Este é o segundo filme que assisti no Festival de Cinema Varilux (que é uma mostra de longas franceses que ainda irão entrar no circuito nos próximos meses), e devo confessar que foi um dos mais doidos e curiosos que assisti nos últimos meses. Pra começo de conversa peguei o mesmo completamente desprevenido sobre o que se tratava, o que demorou pra sacar que se tratava de um longa no estilo de "É O Fim", onde o diretor, roteirista e ator Guillaume Canet junta a namorada Marion Cotillard e outros amigos do ramo e resolveu criar uma sátira do perfil de todos, em um assunto que assola muitos astros do cinema: a crise da meia idade.
Logo de cara temos uma abertura que acompanha os passos de uma auxiliar de elenco, onde ao som de uma bateria não temos um corte sequer na cena e várias coisas vão rolando durante uns três minutos (lembando muito o estilo de "Birdman"). Ela só possui um corte quando vemos Canet começando a sentir os problemas da meia idade, logo depois ter sido questionado pelo seu estilo por uma repórter e pela atriz novata Camille Rowe, que está estrelando uma nova produção onde vive sua filha que acabará de ter um filho. Enquanto isso sua esposa Marion está tendo uma vida de enorme sucesso, com várias vitórias de Césars, Oscars e contratos para produções de Hollywood. Exausto da mesma rotina, Canet começa a se rebelar e opta por posturas nada convencionais para alavancar sua carreira.
Esse é o tipico longa que apresenta diversas situações pelos quais vemos constantemente acontecendo nos bastidores, que vão a de quando um ator na faixa dos 50 anos quer fazer papel de personagens com 20 e poucos (como aconteceu com Tom Cruise, no recente "A Múmia"), ou até mesmo quando mudam completamente o visual com plásticas e ficam assustadoramente irreconhecíveis (vide Renée Zellweger), e como os altos prêmios da industria do cinema são irrelevantes pra eles (no caso, vemos Marion usando seus prêmios César como apoio pra mesinha da sala). Mas quando o longa tenta apelar pro humor em alguns momentos, com o foco nas crises de Canet, a película começa a possuir uma qualidade um tanto que questionável. Algumas piadas funcionam, mas outras acabam sendo bastante banais e poderiam ter sido descartadas (os últimos 15 minutos parece que o longa se tornou uma comédia bem fraca do Adam Sandler).
Por mais que tenha estes problemas citados, "Rock'n Roll: Por Trás da Fama" não deixa de ser um exímio exemplar de longas pelos quais nos faz refletir sobre a enorme crise que assola os nomes do cinema mundial, quando não estão na frente das câmeras. Se você curtir um cinema alternativo, o longa pode ser interessante, agora caso contrario a grandes chances de você só ver uma comédia pastelão imbecil e sem nexo, por isso nessa situação é melhor evitar.
Nota: 6,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet
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