quinta-feira, 7 de março de 2013

CRÍTICA - JOÃO E MARIA: CAÇADORES DE BRUXAS


 "Criatividade", uma palavra que está em falta em Hollywood. Depois de adaptações bem sucedidas de "Alice no país das maravilhas", as duas de Branca de Neve ("Espelho, espelho meu" e "Branca de Neve e o Caçador"), o fiasco de "a garota da capa vermelha" (versão gótica, feita pela diretora de "Crepúsculo") chega agora aos cinemas a nova roupagem de João e Maria, batizada aqui como "João e Maria: Caçadores de Bruxas".


A história começa mostrando o conhecido conto de fadas, com os irmãos abandonados em uma floresta por seu pai, e vão parar em uma casa de doces, trazidos por uma bruxa, que ela os empanturra do mesmo para poder cozinhá-los. Só que os irmãos que a acabam cozinhando e fogem. A partir dai ambos decidem se tornarem caçadores de bruxas, e nos créditos iniciais do filme, ambos vão mostrando seus serviços sendo executados através de uma animação, no qual utilizam um divertido efeito 3D. Originalmente eles são chamados de Hansel e Gretel mundo a fora (o que em certos momentos podemos sentir uma estranheza, com os nomes em brasileiro, no meu caso que assisti a versão legendada).

Jeremy Renner, o astro revelado em "Guerra ao terror" e do recente "os vingadores" vive aqui um papel semelhante ao seu "Gavião Arqueiro", onde João utiliza as mais loucas armas para combater as bruxas (armas de fogo, arco e fechas!), mas um fato que chama a atenção é que João se tornou diabético devido ao excesso de doces que comeu no seu incidente na casa dos mesmos. Há momentos em que vemos que Renner se sente desconfortável no papel. Já a bela Gemma Arterton ("007 Quantum of Solace", "Príncipe da Pércia e as areias do tempo"), nos demonstra beleza e uma atuação considerável no papel de Maria, onde em certos momentos recorda um pouco o jeito de Milla Jovovich em "Resident Evil", na qual possui uma extrema beleza que consegue roubar a cena em certos momentos do filme, mas que possui um jeito carrasco para lidar com os problemas.


A vilã do filme é uma bruxa, na qual deseja sequestrar 20 crianças e sacrificá-las para assim ela e suas outras duas parceiras ("Zoe Bell" e "Monique Ganderton") possuam a imortalidade. Esta bruxa é vivida pela bela Framke Janssen (das séries "Busca implacável" e "X-Men", foto abaixo), na qual consegue uma atuação convincente como vilã. Um grande fator prejudicial a produção é a sua curta duração de 88 minutos, pois nos últimos tempos um filme deste porte possui entre 100 a 150 minutos, mas tudo é pensando em decorrência das bilheterias, pois um filme com menos tempo, possui mais horários, que trás mais sessões e mais renda. Consequentemente nos Eua, o filme não conseguiu o sucesso almejado, diferente daqui, pois no Brasil o filme permaneceu quase um mês em primeiro lugar entre os filmes mais vistos. Os efeitos 3D do filme são realmente muito divertidos, pois há momentos em que vários objetos são ameaçados ou jogados em cima do expectador, além da profundidade em algumas cenas (confesso que me diverti muito com esses efeitos). Há também certa referência satírica e hilária a certo filme de vampiros que se apaixonam... Mas aqui é entre a Maria e um Ogro batizado com o nome de Edward! Cujo primeiro encontro é justamente em uma floresta! O diretor estreante Tommy Wirkola mostra-se competente em sua função como diretor.

Já fotografia do filme se mostra a mesma comparada com os filmes do gênero. Nas questões de figurinos de época o filme acerta em cheio, relembrando muito o visual do cine-série "Sherlock Holmes". Uma curiosidade é que a produção é assinada por Will Farrel e Adam McKay, cujo realizaram muitas comédias de sucesso nos Eua como "Os outros caras" e "O âncora - a lenda de Ron Burganty", mostram que tem talento na hora de aplicar o seu humor negro no filme. Extremamente divertido, o filme que mostra o que aconteceu com João e Maria depois de fugirem da casa de doces, vale a pena ser assistido. Que venha "Oz - Mágico e Poderoso".

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