quarta-feira, 30 de julho de 2014

CRÍTICA - SEM EVIDÊNCIAS


Com dois dos maiores nomes das comédias românticas Reese Whiterspoon ("Legalmente Loira") e Colin Firth ("O Diário de Bidget Jones"), que um pouco antes de Metthew McCounaughey, também trocaram o gênero por produções mais sérias e acabaram ganhando o Oscar por causa disso. Agora ambos estrelam o novo filme do diretor Atom Egoyan (indicado ao Oscar por "O Doce Amanhã"), "Sem Evidências". Baseado em fatos verídicos, só que tendo como base o livro "Devils Knot: The True Story of the West Memphis Three" de Mara Leveritt, a produçãose passa em 1993 e foca no processo de julgamento dos jovens Damien Echols (James Hamrick), Jason Baldwin (Seth Meriwether) e Jessie Misskelley (Kris Higgins), acusados de assassinar três crianças em prol de um ritual satânico. Conforme as investigações vão avançando, o renomado advogado Ron Lax (Firth), vai percebendo que as declarações da policia e dos jovens não estão batendo, assim como as provas apresentadas. Ele então opta por defender os jovens no tribunal gratuitamente, pois ele tem a certeza de que eles não foram capazes deste ato. Ao mesmo tempo vemos o drama da mãe de uma das crianças (Whiterspoon), que assim como Ron começa a suspeitar de que todas as investigações não passam de uma farsa.


Apesar de sua gravidez estar claramente notável, Whiterspoon tem um papel pequeno na produção. Sua carga dramática está em um timming correto com a narrativa, apesar de evitar realizar diversas expressões clichês para produções do gênero. Firth também se encaixa nesse padrão de atuação, mesmo de seu personagem ser o verdadeiro protagonista. Quanto ao trabalho do diretor Egoyan, notamos que para uma história verídica o clima está um tanto que adequado, mas que ele utiliza uma narrativa que soa mais para um telefilme ao invés de uma produção para as telonas. Mas o suspense criado no decorrer da narrativa, para nos envolvermos no enredo e tentarmos descobrir os reais responsáveis chega a ser convincente (dando direito a uma rápida aparição, no principio e no desfecho, de Dane DeHaan (o novo Duende Macabro, de "O Espetacular Homem-Aranha 2"), que somente sua expressão já acaba causando muitas duvidas ao decorrer da história).


O que fez o feito ganhar foça, foi o roteiro escrito por Scott Derrickson e Paul Harris Boardman ("O Exorcismo de Emily Rose"), que procurou focar em uma crítica ao sistema investigativo da policia. Enquanto as sequencias de rituais satânicos e a pressão da imprensa em cima dos envolvidos com o processo, é deixada em segundo plano. Apesar de não ser completamente um "filme de tribunal", "Sem Evidências" é um drama que acaba sendo esquecido minutos após seu término, pois muitas pontas soltas acabam sendo esclarecidas apenas nos típicos relatos antes dos créditos finais.

Nota: 6,5/10,0

Imagens: Reprodução da Internet

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