domingo, 29 de maio de 2016

X-MEN: APOCALIPSE


Há quase dois anos, estava escrevendo aqui o quanto eu adorei "X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido". Em sua cena pós créditos, já deixava uma ponta de que veríamos o vilão Apocalipse na sequencia do longa. Só que no meio de tantos lançamentos de produções de heróis neste ano ("Deadpool", "Batman vs Superman" e Guerra Civil"), a Fox fracassou no marketing de "X-Men: Apocalipse", e passou a sensação para o público que veríamos um filme de bosta, um vilão de merda, uma porrada de referencias aos "Power Rangers" e que a queridinha de Hollywood Jennifer Lawrence ("Jogos Vorazes"), seria a nova estrela da franquia. Como ultimamente não possuo tempo hábil para ir aos cinemas, preferi deixar a estreia deste passar alguns dias para conferi-lo. Porém não imaginava que esta sequencia seria realmente a melhor produção de heróis do ano (até o momento).


A história tem inicio quando a agente da CIA Moira (Rose Byrne, de "Vizinhos 2"), em uma missão no Egito, descobre que uma entidade do local fez um ritual para acordar o mais temido mutante de todos os tempos: Apocalipse. Como seu principal poder, ele simplesmente consegue absorver e colocar poderes em outros mutantes. Ciente da situação, Professor Xavier (James McAvoy, de "O Procurado"), acaba sendo surpreendido pelo retorno de Mistica (Lawrence), que o alerta do possível perigo iminente que Magneto (Michael Fassbender, de "Steve Jobs") esta passando, com a vinda desse novo mutante, e ela quer encontra-lo o mais rápido possível.  Enquanto isso, a escola do Professor Xavier, começa a receber e mostrar o destaque dos novos mutantes (nesta nova franquia) Jean Grey (Sophie Turner, de "Game Of Thrones"), Scott Summers (Tye Sheridan, de "Amor Bandido") e Noturno (Kodi Smit-McPhee, de "Planeta dos Macacos: A Origem").


Confesso que de todos os outros filmes da franquia, este foi sem duvidas o mais violento e emocionante de todos. O arco criado para introduzir Magneto na película, sem duvidas foi um dos mais impactantes e emocionantes já criados nesta nova safra (tanto que uma das melhores atuações da franquia, vem sendo de Fassbender). Logo vemos que Lawrence foi mais uma jogada de marketing brilhante da Fox, pois ela não é a verdadeira estrela da produção. Quem realmente ocupa este posto é Sophie Turner, onde ela consegue roubar a cena na maioria das vezes que aparece (sua cena de introdução, ficou fantástica em 3D). O mesmo posso dizer de Evan Peters (que vive Mercurio), que também rouba a maioria das cenas.

"X-Men Apocalipse" sem dúvidas consegue ser um dos melhores blockbusters de 2016 (perdendo apenas para "Deadpool", que ganha pela originalidade na narrativa no gênero), onde inesperadamente vemos que dificilmente a Fox irá abrir as pernas pra Marvel recuperar ou fazer uma fusão com eles, pra pega-los de volta. RECOMENDO!

Nota: 8,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

domingo, 22 de maio de 2016

TEM NA NETFLIX: GÊNIO INDOMÁVEL


Não canso de rever este filme nas minhas horas vagas e devo assumir que sempre será um dos meus favoritos. Ele rendeu o Oscar a um dos meus eternos ídolos e atores favoritos, Robin Williams (1951-2014), Matt Damon e Ben Affleck (só que estes dois como roteiristas, onde eles escreveram a história na época do colegial, como trabalho de uma redação de inglês). Na trama Will (Damon) é um faxineiro rebelde de uma universidade, onde ele consegue resolver problemas matemáticos extremamente difíceis com enorme facilidade. O que chama a atenção do Professor Gerald Lambeau (Stellan Skarsgård, de "Thor"), que tenta o fazer sair da vida de brigas e boemia para conseguir se tornar alguém de direito. Não conseguindo, entra em contato com o psicólogo Sean Maguire (Williams) que com sua didática diferenciada começa cativar Will aos poucos, e o jovem começa a aprender o verdadeiro significado da vida e do que realmente importa.


