Este filme é do diretor espanhol Pedro Almodóvar ("Volver"), voltando sua parceria com o ator Antonio Banderas ("A Lenda do Zorro"), depois de quase 20 anos sem realizarem uma produção juntos. A trama de inicio é completamente confusa, onde o cenário de inicio é basicamente apenas uma casa, onde vemos um Robert (Banderas) um famoso médico espanhol que estuda a criação de uma pele impermeável a qualquer tipo de queimadura, desde que sua esposa faleceu devido a um acidente por consequências deste. Como cobaia ele tem a jovem Vera Cruz (Elena Anaya), que vive naquela casa com ele, juntamente com as constantes visitas da mãe daquele (Marisa Paredes). As informações não são apresentadas ao público logo de cara, e logo de inicio você pode sentir um certo estranhamento com a maioria das cenas (afinal, filme com o Antonio Banderas, sempre rola alguma cena de pegação né), onde tudo começa a fazer sentido da metade para o final e ele se torna surpreendente a medida em que tudo faz sentido.
Almodóvar soube dosar bem os climas de drama e suspense da produção, e tirou uma interpretação tão boa do Banderas que nem lembro de outro filme que ele tenha trabalhado tão bem. O mesmo podemos dizer de Anaya, pois sua interpretação além de estar a altura das outras mostradas em cena, nos transpõe o verdadeiro sentimento de desespero da personagem. De inicio, Almodóvar faz um jogo mental com o espectador, pelo o qual não chegamos a saber quem é o mocinho, vilão e porque diabos aquela Vera é tão doida em breves momentos. A história é inspirada no livro "Tarantula", de Thierry Jonquet, que é do gênero de horror. Porém, como cinéfilo sabia que Almodóvar não iria usar e abusar de sequencias de sangues, violência explicita e mutilação gratuita pra chamar a atenção do público. Na verdade o horror apresentado, são os jogos onde o diretor mescla em suas sequencias a navalha, Robert e Vera, no ambiente pelo qual ele testa sua invenção de pele (como na foto mostrada acima). Fora que dentre um close ou outro, ele faz questão de demonstrar as sequencias onde Vera está sozinha, como se fosse uma verdadeira obra de arte, o que faz uma clara releitura do pensamento de Robert em relação ao vê-la.
"A Pele Que Habito", é um excelente exemplar de uma produção que não é de Hollywood e que consegue ser MUITO melhor do que as do mercado de lá vem apresentado para o gênero suspense. Agora é torcer para nenhum produtor louco querer fazer a versão deles desta verdadeira fabula espanhola de Almodóvar. RECOMENDO!
Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet
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