Wes Anderson pode facilmente entrar no time dos melhores e mais complexos diretores da atualidade do cinema. Com longas como "O Grande Hotel Budapeste" e "Moonrise Kingdom", o mesmo sempre assina o roteiro e produção dos longas pelos quais dirige, e neste seu mais recente batizado de "Ilha dos Cachorros", ele resolveu abordar a trama em um estilo que já lhe rendeu uma indicação ao Oscar, com "O Fantástico Sr. Raposo" o da animação em Stop-Motion.
O enredo acompanha um japão futurista, onde os cachorros foram infectados com três doenças contagiosas, fazendo o então Presidente Kobayashi decidir enviar todos aqueles para uma ilha onde eles despejam todo seu lixo. É então que o jovem Atari resolve ir procurar seu cão Spots no local.
Primeiramente gostaria de deixar claro que dificilmente esta animação agradará as crianças (inclusive uma se retirou com a família, já na metade da projeção), devido ao humor sagaz e a narrativa apelar mais para o estilo adulto de Anderson (não digo de ser pesado, muito pelo contrário, as piadas e as criticas ideológicas que o enredo faz, muito provavelmente não agradará os pequenos). Outro tópico de imensa importância, é que 50% do longa é falado em japonês, aos quais desses 30% não possuem legendas, pois o longa é narrado do ponto de vista dos cachorros (que falam inglês e obviamente há tradução para o nosso idioma). Mas fiquem tranquilos, pois da pra compreender pelos gestos o que eles querem dizer.
Tudo isso acaba sendo acompanhando por uma viciante, porém bela trilha sonora de Alexandre Desplat, que deveras é muitas vezes acompanhadas por takes que mostram um pouco da cultura japonesa, seja através dos esportes ou da preparação da culinária.
"Ilha dos Cachorros" é uma bacana e original homenagem do diretor Wes Anderson a cultura japonesa, pelo qual provavelmente figurara dentre os indicados ao Oscar de Animação e Roteiro Original no próximo ano. RECOMENDO!
Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.