A direção e roteiro da dupla só conseguiu fortalecer cada vez o lado poético de Williams, onde suas frases e histórias servem tanto como motivação para o personagem de Damon como para o público que está assistindo a película (confesso que eu me incluo nestes). Aqui vemos o primeiro e grande papel de Matt Damon em tela (antes mesmo de viver o Soldado Ryan). A química entre os dois é tão boa, que acho que nunca irei ver algo parecido em algum filme que envolva a temática (relação psicologo paciente). Mas eu não conseguia ver outro diretor que fosse melhor do que Gus Van Sant ("O Elefante"), para captar este angulo da película, pois o cara sabe exatamente como exercer uma narrativa tão humana quanto essa.


"Gênio Indomável" é sem duvidas mais uma daquelas produções únicas e clássicas no cinema, onde em uma época onde Hollywood está sem criatividade nenhuma, torcemos para não começarem a quererem regravar esta verdadeira obra de arte. Encerro esta dica com a frase dita por Will em certo ponto da película (relaxem, não é spoiler): "Desculpem, caras, fui encontrar uma garota". RECOMENDO!

Imagens: Reprodução da Internet
Nota: 10,0/10,0


sábado, 21 de maio de 2016

TEM NA NETFLIX: O PLANO PERFEITO


Foi o último filme realmente bom do diretor Spike Lee (que fez em 2013 o remake de "Oldboy", onde não foi grande coisa), e olha que já fazem exatamente dez anos de seu lançamento. A trama parece fácil de se compreender em um primeiro momento, porém no decorrer da narrativa vemos que não é nada disso. A trama mostra quatro pessoas disfarçadas de pintoras, que pouco depois de entrarem no banco Manhattan Trust, anunciam um assalto. Ao serem notificados do ocorrido, os detetives Keith Frazier (Denzel Washington) e Bill Mitchell (Chiwetel Ejiofor), vão diretamente para a porta do local ficar de vigília e começam a descobrir que o líder da quadrilha Dalton Russell (Clive Owen), consegue controlar a situação dentro e fora do local de uma forma onde ninguém sabe o real motivo de tudo aquilo está acontecendo, pois ele consegue sempre estar um passo a frente da policia. Enquanto isso, uma negociadora (Jodie Foster) tenta descobrir com o proprietário do banco, o que eles realmente podem estar tentando roubar ali e insiste em entrar em entrar no banco para conversar com Russell. 


Assisti esse filme nos cinemas, e lembro que este filme acabou sendo uma surpresa pra mim (e me fez gostar e procurar mais filmes do estilo suspense/policial) na época, pois a narrativa exercida por Lee não deixa sequer pensarmos como realmente tudo terminará e o que realmente Russell quer naquele banco. As sequencias do interrogatório dos reféns (com a fotografia branca no máximo, enquanto Washington conversa com os suspeitos e reféns), é referenciada até hoje em diversas outras produções. Mas ele não poderia ter escolhido um ator melhor que Clive Owen para este papel (que na época disputava com Daniel Craig o papel de 007, mas acabou fazendo este filme), pois o ator transpõe uma expressão exata pro que ta acontecendo: a de que tudo está dando certo. Quanto a Foster e Washington, ambos dispensam comentários, pois estão realmente ótimos.


Pra quem é fã de suspenses policiais e dos atores principais, "O Plano Perfeito" é uma dica que não pode se deixar passar em hipótese alguma, pois é divertimento na certa. Só que ao seu término, só me da uma péssima sensação de Spike Lee ter dado um "tempo" nas telas, e ter tido mais outros trabalhos envolvendo questões humanitárias, pois um diretor como este faz falta pro cinema. RECOMENDO!

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet


TEM NA NETFLIX: O PODER E A LEI


Foi o pioneiro na "nova fase" na carreira de Matthew McConaughey, que depois deste largou as comédias românticas e passou a estrelar produções mais sérias e consequentemente lhe rendeu o primeiro Oscar em 2014 com "Clube de Compras Dallas". Aqui ele vive o Advogado porta de cadeia Mick, que sempre se saiu bem em seus casos antecessores por ter os contatos certos. Só que um dia ele é surpreendido pelo caso do Playboy, Louis (Ryan Phillippe, de "Segundas Intenções"), que foi acusado de agredir gravemente uma prostituta. Alegando que ela o acusa somente para pegar seu dinheiro, Mick começa a procurar argumentos que provem o fato. Só que a medida que ele e seu parceiro Frank (William H. Macy, de "O Quarto de Jack), avançam nas investigações, denotam com diversas situações que podem mudar completamente a vida de todos os envolvidos.


A direção de Brad Furman soube exercer exatamente as situações mostradas em doses homeopáticas, onde vemos o que a profissão pode causar na vida profissional e pessoal de um advogado. A agitação em tela já começa pelo simples fato de que a câmera não parava um segundo se quer, além das reviravoltas que são apresentadas na hora certa e que nos deixa cada vez mais presos na narrativa. Outro ponto que ajudou bastante foi o carisma de McConaughey. Ele realmente convenceu como o advogado que faz o possível para captar a verdade de seus casos, só que ele não se assemelha em nada com seu papel em "Tempo de Matar"(produção de 1997, em que muitos não lembram mas "Tem na Netflix"), onde viveu o advogado de Samuel L. Jackson. Mas claro, eu ainda prefiro ver o  McConaughey fazendo par com a nova Tia May, Marisa Tomei, do que com Ashley Judd, pois a química além de ser melhor, a sensação de homem de família em crise está melhor retratada aqui também. 


"O Poder e a Lei" é mais um daqueles filmes de tribunais, onde em um primeiro momento parece ser extremamente chato e entediante, porém conforme o tempo vai passando somos surpreendidos pela extrema qualidade que a produção possui. RECOMENDO!

Imagens: Reprodução da Internet
Nota: 10,0/10,0

VIZINHOS 2


Lançado em 2014, "Vizinhos" passou meio que em branco no Brasil pelo simples motivo de ter sido lançado justamente no inicio da Copa do Mundo, que ocorreu em nosso país (além de ter outras concorrências grandes em outras salas, como "A Culpa é das Estrelas"). Ao contrario dos Eua, que foi mais um sucesso estrondoso do comediante Seth Rogen. O filme ganhou destaque por ser um enredo original, onde mesclava piadas escatológicas dos anos 80/90, com os dias atuais. Inesperadamente, anunciaram uma sequencia que surpreendentemente foi lançada no mesmo dia que "X-Men Apocalipse" no Brasil (não me perguntem, pois foi algo bem idiota fazerem isso).

A sequencia começa alguns anos depois do primeiro, onde o casal protagonista Mac e Kelly Redner (Seth Rogen e Rose Byrne) esperam mais um filho e finalmente conseguiram vender a sua casa. Só que alguns dias após a venda, eles acabam se deparando com uma nova fraternidade extremamente feminista, que acabou se mudando para a casa ao lado. Lideradas por Shelby (Chloë Grace Moretz, de "A 5ª Onda), a casa começa a ter constantes e barulhentas festas todas as noites, onde elas tem como mentor o ex-proprietario da casa Teddy (Zac Efron), que não tem mais onde morar, pois o seu melhor amigo Pete (Dave Franco) vai se casar com o seu namorado e mandaram ele sair do apartamento deles.. Só que quando Teddy acaba indo contraditório a uma ideia das garotas, ele acaba sendo expulso. Como vingança, ele se une aos Redner em um plano para expulsar elas da casa, pois eles tem um mês para conseguirem tirar elas dali, até que a venda seja concluída.


Graças a Deus, Seth Rogen e Evan Goldberg não cometeram o mesmo erro que ocorreu em "Se Beber, Não Case 2", e não reciclaram as piadas com um novo cenário, mas sim criaram novas para o novo enredo. Aqui temos Efron fazendo zoeiras com "Magic Mike", piadas pastelões diversas, retorno de coadjuvantes que ficaram legais no antecessor em arcos breves mais engraçados. Mas o principal foi a forma como a narrativa aborda a questão do feminismo x machismo (a questão "nós não podemos fazer festas como os homens fazem", é abordada constantemente). As piadas não perdoam o quão ridículo algumas feministas chegam a ser para se mostrarem independentes, e acaba sendo um dos grandes destaques da sequencia. Claro tem uma questão breve de como a "amizade é bela e tals", mas nada aquém do que isso. Só que novamente ele só pecou na questão das drogas, onde ele exagerou mesmo na demonstração de personagens usando e mostrando que isso é "legal".


