quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

VICE

Vice : Poster

Toda aula chata de história e geografia tem de haver seu teatrinho para os alunos comprarem a ideologia que o professor está vendendo ali. É a partir dessa premissa que o diretor e roteirista Adam McKay concebeu "A Grande Aposta", e como consequência levou o Oscar de roteiro original em 2017. Tendo em mente o mesmo pontapé, ele resolveu adaptar desta forma a vida do ex-vice Presidente de George W. Bush, Dick Cheney. 

Christian Bale and Al Carabello in Vice (2018)

Interpretado por Christian Bale, acompanhamos a vida de Cheney desde quando ele iniciava sua carreira politica em meados dos anos 60, até quando se tornou vice Presidente dos Eua, com o governo de Bush. Porém graças a sua enorme lábia e sabedoria, ele conseguiu ser muito mais do que um simples Vice Presidente, mas sim um dos mais polêmicos homens que já passaram pela Casa Branca. 

Para adaptar essa história que provavelmente não vai interessar um cara que mora na Indonésia, McKay não só aposta no recurso mencionado, como também em um crucial: o humor negro. Dentre um acontecimento importante ou durante uma falcatrua elaborada dentre ele e o congressista Donald Rumsfeld (Steve Carell), sempre alguma piada "brincando" com o fato ocorre. Além disso ele desenvolveu um personagem interpretado por Jesse Plemons, que serve como um "dicionário", pois ta sempre ali pra explicar ao público as intenções de Cheney e sua opinião a respeito. Dessa forma, o público acaba comprando a ideia do filme e se interessando pelo seu desenrolar. Mas quando o mesmo chega no arco que engloba o fato da "Guera no Iraque", o longa perde forças, pois o humor é deixado de lado e é colocado um drama politico que não se encaixa com que fora apresentado antes. 

Christian Bale and Sam Rockwell in Vice (2018)

Com relação as indicações ao Oscar de Bale, Amy Adams (que vive sua esposa Lynne Cheney) e Sam Rockwell (que interpreta George W. Bush), apesar delas estarem boas dentro do contexto, dificilmente algum dos três conseguem levar o careca dourado, pois nenhuma delas conseguiu ser marcante a ponto de tal reconhecimento. Mesmo com o último exercendo um retrato satírico do Ex-Presidente, McKay deixou o personagem bastante apagado, e eu facilmente trocaria a indicação para Carell (que fez falta nas premiações). 

"Vice" é o filme politico do Oscar 2019, e que talvez só leve na categoria de Maquiagem. Mas fora isso pode-se dizer que é uma das zebrinhas da noite, pois passará longe das grandes categorias.

Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

O PESO DO PASSADO

O Peso do Passado : Poster

Em menos de dois minutos de projeção de "O Peso do Passado" demorei pra acreditar que aquela policial, que estava ali encarando a câmera desde então, com uma aparência bastante desgastada e envelhecida, se tratava de ninguém menos que a própria Nicole Kidman. Ainda mais por em menos de 24hrs eu acabará de vê-la como coadjuvante em "Amigos Para Sempre" (que ainda está em cartaz), neste ela assume o papel de uma protagonista cuja persona se domina pela deterioração com uma sede enorme de justiça. 

Nicole Kidman in Destroyer (2018)

Aqui ela vive a agente do FBI Enrin, que de forma repentina reativa um caso que estava arquivado há anos. O propósito é que ela esteve envolvida no mesmo, e por conta de um imprevisto este acabou acarretando um incidente, com graves consequências. Então ela sai na busca do verdadeiro cabeça de toda a operação, nem que para isso ela precise enfrentar fantasmas do passado.

Nicole Kidman and Sebastian Stan in Destroyer (2018)

Apesar dessa sinopse habitual de longa de ação B, o longa de Karyn Kusama é um filme de drama policial, onde o foco é na personalidade de Erin, ao invés na própria investigação em si. E isso o roteiro de Phil Hay e Matt Manfredi acerta em fazer essa abordagem. Acompanhamos toda a trajetória dela, intercalando com flashbacks do passado, onde ela demonstrava enorme apreço e paixão por seu colega de trabalho (Sebastian Stan), com o ponto de vista dela através do olhar da câmera ou da própria Kidman. Mediante a isso, a atuação de Kidman faz jus o que lhe é proposto. A degradação da personagem é meramente visível, seja através das expressões e da persona desenvolta pela atriz, que inclusive até mudou a tonalidade da voz. Sim, o Oscar a esnobou lindamente nessa edição (ela merecia uma indicação desta vez, ao contrário da última, com "Lion"). 

Outro acerto deveras é a narrativa proposta por Kusama, onde ela consegue inserir um ploat-twist num narrativa pela qual "já sabemos o desfecho", por conta dos diálogos dentre a protagonista e os coadjuvantes. Tudo isso acaba prendendo a atenção do espectador, por tentar entender o que realmente aconteceu no passado de Erin, e como ela chegou naquela degradação eminente. 

"O Peso do Passado" serve como um dos novos projetos escolhidos a dedos pela própria Nicole Kidman, que a fazem trazer novamente a tona nos holofotes e mostrar que ela continua sendo um dos grandes nomes do cinema. RECOMENDO! 

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 


sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

AMIGOS PARA SEMPRE

Amigos para Sempre : Poster

Existe um meme muito famoso na internet, onde o texto fala "Posso consultar seu trabalho? Tá mais só não copia" e vemos como figura resposta, duas coisas exatamente iguais. É exatamente esse meme que define esse "Amigos Para Sempre", onde na própria divulgação já deixa claro que se trata da "versão americana de 'Intocáveis'". A ligeira impressão é que o roteirista Jon Hartmere e diretor Neil Burger ("Sem Limites"), pegaram o elenco e equipe, colocaram em uma sala, exibiram a versão francesa e falaram "já temos nosso filme! Agora só traduzirmos pra nossa língua e costumes!"

Bryan Cranston and Kevin Hart in The Upside (2017)

Pra quem não conhece a história do longa francês de 2012, ela mostra o ex-presidiário Dell (Kevin Hart), que arruma o inesperado emprego de cuidador do escritor tetraplégico Phillip (Bryan Cranston). Indo a contragosto de sua secretária e governanta (Nicole Kidman), Dell e Phillip mostram que mesmo tendo costumes e índoles diferentes, uma amizade pode nascer. 

Nicole Kidman in The Upside (2017)

Confesso que fica até difícil analisar esse longa, sem não mencionar que ele é EXATAMENTE IGUAL a versão original. Seja na direção de Burger, até mesmo nos arcos impostos pelo roteiro, inclusive nas atuações. Apesar de o trio central estar bem nos papéis (Cranston convence como um tetraplégico, Hart como um malandro extrovertido e Kidman como a secretária corretinha), a sensação de cópia é eminente o tempo todo, e pra quem já assistiu ao original, fica realmente complicado tirar uma conclusão, sem que tudo ali soa como um enorme vazio, sem sentimento algum pra ser demonstrado. Então por um breve momento espaireci que já assisti a versão francesa na minha mente. Foi ai que comecei a realmente gostar do filme! 

Assim como "Nos Olhos da Justiça" (também estrelado por Kidman), "Amigos Para Sempre" é mais uma refilmagem completamente desnecessária desenvolvida por Hollywood, que só comprova o enorme vazio com relação a criatividade da industria e a necessidade dos estadunidenses em mostrar que eles precisam mostrar tudo "na versão deles".

Nota: 6,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

GREEN BOOK: O GUIA

Green Book - O Guia : Poster

Sempre que ouço falar o nome de Peter Farrelly, me vem a mente longas como "Debi e Lóide" e "Quem Vai Ficar com Mary", pelos quais ele desenvolveu o roteiro, produção e direção com seu irmão Bob, e que são comédias extremamente divertidas, mas de humor escrachado. No dia de são nunca ia imaginar que ele iria adentrar em uma comédia que abordaria temas sérios como racismo nos Eua, e levaria indicações ao Oscar por isso. E esse dia chegou com "Green Book: O Guia", que abocanhou cinco indicações (Filme, Ator Viggo Mortensen, Ator Coadjuvante Mahershala Ali, Roteiro Original e Edição).

Viggo Mortensen and Mahershala Ali in Green Book (2018)

Inspirado em fatos reais, o filme conta a história do segurança Tony (Mortensen), que após perder o emprego opta por uma vida de malandragens pra conseguir uns trocados. Até que ele é convocado pelo respeitado pianista Dr. Don Shirley (Ali) para ser seu chofer em suas apresentações pelos Eua, em meados dos anos 60. 

Viggo Mortensen and Linda Cardellini in Green Book (2018)

Farrelly acerta em cheio ao saber domar a comédia e o drama em seu roteiro com parceira de Brian Hayes Currie e Nick Vallelonga. Mesmo se tratando de um"Road Movie" (filmes em que abordam viagens, e se passam em estradas a maior parte do tempo) nenhuma das emoções são quebradas por momentos inapropriados (algo que acontece muito nesse gênero). Mas como ele é um cineasta saído de comédias escrachadas com facilitações narrativas, ele pecou para o previsível em sua narrativa, pois sempre sabemos quando tais cenas irão ocorrer, independente da situação. Sem dar spoilers, sempre sabemos quando uma sequencia vai apelar pro humor, ou vai abordar pra questão violenta que era o racismo no Sul dos Eua, naquela época (algo que o roteiro acerta em cheio, pois apresenta isso, sem vitimizar os personagens). 

Apesar disso, tanto Mortensen, quanto Ali, possuem uma química extremamente compatível pelas quais acabam arrancando risos e emoções em divergentes momentos. Provavelmente o segundo levará seu segundo Oscar de ator coadjuvante na carreira, pois sua concepção para Shirley está perfeita devido a tamanha naturalidade que ele exerce (seja pra comédia ou drama). Já o primeiro dificilmente levara a estatueta, pois ele possui exatamente a personalidade escrachada já conhecida nos outros longas dos Farrelly (que apela pra ignorância e humor pastelão pra arrancar risos, onde  felizmente dentro desse contexto funciona).  

"Green Book: O Guia" realmente mereceu as indicações ao Oscar, e em tempos onde comédias boas estão extintas, não exito em falar que o Globo de Ouro acertou em lhe dar o prêmio para ele nessa categoria, em sua última cerimonia. Se você procura uma comédia com um conteúdo e que acabe lhe marcando, esse é o filme certo! RECOMENDO! 

Nota: 9.0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

sábado, 19 de janeiro de 2019

MAQUINAS MORTAIS

Máquinas Mortais : Poster

Confesso que esse longa já cheirou a fracasso financeiro desde o momento em que foi anunciado que seria lançado no final de 2018, começo de 2019 pelo mundo. Por se tratar de um universo novo, uma trama pela qual não chama muito atenção daqueles que não curtem universos medievais e afins, numa era onde 80% dos filmes sucessíveis são filmes de heróis ou sequencias, "Maquinas Mortais" provavelmente implicara quando chegar ao serviço streaming, mesmo sendo uma obra escrita por ninguém menos que Peter Jackson (responsável pelas franquias "O Senhor dos Anéis" e "O Hobbit").

Hera Hilmar in Mortal Engines (2018)

Baseado no livro de Philip Reeve, a trama se passa séculos no futuro, onde após a "Guerra dos Sessenta Minutos" o planeta terra entrou em completo declínio. Para isso algumas cidades se abrigaram em dirigíveis, pelos quais os moradores vão vagando pelo mundo em busca de recursos naturais. É quando a jovem rebelde Hester (Hera Hilmar) consegue invadir a cidade de Londres, e logo após falhar na tentativa de assassinar o Prefeito (Hugo Weaving) da mesma, acaba sendo despejada do mesmo com Tom (Robert Sheehan). Então ela começa uma busca frenética para tentar voltar ao local, e cumprir com sua missão.

Mortal Engines (2018)

Devo dizer que um dos primórdios deste longa foi a narrativa criada pelos roteiristas Fran Walsh, Philippa Boyens e Peter Jackson, pois eles deixaram o espectador a deriva nos próprios pensamentos em grande parte do longa, pra depois inserir a verdadeiro motivo de algumas atitudes, ou seja, era primeiro entregue a ação, e posteriormente ter uma explicação de tais atitudes. Embora uma em especifico não tenha me convencido, o restante acabou sendo bem plausível dentro do contexto.

Com relação ao visual, o filme é bem feito nos efeitos visuais e na parte de mixagem e edição de som. Tudo parece imensamente real e facilmente compramos o universo criado. Com relação as atuações Hilmar faz uma boa protagonista, e mostra que combina para futuras produções de ação, sendo que ela também possui boa química com Sheehan, que chega a funcionar como alivio cômico em algumas horas. Quanto ao vilão vivido por Weaving, vemos que mais uma vez o ator não se esforça pra interpretar um vilão e ta no automático mais outra vez. 

"Maquinas Mortais" é uma divertida fantasia que serve como passatempo, porém divergindo a expectativa criada em seu trailer, é um longa que depois de alguns anos cairá no esquecimento e enjoará nas reprises exaustivas da televisão. 

Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

VIDRO

Samuel L. Jackson, Bruce Willis, and James McAvoy in Glass (2019)

Há dois anos todos foram pegos de surpresa no desfecho de "Fragmentado", pois foi revelado que ele se tratava de um spin-off de "Corpo Fechado", devido a aparição do personagem de Bruce Willis. Em "Vidro", M. Night Shyamalan (que conheci na última edição da Comic Con Experience, e se mostrou bastante simpático) volta a cadeira de roteirista e de diretor, e estabelece um verdadeiro desfecho para aqueles quebra-cabeças cujas peças começaram a serem montadas em 2000 e em 2016. 

Samuel L. Jackson, Bruce Willis, and James McAvoy in Glass (2019)

A história começa alguns dias depois do desfecho de "Fragmentado", onde logo após uma das personalidades de Kevin (James McAvoy) realizar mais um de seus sequestros, ele tem seu caminho cruzado com David Dunn (Willis), que agora vive como uma espécie de justiceiro, já que ele possui um corpo indestrutível. Mas devido a um descuido de ambos, eles acabam indo parar em um sanatório comandado pela Dra. Ellie (Sarah Paulson), que tenta lhes convencer sobre o fato deles não possuírem "super habilidades". 

Gostaria de sanar primeiro o brilhante trabalho de Shyamalan, que conseguiu desenvolver vários ploat-twists cabíveis com o que era apresentado, pautando-os durante o andar da narrativa, para o espectador adentrar cada vez mais na trama. Mas isso se acrescenta seja através do clássico "personagens vão descobrindo", ou pelo jogo de câmeras ou enquadramentos que ele vai realizando. 

Por se tratar de uma sequencia de dois longas "distintos", aqui ele não perde tempo apresentando os personagens, mas sim já indo direto pro objetivo que cada um possui, poupando a trama de ficar no "lenga, lenga" (mas auto lá, mesmo assim ainda rolam muitos dialogos e existem alguns momentos bem parados, só pra constar). Para manter a naturalidade com relação ao longa de 2000, ele reaproveitou algumas sequencias chaves para replicar aqui, assim como os mesmos atores secundários (ao invés de optar por nomes mais famosos), como o filho de Willis, vivido por Spencer Treat Clark. 

Sarah Paulson in Glass (2019)

Com relação as atuações, todos estão relativamente bem, com James McAvoy mais uma vez roubando a cena com suas 24 personalidades (até hoje não me conformo dele não ter sido indicado ao Oscar por este papel), enquanto temos Bruce Willis sendo o Bruce Willis padrão, o Samuel L. Jackson aproveitando o gancho do tema abordar "super-heróis" e "HQs", baixa sua interpretação de Nicky Fury em seu Elijah Price. Enquanto Clark e Anya Taylor-Joy repetem seus papéis agora na função de "chaves", pois seus personagens claramente demonstram isso. Já Paulson tem uma atuação um tanto melhor do que as últimas que vem apresentado nos cinemas, e sua psiquiatra chega realmente a transpor um certo ódio de injustiça para o espectador em menos de cinco minutos em cena. 

"Vidro" consegue se estabelecer como um ótimo retorno de M. Night Shyamalan aos blockbusters, porém não chega a ter uma qualidade superior aos dois longas que o antecedem. Mas ainda sim, se você curte um ótimo suspense investigativo e o elenco envolto a ele, o longa é uma ótima pedida! 

Nota: 8,0/10,0.
Imagens: Reprodução da Internet.

domingo, 13 de janeiro de 2019

HOMEM-ARANHA NO ARANHAVERSO

Homem-Aranha no Aranhaverso : Poster

Eis que finalmente veremos o primeiro longa de super-heróis faturando um Oscar, mas não será na categoria principal, mas sim de animação com o projeto da Sony que não está dentro do Universo cinematográfico Marvel, "Homem-Aranha no Aranhaverso" (não duvido que o longa também figure dentre os 10 indicados na categoria principal).

Nicolas Cage, John Mulaney, Jake Johnson, Hailee Steinfeld, Shameik Moore, and Kimiko Glenn in Spider-Man: Into the Spider-Verse (2018)

A história é uma mera junção de diversos arcos de vários universos do Homem-Aranha nos quadrinhos, onde a central é da versão do adolescente Miles Morales, que também é picado por uma aranha modificada e começa a ter conhecidos poderes do caractere citado. Eis que durante um envolvimento com o oficial Homem-Aranha. ele acidentalmente acaba envolvido em um maligno plano de Wilson Fisk, o que acaba entrando em colapso com diversas dimensões paralelas daquele, aos quais todas as suas versões acabam se juntando na sua.

Chris Pine in Spider-Man: Into the Spider-Verse (2018)

A começo devo destacar que os diretores Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman conceberam literalmente uma animação de uma mesma forma que estivéssemos lendo uma Hq, através dos traços dos personagens e dos constantes "balões" indicando algumas frases de efeito ditas por estes no decorrer da narrativa. E esse não é o único ponto positivo que torna a animação ser executada com excelência. Tirando as versões do Aranha central e do Peter B. Parker (que é um dos melhores personagens do filme), todas as outras possuem seus momentos de brilhar e de diversão, ou seja, nenhuma é deixada de lado e todas fazem sentido estarem na narrativa construída. Mas ainda existem alguns personagens secundários que acabam roubando a cena (não vou mencionar quais, pra não estragar a diversão), rendendo bons momentos de ação e comédia (que são dosados na medida certa, assim como os dramáticos). 

Outro fator bastante divertido são as diversas referencias e easter-eggs inseridos no decorrer da narrativa, onde se torna divertidos caça-los quando você já está habituado ao universo Marvel e da cultura pop. A ÚNICA coisa que não funciona e não exito em falar, é a tecnologia 3D, então recomendo sem receios a versão 2D.

"Homem-Aranha no Aranhaverso" é um exemplo digno de que não é apenas a Marvel/Disney que sabe fazer longas dos heróis criados por Stan Lee (cuja homenagem póstuma aqui, emociona) nos últimos anos. RECOMENDO!

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet. 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

WIFI RALPH: QUEBRANDO A INTERNET

WiFi Ralph - Quebrando a Internet : Poster

"Detona Ralph" se tornou um enorme sucesso no final de 2012, devido a sua premissa que mesclava diversos personagens clássicos dos games. Com aparições que iam do Sonic aos membros do "Street Fighter", a Disney provou que consegue juntar quaisquer caracteres famosos, em meio a um enredo bastante divertido. Desde então ela penou para uma sequencia que consegui-se fazer jus ao primeiro, e eis que essa chegou com "WiFi Ralph: Quebrando a Internet". 

John C. Reilly and Sarah Silverman in Ralph Breaks the Internet (2018)

A trama tem inicio quando Ralph acidentalmente acaba danificando o árcade de Vanellope, o fazendo ficar a beira de ser descartado. Eles então acabam descobrindo que para ele não ter esse fim, será necessário adentrar no universo da Internet, para conseguirem a peça faltante. Porém a medida que eles saem da bolha dos arcades, para o universo tecnológico, eles descobrem que tudo não é tão simples quanto imaginam. 

Hamish Blake, Gal Gadot, GloZell Green, Timothy Simons, and Ali Wong in Ralph Breaks the Internet (2018)

Primeiro gostaria de destacar o eximido trabalho que a equipe de roteiristas teve em retratar as diversas situações vividas na internet pelo usuário, de uma forma que o público infantil pudesse entender. Seja os diversos problemas (como spams, malwares e as constantes manias do Google em completar os mecanismos de busca automaticamente), até as tão populares redes sociais como Instagram e Facebook. Tudo conseguiu ficar bem retratado de uma forma onde quaisquer públicos pudessem reagir ao seu desenvolvimento. Dessa maneira Ralph e Vanellope representam o público leigo que está começando a entender essa tecnologia, e as personagens Shank e Yesss são os "professores" em determinada hora, pois sempre tão lá para explicar pra eles como tudo funciona.  

Dessa maneira vemos o quão o foco do longa acaba sendo mirado mais para esse propósito, além de entreter o público com sequencias bem elaboradas (como a corrida envolvendo Shank e Vanellope), pra não ficar bastante monótono. Claro existe o retorno de alguns personagens do longa antecessor, porém são somente para readaptar o espectador adentro daquele universo, nada mais além.

"Wifi Ralph: Quebrando a Internet" é uma divertida pedida para essas férias, onde além dos pequenos aprenderem um pouco sobre os problemas mostrados na internet, irão se divertir com as diversas referencias apresentadas na animação. 

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

BLACK MIRROR: BANDERSNATCH

Fionn Whitehead in Black Mirror: Bandersnatch (2018)

Confesso que demorei pra fazer essa crítica, pois além de ficar vários dias envolto as N possibilidades que a interatividade do longa de David Slade ("30 Dias de Noite") propôs, tentei refletir uma forma pelo o qual seria viável fazer essa analise, por se tratar de um longa interativo e não com uma estrutura habitual. 

Pra quem não sabe vou fazer um breve balanço da premissa, realizada pelo seriado inglês "Black Mirror", que aborda as consequências da influencia tecnológica em várias épocas, onde cada episódio é independente do outro, porém muita das vezes há diversos easter-eggs que os interligam. Comprado pela Netflix em meados de 2015, o mesmo procurou inovar sua premissa lançando um "filme interativo", pelo qual o espectador toma as ações do protagonista  durante na narrativa, abrindo possibilidades para diversos andamentos e finais diferentes.

Fionn Whitehead in Black Mirror: Bandersnatch (2018)

Aqui nós controlamos o jovem Stefan (Fionn Whitehead), que desenvolve um jogo chamado "Bandersnatch", cuja premissa envolve N possibilidades dentro do enredo. Porém a medida que ele vai se adentrando na programação do mesmo, a sua mente começa literalmente a entrar em um enorme colapso existencial. 

O principal fator do longa de Slade ter dado tão certo, é a tamanha imersividade pelo qual ele trabalhou em cima do roteiro de Charlie Brooker (roteirista original da série). A cada decisão que tomamos, por mais pífia que seja, acabamos adentrando a mente de Stefan e as vezes acabamos optando pelas escolhas mais loucas, só para assistir as consequências. Whitehead sabe muito bem trabalhar com isso, pois a desconstrução de seu personagem e a indireta "quebra da quarta parede", fazem com que o público compre a ideia logo em seus primeiros minutos assistindo ao longa. 

Will Poulter in Black Mirror: Bandersnatch (2018)

Como seu contraponto e "interlocutor" da sua trajetória, Will Poutier faz bem a função no papel do "gamer misterioso", pelo qual a todo momento acabamos desconfiando se ele está ou não ajudando o protagonista na conclusão do game. O mesmo pode-se dizer da psicologa vivida por Alice Lowe, que tem o momento mais divertido em uma das escolhas. 

O único erro de "Black Mirror: Bandersnatch" é o fato de fazer o espectador escolher determinada ação que o sistema quer, ou seja, se você optou por um caminho, determinada hora ele retorna a uma antiga escolha, pra você escolher aquela que "deveria ser a certa". Mas fora isso, pra quem curte cinema e a série eu recomendo esse longa, sem hipótese de duvidas.

Nota: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.