segunda-feira, 30 de setembro de 2013

CRÍTICA - ELYSIUM


Depois de surpreender o público e a crítica com o excelente e original "Distrito 9", o diretor Neill Blomkamp lança agora depois de quatro anos o seu segundo filme "Elysium". O filme tinha de tudo para passar em branco aqui no Brasil se não fosse por um pequeno detalhe: É a primeira produção Hollywoodiana do brasileiro Wagner Moura, que arrasou no papel de Capitão Nascimento nos dois "Tropa de Elite" (sendo que sua atuação no segundo foi o fator decisivo para ele estar no filme, segundo Blomkamp). Mas Moura não é o único brasuca na produção, pois ele divide a cena com a bela Alice Braga (que estreou lá fora em "Eu Sou A Lenda", com Will Smith), que podemos dizer que já está praticamente em casa.

Contando com uma crítica política um tanto que semelhante a "Distrito 9", "Elysium" é passado no ano de 2159, época cujo o planeta terra se tornou um verdadeiro lixão e a humanidade vive nas piores condições que se pode ter. Mas existe um lugar fora do planeta terra, onde somente as pessoas mais ricas e que possuam passagens podem ir, que é conhecido com "Elysium". O lugar é comandado pela presidenta Delacourt (a sempre ótima Jodie Foster, de "Plano de Voo"), onde não se ha pobreza, doenças ou algo grave, pelo contrario lá a população possui diversas mansões, maquinas que curam qualquer doença e robôs que realizam todas as suas tarefas. Mas a história é centrada no ladrão de carros chamado Max (Matt Damon, de "A Identidade Bourne"), que mora na devastada Los Angeles e agora trabalha como um operário na firma comandada pelo bilionário morador de Elysium, John Carlyle (William Fichtner, de "Fúria Sobre Rodas"). Mas um dia, Max acaba sofrendo um acidente no trabalho e recebe uma enorme dose de radiação, e acaba tendo somente mais cinco dias de vida. Não tendo outra saída, ele tenta reencontrar com um antigo parceiro de crimes chamado Spider (Wagner Moura), que lhe propõe a missão de obter dados de algum morador poderoso de Elysium, para assim ele conseguir hackear o sistema e trazer a liberdade para todos, e como pagamento ele lhe oferece uma passagem para o mesmo, e somente indo até lá, Max conseguirá sobreviver. Ele aceita a missão, e Spider o transforme praticamente em um "Robocop", para assim conseguir a força e imunidade necessária para a missão. Mas Max não imaginava que no caminho ele iria esbarrar com a amiga de infância Frey (Alice Braga), que tem uma filha com leucemia em estado terminal e somente em Elysium ela também conseguirá ser curada. Mas ele não imaginava que em seu caminho ele esbarraria com o mercenário contratado por Delacourt, chamado Kruger (Sharlto Copley, de "Distrito 9"), que tentará a todo custo destruir a missão de Spider e seu bando.



A atuação de Moura está excelente e o ele conseguiu se estabelecer no tom sádico e sarcástico, mas o que prejudicou de verdade a sua atuação, foi o acidente que ele sofreu no set de filmagens, onde o ator quebrou a perna oposta cujo seu personagem é deficiente, além de uma pegar uma pneumonia logo em seguida (o que paralisou as filmagens por um tempo, e creio eu, foi o fator responsável pelo adiamento do filme por quase um ano). Com honestidade, há cenas que a atuação de Moura está completamente forçada mas há outras em que ele está com um tom ótimo. Mas entre Moura e Copley (foto abaixo), eu prefiro o último, pois ele consegue estabelecer um papel de um vilão completamente maniaco, que possui uma enorme frieza e nos faz ter um ódio extremo por ele durante toda a projeção, assim como a personagem de Jodie Foster, que é completamente capitalista e esnoba o seu poder e chega ao ponto de mandar matar qualquer um que tente entrar ilegalmente em Elysium. 


Já Matt Damon, está acostumado com o posto de protagonista de uma produção, pois foi o de quase 70% de seus filmes. Aqui o ator não está completamente a vontade no papel e as vezes fica parecendo a Bella da série "Crepúsculo" nas cenas quando Max está sofrendo devido a sua infecção pela radiação (ta bem, peguei pesado, pois ninguém consegue ser pior que a Kristen em "Crepúsculo"). Mas sua química com Alice Braga não funciona muito em tela, sendo que a atuação da brasileira consegue ser uma das coisas boas na produção.


Nestes arcos, o roteiro do próprio Blomkamp consegue estabelecer uma enorme crítica a sociedade em que vivemos atualmente, onde somente quem é rico consegue as coisas e os pobres nada conseguem e morrem esperando socorro nos hospitais (um grande exemplo é a sequencia do hospital, logo no inicio do filme, que consegue ser comparado com facilidade ao nosso SUS). As comparações com a realidade durante a produção são várias e a produção daria certo se não fossem alguns descuidos e exageros do próprio Blomkamp, que no final das contas transformou "Elysium" em mais uma ficção cientifica clichê e chega a ser bem inferior que o ótimo "Oblivion", mas ainda sim supera um pouco o remake de "O Vingador do Futuro".

Nota: 5,0/10,0

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