Steve Jobs é um dos nomes mais conhecidos do mundo, pois ele é o presidente e fundador da famosa empresa de eletrônicos Apple. Falecido em 2011, Hollywood tratou de começar a fazer suas autobiografias. Ambas foram geradas de polemicas, pois a primeira foi lançada em 2013 e tinha Ashton Kutcher (o cara que fudeu a série "Two and a Half Men") no papel daquele. Apesar de serem extremamente parecidos, a atuação dele não foi boa e a película serviu para abordar Jobs o tempo todo como um "Deus" (mesmo ele fazendo uma pa de merda, as sequencias terminavam com a galera aplaudindo ele, seguida de uma trilha sonora de "ahh que cara foda"). Obviamente que a família de Jobs, e seu parceiro de criações Steve Wozniak, ficariam putos com essa produção. Só que na mesma época, este estava iniciando conversas com o roteirista de "A Rede Social", Aaron Sorkin, para fazerem uma nova história e mostrar Steve Jobs e todos os funcionários da Apple como realmente eram naquela época.
Como Jobs fez coisa pra cacete em vida (ele foi o fundador da Pixar também), e a primeira biografia está fresca na mente de todos, Sorkin optou por pegar a versão dele dentre três épocas: os lançamentos do Mactoshi (1984), um outro da Next (1988), e o do IMac 3G (1998). Só que nesta versão, este optou por mostrar Jobs como o verdadeiro "diabo" dentro e fora da empresa. Aqui vemos que ele não tinha compaixão nenhuma com nada e com ninguém que não fizesse as coisas como ele queria. Principalmente quando a questão envolvia sua filha Lisa (Makenzie Moss (5 anos), Ripley Sobo (9 anos) e a brasileira Perla Haney-Jardine (19 anos)), onde ele não a admitia como sua e a ajudava por "pena". Para viver o empresário, foi chamado o ótimo Michael Fassbender (o jovem Magneto de "X-Men: Primeira Classe"), e para Wozniak chamaram o comediante Seth Rogen ("É O Fim"). Ambos tem uma puta química e entrosamento, só que quem possui um melhor entrosamento com Fassbender nesta narrativa é a diretora de Marketing, Joanna Hoffman (Kate Winslet, de "Titanic"). Ela é basicamente a única pessoa que Jobs ouvia e seguia os conselhos no meio de tantas pessoas poderosas a sua volta. E devo dizer, que as indicações a ambos para os prêmios, como Oscar e a Globo de Ouro (onde Winslet ganhou em uma atuação que não é digna nem de Kikito de Ouro! Não acredito que ela ganhou da ótima Jennifer Jason Leight, por esse papel "simples"), ocorreram por este fator e a Kate mais por uma sequencia onde ambos discutem sobre sua filha, já em 1998. Já Fassbender, ta impressionante e mereceu todas as indicações.
A direção ficou a cargo do famoso Danny Boyle ("Quem Quer Ser Um Milionário"), onde o mesmo aposta em mais sequencias repletas de diálogos e discussões, ao invés de sequencias com mais "ação". Mas como premissa do filme, esta opção está mais do que acertada. Temos diversos bons momentos não só de Rogens, Winslet, como um dos destaques ficam para as tretas entre o CEO da Apple John Sculley (Jeff Daniels, de "Perdido em Marte") e Steve Jobs. Não podendo deixar de destacar também os momentos deste com sua filha, onde as três atrizes que a interpretam realizaram seu trabalho de forma convincente. Só que a relação de ambos, ocorria de forma extremamente "bipolar". Horas ele metia o pau e negava fazer as coisas pra ela e tals, ai encontrava com a ela e dizia que faria tudo que ela necessitasse!! (falsidade mandou um abraço). Mas Boyle acertou na dinâmica de filmar o primeiro ato em 35mm, onde remeteu mesmo que aquilo foi algo filmado em pleno anos 80, e foi alterando o estilo de filmagem conforme passavam os anos. Outro ponto positivo, é que sua narrativa não chega a cansar e tudo soa de forma rápida e as duas horas remetem a meia hora.
"Steve Jobs", é um prato cheio pra quem curtiu "A Rede Social" e gosta de assistir a produções biográficas de qualidade. O roteiro de Aaron Sorkin ter vencido o Globo de Ouro, e não ter sido indicado ao Oscar, achei certo, pois a trama é basicamente outra "A Rede Social", e não merecia tamanho reconhecimento. Mas mesmo assim RECOMENDO!
Nota: 8,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet
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