domingo, 22 de fevereiro de 2015

SNIPER AMERICANO


Clint Eastwood já comprovou há anos que é um dos melhores atores/diretores que o cinema possui. Ele comandou os grandiosos filmes de guerra "A Conquista da Honra" e "Cartas de Iwo Jima". Agora não existiria melhor diretor para contar a história do atirador mais letal da história dos EUA: Chris Kyle. Tendo como protagonista Bradley Cooper, que é outro ator que está meio que "indo para o mesmo caminho" (aqui ele assinou também a produção). "Sniper Americano" foca na vida de Kyle desde jovem , quando seu Pai colocava em sua cabeça que deveria "lutar pelos seus ideais e defender a quem ama a todo custo". Então ele passa de um simples toureiro a militar no SEAL's, por opção própria (já que nos EUA, eles não obrigam ninguém a prestar serviço militar) e começa a ganhar destaque no cargo de atirador da sua equipe, ganhando o apelido de "Lenda", pois ele conseguia acertar tiros precisos e matava diversas pessoas para "defender a sua equipe". Ao mesmo tempo que ele vem fazendo sucesso no exército, sua vida pessoal com sua esposa (Sienna Miller, "G.I. Joe: A Origem de Cobra") vai ficando cada vez pior, pois ele tem passado cada vez menos tempo com ela e não tem acompanhado o crescimento de seus filhos. Só que como todo militar que luta nas guerras por um certo tempo, ele começou a desenvolver diversas paranoias quando estava fora das mesmas.


Cooper já havia mostrado que é ótimo ator há alguns anos, só que agora ele mostrou que consegue possuir uma extrema dedicação e carga dramática (afinal de contas, ele engordou diversos quilos para viver Kyle). Ele executou uma verdadeira "desconstrução' de seu personagem, pois até metade do filme ele estava se sentindo bem no que fazia, só que depois ele começa a desenvolver as paranoias citadas enquanto tenta virar um "homem comum". Sua esposa que é vivida por Miller conseguiu ter uma ótima química com ele, já que o papel dela não exigia muito a não ser mostrar os dramas de "uma esposa de militar". Eastwood acerta em diversos pontos da sua direção, especialmente por mostrar os realismos da guerra. O diretor não tem pudores ao mostrar assassinato e tortura de crianças a sangue frio, corpos dilacerados e claro a tenção que os mesmos viviam nos campos de batalha. Ele conseguiu exercer no penúltimo e ultimo ato, um dos mais empolgantes e emocionantes finais de todos os indicados ao Oscar (quem já assistiu, me entende onde quero chegar), só que não foram suficientes para "Sniper Americano" conquistar a estatueta de Ouro na noite de domingo.

Agora uma questão que todos se perguntam: O filme possui um nome e um poster que claramente enaltece o exercito estadunidense. Seria então uma produção feita para melhorar a imagem do mesmo? Honestamente, ela apelou um pouco para este fato no começo do mesmo e sempre que podia fazia alguma "menção" a bandeira dos Eua (seja nos quartos dos militares ou até mesmo na casa de Kyle). Só que depois ela vai mostrando as consequências desse "ato legal", pois o drama vai correndo solto em cada arco. Para os fãs de Clint Eastwood e de Bradley Cooper, "Sniper Americano" é obrigatório, pois não só conseguiu ser um dos melhores filmes da carreira de ambos, mas também uma ótima produção de guerra. RECOMENDO!

Indicações ao Oscar: Filme, Ator - Bradley Cooper, Roteiro Adaptado, Mixagem de Som, Edição de Som e Edição.
Ganhou: Edição de Som.

NOTA: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

CAMINHOS DA FLORESTA


Musicais da Disney sempre foram famosos, desde "Mary Poppins" na década de 60. Desde então, existiram diversos outros filmes do estilo no estúdio, só que com uma dosagem menor (como "Os Muppets"). Tentando resgatar esse estilo e no embalo dos sucessos de reboots de diversos contos de fadas (como "Malévola" e "Alice No País das Maravilhas"), "Caminhos da Floresta" é um verdadeiro "Vingadores dos Contos de Fadas", pois ele junta as histórias de Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel, Cinderela e João e o Pé de Feijão em um único universo, onde todos acabam se cruzando na floresta. Só que a trama não foca nessa "junção", mas sim no casal de padeiros vividos por James Corden ("Mesmo Se Nada Der Certo") e Emily Blunt ("No Limite do Amanhã") que são amaldiçoados por uma bruxa (Meryl Streep, em sua milésima indicação ao Oscar), para eles não terem um filho. Então ela diz que para conseguirem reverter a maldição, é necessário eles coletarem cinco itens distintos dos personagens dos contos de fadas. Como não somos burros nesse aspecto, já deduzimos de quem são os mesmos: a vaca branca é do João, o sapatinho de ouro é da Cinderela, o Capuz Vermelho é da Chapeuzinho e um tufo de cabelo loiro que pertence a Rapunzel.


Essa história fez muito sucesso na Broadway há cerca de 30 anos, e ainda rendeu dois prêmios Tony. A produção tentou resgatar esse sucesso, pois durante a projeção a mesma pode ser definida por uma palavra que é cantada aos prantos e horrivelmente pelos príncipes vividos por Chris Pine e Billy Magnussen: "AGONIA!". Essa é exatamente a sensação que sentimos durante os 120 minutos de projeção desse musical. Ele aposta extremamente nos nomes do elenco, como o de Johnny Depp (que vive o lobo mau e aparece apenas durante cinco minutos!), Blunt e claro o da sempre ótima Meryl Streep. Apesar de ter uma premissa interessante, uma ótima fotografia as musicas cantadas pelo elenco tornam a produção extremamente cansativa. A Cinderela vivida por Anna Kendrick não consegue convencer, muito menos animar o público que a vibrar com o drama dela. A única que tem uma trama um tanto que interessante é Rapunzel, pois digamos que ela tem uma certa "importância" em relação a bruxa protagonista.


Confesso que no inicio até parece que a trama tende a ser boa ou no minimo "interessante", só que o excesso "Disney" na produção, a tornou extremamente exaustiva para quem já cresceu e conhece as histórias de cor e salteado. O único arco que me chamou bastante atenção foi o inspirado no verdadeira conto da Cinderela, pois na aqui vemos que as irmãs malvadas da mesma passaram por diversas "mutilações" para poder calçar a sua sapatilha (ao invés do clássico da Disney, onde os sapatos não entravam e acabou). "Caminhos da Floresta" acabou se tornando no final das contas, uma produção ótima para crianças que adoram contos de fadas e meninas que adoram as "Princesas Disney". Agora se você já passou dessa fase a muito tempo, e não curte mais essas histórias uma simples palavra: "AGONIA"!

Indicações ao Oscar: Melhor Atriz - Meryl Streep, Figurino e Direção de Arte

NOTA:4,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

ÊXODO - DEUSES E REIS


Neste ano tivemos a ótima adaptação de "Noé", dirigida por Darren Aronovisckn com Russel Crowe no papel principal. Pra encerrar 2014, chega as telonas "Êxodo - Deuses e Reis", com direção do premiado e ótimo Ridley Scott, e Christian Bale como Moisés. O corte original do filme ficou com 240 minutos (quatro horas), só que como as distribuidoras querem mais dinheiro, cortaram 1h30 aproximadamente do mesmo. O que resultou em uma película extremamente entediante e cansativa (não sei se com os cortes ela estava pior). No principio vemos a clássica historia dos irmãos Ramsés e Moisés, onde o primeiro possui o comando do Egito enquanto o outro descobre que é um irmão bastardo que recebe diversos avisos de um "mensageiro" de Deus, sobre diversos eventos que acontecerão em sua cidade.


Scott tinha em mãos uma história complexa, já que o arco Moisés na Bíblia foi bastante extenso. Mas procurou pegar o que mais importava na mesma, e deu uma enorme prioridade para diversas batalhas e cenas de ação (fazendo Bale interpretar mais seu Batman, ao invés de um carácter religioso), para compensar dos fracos diálogos e momentos. Nomes como John Turturro e Sigorney Heaver e Ben Kingsley são completamente desperdiçados em breves momentos. Mas Joel Edgerton ("O Grande Gatsby") conseguiu ganhar o premio do maior canastrão de todo elenco, pois seu Ramsés soa tão forçado com o Moisés de Bale, que fica difícil escolher qual deles está "melhor" no papel.


"Êxodos - Deuses e Reis" é o ultimo grande blockbuster de 2014, só que não faz jus ao seu cargo e sem duvidas conseguiu ser o pior do ano! Assim como a tecnologia 3D, que serve apenas como um mero "caça-níquéis". Uma pena, pois era uma produção tinha tudo pra dar certo.

Nota: 4,0/10,0

Imagens: Reprodução da Internet

MESMO SE NADA DER CERTO


Passou meio que despercebido nos cinemas, esse filme que vem sido vendido como uma "comédia romântica/dramática", quando na verdade o foco não está em nenhum dos gêneros. "Mesmo Se Nada Der Certo" tem como ponto inicial o falido produtor musical Dan (Mark Ruffalo, o Hulk de "Os Vingadores"), que tem um péssimo relacionamento com sua filha (a indicada ao Oscar, Heilee Steinfeld) e com sua ex-mulher (Catherine Keener, de "O Solista"). Mas tudo muda quando ele acaba por acaso conhecendo em um bar a compositora Gretta (Keira Knightley, de "O Jogo da Imitação"), que demonstra ter um ótimo talento para o estilo Country, fazendo Dan ter uma brilhante ideia de juntar mais um pessoal e criar uma banda do estilo, para assim conseguir o alavancado sucesso pelo o qual tanto esperava. Só que assim como ele, ela também enfrenta um problema na vida amorosa, pois seu namorado Dave (o musico na vida real, Adam Levine) é um musico que se tornou famoso e largou tudo, inclusive Gretta, para seguir carreira solo em Nova York.

O que me chamou bastante atenção nessa produção escrita e dirigida por John Carney ("Apenas Uma Vez"), foi o fato dela conseguir focar mais na critica da evolução dos gostos musicais, ao invés do romance. O que acabou sendo um problema para o personagem de Ruffalo, pois afinal de contas, a produtora onde ele trabalhava dava preferencia para "musicas fakes" (as famosas musicas eletrônicas, que estão cada vez mais artificiais) ao invés das clássicas canções onde haviam apenas "uma pessoa e um violão". Foi uma enorme surpresa ver a ótima Keira Knightley soltando a voz e tocando violão, mostrando que mesmo assim tem um enorme talento também no ramo musical (vale lembrar que seu marido James Righton, é tecladista da banda Klaxons). Ela ainda conseguiu ter um entrosamento interessante com Ruffalo, que por incrível que pareça a produção procura "evitar" mostrar muito do relacionamento amoroso entre ambos. Mas já vou alertando que "Mesmo Se Nada Der Certo", não é uma produção clichê do gênero, mas sim um divertido e ótimo "romance musical". RECOMENDO!

Indicações ao Oscar: Melhor Canção Original - "Lost Stars"

NOTA: 8,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet 

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O JOGO DA IMITAÇÃO


O nome Alan Turing poderia soar como completamente estranho há um tempo. Só que somente em 2013 sua história acabou sendo revelada, pois este se revelou sendo o verdadeiro "Pai da Computação". Sua atuação foi na segunda guerra como tradutor de códigos morse entre Alemães, para assim ajudar a Inglaterra a ter um melhor posicionamento no campo de batalha e vencer a guerra. Mas ele teve uma ideia de criar uma maquina que agilizasse o processo, poupando assim bastante tempo e mais vidas seriam salvas. Só que um de seus maiores problemas era o fato dele ser homossexual, algo que na época era crime e as pessoas iriam presas e passavam por um tratamento hormonal para reverter a situação. Por causa dessas polêmicas envolvendo o seu nome, não se encontrava tão fácil informações a respeito desta história (afinal de contas, estava tudo guardado em arquivos confidenciais ingleses).


