sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

A GRANDE APOSTA



Adam McKay dirigiu algumas de minhas comédias favoritas como "Tudo Por Um Furo" e "Os Outros Caras". Em 2014 foi contratado pela Marvel para ser um dos responsáveis pelo roteiro e desenvolvimento do "Homem-Formiga" (mais pela amizade com o protagonista deste, Paul Rudd), depois da demissão de Edgar Wright. Só que ninguém imaginava que com um curriculum só composto por comédias, que ele seria indicado ao Oscar de direção, justamente por uma produção do gênero. E isso ocorreu este ano com "A Grande Aposta".  A produção aborda a origem da crise financeira de 2008, que foi causada pelo excesso de pessoas que compravam casas a créditos, mas não possuíam condições de pagar. Quando os bancos esgotaram as suas verbas com isto, veio a crise. Ela foi descoberta inicialmente por Michael Burry (Christian Bale, o Batman do Nolan), um gênio matemático ficava o dia todo trancado em uma sala calculando ganhos e perdas das empresas ao som extremamente alto com músicas de havy metal. Tudo isso acarretará problemas ao agente financeiro Mark Baum (Steve Carrel, de "Amor a Toda Prova"), que está desesperado não só pela provável falência que crise vem traendo a sua empresa, como também tenta lidar com o suicídio de seu irmão. Os outros caracteres são dois irmãos (Finn Wittrock e John Magaro), que são pioneiros nesta área e contam com a ajuda do aposentado e recluso acionista Ben Rickert (Brad Pitt), que não só manja pacas dos paranaue, como também possui algumas manias estranhas. E claro, temos Jared Vennett (Ryan Gosling, de "Drive"), que é aquele personagem que ta lá mais pra "esclarecer" os leigos.


Esclarecer. Essa é uma palavra que o filme se preocupa e muito. A película tinha tudo pra você ficar completamente perdido em todos os aspectos, mas McKay não só se preocupou em colocar uma explicação pra todos os termos e ações feitas pelos personagens, como também detalhou como tudo era feito de uma forma onde até o espectador mais lego no assunto entenderia. Você já deve ter tido alguma matéria de economia seja na escola ou na faculdade. Mas como essas merdas de aulas costumam ser extremamente tediosas, absorvíamos bosta nenhuma. Só que aqui, temos a gata da Margot Robie (a esposa do DiCaprio em "O Lobo de Wall Street"), em uma banheira espumosa explicando o que significam swaps (trocas de risco sobre operações financeiras) e subprimes (créditos de risco). Obviamente que até o cara mais desatento vai parar pra ouvir o que aquela gostosa nua em uma banheira ta falando. Mais tarde, ele coloca a musa teen Selena Gomez, em plena mesa de jogos de Las Vegas, pra explicar como funciona CDMs. Além das duas interpretando a si mesmas, ele coloca alguns atores quebrando a quarta janela e conversam com o público sobre o que eles estão fazendo, em questões financeiras. Mas existem alguns momentos, onde as expressões ou transações não são explicadas e quem não entende do assunto ficará brevemente perdido. Ai é hora de tacar o foda-se e  raciocinar o óbvio que ta rolando, que não da pra se perder. Só nessa estratégia brilhante, Adam Mckay se torna um nome favorito ao Oscar de roteiro e direção (que infelizmente não conquistará este).


Agora sobre o quesito atuações, vemos que os destaques do elenco vão somente para dois atores: Christian Bale e Steve Carrell. O primeiro encarna um personagem que possui um problema de visão que o faz usar um olho de vidro desde de criança, onde Bale encarna o personagem de um forma tão natural e sarcástica que foi merecida sua indicação ao Oscar. Já Carrell vive mais um papel dramático em sua carreira (apesar do filme ser uma comédia), onde as crises histéricas, o medo e a insegurança são transparecidas com enorme naturalidade, o que nos faz pensar que não demorara muito pra ele conseguir seu primeiro Oscar. Já Pitt funciona mais como uma espécie de "alivio cômico" em alguns breves momentos, já Gosling tá meio apagado neste filme (o que foi uma pena).


Sem duvidas de que "A Grande Aposta", mereceu todas as indicações que teve no Oscar (filme, direção, Ator Coadjuvante - Christian Bale, roteiro e edição), e pode ser definido como "O Lobo de Wall Street - Versão Light", pois além de se passar "no mesmo universo", a película também possui a preocupação de deixar o espectador ciente de tudo que eles estão fazendo ali. Mas o principal: não possui toda a putaria que o filme de Scorsese tem, deixando assim o filme de McKay acessível a todos os públicos. RECOMENDO!

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

Um comentário:

Unknown disse...

Adorei as criticas do filme, obrigada por compartilhar. Recebeu muitas criticas, pessoalmente eu acho que é um filme que nos prende.O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio, me manteve tensa todo o momento, se ainda não a viram. Que ator Ryan Gosling seja o protagonista de um filme automaticamente leva ao êxito. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto.

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