"Vizinhos 2" ganha pontos como uma das melhores sequencias de comedia já realizadas, porém se você for levar crianças pra assistir ao filme pode parar por ai. O filme tem piadas pesadas mesmo, onde algumas chegam a literalmente ofender a inocência delas (na sessão onde eu estava, uma senhora foi embora com as netas, logo nos primeiros 15 minutos de projeção). Esse filme já é pra ver entre os amigos, manos, namoradas pentelhas e etc. RECOMENDO!

Obs: Aos que já não veriam o filme por causa da Selena Gomez, achando que o filme ficaria "babaca demais", ela só aparece na cena onde apresentam a personagem de Moretz.

Imagens: Reprodução da Internet
Nota: 8,0/10,0

domingo, 15 de maio de 2016

TEM NO NETFLIX: THELMA E LOUISE


Um clássico do cinema, pelo qual ajudou na consagração da carreira do diretor/produtor Ridley Scott, e revelou as grandiosas Susan Sarandon e Geena Davis (que inclusive esta semana foram homenageadas no Festival de Cannes, por este filme). Além de ser um dos primeiros filmes da carreira de Brad Pitt (aqui ele vive um pequeno papel, mas de importância para a narrativa), e venceu o Oscar de roteiro original em 1992. A trama mostra a vida de duas amigas com personalidades distintas, onde Louise (Sarandon) trabalha como garçonete em uma lanchonete e a Thelma (Davis) é uma dona de casa que enfrenta diversas represálias do marido (Christopher McDonald). Cansadas de viver a mesma rotina sempre, as amigas decidem pegar a estrada sem um rumo certo, onde irão curtir ao máximo a vida sem compromisso nenhum.  Só que na primeira parada, um homem tenta estuprar Thelma e ao ver a situação da amiga, Louise da um tiro que o mata na hora. Logo as duas amigas acabam virando foragidas da justiça, e seguem em sua viagem, só que agora cometendo uma série de crimes por onde passam. 


Scott acerta na retratação do que as mulheres passam em péssimas situações do casamento e como uma amizade pode ajudar a fortalecer a imagem dela positivamente. A química entre Sarandon e Davis é fantástica, e até hoje serviu de inspiração para muitos longas que abordam o tema de amizade entre mulheres (até mesmo em um episódio de "Os Simpsons" ocorreu a referencia). Enquanto uma passava por maus bucados e constantes ofensas e agressões do marido,  a outra era literalmente livre, solta e gostava de viver o agora.

Alguns momentos que eu particularmente gosto, são os do detetive vivido por Harvey Keitel com o marido de Thelma. A cada infração cometida pelas amigas na viagem, a feição de assutado que McDonald faz é extremamente hilária (mesmo o filme não sendo de comédia), pois demonstra o quão ciente ele era da capacidade de sua conjunge. 

Atrizes atualmente na primeira foto, e abaixo no filme.

"Thelma e Louise" pode ser definido com um verdadeiro exemplar de película que demonstra que as mulheres podem ser independentes e que o valor de uma amizade é até mesmo mais importante que qualquer conjugue amoroso. RECOMENDO!


Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sábado, 14 de maio de 2016

COMO SER SOLTEIRA


"Pelo menos você poderia ter transado com um amigo meu", essa frase é dita pelo namorado da protagonista, Alice (Dakota Johnson, a Anastácia de "50 Tons de Cinza"), logo após de ela dispensa-lo, pois ela simplesmente quer apenas ser uma mulher solteira, independente, e que paga de periguete em N baladas. Ai já está o principal erro inicial cometido no enredo do livro de Liz Tuccillo (sim, inspiraram a trama em um livro!), pois qualquer um com bom senso não vai sequer torcer pra protagonista apresentada na trama dirigida por Christian Ditter ("Simplesmente Acontece"). "Como Ser Solteira", aborda não só a vida desta maluca, com a amiga baladeira (Rabel Wilson, de "A Escolha Perfeita"), como também vemos os arcos de sua irmã, Meg (Leslie Man, de "Férias Frustradas"), que quer engravidar a todo custo e a workholic Lucy (Alison Brie, de "Pânico 4"), que a todo custo procura um namorado decente, com a ajuda do bartender Tom (Anders Holm).