A situação acabou sendo extremamente benéfica para "O Jogo da Imitação", pelo o qual aborda esta história tendo o sempre ótimo Benedict Cumberbatch no papel de Alan. Sua atuação consegue lembrar um pouco seu Sherlock Holmes, pois a personalidade daquele era exatamente assim. Ele conseguiu ser engraçado, enigmático e dramático na dosagem certa (era impossível colocarem outro ator neste papel, a não ser ele mesmo). Quanto a sua "parceira" vivida por Keira Knightley (da primeira trilogia de "Piratas do Caribe") conseguiu o mesmo patamar enquanto esta em cena. O resultado foi indicações ao Oscar para ambos, que eu creio que dificilmente levarão o premio desta vez. 

O mesmo pode se dizer para o trabalho do diretor Morten Tyldum, que apesar de seguir o padrão "depressivo" das produções inglesas, foi tornando a trama completamente interessante em cada arco que vai se mostrando em cena. Apesar de ter ganhado alguns prêmios em alguns festivais e cerimonias, creio que "O Jogo da Imitação" talvez leve somente o premio de roteiro adaptado para casa. Mesmo assim se ele vier a ganhar como "Melhor Filme" não será nada injusto, pois a produção está ótima! RECOMENDO! 


Indicações ao Oscar: Filme, Direção, Ator - Benedict Cumberbatch, Melhor Atriz Coadjuvante - Keira Knightley, Roteiro Adaptado, Direção de Arte, Edição e Trilha Sonora.
Vence: Roteiro Adaptado.

NOTA: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

50 TONS DE CINZA


Há quase um ano, fiquei extremamente curioso a respeito do sucesso dos livros de "50 Tons de Cinza". Por isso, optei por lê-lo para assim poder descobrir o que ele tinha de "tão especial".A história se trata da jovem Anastácia Steele que esta se formando em literatura, onde a pedido de uma amiga jornalista doente vai fazer uma entrevista com o bilionário empresario Cristian Grey. Só que ao fazer a entrevista ela demonstra uma atração imediata por este, que logo começa a persegui-la por todos os lugares. Atraída por Grey, o mesmo lhe propõe um "acordo" onde ele praticamente transará com ela de todas as formas possíveis e inimagináveis, em troca de "uma vida melhor" para ela! E é isso! Depois de o acordo acontecer, só há diversas efeito ditas pelo protagonista como "Eu não faço amor, Fodo com Força", "Quero te comer semana que vem!" e é nesse nível que se eleva o filme, revezando com diversas cenas de sexo (onde nessas sequencias, a protagonista tem diversas cenas de nu frontal (o que causou na sala extremas gritarias do publico)). 

A história é exatamente isso, um cara realizando diversos fetiches de sadomasoquismo com uma garota boba, virgem e inocente (que ao meu ver não tem nada, pois ela aceita a vida ter uma vida de "rica" junto a ele em troca de sexo. Fazendo dela uma puta, só que em "outras" palavras). A dupla de atores escolhida para interpreta-los, foram Dakota Johson (que na época das filmagens se "prendeu" a personagem, fazendo diversos comentários em relação ao fato de não querer que os Pais a vessem no filme) e Jamie Dornan (que depois de uma imensa lista de atores que negaram o papel, aceitou). A primeira de fato conseguiu fazer um pepel extremamente difícil, pois não é qualquer atriz que faz as diversas cenas de sexo que ela fez no filme. Já o segundo possui um estilo canastrão que foi perfeito para o estilo de Christian Grey. Só que no decorrer o "romance" dos dois vai cansado e ficando cada vez mais chato. Tetando evitar que tudo piorasse, a diretora Sam Taylor-Johnson aposta em um estilo e uma fotografia de um verdadeiro filme porno! Os closes, trilha sonora nas cenas de sexo transformaram o mesmo em um verdadeiro "Porno Entendiante"! (apesar da censura no Brasil ser 16 anos, o conteúdo ainda continua pesado para o público que pode assistir esse filme nos cinemas (apesar de na sala onde assisti, haver mais adultos na faixa dos 30/40 anos ao invés de adolescentes ou crianças).


Em relação ao livro, muitas das partes de sexo foram cortadas (afinal de contas, depois da página onde tem o acordo em todos os capítulos possuem o ato). Só que no filme eles transpõe mais a "inocência" de Anastácia, ao invés de mostrar que ela focava sua verdadeira paixão por Grey no status de bilionário dele. E.L. James, a autora dessa "maravilha de livro", disse as histórias tiveram como enorme inspiração ninguém menos que Edward e Bella da "Saga Crepúsculo". Assim como este, "50 Tons de Cinza" serve como um verdadeiro UP para mulheres carentes e mal amadas, que se espelharam em Anastácia para conseguirem que tanto desejam (já que a autora explorou isso ao extremo na história), pois afinal de contas "ela é muito parecida comigo, em todos sentidos". Como havia discutido com diversos amigos anteriormente, o sucesso dessa história ao contrário de "Harry Potter", "Jogos Vorazes" e "Crepúsculo", foca nos piores lados do ser humano, onde a mesma acaba passando a ideia para adolescentes de na faixa dos 12 anos que é legal "ser puta" e que é mais fácil entrar nesse estilo de vida ao invés de lutar pelos verdadeiros ideais com respeito e esforço. Agora é só torcer e esperar que a nova geração não seja afetada tanto por essa história, que certamente graças ao sucesso ganhará mais filmes (que já foram confirmados) e as tipicas "cópias" para os estúdios ganharem mais dinheiro. Infelizmente graças ao excesso de capitalismo no mundo em que vivemos, ninguém se importa com as consequências de determinados atos.

Imagens: Reprodução da Internet
NOTA: 0,0/10,0

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

GRANDES OLHOS


Ao ouvir o nome de Tim Burton, a primeira coisa que me vem a mente é algum filme relacionado a fantasia com Johnny Depp no elenco. Quando vi o trailer de "Grandes Olhos" pela primeira vez, denotei que pela primeira vez eu iria assistir algum filme seu que não envolvia o seu clássico estilo, muito menos Depp. A trama é inspirada na história real da famosa pintora Margaret (Amy Adams, de "Trapaça") que não fazia outra coisa na vida além de pintar os seus quadros com personagens de "olhos grandes", cuja a inspiração vem de sua filha. Até que ela conhece o pintor de paisagens Walter Keane (Christoph Waltz, de "Bastardos Inglórios"), que se casa com ela em poucos dias de namoro. Mas algumas semanas depois do mesmo, este começa a divulgar que as pinturas de sua esposa são na verdade de sua autoria. Então ele começa a fazer sucesso em cima desta, pois na época as mulheres não eram vistas como "verdadeiras pintoras".


Em um primeiro momento a dupla de protagonistas parece não ter nada haver um com o outro, mas no decorrer da história vemos que a escalação foi proposital de certa forma que seria impossível imaginar outros atores melhores em seus papeis. O que comprova que ambos foram indicados a melhores atores em comédia/musical no Globo de Ouro, algo que eu não entedia até agora (ok, no último ato Waltz conseguiu arrancar bastante risadas de mim e de quem mais estava na sala. Mas somente nesta hora), pois a história é bem dramática e Amy Adams ainda acabou levando como "melhor comediante"! Quanto aos coadjuvantes temos alguns nomes conhecidos (ou aqueles típicos "sabemos que é, mas não lembramos o nome") como Krysten Ritter (da série "Apartamento 23"), Jason Schwartzman ("O Grande Hotel Budapeste"), Danny Huston ("Número 23") e Terence Stamp ("Agente 86"). Todos eles tem pouco tempo em tela, mas sendo que somente o último tem as melhores sequencias (destaque para a discussão no jantar com Waltz).

Ao decorrer da narrativa nada parece com um tipico "filme do Tim Burton", além dos penteados alegóricos dos personagens. A fotografia segue o estilo pálido e depressivo das pinturas de Margaret, enaltecendo assim as obras na forma cinematográfica e fica bacana essa aplicação. Algo que me fez notar ao final da projeção que "Grandes Olhos"foi mais um dos injustiçados do Oscar desse ano. Eu colocaria sem hipóteses de duvidas nas categorias de Atriz para Amy Adams, Fotografia, Canção Original (Lana Del Rey - "Big Eyes") e Filme. RECOMENDO!


NOTA:9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

BUSCA IMPLACÁVEL 3


Já foi comprovado há tempos que Liam Neeson é um dos maiores nomes do cinema de ação. Em 2009 (lembrando que no Brasil chegou em 2008), quando o primeiro "Busca Implacável" foi lançado, ele alcançou inesperadamente uma bilheteria de aproximadamente 140 milhões de dólares, quase três vezes mais que seu orçamento. Obviamente que o filme se tornaria uma franquia no cinemas. Em 2012 foi lançada a segunda parte que era um tanto que similar ao primeiro. Agora na terceira parte, a pedido do próprio Neeson, a trama não envolvia mais sequestros, mas o assassinato de sua ex-esposa Lenore (Famke Janssen). Acusado do ato, o agente aposentado vivido por este tenta provar sua inocência. A trama é basicamente isso e não adianta esperar muito, pois quem preta bastante atenção nos mínimos detalhes já a mata em poucos minutos de filme. Quem curte cinema de ação, já pode esperar diversas sequencias de perseguição, tiros e lutas durante toda a correria de Millis (Neeson) para se defender dos agentes liderados por Franck (Forest Whitaker, de "Os Reis da Rua")


Mas por incrível que pareça, "Busca Implacável 3" consegue ter o nível de suas outras duas partes se torna um bom filme de ação. Neeson ainda mostra que tem pique para produções no estilo, pois o seu personagem não para em momento algum. Ele consegue fazer diversas coisas impossíveis e inimagináveis (que já assistiu aos outros filmes da franquia, ou até mesmo esse, sabe do que estou falando) e ainda arruma tempo para discutir a sua relação com a filha Kim (Maggie Grace, de "Encontro Explosivo") que agora está para se tornar mãe. Esses são típicos personagens do "midas do cinema de ação", Luc Besson (que assinou o roteiro mais uma vez) e ao ser retratado pelo diretor Olivier Megaton (diretor do segundo), a câmera não para um minuto sequer (para demonstrar o excesso de preocupação dos personagens) e acaba funcionando completamente. A câmera não para um segundo, para representar assim o desespero de Millis e como todos a sua volta estão envolvidos nisso.

Ao término da projeção confesso que sai bem, pois "Busca Implacável 3" cumpriu o que prometia: ser um divertido e ótimo Blockbuster de ação das férias de verão. E o mais dificil ainda: apesar de ser o mais "fraco" da trilogia (que pelo visto continuará com vida longa nas telonas), ela ainda diverte e fez renascer o clássico estilo do cinema de ação das décadas de 70 e 80, pelo o qual estavam ficando cada vez mais extintos. RECOMENDO!


NOTA: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet





segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O DESTINO DE JÚPITER


Quando foi exibido há umas duas semanas, a mesma foi cercada de silencio. Quem estava assistindo ao novo filme dos irmãos Wachowski (da trilogia "Matrix"), "O Destino de Júpiter", acabou reclamando que um dos principais motivos do mesmo não ser bom é o excesso de informações jogadas em tela, pelo o qual não demonstram uma origem ou nexo de forma clara. Esse é de fato o principal problema da produção. O mesmo tinha tudo pra dar certo, pois ele conseguiu ter ótimos efeitos visuais, uma divertida execução da tecnologia 3D (onde os protagonistas literalmente voam em nossa direção em diversos momentos) e um ótimo ator no papel de vilão (Eddie Redmayne, que estrelou recentemente "A Teoria de Tudo"). Só que eles pisaram feio na bola na parte do roteiro (que foi de autoria somente de Andy Wachowski), pois ele deduz que grande parte do público já tenha uma noção "aprimorada" sobre reencarnação e viagens no espaço continuo. O que fará grande parte do público, de fato detestar o filme (se não souber sobre os fatos)


A trama tem inicio com a empregada doméstica Júpiter Jones (Mila Kunis), que vive com a sua família materna desde que nasceu (já que seu Pai foi assassinado pouco antes de ela nascer). Até que repentinamente ela vê alienígenas "possuindo" a sua patroa. Depois dessa sequencia começa a "confusão", pois quando ela vai em uma clinica para doar os seus óvulos, os mesmos tentam assassina-la. Então surge Caine (Channing Tatum, de "Anjos da Lei 2"), que se apresenta como uma espécie de guardião da majestade do universo, que é a própria Júpiter. E como era de se esperar, temos um vilão  (Redmayne) que quer impedir os planos dela assumir o trono. Nas sequencias a partir daí, são diversas cenas de ações, explosões que são extremamente bem feitas, apesar de ele tentar forçar a barra com algumas piadinhas e alívios cômicos meio forçados. Mas os cinéfilos, vão achar graça da primeira fala do ator Sean Bean (que é conhecido por ser o ator que mais morreu na história do cinema) para Tatum ser "Voltou do Mundo dos Mortos?".

Só que depois de certo tempo, está claro que todo mundo ta perdido no filme em algum momento. O casal protagonista tem alguns momentos que ficam olhando brevemente para câmera com um cara de "legal, não to entendendo!?!?". "O Destino de Júpiter" é um tipico filme de ação que só tem isso, mais nada além do que explosões, lutas e outros afins do gênero. Se você adora coisas assim e não liga pra enredos, vai amar o filme. Caso contrário, talvez até deixe a sala de projeção antes do término.

NOTA: 6,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A TEORIA DE TUDO


Particularmente, sempre tive uma admiração pelo famoso físico Stephen Hawking. Apesar de não se aprofundar sobre suas teses sobre a origem do universo, sua superação com a evolução da doença esclerose lateral amiotrófica, onde o paciente começa a ter seu corpo paralisado aos poucos, onde apenas o cérebro continua funcionando. Para os cinemas sua história nunca foi adaptada, apenas para a televisão há dez anos (onde foi interpretado por um até desconhecido Benedict Cumberbach) em um filme que quase ninguém viu. Com base no livro de sua ex-esposa Jane Hawking, "A Teoria de Tudo" começa exatamente onde Stephen a conhece esta, na universidade de Cambrigde, Inglaterra. Vividos por Felicity Jones ("O Espetacular Homem-Aranha 2") e Eddie Redmayne ("Os Miseráveis"), respectivamente, ambos atores que posso classificar como "iniciantes" (já que tiveram poucas produções realmente boas no curriculum e papeis que não tinham tanto destaque), obtiveram uma das melhores atuações romântica/dramática que eu já vi no cinema. Tanto que eles acabaram recebendo indicações ao Oscar e Globo de Ouro (onde Redmayne levou), pra comprovar o que digo. Redmayne se entregou de corpo e alma para viver Stephen, pois sua atuação teve de ter um enorme foco na doença que ia avançando conforme se passavam os anos, sem deixar de demonstrar seu carinho por sua esposa e pela física. O mesmo pode-se dizer de Jones, que em certos momentos ela consegue tirar lagrimas do público, devido a "restrita" desconstrução de sua personagem (como a produção teve base no livro escrito pela personagem da mesma na vida real, obviamente que algumas de suas atitudes seriam diminutas em tela). 


A direção de James Marsh (que já tem um Oscar pelo documentário "O Equilibrista"), nos apresenta esta relação na forma de um "tipico filme inglês": fotografia pálida, paisagens depressivas e excesso de diálogos. Esse ponto ao meu ver não prejudicou a produção, mas deveria ser um tanto que mais diversificado (apesar de se tratar de uma produção dramática). Já nos momentos dramáticos da produção, o diretor acerta nos ângulos e expressões usados, pois ele procurou focar no rosto dos atores que juntamente com a trilha sonora "depressiva" resultam em lagrimas quase que certeiras. Sendo que um dos destaques, vai para o momento onde Hawking justifica o fato de ser ateu em uma palestra para estudantes nos EUA.

Não sei se é muito cedo pra falar, pois ainda não assisti todos aos oito indicados, mas "A Teoria de Tudo", junto com "O Grande Hotel Budapeste" conseguiram serem meus favoritos dos indicados a estatueta de melhor filme deste ano. RECOMENDO!

Indicações ao Oscar: Filme, Ator - Eddie Redmayne, Atriz - Felicity Jones, Trilha Sonora Original e Roteiro Adaptado.
Ganhou: Ator - Eddie Redmayne.

NOTA: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

BIRDMAN OU A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA


Já não é novidade que muitos atores que interpretam super-heróis mais de uma vez nos cinemas, ficam eternamente presos ao rótulo dos mesmos pelo resto da vida. Isso ta ocorrendo com atores como Hugh Jackman (Wolverine) e Robert Downey Jr. (Homem de Ferro). "Birdman" aborda exatamente essa questão, pois temos aqui um enredo exatamente nessa realidade só que com caracteres fictícios. Seguindo essa ideia o roteirista, produtor e diretor Alejandro González Iñárritu ("Babel") trouxe para ser seu protagonista um ator que vive exatamente nessa realidade: Michael Keaton (o "Batman" de Tim Burton). Este vive Riggan, um ator que ficou muito famoso por interpretar o herói Birdman nos cinemas e se negou a fazer a terceira parte, fazendo assim sua carreira e vida pessoal regredirem. Logo ele opta por realizar uma peça de teatro, onde ele não só protagoniza como também atua e dirige. Mas ao decorrer dos ensaios, os problemas vão começando a ficar cada vez mais piores. Sua namorada esta com suspeita de gravidez, sua filha Sam (Emma Stone, de "O Espetacular Homem-Aranha") acabou de sair de uma clinica de reabilitação, um dos atores sofreu um acidente no palco e teve de ser substituído pelo hipócrita Mike (Edward Norton, que viveu "O Incrível Hulk" nas telonas) que o tenta convencer a todos que só ele sabe o que é atuar. 


Iñárritu exerce todos essas inusitadas situações (e outras diversas) como se estivesse filmando um documentário sobre os bastidores de alguma peça teatral verídica. A câmera não para em um minuto se quer, transmitindo a ligeira impressão de que todos nós estamos juntos com os personagens em cena. Ele também acertou na execução de demonstrar as difíceis relações entre atores e críticos, pois fica clara a ideia de que este pode decidir o sucesso ou o fracasso de alguma produção, independente da verdadeira qualidade. 

Não me lembro a última vez que vi Michael Keaton realmente bom como um protagonista em algum filme, e aqui ele teve a chance de mostrar o seu talento cômico (e um pouco dramático), que consequentemente lhe deu um Globo de Ouro e uma Indicação ao Oscar. Pra quem conhece a breve história do ator, denota que seu personagem é definitivamente uma sátira dele mesmo, pois de fato seu último personagem de sucesso foi o Batman há 25 anos atrás. O mesmo não se pode dizer de Edward Norton, pois eu já admiro seus trabalhos há uns tempos e seu "Mike" com certeza não poderia passar em branco nas premiações também e garantiu indicações a ambos os prêmios citados.
Só que seu personagem também serve como uma personificação própria (já que o ator é conhecido nos bastidores por querer mudar o roteiro e "se meter" nos trabalhos dos outros). Quanto a Emma Stone, apesar dela aparecer pouco o que rendeu a nomeação ao Oscar ao meu ver foi na verdade a sequencia onde ela discute com seu Pai (vivido por Keaton), onde ela demonstra ter uma verdadeira carga dramática nas veias. Honestamente foi bacana também ver Zack Galifianakis (o Alan de "Se Beber, Não Case!") vivendo um empresário que nada lembra seus outros personagens anteriores.

"Birdman ou a Inesperada Virtude da Ignorância" é uma tipica produção de que gosta e ama cinema, pois assim como as produções "Os Queridinhos da América" e "Argo" ela serve como uma verdadeira crítica aos bastidores da terra do cinema: Hollywood. RECOMENDO!

INDICAÇÕES AO OSCAR: Filme, Diretor, Ator - Michael Keaton, Ator Coadjuvante - Edward Norton, Atriz Coadjuvante - Emma Stone, Roteiro Original, Mixagem de Som, Edição de Som e Fotografia.

Ganhou: Filme, Diretor, Roteiro Original, Fotografia.

NOTA:10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet