Toda aula chata de história e geografia tem de haver seu teatrinho para os alunos comprarem a ideologia que o professor está vendendo ali. É a partir dessa premissa que o diretor e roteirista Adam McKay concebeu "A Grande Aposta", e como consequência levou o Oscar de roteiro original em 2017. Tendo em mente o mesmo pontapé, ele resolveu adaptar desta forma a vida do ex-vice Presidente de George W. Bush, Dick Cheney.
Interpretado por Christian Bale, acompanhamos a vida de Cheney desde quando ele iniciava sua carreira politica em meados dos anos 60, até quando se tornou vice Presidente dos Eua, com o governo de Bush. Porém graças a sua enorme lábia e sabedoria, ele conseguiu ser muito mais do que um simples Vice Presidente, mas sim um dos mais polêmicos homens que já passaram pela Casa Branca.
Para adaptar essa história que provavelmente não vai interessar um cara que mora na Indonésia, McKay não só aposta no recurso mencionado, como também em um crucial: o humor negro. Dentre um acontecimento importante ou durante uma falcatrua elaborada dentre ele e o congressista Donald Rumsfeld (Steve Carell), sempre alguma piada "brincando" com o fato ocorre. Além disso ele desenvolveu um personagem interpretado por Jesse Plemons, que serve como um "dicionário", pois ta sempre ali pra explicar ao público as intenções de Cheney e sua opinião a respeito. Dessa forma, o público acaba comprando a ideia do filme e se interessando pelo seu desenrolar. Mas quando o mesmo chega no arco que engloba o fato da "Guera no Iraque", o longa perde forças, pois o humor é deixado de lado e é colocado um drama politico que não se encaixa com que fora apresentado antes.
Com relação as indicações ao Oscar de Bale, Amy Adams (que vive sua esposa Lynne Cheney) e Sam Rockwell (que interpreta George W. Bush), apesar delas estarem boas dentro do contexto, dificilmente algum dos três conseguem levar o careca dourado, pois nenhuma delas conseguiu ser marcante a ponto de tal reconhecimento. Mesmo com o último exercendo um retrato satírico do Ex-Presidente, McKay deixou o personagem bastante apagado, e eu facilmente trocaria a indicação para Carell (que fez falta nas premiações).
"Vice" é o filme politico do Oscar 2019, e que talvez só leve na categoria de Maquiagem. Mas fora isso pode-se dizer que é uma das zebrinhas da noite, pois passará longe das grandes categorias.
Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.
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