"Ghost In The Shell" é considerado por muitos fãs de animes, como uma das melhores abordagens já realizadas até hoje. Lançada em 1995, a trama serve como clara homenagem a clássicos como "Blade Runner" e "2001 - Uma Odisseia do Espaço". e para pautar sobre a questão de até quando os avanços tecnológicos podem interferir no ser humano em questões pessoais e espirituais.
Ele se inicia em 2029, no Japão, onde a tecnologia evoluiu tanto, que ela chegou ao ápice em que o cérebro de um ser humano falecido, pode ser transferido para o corpo de um ciborgue e conseguir seguir ordens programadas via computador. Major (Scarlet Johanson) é a primeira deles e realmente dar certo, e trabalha no esquadrão da policia que investiga diversos crimes cibernéticos. Porém um caso deixará ela e seu parceiro Batou (Pilou Asbaek) a par da própria empresa pelo qual trabalham.
No inicio a abertura da a entender que vamos ver algo a lá "Westworld" com um pouco de "Blade Runner" e "Matrix" (que se inspirou no anime, em seu desenvolvimento), só que a direção fraca de Rupert Sanders ("Branca de Neve e o Caçador") deixou tudo com um embasamento muito similar ao do segundo, porém em uma versão muito mais chata. Sua protagonista era retratada como uma ciborgue que possuía diversos conflitos internos e os mesmos eram uma das grandes pegadas no anime. Mas mesmo com Johanson já ter mostrado ser uma excelente atriz, o principal problema dela aqui foi mesmo a falta de entrosamento com o que lhe era proposto. A química dela com Asbaek funciona, só que não era exatamente o verdadeiro foco. Já o restante do elenco parece que está lá, por simplesmente estar, pois estão todos com a ligeira impressão de estarem completamente cansados (inclusive a sempre ótima Juliette Binoche, que nada faz aqui).
O verdadeiro vilão da vez, foi justamente o roteiro que foi adaptado pela dupla Jamie Moss ("Os Reis da Rua") e William Wheeler ("O Vigarista do Ano"), que praticamente apertou a tecla do "foda-se" em cima da trama original de Masamune Shirow e rechearam o enredo com diversos momentos banais e repetitivos, onde não deixam em momento algum o espectador raciocinar o que está acontecendo. As cenas de ação inclusive, são recheadas de um slow-motion que fica chato e cansativo (além de algumas explicações durante estas, pra justamente coisas que já sabíamos, fechando ainda mais o pacote).
Mas não é só de negatividade que vive a adaptação de "Ghost In The Shell" vive, pois a fotografia, direção de arte e o 3D são um dos melhores já realizados neste ano. A profundidade, a constante interação de Major vindo na direção do público são bacanas de se ver na tecnologia. As sequencias que mostram a cidade com uma enorme poluição no ar, e no ambiente com as diversas propagandas, acabam sendo um delírio de se ver.
Se você é fã do anime, recomendo que assista para tirar suas próprias conclusões. Agora se você opta em ver o longa apenas porque gosta da Scarlet Johanson, me desculpe meu amigo, vai ler um livro ou fazer outra coisa construtiva, pois "Ghost In The Shell: A Vigilante do Amanhã", só vai te deixar com um enorme tédio durante as quase duas horas de projeção.
Nota: 4,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet
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