Confesso que de todos estes três arcos, o mais divertido mesmo foi o último citado, pois além de Brie realmente ser uma excelente comediante/atriz, sua personagem da motivos pra torcemos por ela e saber mais de suas evoluções na trama. Assim como o arco de um dos peguetes de Alice, vivido por Damon Wayans Jr. (um dos filhos de "Eu, a Patroa e as Crianças"), onde este consegue trazer com louvor a única e verdadeira carga dramática da trama. Enquanto o arco principal, temos duas verdadeiras "periguetes", pelos quais o roteiro em momento algum nos convence de que há motivos para torcemos pelo bem delas, mesmo com as ótimas atuações de Johnson e Wilson (além da puta química entre elas).

Agora como o diretor Christian Ditter fez para unir todos esses arcos em um conjunto só? Pois bem, ele utilizou uma narrativa e dinamica entre os personagens, como se eu estivesse vendo uma série a lá "How I Met Your Mother", porém sem o narrador onisciente para os seus filhos, mas sim no quesito da junção dos personagens constantemente no bar do mulherengo Tom, onde eles acabam se esbarrando e interligando os arcos pelos quais acabam passando em cena, Tudo isso ao som de músicas que fazem sucesso nas rádios e baladas atualmente (sim, ele soube acertar no quesito retratar a vida dos baladeiros de plantão).


"Como Ser Solteira" poderia ter sido um ótimo exemplar de como retratar uma mulher independente em pleno século 21, mas falhou por optar como protagonista uma personagem tão vulgar e que a narrativa permite que ela se vitimize de uma forma que ao invés de ajudar, só acaba piorando a situação dela e da película. 

Nota: 5,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

domingo, 8 de maio de 2016

A GAROTA DINAMARQUESA


Já deixarei bem claro no principio desta crítica que desde que assisti "O Discurso do Rei", há uns anos, não gostei do trabalho do diretor Tom Hooper. Estou ciente que ele é considerados por muitos especialistas da área, como um ótimo diretor e etc. Só que os closes que ele constantemente faz nos atores em cena, onde parece que o ator é uma "arte falante", parece que transpõe a atuação deles de uma forma sufocada. Claro, isso resultou os Oscar de direção pra ele e de atuações para Colin Firth neste, para minha amada Anne Hathaway em "Os Miseráveis" e agora para Alicia Vikander em "A Garota Dinamarquesa". Confesso que este filme demorei para assistir por questões de tempo mesmo, mas agora consegui pegar um tempo e honestamente lembrei de assisti-lo, devido a constante insistência de recomendação de vários amigos e leitores do blog.


Eddie Redmayne já havia chamado minha atenção em "A Teoria de Tudo", onde levou o Oscar de melhor ator, pela interpretação do físico Stephen Hawking. Enquanto Alicia Vikander só vi uns dois filmes com ela ("O Agente da Uncle" e "Ex-Machina"), que não eram suficientes para tirar uma conclusão da qualidade dela como atriz. Só que em menos de 15 minutos de "A Garota Dinamarquesa", devo confessar que ela já conseguiu ganhar meu respeito (e mereceu mesmo o Oscar). Aqui ela vive a pintora Gerda Wegener, que é casada com Einar Wegener (Redmayne). Ambos vivem uma verdadeira relação de amor e amizade, até o dia em que ao ajudar sua esposa em uma pose para uma pintura, Einar descobre que pode possui tendencias homossexuais. Logo vemos o quanto ele teve de enfrentar o preconceito na época, pois além de se assumir nesta posição, ele costumava a andar travestido como Lili. O que uma hora o leva a ser o primeiro homem na história a se submeter a uma cirurgia de mudança de sexo.

Hooper se preocupou exatamente com essa questão na narrativa, onde além de ele maneirar nesse estilo que mencionei no primeiro paragrafo (aqui ele poderia ter feito a festa, mas maneirou), não deixou nada extremamente explicito ou apelativo (como outras produções do estilo fazem). Ele procurou retratar o preconceito da população da época diante da situação e como as pessoas ao redor do casal Wegener reagiam a situação. E é o principal foco aqui, pelo qual ambos os atores que os interpretam conseguiram exercer tantos momentos ótimos, que chegam até a arrancar lagrimas. Redmayne passa quase grande parte da película travestido como Lili, e mais uma vez chega a surpreender, pois não é qualquer ator que convenceria viver um travesti.


"A Garota Dinamarquesa" é mais um exemplar de que o cinema inglês sabe construir dramas, que não soem de forma banal e como se fosse uma produção para televisão. Além de ser um filme que não tem efeitos visuais ou nada exagerado, mas sim uma história sobre a existência do amor verdadeiro. RECOMENDO!

Nota: 10,0/ 10,0
Imagens: Reprodução da Internet

TEM NA NETFLIX: A PELE QUE HABITO


Este filme é do diretor espanhol Pedro Almodóvar ("Volver"), voltando sua parceria com o ator Antonio Banderas ("A Lenda do Zorro"), depois de quase 20 anos sem realizarem uma produção juntos. A trama de inicio é completamente confusa, onde o cenário de inicio é basicamente apenas uma casa, onde vemos um Robert (Banderas) um famoso médico espanhol que estuda a criação de uma pele impermeável a qualquer tipo de queimadura, desde que sua esposa faleceu devido a um acidente por consequências deste. Como cobaia ele tem a jovem Vera Cruz (Elena Anaya), que vive naquela casa com ele, juntamente com as constantes visitas da mãe daquele (Marisa Paredes). As informações não são apresentadas ao público logo de cara, e logo de inicio você pode sentir um certo estranhamento com a maioria das cenas (afinal, filme com o Antonio Banderas, sempre rola alguma cena de pegação né), onde tudo começa a fazer sentido da metade para o final e ele se torna surpreendente a medida em que tudo faz sentido.


Almodóvar soube dosar bem os climas de drama e suspense da produção, e tirou uma interpretação tão boa do Banderas que nem lembro de outro filme que ele tenha trabalhado tão bem. O mesmo podemos dizer de Anaya, pois  sua interpretação além de estar a altura das outras mostradas em cena, nos transpõe o verdadeiro sentimento de desespero da personagem. De inicio, Almodóvar faz um jogo mental com o espectador, pelo o qual não chegamos a saber quem é o mocinho, vilão e porque diabos aquela Vera é tão doida em breves momentos. A história é inspirada no livro "Tarantula", de Thierry Jonquet, que é do gênero de horror. Porém, como cinéfilo sabia que Almodóvar não iria usar e abusar de sequencias de sangues, violência explicita e mutilação gratuita pra chamar a atenção do público. Na verdade o horror apresentado, são os jogos onde o diretor mescla em suas sequencias a navalha, Robert e Vera, no ambiente pelo qual ele testa sua invenção de pele (como na foto mostrada acima). Fora que dentre um close ou outro, ele faz questão de demonstrar as sequencias onde Vera está sozinha, como se fosse uma verdadeira obra de arte, o que faz uma clara releitura do pensamento de Robert em relação ao vê-la. 


"A Pele Que Habito", é um excelente exemplar de uma produção que não é de Hollywood e que consegue ser MUITO melhor do que as do mercado de lá vem apresentado para o gênero suspense. Agora é torcer para nenhum produtor louco querer fazer a versão deles desta verdadeira fabula espanhola de Almodóvar. RECOMENDO!

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

domingo, 1 de maio de 2016

TEM NA NETFLIX: BEM VINDO A VIDA


Esse drama quase ninguém ouviu falar, pois ele não passou nos cinemas e saiu direto nas plataformas de vídeo há uns quatro anos. Ele foi produzido pelos mesmos responsáveis pela nova franquia de "Star Trek", Alex Kurtzman (que também assina a direção), Roberto Orci e Jody Lambert (menos ela). Como protagonista, eles chamaram logo o ator que vive o Capitão Kirk, Chris Pine. Aqui ele vive o fracassado empresario, Sam, que recebe a noticia do falecimento do seu Pai e tem que partir de volta para sua cidade natal, com sua noiva Hannah (Olivia Wilde). Ele não só perde o enterro, como também tem de aguentar os rancores de sua Mãe (Michelle Pfeiffer), pois ele não só nunca mais voltou para visitar sua família, como tinha um péssimo relacionamento com o seu Pai, que era um famoso nome no ramo da música. Mas ao se consultar com o advogado se sua família, para discutir a herança deste, descobre que tem uma irmã (Elisabeth Banks) e que ele deixou milhões de dólares em uma bolsa e deve entregar para ela, para que cuide de seu filho (Michael Hall D'Addario). Em choque com a situação, Sam decide então encontrar a sua irmã desconhecida e ao começar a criar laços com ela, custa opta por não revelar quem ele realmente é.


Há cerca de dois meses vi Pine no bom, mas nada maravilhoso "Horas Decisivas". Ali denotei que por mais banal que poderia soar a atuação de alguns colegas seus em cena, ele tem possui uma ótima carga dramática pra segurar até mesmo uma produção regular. Essa carga dramática ele exerce no timing correto aqui, e consegue chegar no mesmo nível até mesmo da sempre ótima Michelle Pfeiffer (que tem um papel pequeno, mas fica importante da metade pro final). Ele consegue até mesmo ter ótimos momentos com o jovem Michael e a divertida Banks (onde é o primeiro papel dramático que eu vejo a atriz exercer). 


A direção de Kurtzman perante estes arcos dramáticos, faz de "Bem Vindo a Vida" uma produção dramática que não beira ao clichê mas que em certos momentos nos faz se emocionar com o inesperado (sim, eu chorei em alguns breves momentos da história), e ele soube dosar muito bem tudo que era apresentado em tela, principalmente o fato de ter tirado a bela Olivia Wilde de cena logo nos primeiros minutos (pois sua personagem não faria a menor diferença em tela), e o comediante Jon Favreau (que é um dos principais nomes da Marvel Studios). 

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

ALIANÇA DO CRIME


Logo nos primeiros minutos de "Aliança do Crime", vemos que temos como protagonista temos James 'Whitey' Bulger (Johnny Depp) um gangster temido e respeitado por todos, diante de uma Boston em meados dos anos 70/80. A primeira impressão que temos é que se trata de um novo filme de Martin Scorsese, mas não é, e sim de Scott Cooper (que dirigiu antes os ótimos "Coração Louco" e "Tudo Por Justiça"). O que também nos ajuda a pensar na imensa inspiração que este teve para exercer sua narrativa (que é inspirada em fatos reais), foi o fato de que seu elenco é completamente composto por gente conhecida. Ele conseguiu colocar até mesmo um sumido Kevin Bacon em um ótimo papel (que me lembrou bastante o de Mark Walhberg em "Os Infiltrados"), apesar de pequeno. Mas o filme é mesmo do Johnny Depp.


Seu personagem, como mencionado anteriormente, é o ponto central da trama. Seu irmão, Billy (Benedict Cumberbatch) é um dos principais políticos de Boston e para não afetar seu cargo, evita ao máximo divulgar de quem ele tem laços sanguíneos. Ambos acabam reencontrando, John (Joel Edgerton) um antigo amigo de infância, que trabalha para o FBI. Ao retomar contato com ambos, ele tem a brilhante ideia de colocar Bulger como um informante da agencia, onde logo ele não terá que responder pelos seus crimes mafiosos mais para frente. Este concorda, só que no decorrer do trabalho ele começa a tomar as próprias decisões e comete diversos crimes, o que começa a colocar todos os envolvidos no acordo em perigo.


No decorrer da narrativa, vemos que Depp é de fato um puta ator carismático e mais uma vez possui uma maquiagem que o deixa irreconhecível diante das câmeras. Sua esposa aqui é vivida por Dakota Johnson, e ambos tem uma sequencia que não da pra acreditar que ela atuou pessimamente no horrível "50 Tons de Cinza". Outro momento que podemos até dizer que ele está completamente assustador, é em outro momento em que ele está jantando com os agentes do FBI na casa de John. Em um momento em que ele interage com Julianne Nicholson (que vive a esposa de John), chega a ser até assustador pra se ver tamanha interpretação que ele exerceu. Nessas horas vemos o quanto a academia do Oscar é injusta (eu tiraria sem duvidas até o Matt Damon dos indicados, pra colocar o Depp).

"Aliança do Crime" é indispensável pros fãs de Deep e principalmente pro estilo "mafioso", criado por Martin Scorsese. RECOMENDO!

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet