Já não é de hoje que o cinema nacional vem melhorado gradativamente na produção de seus longas, assim como na escolha dos seus enredos. Mas de vez em quando acontece um tropeço em uma trama que poderia muito bem ter sido melhor explorada, como é o caso deste recente "Uma Quase Dupla", onde possuía uma ótima chance de ter sido uma comédia bem mais engraçada (só pra deixar claro, existem momentos bem engraçados no longa, mas outros que o bocejo é eminente).
A trama tem inicio com a policial durona Keyla (Tata Werneck) que é chamada para investigar um misterioso assassinato na cidade de Joinlândia, junto ao atrapalhado policial Claudio (Cauã Reymond).
Para estabelecer um parâmetro plausível, pegue os terceiros "Corra Que A Policia Vem Ai" e "Maquina Mortífera" (que são os mais fracos das cinesséries) e temos "Uma Quase Dupla". Apesar da dupla central possuir uma química divertida e conseguirem arrancar risos em algumas cenas bem boladas, o roteiro de Ana Reber e Leandro Muniz (que recebeu toques de mais três mãos, sendo uma delas da própria Werneck) parece meio perdido em alguns momentos onde tenta procurar uma tonalidade exata pra onde o humor. Uma hora apelava ao estilo do grandioso Leslie Nielsen (fazer burradas, mesmo com uma pose séria), outras pegava o pior do "Zorra Total" e outras apelavas para as caretas de Werneck (no desespero de fazer risos imediatos).
Quanto a estrutura da investigação que ambos policiais passam durante o filme, os mais atentos denotarão algumas possíveis soluções de imediato, devido a tamanha preguiça que o roteiro as retrata. Tanto que basicamente não ocorrem cenas de ação, mas sim tentativas falhas de serem estas.
"Uma Quase Dupla" deveria ter sido melhor revisto e analisado em sessões testes, antes de ter sido disponível comercialmente. Sim, existiam chances deste longa ter conseguido ser uma comédia nota 8,0, ao invés de se tratar de algo que passará tão batido, que to achando que vou esquece-lo já nos próximos dias.
Nota: 3,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet
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