Ta ai um longa onde o marketing vende que enredo parece ser mais um desastre, mas que felizmente teve a ventura de cair em mãos certas e ter conseguido tirar sequencias de suspense em uma trama já conhecida e muito pelos amantes do gênero (devido a trilogia "Doce Vingança", cuja qualidade foi digredindo a cada volume).
Ele tem inicio com a jovem Jen (Matilda Lutz) e seu amante Richard (Kevin Janssens) indo passar uns dias na casa deste no meio do deserto. Eis que dois amigos caçadores desse acabam chegando de surpresa no local, onde após um deles entrar em um incidente com aquela, Richard acaba lhe atirando de um penhasco. Por sorte ela acaba ficando viva e sai em busca de vingança contra o trio. Devo confessar que demora um pouco pro público se assemelhar com a protagonista, pois Lutz faz uma notória aparição no inicio as quais muitos vão se questionar se ela fez tudo por se merecer, mas dentro de alguns minutos depois do acidente, ela facilmente consegue induzir o espectador a ir do lado dela e acompanharmos sua jornada.
Em seu primeiro longa a diretora e roteirista francesa Coralie Fargeat sabe como contar uma história já conhecida, em cima de uma tensão diferenciada. Ao invés de ela focar no gore gratuito nas sequencias, ela explora a tensão envolto a pequenos detalhes em suas sequencias, como por exemplo (sem spoilers), algum personagem está fazendo um curativo em um corte profundo e a câmera focaliza naquilo, causando uma sensação de tensão no espectador (tudo isso sempre acompanhado de sequencias de extrema violência). Isso sem mencionar que a fotografia de Robrecht Heyvaert procura deixar tudo com uma tonalidade bronzeada, transpondo assim o clima desértico que os personagens estão.
"Vingança" é um filme complicado devido a seu excessivo teor gore, mas que funciona tendo em prol o que a diretora queria ter promovido em seus arcos de suspense.
Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet