sábado, 30 de janeiro de 2016

CAROL


Gostaria de deixar claro logo de cara que "Carol", foi uma das mais injustiçadas produções indicadas este ano ao Oscar. Primeiramente ao fato de não estar presente na categoria de Filme, e ao fato da indicação a Rooney Mara como atriz coadjuvante, foi uma das mais estranhas escolhas da Academia. Ela apareceu muito mais tempo do que Cate Blanchett em tela, além de sua personagem ser a verdadeira protagonista da história, pois é tudo visto mais pelo ponto de vista dela. Mas ambas atrizes mereceram as indicações, assim como o resto da equipe nas categorias de Roteiro Adaptado, Fotografia, Figurino e Trilha Sonora Original.

O filme foi exibido em maio do ano passado, no Festival de Cannes e gerou uma breve polemica na época devido ao seu tema abordar um relacionamento homossexual  entre duas mulheres, em plena Nova York na década de 50. Nós conhecemos a história delas em plena época de natal (podemos falar que essa película é "drama natalino" também) através da tímida garota Therese (Mara), que trabalha como vendedora em uma loja de brinquedos e não é feliz em seu namoro com Richard (Jake Lacy). Até o dia em que aparece na loja Carol (Blanchett), uma mulher mais velha do que ela e estava a procura de uma boneca para sua filha pequena. É notável no primeiro olhar entre as duas que a paixão acaba de rolar ali, e "propositalmente" esta deixa seu par de luvas no balcão, o que faz Therese ir atrás dela para devolve-las. Logo somos apresentados a vida pessoal de Carol, onde ela enfrenta um conturbado divorcio com Harge (Kyle Chandler, de "O Lobo de Wall Street"), que desconfia e muito da homossexualidade da esposa através de sua relação constante de sua melhor amiga Abby (Sarah Paulson, de "12 Anos de Escravidão"). Aos poucos ambas as mulheres terão de ser discretas em desenvolver esse amor proibido, pois naquela época não era "normal" acontecer isso.


Todd Haynes ("Não Estou Lá") aborda a história de ambas como se fosse uma verdadeira produção rodada naquela época. Tudo ali está bem reconstruído e ele não exagerou em cenas fortes na película. Sua principal preocupação foi na verdade em captar a evolução de Therese, onde começa o filme como uma tímida garota até era virar uma mulher ao se envolver sexualmente com Carol. A sequencia ocorre de forma breve (não dura mais de dois minutos, e não chega aos pés das sequencias que rolam em "Azul é a Cor Mais Quente") e no decorrer da narrativa tá de bom tamanho. Mara já tem cara de "menina" e aqui ela realmente convence no papel, e o mesmo podemos dizer de Blanchett que apresenta uma ótima química com ela. Tudo ocorre entre as duas de forma lenta, pelo qual somos apresentados aos poucos as personalidades de ambas e vemos que diversas coisas em cena fazem ambas ficarem em sintonia, seja um cigarro ou uma fotografia. Enquanto Therese é completamente indecisa do que realmente deseja, Carol já é um pouco mais decidida de suas atitudes e fará o possível para conseguir alcança-las. Também temos bons momentos com os "ex companheiros" de ambas, onde o destaque vai para Chandler que sempre apareceu apagado em diversas produções famosas como "Argo" e "Super 8".

"Carol" não chega a ser uma produção com temática homossexual forte como "O Segredo de Brokeback Mountain" e "Azul a Cor Mais Quente", mas sim uma trama boa e mais "leve" sobre o tema. Se o livro de Patricia Highsmith era muito mais forte do que mostrado na película, já não sei, pois não cheguei a ler o livro. Pra quem ta fazendo a maratona do Oscar e é fã da Cate Blanchett, o filme é certamente indispensável na lista.

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

CREED NASCIDO PARA LUTAR


Sylvester Stallone é conhecido por seus filmes de ação e de sempre ser o cara másculo dos filmes, em que só da porrada, tiro e não pega nenhuma mulher em nenhum deles. Mas há exatos 40 anos seu primeiro filme "Rocky Um Lutador", foi a única produção que até hoje tinha lhe rendido duas indicações ao Oscar: Ator e Roteiro Original (além de outras oito para este filme). Só que ele não levou, e em compensação a produção ficou apenas com a categoria de filme, direção e edição. Anos se passaram, e a película conseguiu virar um dos mais "copiados" clássicos do cinema de boxe, aos quais todo ano quase lançam uns três, quatro nesse estilo. Hoje Stallone volta aos holofotes do Oscar (depois de milhares de anos marcando presença no Framboesa de Ouro (que premia os piores do cinema)) justamente com o personagem Rocky Balboa e mostrará que deveria ter merecido aquele premio de atuação na época. Até o momento ele levou basicamente todos os prêmios de melhor atuação pelo qual foi indicado (sendo ovacionado de pé em todas as vezes), e dificilmente ele não levará sua estatueta de Ouro este ano.


Todos os outros filmes, o próprio Stallone foi o responsável pelo roteiro de todos os seis e da direção do segundo, terceiro, quarto e sexto. Sendo este último lançado em 2006 e o próprio ator encerrou a franquia com chave de ouro. Oito anos depois, o roteirista e diretor Ryan Coogler ("Ruitvale Station: A Última Parada") chegou pro Stallone com uma ideia de renascer a franquia e realizar um novo final pra mesma. Batizada de "Creed: Nascido Para Lutar", a história é na verdade um Spin-off da franquia, onde o protagonista é o filho ilegitimo do lutador Apollo Creed (que morreu em "Rocky IV"), Adonis (Michael B. Jordan, da bomba "Quarteto Fantástico"), que não quer carregar o legado do Pai em sua carreira como boxeador e opta apenas pra que o antigo amigo dele, Rocky Balboa o treine. Só que durante o processo, o famoso pugilista acaba descobrindo que está sofrendo de câncer. Então é quando vemos duas batalhas motivadoras no filme: a de uma pessoa que luta pelos seu sonho e outra pela vida.


