Pegando carona no sucesso de "A Culpa é das Estrelas", chega aos cinemas outra adaptação de um romance que também acabou se tornando best seller: "Se Eu Ficar". Escrito por Gayle Forman, acompanhamos a vida da adolescente Mia (Chloë Grace Moretz, de "Kick-Ass") que passa por uma situações normais da fase como época de vestibulares, crises com o namorado músico, Adam (Jamie Blackley, de "Branca de Neve e o Caçador"), confissões com a melhor amiga (Liana Liberato, de "Confiar") e principalmente sua dúvida se deverá seguir sua carreira como violinista, ao invés de uma carreira acadêmica. Mas tudo muda quando ela sofre um acidente de carro em uma estrada, que acaba a deixando no limbo (local em que os espíritos ficam entre o céu e a terra). Nesta situação, ela começa a notar os verdadeiros motivos para continuar vivendo, já que seus pais e irmão também estavam no mesmo veiculo só que ela não consegue encontrar os mesmos pelo hospital.
Moretz já havia mostrado que possui talento para atuação em produções como "Kick-Ass" e "Sombras da Noite", mas só agora ela ganhou seu primeiro grande papel na carreira, que certamente foi o grande ponta pé para a mesma demonstrar que ela será um dos grandes nomes do cinema futuramente. A dramatização que ela realiza para sua personagem, chega a comover em diversos momentos, sendo que o maior destaque é sua relação com o avô (Stacy Keach, de "O Legado Bourne"), onde ambos possuem uma sequencia que se torna o momento mais emocionante da película. O diretor Stacy Keach, estreante em longas metragens, procura realizar exatamente isso com todos os caracteres que ele possui em mãos. Logo na sequencia inicial, vemos os pais de Mia (Mireille Enos e Joshua Leonard) com seu irmão mais novo (Jakob Davies) e a própria, demonstrando a idealização da verdadeira família americana "feliz". Mas ao decorrer da produção vemos que inicialmente nem sempre era assim, já que estes eram músicos na época em que se conheceram e que tiveram sua primeira filha. Keach tenta focar na evolução destes, até virarem o que foi visto inicialmente.
Mas o principal da história, acaba sendo o romance entre Mia e o também músico Adam. Na história do casal, acabamos notando que o diretor buscou trabalhar uma mera homenagem a teoria do filósofo Freud (que aborda o fato de todos homens e mulheres, verem em seus parceiros a figura paterna ou materna). Os diversos momentos onde presenciamos toda a história do casal, é intercalada em alguns momentos pela história dos pais de Mia. Só que diferindo de seus pais, esta prefere ouvir uma ópera ao invés do "Iggy Pop" de seus pais e irmão (valendo destacar, que a trilha sonora é assinada pelo brasileiro Heitor Pereira). O timming proposto por Keach já se torna suficiente para sentimos sentimentos pelo casal, para assim torcemos por ambos durante todo minuto da projeção (já que a química entre ambos ajuda).
"Se Eu Ficar" não consegue ser um ótimo drama/romance como "A Culpa é das Estrelas", mas demonstra ser um ótimo "romance adolescente", que funciona também para os que já passaram dessa fase a tempos. RECOMENDO!
NOTA: 8,5/10,0
Imagens: Reprodução da internet
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