quinta-feira, 18 de abril de 2013

CRÍTICA - OS PENETRAS



Marcelo Adnet tem se mostrado um dos maiores humoristas da nova geração, através de seu insuperável carisma no qual realiza inúmeras imitações e feições das mais variadas celebridades como José Wilker, Marilia Gabriela, Luciano Hulk e etc. Não é a toa que saiu da "MTV" migrando para a "Rede Globo". Já Eduardo Sterblitch integra o programa do "Pânico na Tv" há certo tempo, vem mostrando as mesmas qualidades de Adnet, roubando a cena muitas vezes no programa. Vendo o potencial de ambos, a Globo Filmes decidiu então escalá-los para a comédia "Os Penetras", que originalmente tinha Selton Mello e Rodrigo Santoro nos papeis principais. Resultado: poderia ter sido melhor.

Dirigido por Andrucha Waddington ("Lope"), conta a história de um vigarista com pinta de galã chamado Marco Polo (Adnet), que juntamente com seu parceiro Nelson (Stepan Nercessian) aplicam os mais diferentes golpes em diversos turistas e principalmente nas pessoas pouco expertas, como o desiludido Beto (Sterblitch) cuja namorada Laura (Mariana Ximenez) o deixou e decide então se suicidar e acaba sendo salvo por Marco. Tendo em vista a fragilidade daquele, é dada então a largada de golpes de Marco em cima de Beto começando com jantares em restaurantes chiques, tendo em conta a ótima sequência de imitação de José Wilker por Adnet, onde o mesmo exibe uma naturalidade em sua atuação, mas se perde em determinados momentos devido a piadas batidas, como a do "cabelo na sopa" para não pagar a conta. Mas o circo começa a pegar fogo quando Beto convence Marco a falar com sua ex-namorada para ele assim poder reatar com ela. Ximenez e Adnet não possuem química alguma, sendo que sua personagem vende a idéia de ser a grande safada do filme desde sua primeira aparição (mesmo sendo loira).

É deste ponto que a produção começa a se perder, onde vira um festival de exibição de festas chiques, referências a outras produções estadunidenses como "amigos, amigos, mulheres a parte" e "Se Beber Não Case!" e claro baixaria desnecessária.  Assim como outras produções cômicas nacionais, está sofre da mesma maldição na qual depois da metade de exibição a graça se perde e não conseguimos mais achar graça em nada do que é mostrado em tela

Andrucha também roteirizou a comédia com mais outros cinco (isso mesmo, foram seis roteiristas), não conseguiu explorar aquilo que poderia ter sido uma comédia divertidíssima, no qual a química entre os dois maiores humoristas do Brasil Adnet e Sterblitch é deixada de lado mesmo eles possuindo algumas sequências realmente hilárias, mas nada marcante (quando realmente deveria ser). As participações de Luiz Gustavo e Suzana Vieira soaram um tanto que forçadas, diferente de Andrea Beltrão que estava hilária. O que também tenta ajudar no desenrolar da trama é o excelente trabalho das equipes de fotografia e câmera, que não utilizam a clássica técnica de "filme/novela/seriado", demonstrando que as produções nacionais estão evoluindo mais para esse ponto felizmente, ao invés dos roteiros regulares que tem uma idéia principal bacana, mas que beiram ao ridículo e clichê em seu desfecho. Independente dos fatos, o filme foi uma das maiores bilheterias do cinema nacional nesta época de retomada, demonstrando que é exatamente isso que o espectador brasileiro curte: comédias clichês, onde o roteiro é praticamente um genérico estadunidense. 

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