Sem duvidas, que nesta atuação Stallone conseguirá o Oscar. Com o auxilio de uma imensa maquiagem, vemos aqui a desconstrução de Balboa devido ao avanço lento de sua doença. Ele literalmente entrou de cabeça no papel e sua fala, jeito de andar e olhares estão ficarão completamente debilitados aqui. Além de suas famosas "frases filosóficas", que são marcas da franquia. Sua química com Jordan é um dos pontos altos do filme, onde este é mais um dos injustiçados do Oscar e ele realmente transpôs seus dramas familiares, como os fatos de batalhar por seus sonhos, ser adotado pela legitima esposa de seu Pai, das constantes prisões, seu namoro com Bianca (Tessa Thompson) e o esforço em seus constantes treinos com Rocky.

Ótimo trabalho também de Coogler, que é o principal responsável por todo o projeto desde o inicio. Seu roteiro é afiado e nos deixa conhecer bem Adonis até Rocky finalmente aparecer em tela. Ele acabou construindo sua película de uma forma onde em momento algum tende a ser um reboot do original, mas sim um verdadeiro filme de mestre e mentor. E soube quando encaixar as referencias aos outros filmes da série (as quais não vou citar aqui, pra não dar spoilers). Sem duvidas agora com seu primeiro Oscar na mão, Stallone conseguiu emplacar e acertar mais uma vez com sua franquia mais pioneira (que terá mais um capitulo ano que vem), antes mesmo de "Rambo" e "Os Mercenários". Sem duvidas depois de "Star Wars: O Despertar da Força", este foi o filme das férias de verão de 2016! RECOMENDO!

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

OPERAÇÕES ESPECIAIS


Que ambos "Tropa de Elite" foram enorme sucesso no cinema nacional, disso não podemos discordar (mas infelizmente ta perdendo forças para "Os Dez Mandamentos"). Pegando carona nesse estilo, e nas constantes questões do feminismo que ta rolando em todos os vínculos, lançaram esse "Operações Especiais". A trama conta a história da atendente de um Hotel, Francis (Cléo Pires), que após presenciar um assalto no local, acaba se deparando mais tarde com um anuncio a respeito de um concurso para a Policia Civil. Ao ser aprovada, ela denota que nada é aquilo que ela pensou e diariamente enfrenta diversos preconceitos por ser a única mulher do batalhão, além claro das "tipicas" milicias e a violência das favelas do Rio de Janeiro. A trama é basicamente isso, e nada mais.

A principio, ela poderia ter funcionado se o carisma de Cléo funcionasse perante as situações datadas na película. Ela não consegue transparecer expressão em momento algum, seja na sequencia inicial ou até mesmo quando ela acaba descobrindo alguma coisa que muda os rumos da história. Outro erro que tiveram, foi escalar o comediante da "Portas dos Fundos", Antonio Tabet (cujo um dos videos mais famosos no canal é "Sobre a Mesa", cujo link está abaixo) como vilão. Francamente, eu olho pra cara dele nesse filme começo a lembrar das palhaçadas que ele faz, e começo a dar risada (em um papel que era pra ser sério). Mas existem alguns breves atores como Marcos Caruso (o eterno Leléco de "Avenida Brasil"), que vive o delegado da unidade de Francis, e de Thiago Martins, que vive um dos policiais que trabalham com esta e até o último segundo desconfiamos de qual lado ele realmente está.


Já em outros quesitos, vemos que a produção se baseou bastante em várias técnicas de filmagem, na qual o cinema nacional ainda não havia apresentado ainda (seja a câmera tremendo em momentos de tensão, ou até mesmo o estilo "dark" em algumas breves sequencias). Além do simples fato de que a trama em certo momento queria virar um verdadeiro "True Detective", onde Pires até tenta se inspirar no estilo de Ranchel McAdams na série e principalmente de "Tropa de Elite". Mas obviamente que ela não consegue e os fãs da série no Brasil, obviamente não só notarão, como também zoarão com esse fato. É por isso que se deve ao máximo evitar esse filme que vem sido apresentado como "uma produção Netflix no Brasil", pois com certeza existem produções muito melhores no catalogo desta.

NOTA: 2,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet


Vídeo "Sobre a Mesa", mencionado na crítica:

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

O QUARTO DE JACK


Brie Larson é um nome completamente desconhecido pela maioria do publico em geral. Mas em 28 de fevereiro ela ficará mundialmente conhecida por um grande motivo: levará o Oscar de melhor atriz, em sua primeira indicação, por "O Quarto de Jack". Em temos de enorme crise criativa no cinema, o filme acabou sendo uma enorme surpresa, mesmo se tratando da adaptação do best-seller de Emma Donoghue (Que também assina o roteiro). A trama se inicia com uma jovem (Larson), que fica mantida em cativeiro com seu filho de cinco anos, Jack (Jacob Tremblay, de "Os Smurfs 2"), por um homem batizado apenas de "velho Jack" (Sean Bridgers). Só que toda essa situação é vista pelos olhos inocentes da criança, onde acabamos vivenciando tudo da forma que ela sente. Trancada lá, desde que nasceu, ela nunca viu o mundo fora dali e sua mãe simplesmente tenta passar pra ele que na verdade o mundo foi vitima de uma extinção e só existe aquele quarto e eles e o "velho Jack" foram sobreviventes. Ali dentro sua rotina é ver televisão, fazer brincadeiras e ler livros com sua mãe, e observar o vidro que mostra um pouco da parte externa dali. Só que depois de esta bolar um plano para eles saírem daquele quarto, Jack começa a enfrentar os verdadeiros problemas que são viver no mundo real. É basicamente uma história de amor materno, pelo quais as mães de plantão, ficarão com o coração apertado o tempo todo.



