Sabe aqueles filmes onde você meio que desconhecia da produção durante certo tempo, até quando soltam o primeiro trailer e você começa a ficar extremamente ansioso não só pelo seu elenco estrelar, mas sim pela originalidade de sua história? É exatamente o que acontece com "O Contador", novo longa do diretor Gavin O'Connor (de "Força Policial"), onde a sua principal surpresa fica por conta de seu roteiro extremamente diferente e intrigante, que nos é mostrado como um verdadeiro jogo de quebra-cabeças.
A trama apresenta a história de Christian Wolf (Affleck), que desde pequeno foi diagnosticado com a síndrome de Savant, onde a mesma a faz ter uma maior afinidade por detalhes e números ao invés de com pessoas (como se fosse um tipo de autismo). Ele trabalha como contador em uma pequena firma, porém o que ele esconde é o fato de trabalhar na função para mafiosos, traficantes de drogas, armas e outras das pessoas mais perigosas e procuradas do mundo. Sendo visto como um potencial suspeito de alguns crimes, o Departamento Criminal do Ministério da Fazenda, liderado por Ray King (J.K. Simmons, o novo Tenente Gordon no novo "Batman" do próprio Affleck), decide colocar a novata Marybeth Medina (Cynthia Addai-Robinson) como principal investigadora no caso e aos poucos ela vai descobrindo que Wolf vai muito além de um simples contador. Enquanto isto, este começa a trabalhar como contador de uma famosa firma de próteses humanas e acaba descobrindo uma enorme discrepância cometida pela mesma, fazendo ele e sua colega de trabalho (Anna Kendrick, de "Os Caça-Noivas") entrarem em um conflito pelo qual eles jamais imaginavam.
Affleck já tem certa fama de não ser um bom ator, pois ele sempre possui a mesma expressão depressiva e pálida na maioria de seus longas. Porém aqui ele não só atua bem, como também aproveita dessa sua fama mencionada (além da recente, de ser o novo Homem-Morcego), pra aplicar em seu personagem e realizar uma puta atuação no longa (que não duvido que figure no Globo de Ouro ou até mesmo no Oscar). Seu contra ponto no longa, vivido por Berthal é outro ponto positivo, pois ele exerce o tipico vilão "sarcástico" que não tem piedades de ser mal (o que inclusive faz ele causar os principais momentos de suspense do longa). Quanto a Kendrick, ela ta mais aqui pra ser um verdadeiro alivio cômico na produção, pois suas cenas com Affleck são aquelas "engraçadinhas" que rolam pra deixar o enredo mais calmo. Quanto a Simmons e John Lithgow ("Interestelar"), eles cumprem seu papel e ambos arrasaram em momentos chaves envolvendo seus personagens.
A competente direção de Gavin O'Connor soube dosar completamente estes momentos citados, onde ele aproveitou e muito bem o roteiro Bill Dubuque (que roteirizou também o ótimo "O Juiz"), e tratou de deixar bem clara a explicação da síndrome possuída pelo protagonista logo em seu prólogo, assim como os breves plot-twists que rolavam na trama.
"O Contador" sem dúvidas é uma das melhores surpresas de 2016, pelos quais em seus créditos finais temos uma enorme e feliz sensação de que o cinema não está morrendo, mas na verdade "evitando" de arriscar em enredos originais e ótimos como este. RECOMENDO!
NOTA: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet
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