Lançado em 2008, "Cloverfield - Monstro" foi uma das produções pioneiras a serem gravadas na forma do "gravação perdida" (onde a película é retratada como se fosse uma filmagem de um dos personagens). O enredo do filme chamou atenção, pelo simples fato de em sua propaganda e trailer mostrar a estatua da liberdade com a cabeça arrancada. Oito anos depois, no dia 15 de janeiro, o maluco do produtor J.J. Abrams (que é um dos principais responsáveis pelos reboots de "Star Ttrek" e "Star Wars"), lança o trailer e poster da continuação deste, rotulando o titulo de "Rua Cloverfield, 10" e fala que vai lançar dois meses depois nos cinemas. Todos os cinéfilos entraram em choque, num primeiro momento, pois além de ele ter feito um filme de forma extremamente secreta (algo impossível nos tempos atuais), ele sequer havia mencionado que um dia faria uma continuação de "Cloverfield".
Francamente eu não interpretei como uma continuação daquele, mas sim um verdadeiro "Spin-off" (onde não é necessário ver o primeiro filme da série). Sendo que aqui nem em filmagem perdida a produção é narrada, mas sim em uma forma habitual. No enredo inicial somos apresentados em uma sequencia onde somente há uma melodia de fundo (onde os cinéfilos mais experientes, denotarão que tipo de estilo o filme irá pegar), a protagonista Michelle (Mary Elizabeth Winstead, de "Duro de Matar 4.0"), acabou de terminar com o namorado e sai de carro sem rumo por uma estrada. Ai ela sofre um acidente de carro e acorda em um quarto, e descobre que foi resgatada pelo gordão misterioso, Howard (John Goodman, o eterno Fred Flinstone de "Os Flinstones"). Só que eles não são os únicos ali e dividem o ambiente com o extravasado Emmet (John Gallagher Jr.), que a alerta que o mundo foi alvo de um acidente químico e que todos fora do abrigo estão mortos.
O diretor estreante em longas metragens Dan Trachtenberg, exerce um trabalho que literalmente mexe com o psicológico não só dos personagens mas com o do espectador. Afinal de contas, a garota apagou no acidente de carro e acordou em um abrigo acorrentada e é alertada por um estranho sobre o "fim de mundo" que rola fora dali. Cada segundo da película, Trachtenberg nos faz desconfiar de tudo o que ta acontecendo e inclusive dos objetos em cena (até um simples quebra-cabeças, pode se tornar referencia para algo futuro) que até podem se tornar uma arma na mão da personagem vivida por Winstead (que mais parece uma filha do MacGyver). Sua atuação aqui não só é uma das melhores da carreira (falo isso com toda certeza, pois eu já vi todos os longas de sua carreira), como também ela foge dos padrões de "donzela em perigo" apresentados em produções do gênero. Quanto a John Goodman, pode-se dizer o mesmo, pois seu carácter é alguém extremamente suspeito a cada ato que comete e transpõe desconfiança para o público e para os outros dois personagens que divide a cena, pois para Gallagher Jr., resta ser o "carácter estilo cômico" da película.
"Rua Cloverfield, 10", resgata um estilo de produções que remetem aos clássicos de Alfred Hitchcock, Stanley Kubrick e Sthepen King (que estão cada vez mais extintos), e acaba surpreendendo em seu resultado final, pois na verdade não se trata de um filme de suspense de invasão alienígena, mas sim um intenso Thriller psicológico, pelo qual é muito bem narrado e produzido (onde por incrível que pareça, vale muito mais o ingresso que "Invasão a Londres") e sem dúvidas já ta na lista dos melhores filmes de 2016. RECOMENDO!
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