O diretor Lenny Abrahamson literalmente nos brinda com um filme bastante impressionante, no qual literalmente nos sentimos no lugar daquela criança e ficamos cada vez mais tensos de vivenciar tudo aquilo com ele. Com toda certeza, não existiria escolha melhor do que o jovem Tremblay para interpretar o garoto. Sua expressão diante de toda aquela situação, nos mostra o quanto inocente ele é. Até mesmo quando surge uma folha morta ou um ratinho ali dentro. Tudo aquilo ali parece grandioso aos olhares da criança, na narração de Abrahamson.

Já Larson, que antes esteve em papeis mais pequenos (sendo a maioria composta por comédias como "Anjos da Lei"), aqui tem uma atuação que certamente humilha as outras candidatas ao Oscar, pois ela consegue transpor os sentimentos de uma mãe na qual quer proteger seu filho a todo custo, juntamente com os sentimentos de uma mulher que ficou mais de sete anos trancada em um cativeiro. Mas digamos que a atuação dela ficou mais difícil, a partir do momento em que ela denota que terá de apresentar o mundo para seu filho de cinco anos. Claro, não devo deixar de mencionar o excelente trabalho da equipe de maquiagem, pelo qual deixaram a Larson e Tremblay completamente debilitados e irreconhecíveis nos momentos em que estão no quarto. Além do fato, de que nesses momentos o que mais predomina é a tensão em todo o momento, e cada vez mais não conseguimos tirar os olhos da tela ou pensar em outra coisa a não ser no que estamos vendo! Mas outros dois atores que aparecem pouco e vivem os pais dela, são William H. Macy ("O Poder e a Lei") e Joan Allen ("O Ultimato Bourne"), onde ainda conseguem ter dois ótimos momentos com Larson e que ajudaram ainda mais essa garota mitar nesse filme.

A produção foi exibida pela primeira vez no festival de Toronto de 2015 e acabou causando extrema comoção e ganhou destaque entre os filmes da mostra. Além de Larson ter levado a maioria dos prêmios principais, a produção provavelmente só conseguirá levar esse premio mesmo na noite do Oscar. Apesar de ter sido indicado ainda nas categorias de Filme, Direção e Roteiro Adaptado. RECOMENDO!

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet


domingo, 24 de janeiro de 2016

JOY: O NOME DO SUCESSO


David O. Russell se tornou um dos nomes mais populares no Oscar. Ele conseguiu um feito difícil, de suas produções "O Lado Bom da Vida" e "Trapaça", receberem indicações em todas as categorias de atuação em dois anos seguidos, além das de filme e direção. Só que quando foi anunciado seu novo e audacioso projeto, "Joy: O Nome do Sucesso", todo mundo que é especialista em cinema apostou que mais uma vez o diretor iria conseguir indicações nas principais categorias. Para surpresa de todos, ele só conseguiu apenas na categoria de Melhor Atriz, e justamente para Jennifer Lawrence (que ta praticamente se tornando a nova Meryl Streep).


Aqui ela vive a jovem Joy, que é mãe de dois filhos pequenos e literalmente sustenta toda sua família. Temos uma mãe depressiva (Virginia Madsen, de "Número 23"), que não larga a vida de ficar na cama vendo novelas o dia todo. Um Pai que é briguento e teimoso (Robert DeNiro). A nova namorada deste (Isabella Rossellini, de"O Homem Duplicado"), que é extremamente rica. O ex-marido (Édgar Ramírez, de "O Últimato Bourne"), que mesmo estando divorciado dela há dois anos, mora no porão de sua casa, enquanto não decola na carreira como cantor (sendo que ele constantemente treina no porão, usando a música em versão espanhola de Águas de Março, de Tom Jobim). Uma melhor amiga (Dascha Polanco) que a ajuda no que pode. E Uma avó (Diane Ladd, de "Chinatown") que literalmente é a única pessoa da família que realmente se preocupa com ela, e trás animo pra sua vida e é narradora do filme. Esse é a fórmula das produções de Russel que foi trazida a tona em 2010, com "O Vencedor". A família excêntrica, que envolta o protagonista em sua constante busca do "Sonho Americano" (que trata-se de que a vida possui uma variedade de ideais que liberdade inclui a oportunidade para o sucesso e prosperidade, maior mobilidades social para as famílias e crianças, alcançada através de trabalho duro em uma sociedade sem barreiras). Enquanto o personagem daquele focava em se tornar um lutador de Boxe, e vemos que desde sempre ele cresceu lutando pra conseguir esse sonho, aqui Joy sempre foi uma pessoa que inventava diversas coisas úteis desde pequena. Mas depois dela se cansar em perder a chance de patentear elas diversas vezes, ela tem uma nova criação que é a de um esfregão que se seca sem termos contatos com o pano. Então a película é basicamente isso. 


