Depois de vencer um Oscar (pelo roteiro de "Encontros e Desencontros", em 2004), neste ano o novo trabalho da diretora Sofia Coppola, "O Estranho Que Nós Amamos", conseguiu render a ela o prêmio de direção, no Festival de Cannes. Apesar de se tratar de uma refilmagem de um longa de 1971, estrelado por Clint Eastwood, o enredo é inspirado no livro de Thomas Cullinan, e ele se passa em plena Guerra Civil, em 1864, quando um soldado inimigo abatido (Colin Farrell), acaba sendo salvo por uma jovem e levado para um internato feminino, em Virginia, onde é cuidado pelas moradoras do local, lideradas por Martha (Nicole Kidman).
98% da trama se passa dentro do internato, e só nesse fator poderia ser um longa extremamente monótono se caísse em mãos erradas (principalmente por se tratar de uma refilmagem). Porém Coppola aprendeu com o Pai (Francis Ford Coppola, diretor de "O Poderoso Chefão") como dirigir um filme, e soube dosar de forma divertida o suspense demonstrado em tela. Pra se ter uma noção, a trilha sonora do filme é basicamente apenas os elementos sonoros que compõe a cena (muitas vezes ouvimos pássaros, bombas, dentre outras coisas que agregam o cenário). Outro aspecto foi que ela rodou o longa no formato em que o original havia sido rodado (1:66, o mesmo das televisões antigas de tubo), algo raramente é realizado nas produções atuais. Não foi somente a mesma que foi o principal auxilio no desenvolvimento do longa, mas também seu elenco, onde apesar do Farrell e da Kidman, estarem muito bons em seus papéis, o destaque vai mesmo pra Kristen Dunst e pra Elle Fanning, que apresentam o estilo de mulheres "desafiadoras e cansadas" e da "adolescente na descoberta do prazer", respectivamente (dentre outras palavras, aqui é trabalhada todas as fazes da vida de uma mulher, por intermédio das personagens), e compartilham um momento chave na trama. Porém depois que este ocorre, a película se torna um pouco previsível e se segura mesmo pelo ritmo já estabelecido pela diretora.
"O Estranho Que Nós Amamos" é um longa que diverte durante seus quase 90 minutos, mas não é uma obra prima da diretora, onde sei que apesar disso não posso afirmar se o prêmio em Cannes pra ela valeu, pois ainda não vi todos os outros concorrentes pra julgar. Se isso já é suficiente pro filme já estar no Oscar, bom provavelmente ele entre na categoria de figurino e design de produção, pois nas principais eu ainda acho difícil.
Nota: 8,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet
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