José Aldo foi o primeiro campeão do UFC brasileiro, e só teve uma derrota em toda sua carreira como lutador. Porém o que esteve por trás disto, foi sua tensa história de vida que o motivava psicologicamente nas lutas (como ele mesmo disse em entrevistas). E é exatamente o foco da película dirigida pelo Santista, Afonso Poyart ("Presságios de um Crime"), que demorou cerca de cinco anos para ser concluída, devida a uma série de problemas e compromissos com o próprio diretor e os atores do longa em outros projetos. Aqui o enredo começa com Aldo (José Loreto) sendo um jovem rebelde, nas periferias do Manaus, no estado do Amazonas. Porém ele sempre demonstrou ser um batalhador mediante dos desafios que a vida lhe propunha, como o fato de aguentar as constantes chegadas do seu Pai (Jackson Antunes) alcoolizado e agredindo sua mãe (Claudia Ohana) constantemente. Como ele tinha uma enorme paixão por lutas, ele decidiu ir morar no Rio de Janeiro, onde tinha um amigo chamado Vandir (Rafinha Bastos) que lhe colocou para ajudar numa academia de treinos de MMA. Foi a partir dali que ele começaria a ganhar reconhecimento de suas habilidades.
O que me chamou atenção bastante na película, foi o fato de Poyart ter construído diversos momento chaves, pelos quais todos os atores estão excelentes e com um enorme entrosamento. Meu Deus! Há cerca de dois meses estava escrevendo como Cléo Pires tava péssima em "Operações Especiais" e aqui ela está ótima, como a namorada de Aldo. Ela possui um timing cômico (onde nem Rafinha Bastos fez alguma graça aqui, por incrível que pareça), dramático e uma química com Loreto excelente. Este também ta num puta papel dramático, que me chegou a lembrar um pouco de Sylvester Stallone no primeiro Rocky. Seus momentos com Antunes já refletem a puta carga dramática que o ator possui, O mesmo pode se dizer dos constantes flertes com sua primeira paixão, Luiza (Paloma Bernardes) e com as brigas com o namorado playboy dela (Rômulo Neto), onde a direção de Poyart nas brigas de ambos, parecia a de um filme do Zack Snyder ("Batman vs Superman", pra ser mais especifico).
Apesar de Poyart usar e abusar do Slow-Motion em grande partes das cenas, ele conseguiu dosar a narrativa de uma forma na qual ele não apela muito para o drama, pro sexo, pra violência ou pra comédia. Mas sim para algo concreto e que acaba prendendo o público e chamando a atenção deles para acompanhar as lutas de Aldo no UFC, ou até mesmo incentivar outros brasileiros com sua história de superação.
"Mais Forte Que o Mundo" pode ser definido como uma esperança pro cinema nacional, que cada vez mais vem amadurecendo. Mas que porém comete alguns deslizes de vez em quando (como o elogiado "Que Horas Ela Volta?", que achei muito forçado e fictício em vários quesitos).
Nota: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet
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