A primeira impressão que causa ao assistir esse filme: ta eu paguei pra ver um filme em que aborda a história da mulher que inventou um esfregão que eu tenho na minha casa! Meu que merda! Só que a narrativa de Russell enfatiza mais a reação de sua protagonista diante os problemas que são lhe impostos, do que idolatrar a própria invenção em si. Tanto que a atuação de Lawrence aqui consegue ser a segunda melhor de sua carreira (depois de "O Lado Bom da Vida"), e devo dizer que ela mereceu o Globo de Ouro e a indicação ao Oscar MESMO! Ela consegue dominar bem as fases e momentos de sua personagem, além de falar espanhol sem problemas de sotaque (o que a maioria dos atores claramente demonstram ter). Só que quem chega a roubar a maioria das cenas em que aparece é Robert DeNiro. O ator faz um estereotipo de Pai metido a galã, briguento e que mesmo assim possui um pouco de compaixão dentro dele. Já Bradley Cooper, que vive o diretor do canal de vendas onde Joy oferece seu produto (onde chega a ser um dos pontos altos do filme, pois Russell se preocupa em mostrar detalhadamente como isso funciona) trabalhou com ambos em "O Lado Bom da Vida" e "Trapaça", aparece bem pouco mas tem bons momentos com Lawrence, que é ajudado pela amizade de ambos atores fora das telas.

"Joy: O Nome do Sucesso", é mais um filme que futuramente ficará a merce das "Sessões da Tarde" da vida. Mas que mesmo assim não deixa de ser uma ótima pedida sem compromisso nas férias, mesmo tento uma premissa extremamente "idiota". Se Lawrence levará seu segundo Oscar por essa película. A resposta é bem clara: NÃO. Esse ano se duvidas a favorita já é Brie Larson, por "O Quarto de Jack".

Nota: 7,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

A 5ª ONDA


Depois de os estúdios renderem milhões com adaptações de famosas obras juvenis, como "Divergente", "Jogos Vorazes" e "Crepúsculo", nada como ser mais inteligente e adaptarem a obra de Rick Yancey (que possui mais duas sequencias literárias) "A 5ª Onda", que justamente um livro que mescla as três histórias! Ela aborda uma misteriosa invasão alienígena, onde o planeta sofre seguidas ondas de ataques. A primeira é a queda da energia, a segunda ocorrem enormes tsunamis, a terceira rola uma contaminação que mata geral, e na quarta os alienígenas começam a possuir as pessoas, já na quinta, rola a premissa da trama. A protagonista é a adolescente Cassie (Chloë Grace Moretz, de "Kick-Ass"), que acaba perdendo os pais e o irmão no meio dessas ondas. Logo ela parte na busca daquele. Só que em seu caminho ela acaba esbarrando com Evan (Alex Roe), que obviamente acaba rolando uma paixão entre os dois e o resto do clichê que a película carrega já sabemos. Enquanto isso a sua outra paixão (isso mesmo que você leu, aqui temos mais um triangulo amoroso bem aos moldes de "Jogos Vorazes"!!!), Ben (Nick Robinson, de "Jurassic World") acaba sendo enviado para um campo militar, onde está o irmão de Cassie. Lá ele o ajuda e acaba fazendo amizade com o garoto.


A direção de J Blakeson (que antes havia escrito e dirigido pequenas produções de terror), remete a exatamente "copiar" algumas sequencia das adaptações mencionadas no paragrafo anterior. Logo nos primeiros 10 minutos de filme, já conseguiremos matar exatamente o que vai ocorrer nas próximas cenas. Em certo ponto da narrativa, notamos que estamos vendo "dois filmes em um", sendo eles "Divergente" e "Ender's Game - Jogo do Exterminador". A dinâmica e ações tomadas pelos personagens são bastante similares que chega a se tornar engraçado em alguns momentos. As ações que demonstram as três primeiras ondas, são demonstradas de forma tão rápida, que só deixa um gosto psicótico de "quero mais"


A protagonista possui uma ótima interpretação de Chloë Grace Moretz, só que ela não possui uma química convincente com Roe e o romance deles chega a ser algo clichê e banal, onde há direitos aos "clássicos" momentos do homem cortando lenha e tomando banho no rio, enquanto seu interesse apenas o observa. Já Liev Schreiber ("Spotlight - Segredos Revelados"), convence no papel de general. Já Maria Bello ("Sem Saída"), tem uma participação pequena em um papel que se assemelha bastante com a Effie de "Jogos Vorazes" (que é vivida por Elizabeth Banks). 

Mesmo com algumas breves boas sacadas, "A 5ª Onda" poderia ser o primeiro puta filme de ação/ficção/fantasia, de 2016. Mas infelizmente devido a enorme criatividade de seus envolvidos, a película acabou se tornando regular e clichê. Provavelmente esta série de livros, morrerá nos cinemas por aqui...

Nota: 4,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

A GRANDE APOSTA



Adam McKay dirigiu algumas de minhas comédias favoritas como "Tudo Por Um Furo" e "Os Outros Caras". Em 2014 foi contratado pela Marvel para ser um dos responsáveis pelo roteiro e desenvolvimento do "Homem-Formiga" (mais pela amizade com o protagonista deste, Paul Rudd), depois da demissão de Edgar Wright. Só que ninguém imaginava que com um curriculum só composto por comédias, que ele seria indicado ao Oscar de direção, justamente por uma produção do gênero. E isso ocorreu este ano com "A Grande Aposta".  A produção aborda a origem da crise financeira de 2008, que foi causada pelo excesso de pessoas que compravam casas a créditos, mas não possuíam condições de pagar. Quando os bancos esgotaram as suas verbas com isto, veio a crise. Ela foi descoberta inicialmente por Michael Burry (Christian Bale, o Batman do Nolan), um gênio matemático ficava o dia todo trancado em uma sala calculando ganhos e perdas das empresas ao som extremamente alto com músicas de havy metal. Tudo isso acarretará problemas ao agente financeiro Mark Baum (Steve Carrel, de "Amor a Toda Prova"), que está desesperado não só pela provável falência que crise vem traendo a sua empresa, como também tenta lidar com o suicídio de seu irmão. Os outros caracteres são dois irmãos (Finn Wittrock e John Magaro), que são pioneiros nesta área e contam com a ajuda do aposentado e recluso acionista Ben Rickert (Brad Pitt), que não só manja pacas dos paranaue, como também possui algumas manias estranhas. E claro, temos Jared Vennett (Ryan Gosling, de "Drive"), que é aquele personagem que ta lá mais pra "esclarecer" os leigos.


Esclarecer. Essa é uma palavra que o filme se preocupa e muito. A película tinha tudo pra você ficar completamente perdido em todos os aspectos, mas McKay não só se preocupou em colocar uma explicação pra todos os termos e ações feitas pelos personagens, como também detalhou como tudo era feito de uma forma onde até o espectador mais lego no assunto entenderia. Você já deve ter tido alguma matéria de economia seja na escola ou na faculdade. Mas como essas merdas de aulas costumam ser extremamente tediosas, absorvíamos bosta nenhuma. Só que aqui, temos a gata da Margot Robie (a esposa do DiCaprio em "O Lobo de Wall Street"), em uma banheira espumosa explicando o que significam swaps (trocas de risco sobre operações financeiras) e subprimes (créditos de risco). Obviamente que até o cara mais desatento vai parar pra ouvir o que aquela gostosa nua em uma banheira ta falando. Mais tarde, ele coloca a musa teen Selena Gomez, em plena mesa de jogos de Las Vegas, pra explicar como funciona CDMs. Além das duas interpretando a si mesmas, ele coloca alguns atores quebrando a quarta janela e conversam com o público sobre o que eles estão fazendo, em questões financeiras. Mas existem alguns momentos, onde as expressões ou transações não são explicadas e quem não entende do assunto ficará brevemente perdido. Ai é hora de tacar o foda-se e  raciocinar o óbvio que ta rolando, que não da pra se perder. Só nessa estratégia brilhante, Adam Mckay se torna um nome favorito ao Oscar de roteiro e direção (que infelizmente não conquistará este).


Agora sobre o quesito atuações, vemos que os destaques do elenco vão somente para dois atores: Christian Bale e Steve Carrell. O primeiro encarna um personagem que possui um problema de visão que o faz usar um olho de vidro desde de criança, onde Bale encarna o personagem de um forma tão natural e sarcástica que foi merecida sua indicação ao Oscar. Já Carrell vive mais um papel dramático em sua carreira (apesar do filme ser uma comédia), onde as crises histéricas, o medo e a insegurança são transparecidas com enorme naturalidade, o que nos faz pensar que não demorara muito pra ele conseguir seu primeiro Oscar. Já Pitt funciona mais como uma espécie de "alivio cômico" em alguns breves momentos, já Gosling tá meio apagado neste filme (o que foi uma pena).


Sem duvidas de que "A Grande Aposta", mereceu todas as indicações que teve no Oscar (filme, direção, Ator Coadjuvante - Christian Bale, roteiro e edição), e pode ser definido como "O Lobo de Wall Street - Versão Light", pois além de se passar "no mesmo universo", a película também possui a preocupação de deixar o espectador ciente de tudo que eles estão fazendo ali. Mas o principal: não possui toda a putaria que o filme de Scorsese tem, deixando assim o filme de McKay acessível a todos os públicos. RECOMENDO!

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

STEVE JOBS


Steve Jobs é um dos nomes mais conhecidos do mundo, pois ele é o presidente e fundador da famosa empresa de eletrônicos Apple. Falecido em 2011, Hollywood tratou de começar a fazer suas autobiografias. Ambas foram geradas de polemicas, pois a primeira foi lançada em 2013 e tinha Ashton Kutcher (o cara que fudeu a série "Two and a Half Men") no papel daquele. Apesar de serem extremamente parecidos, a atuação dele não foi boa e a película serviu para abordar Jobs o tempo todo como um "Deus" (mesmo ele fazendo uma pa de merda, as sequencias terminavam com a galera aplaudindo ele, seguida de uma trilha sonora de "ahh que cara foda"). Obviamente que a família de Jobs, e seu parceiro de criações Steve Wozniak, ficariam putos com essa produção. Só que na mesma época, este estava iniciando conversas com o roteirista de "A Rede Social", Aaron Sorkin, para fazerem uma nova história e mostrar Steve Jobs e todos os funcionários da Apple como realmente eram naquela época.


Como Jobs fez coisa pra cacete em vida (ele foi o fundador da Pixar também), e a primeira biografia está fresca na mente de todos, Sorkin optou por pegar a versão dele dentre três épocas: os lançamentos do Mactoshi (1984), um outro da Next (1988), e o do IMac 3G (1998). Só que nesta versão, este optou por mostrar Jobs como o verdadeiro "diabo" dentro e fora da empresa. Aqui vemos que ele não tinha compaixão nenhuma com nada e com ninguém que não fizesse as coisas como ele queria. Principalmente quando a questão envolvia sua filha Lisa (Makenzie Moss (5 anos), Ripley Sobo (9 anos) e a brasileira Perla Haney-Jardine (19 anos)), onde ele não a admitia como sua e a ajudava por "pena". Para viver o empresário, foi chamado o ótimo Michael Fassbender (o jovem Magneto de "X-Men: Primeira Classe"), e para Wozniak chamaram o comediante Seth Rogen  ("É O Fim"). Ambos tem uma puta química e entrosamento, só que quem possui um melhor entrosamento com Fassbender nesta narrativa é a diretora de Marketing, Joanna Hoffman (Kate Winslet, de "Titanic"). Ela é basicamente a única pessoa que Jobs ouvia e seguia os conselhos no meio de tantas pessoas poderosas a sua volta. E devo dizer, que as indicações a ambos para os prêmios, como Oscar e a Globo de Ouro (onde Winslet ganhou em uma atuação que não é digna nem de Kikito de Ouro! Não acredito que ela ganhou da ótima Jennifer Jason Leight, por esse papel "simples"), ocorreram por este fator e a Kate mais por uma sequencia onde ambos discutem sobre sua filha, já em 1998. Já Fassbender, ta impressionante e mereceu todas as indicações.

