata-se de uma refilmagem de um longa mexicano "Não Aceitamos Devoluções" (que ainda não assisti). Aqui temos como protagonista o sempre ótimo Omar Sy ("Intocaveis"), que vive Samuel, empregado de uma boate que leva uma vida cheia de festas e boêmias. Mas um dia acaba tendo a visita surpresa de uma ex-amante, Kristin (Clémence Poésy, de "Harry Potter e o Cálice de Fogo"), com uma bebê alegando que é dele. Ela acaba deixando-a com ele, e vai embora de Táxi. Surpreso com a atitude, Samuel resolve ir até Londres ir atrás dela, e como não a encontra, resolve cuidar da criança. Oito anos depois, Kristin reaparece, abalando completamente a vida de todos.
Essa história em um primeiro momento, pode parecer bastante banal e previsível dentro da história do cinema. Porém o roteiro de Jean-André Yerles, Mathieu Oullion, Guillermo Ríos, Leticia López Margalli, Eugenio Derbez e Hugo Gélin (que também assina a direção), começa a apresentar seu diferencial exatamente nos 40 minutos de projeção, que é quando o lado cômico é deixado um pouco de escanteio e começa dar lugar pro drama. Fazia tempo em que eu não via uma abordagem que se preocupa em deixar os personagens extremamente realistas, onde a química dentre Sy e Gloria Colston (que interpreta sua filha aos oito anos), é um dos pontos fortes do longa. Nós vemos que o tempo todo a relação é humana e nada beira pro artificial e banal (levando em conta, que vamos os atores franceses e ingleses falando em grande parte o idioma nativo), mas obviamente tem algumas sequencias que falam pro espectador que "Samuel ficou um homem diferente" (meio desnecessário, mas já virou costumeiro). Poésy, já se torna um verdadeiro contraponto no longa, pois em momento algum sabemos realmente o que motivará no ato a seguir e seu olhar mediante a situação representa claramente uma mulher amargurada e reprimida por seus atos. Mas pra tirar o peso destas sequencias, temos como alivio cômico o divertido Antoine Bertrand, que vive o melhor amigo de Samuel.
"Uma Família de Dois" poderia ter sido mais um tipico exemplar de longas como "O Paizão" e "Treinando o Papai", mas apesar de ter a essência de ambos os longas, aqui temos um exemplar mais verdadeiro e reflexivo do que os citados. Finalmente vemos que pelo menos em um páis deste universo, estão fazendo refilmagens decentes! RECOMENDO!
Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet
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