A direção ficou a cargo do famoso Danny Boyle ("Quem Quer Ser Um Milionário"), onde o mesmo aposta em mais sequencias repletas de diálogos e discussões, ao invés de sequencias com mais "ação". Mas como premissa do filme, esta opção está mais do que acertada. Temos diversos bons momentos não só de Rogens, Winslet, como um dos destaques ficam para as tretas entre o CEO da Apple John Sculley (Jeff Daniels, de "Perdido em Marte") e Steve Jobs. Não podendo deixar de destacar também os momentos deste com sua filha, onde as três atrizes que a interpretam realizaram seu trabalho de forma convincente. Só que a relação de ambos, ocorria de forma extremamente "bipolar". Horas ele metia o pau e negava fazer as coisas pra ela e tals, ai encontrava com a ela e dizia que faria tudo que ela necessitasse!! (falsidade mandou um abraço). Mas Boyle acertou na dinâmica de filmar o primeiro ato em 35mm, onde remeteu mesmo que aquilo foi algo filmado em pleno anos 80, e foi alterando o estilo de filmagem conforme passavam os anos. Outro ponto positivo, é que sua narrativa não chega a cansar e tudo soa de forma rápida e as duas horas remetem a meia hora.


"Steve Jobs", é um prato cheio pra quem curtiu "A Rede Social" e gosta de assistir a produções biográficas de qualidade. O roteiro de Aaron Sorkin ter vencido o Globo de Ouro, e não ter sido indicado ao Oscar, achei certo, pois a trama é basicamente outra "A Rede Social", e não merecia tamanho reconhecimento. Mas mesmo assim RECOMENDO!

Nota: 8,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sábado, 9 de janeiro de 2016

DESCOMPENSADA


2015 foi um ano onde tivemos fracas comédias. "A Espiã Que Sabia de Menos", "Ted 2", "Férias Frustradas" foram algumas exceções. Dentre essas, se encaixa perfeitamente o novo filme do diretor Judd Appatow ("O Virgem de 40 Anos"), "Descompensada". Escrita e protagonizada pela famosa comediante estadunidense Amy Schumer, este é seu primeiro longa para as telonas (que infelizmente chegou direto em DVD no Brasil) e ela conseguiu não só criar fugir de alguns paradigmas de protagonista "perfeita", como também realizou uma das melhores "dramédias" (porque o filme tem alguns toques dramáticos, além da comédia) do ano passado. 


A história soa como clichê, mas no decorrer vemos que Schumer aproveitou o enredo para satirizar algumas comédias românticas famosas como "Como Perder Um Homem em 10 Dias". Ela tem inicio quando conhecemos sua personagem, que também se chama Amy, logo na infância, ouvindo de seu Pai que ela e sua irmã não devem seguir jamais algum padrão de monogamia. Nos dias atuais ela se tornou uma jornalista, onde possui um caso diferente constantemente, viciada em álcool, desbocada e fica cada vez mais longe do paradigma de "mulher dos sonhos", mas sim do de "periguete". Ao contrário de sua irmã (Brie Larson, provável indicada ao Oscar 2016 por "O Quarto de Jack"), que se casou, tem um filho pequeno e possui uma vida completamente contrária da dela. Até o dia em que sua chefe, Dianna (Tilda Swinton, completamente irreconhecível novamente, depois de "O Grande Hotel Budapeste") pede para ela realizar uma matéria sobre um médico cirurgião dos time de basquete Knicks, Aaron Conners (Bill Hader, um dos policiais de "Superbad É Hoje"). A partir dai qualquer um que já viu qualquer outro filme assim, sabe o restante da história.


Schumer consegue acertar nas varias esquetes realizadas por sua personagem em diversos momentos. Surpreendentemente ela conseguiu fazer o lutador e péssimo ator, John Cena (que vive um de seus namorados), ser um puta comediante. Ambos acabam tirando gargalhadas quando estão juntos. O que também acontece com Bill Hader, mas infelizmente em breves momentos. Mas como se trata de uma película de Judd Apatow, obviamente a mesma acaba tendo que ter uma lição de moral e outros afins a partir do penúltimo ato. Só que no decorrer da mesma, cair no clichê era algo que ela não deveria ter caído. Em compensação, colocaram algumas participações especiais que os fãs de "Harry Potter" e "Ferris Buller" irão curtir. 

"Descompensada" é mais uma comédia que acabou revelando mais um grande nome ao mundo do gênero, e esse é Amy Schumer. Não me espantaria se o filme ganhasse como "Melhor Comédia" (afinal, "Perdido em Marte", é um ótimo filme, só que não é comédia!!!) e "Atriz de Comédia - Amy Schumer", no Globo de Ouro. Agora é aguardar sua próxima comédia, que sera lançada em 2017 e contará com a outra queridinha de Hollywood: Jennifer Lawrence. Sendo que o roteiro esta sendo de autoria das duas atrizes.

Nota: 7,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

SPOTLIGHT - SEGREDOS REVELADOS


Gostaria de deixar claro que sou católico praticante, e estou ciente de que a igreja católica é envolta de muitas polêmicas. Principalmente as que envolvem casos de estupros a crianças. No inicio em que começaram esses casos, a igreja os encobria da mídia e transferia os Padres para outras paróquias ao invés de realizar sanções mais graves. Mesmo ocorrendo mais de uma vez, eles continuaram apertando na mesma tecla e os casos só aumentaram. É ai que entra a equipe de jornalistas "Spotlight", do Jornal "The Boston Globe". Compostos por Mike (Mark Ruffalo, o Hulk da Marvel), Sacha (Ranchel McAdams, de "Sherlock Holmes"), Ben (John Slattery, "Homem Formiga"), Marty (Liev Schreiber, "X-Men Origens: Wolverine") liderados por Walter (Michael Keaton, o Batman do Tim Burton), eles acabam se deparando com alguns documentos que comprovam os fatos mencionados sobre a Igreja, em Boston. Logo, eles resolvem investigar a fundo a situação, para produzirem uma enorme matéria acusativa a respeito. Só que a medida que os relatos são descobertos e ouvidos, o grupo começa a questionar sua fé no cristianismo. Por incrível que pareça, isso tudo é verídico e a matéria acabou rendendo o premio Pulitzer ao jornal, e trouxe a tona diversos outros casos de estupros por Padres em diversos cantos no mundo (sendo que alguns deles foram no Brasil e a película ainda chega a citar).


O roteiro da dupla Tom McCarthy (que também assina a direção aqui, e fez recentemente "Trocando Os Pés") e Josh Singer ("O Quinto Poder"), não poupa em momento algum o extremo olhar crítico que os jornalistas tiveram neste seu difícil trabalho. Mas não chega a haver sequencias de insinuações de estupros ou algo do gênero, e eles acabam sendo substituídos apenas por relatos das vitimas. Só que o destaque mesmo está na sequencia onde um Padre, que ao ser acusado por Sacha na porta de sua casa de ter estuprado uma criança no passado, não só concorda com ela, como aparenta extrema frieza ao afirmar isto. Sem duvidas, que esse momento na película garantirá a provável primeira indicação ao Oscar da carreira  de Ranchel McAdams (pois no Globo de Ouro já conseguiu. Lembrando que ela já esteve em um papel parecido em "Intrigas de Estado". Só que aqui, ela ta bem mais a vontade). Outros dois que também tem um forte destaque neste enorme elenco são Mark Ruffalo (que tem uma de suas melhores atuações na carreira) e Michael Keaton, (que assim como McAdams, também esteve em um "filme jornalistico". Só que em "O Jornal") pois enquanto o primeiro focava em descobrir a verdade e punir os responsáveis, o segundo via aquilo como uma ótima oportunidade de ganhar grana e altos cargos em cima daquilo. A interação deles em diversos momentos, consequentemente renderá uma indicação a ambos no Oscar também. Quanto ao restante do elenco, todos estão bons em suas funções. 

McCarthy tinha tudo pra fazer essas sequencias de uma forma monótona e chata. Só que por incrível que pareça, essas são palavras que não definem "Spotlight: Segredos Revelados". Ele optou por demonstrar as diversas descobertas dos atos, aos poucos e intercalando com os momentos em que os jornalistas entrevistavam as vitimas. Mas eu denotei que a crítica a Igreja Católica apresentada por ele aqui, não ta muito impactante, pois senti que ainda faltou algo pra ele colocar ali pra "fechar com chave de ouro" a abordagem. O que talvez não faça o diretor ser indicado ao Oscar pela função, e ser só mesmo por roteiro e filme. Pra quem curte uma produção mais cabeça e com indícios de prêmios, ta ai uma boa pedida.

Nota: 8,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

MACBETH: AMBIÇÃO E GUERRA


Escrita por William Shakespeare, a história de Macbeth já foi adaptada inúmeras vezes ao cinema e teatro onde foi dirigida pelo próprio Shakespeare). Ela aborda sobre o general escocês, Macbeth (Michael Fassbender, de "X-Men: Primeira Classe"), que recebe uma profecia de três bruxas sobre o fato dele se tornar o próximo Rei da Escócia. Então ao comentar a situação com a sua esposa (Marion Cotillard, de "Meia-Noite em Paris"), ela o encoraja ao pior: matar o atual Rei Ducan (David Thewlis, o professor Lupin do "Harry Potter"), para assim tomar o trono para si. Ao fazer isso e assumir a função, Macbeth acaba tendo diversas paranoias e rancores de que poderão tirar ele do trono repentinamente. Logo ele começa a matar todos que tentam atravessar o caminho dele. Enquanto sofre com as indiretas manipulações de esposa, que não consegue ter filhos. 

A galera no Festival de Cannes de 2015 amou esta película tanto, que ovacionaram a mesma durante 10 minutos. Mas eu vou ser curto e grosso: eita filminho chato! Eu estou ciente que o diretor Justin Kurzel, transpôs a história de uma forma que fosse dirigida pelo próprio Shakespeare. A sua narrativa é completamente lenta, temos diversos discursos longos e cansativos de todos os personagens e uma fotografia que privilegia as tonalidades depressivas de cinza, vermelho e amarelo. As sequencias de batalhas que ocorrem são todas em slow-motion, e até que são bem feitas por sinal (mas não tão movimentadas quanto as de Zack Snyder em "300"). E detalhe: eles ainda enchem de sombras nestas sequencias, pra ninguém mostrar o quão "perdida" ta a mente do Macbeth. Só que eu acho que pela proporção da história, Kurzel deveria ter realizado uma produção aos níveis de "Game Of Thrones" no minimo (não duvido que muitas das pessoas que foram assistir, esperaram que fosse ser).


Fassbender e Cotillard possuem uma boa química em cena, e é um dos pontos altos da produção, só que o filme só fica movimentado nos breves momentos onde o primeiro "sai matando" os que querem tirar ele do trono. Fora isso o filme vira uma ótima pedida pra quem sofre de insonia. Ao sair da sessão tive duas sensações que gostaria de compartilhar aqui:
1ª: Poderia estar revendo "Star Wars: O Despertar da Força", e esperar "Macbeth: Ambição e Guerra" chegar no Netflix daqui ha alguns meses (como acontecem com todas as produções da "Diamond Filmes");
2ª: Michael Fassbender, Marion Cotillard, o diretor Justin Kurzel, e a fotografia de Adam Arkapaw, estaram nas mesmas funções na adaptação do jogo "Assassin's Creed", que será lançada no final deste ano. Ou seja, to com medo que seja mais uma película chata e que prejudique a imagem dos ótimos Fassbender (que será um dos produtores, além do papel de protagonista) e Cotillard.

Nota: 3,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

OS OITO ODIADOS


Não deixo de me expressar jamais, que o meu diretor favorito é Quentin Tarantino. A cada obra o diretor inova e acaba trazendo uma trama divertida, original e brevemente satírica a alguns clássicos do cinema. Depois de ter o roteiro vazado na internet (o que resultou em uma apresentação em monólogo promovida por Tarantino, em um teatro. Onde a maioria dos atores dali, foram escalados pro filme), e recentemente o próprio filme concluído também, finalmente chega aos cinemas "Os Oito Odiados". 

A trama é uma "homenagem" a alguns clássicos do cinema do Western, como "Sete Homens E um Destino" (que terá uma refilmagem lançada no segundo semestre desse ano) e "Três Homens em Conflito". E tem inicio com uma forte nevasca prestes a ocorrendo, enquanto o caçador de recompensas John Ruth (Kurt Russel, de "Velozes e Furiosos 7"), leva a condenada Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh, de "Estrada Para A Perdição") para ser enforcada em Red Rock. No meio do caminho, ele acaba esbarrando e se vê obrigado a dar carona para dois homens que estavam na neve, em momentos distintos, e são eles Marquis Warren (Samuel L. Jackson, de "Os Vingadores") e o futuro Xerife Chris Mannix (Walton Goggins, de "American Ultra"). Quando a nevasca piora ainda mais, eles resolvem parar no armazém da Minnie.. Lá eles conhecem os misteriosos Oswaldo Mobray (Tim Roth, de "O Incrível Hulk"), Joe Gage (Michael Madsen, de "Kill Bill"), Bob (Demián Bichir, de "Machete Mata") e o General Sandy Smithers (Bruce Dern, de "Nebraska").A película é basicamente isso: essa toda ação ocorre dentro do "Armazém da Minnie" e 90% da película se passa(remetendo bastante a "Cães de Aluguel"), algo que com certeza afastará o público que não gosta de filmes assim. Mas como se trata de uma obra de Tarantino, os fãs e admiradores das obras do diretor, sabem que tudo isso será abordado de uma forma divertida ao extremo e tudo fará sentido aos poucos. 


A começar que mais uma vez ele acertou na escalação do elenco (onde grande parte esteve em "Django Livre"), onde a atriz Jennifer Jason Leigh (que substituiu Jennifer Lawrence), rouba a cena e é o grande destaque e provavelmente levará o Oscar de Atriz Coadjuvante. Sua personagem é extremamente sarcástica e não agrada nem um pouco o personagem de Russel, que constantemente enche ela de porrada. Tarantino exagera no excesso de violência exposta: não falta sangue, cabeça explodindo, piadas racistas e Daisy apanhando ao extremo. Mas isso é acaba sendo extremamente divertido, graças a narrativa imposta. Tudo isso tem um porque de estar acontecendo, e todas elas são justificativas plausíveis. Ao contrário dos outros filmes, não temos nenhum caractere pelo qual podemos falar que ele é o bonzinho e merece se dar bem, pois os oito estranhos, são literalmente "oito filhos da puta". 


Mas claro que no meio de tudo isso, temos que ter um verdadeiro protagonista ali e já vou adiantando: assim como Hitchcock fez em alguns de seus filmes, ele indus a pensarmos que o mesmo é um personagem, só que na metade da narrativa denotamos que é outro o escalado para a função. Não vou revelar que é, pois não quero estragar surpresas. O que posso falar é sobre o ator Walton Goggins, que sempre fica com papeis "terceirizados" , aqui consegue mostrar a melhor atuação de sua carreira e é o segundo nome "mais importante" do elenco depois de Leigh. Quanto a Samuel L. Jackson, não preciso falar: o ator consegue fazer mais um espetáculo no meio das suas cenas, e realiza mais um personagem que será memorável em sua filmografia. Temos ainda uma participação especial de Channing Tatum ("Anjos da Lei"), em uma ponta que causará gargalhadas aos fãs mais sádicos de Tarantino.


"Os Oito Odiados" não chega ser o melhor filme de Quantin Taratino, mas não deixa de ser mais um ótimo exemplar do diretor. Como um amigo me disse uma vez, esse é de fato o filme "fará você gostar mesmo dos trabalhos do diretor, ou passar a odiá-lo ainda mais". Durante a exibição em uma sala lotada, quatro pessoas foram embora no terceiro ato (comprovando exatamente o que ele disse). Já vou avisando antes: a película tem duração de 3h10 (as quais não se sentem passar), ou seja, se programe legal quando for assistir. RECOMENDO!

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet